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Atividades para crianças com disgrafia!

Apesar de estarem em espanhol, estas atividades podem ser muito úteis para o trabalho com alunos que apresentam disgrafia.
O professor pode traduzir o enunciado de várias destas atividades e utilizá-las.
A disgrafia pode ser caracterizada como um tipo de dificuldade de aprendizagem relacionada à linguagem, caracterizada por
alterações na pressão da letra e falta de harmonia nos movimentos dissociados, bem como signos gráficos indiferenciados.
Entre as causas da disgrafia, acredita-se que estão os distúrbios da psicomotricidade em geral, e da percepto-motricidade em
particular. No entanto, a disgrafia, assim como outros distúrbios de aprendizagem, não é considerada uma doença. Trata-se,
de uma dificuldade que pode ser contornada com acompanhamento adequado, direcionado às condições de cada caso. Em
muitos casos, a disgrafia também está associada à uma dislexia.

Como a escrita disgráfica pode ser observada através de manifestações como traços pouco precisos e incontrolados ou traços
demasiado fortes que vinquem o papel, muitas vezes ela é confundida com a “má caligrafia” ou “letra feia”. Dessa forma,
entende-se que a disgrafia seria a continuidade de uma fase pré-caligráfica, quando a letra tem dimensões irregulares,
tremores, angulações, inclinações e arranjo espacial desordenado.
A disgrafia, por estes fatores, é também chamada de letra feia. Isso acontece devido a uma incapacidade de recordar a grafia
da letra. Ao tentar recordar este grafismo escreve muito lentamente o que acaba unindo inadequadamente as letras, tornando
a letra ilegível.
Algumas crianças com disgrafia possuem também uma disortografia amontoando letras para esconder os erros ortográficos.
Mas não são todos disgráficos que possuem disortografia
A disgrafia, porém, não está associada a nenhum tipo de comprometimento intelectual.

Características:

- - Lentidão na escrita.
- - Letra ilegível.
- - Escrita desorganizada.
- - Traços irregulares: ou muito fortes que chegam a marcar o papel ou muito leves.
- - Desorganização geral na folha por não possuir orientação espacial.
- - Desorganização do texto, pois não observam a margem parando muito antes ou ultrapassando. Quando este último
acontece, tende a amontoar letras na borda da folha.
- - Desorganização das letras: letras retocadas, hastes mal feitas, atrofiadas, omissão de letras, palavras, números, formas
distorcidas, movimentos contrários à escrita (um S ao invés do 5 por exemplo).
- - Desorganização das formas: tamanho muito pequeno ou muito grande, escrita alongada ou comprida.
- - O espaço que dá entre as linhas, palavras e letras são irregulares.
- - Liga as letras de forma inadequada e com espaçamento irregular.

O disgráfico não apresenta características isoladas, mas um conjunto de algumas destas citadas acima.

Tipos:

Podemos encontrar dois tipos de disgrafia:


- Disgrafia motora (discaligrafia): a criança consegue falar e ler, mas encontra dificuldades na coordenação motora fina para
escrever as letras, palavras e números, ou seja, vê a figura gráfica, mas não consegue fazer os movimentos para escrever
- Disgrafia perceptiva: não consegue fazer relação entre o sistema simbólico e as grafias que representam os sons, as palavras
e frases. Possui as características da dislexia sendo que esta está associada à leitura e a disgrafia está associada à escrita.

Alguns estudiosos consideram outros dois tipos de disgrafia:


a motora e a pura. A motora atinge a maioria dos disgráficos e é a dificuldade em escrever palavras e números corretamente.
Já a disgrafia pura é um pouco mais difícil de ser diagnosticada. pois atinge a criança depois de algum trauma emocional onde
a criança tenta chamar a atenção para algum problema através da letra.

Tratamento e orientações:

O tratamento requer uma estimulação lingüística global e um atendimento individualizado complementar à escola.
Os pais e professores devem evitar repreender a criança.
Reforçar o aluno de forma positiva sempre que conseguir realizar uma conquista.
Na avaliação escolar dar mais ênfase à expressão oral.
Evitar o uso de canetas vermelhas na correção dos cadernos e provas.
Conscientizar o aluno de seu problema e ajudá-lo de forma positiva.

Segundo Adelantado (2004) no tratamento da disgrafia tem de se ter em conta as seguintes considerações:

- Deve utilizar-se preferencialmente a letra cursiva com crianças disgráficas, uma vez que a letra script apresenta uma série de
inconvenientes para eles, tais como dificuldade em detectar a separação das palavras, facilidade para as inversões, ritmo de
escrita mais lento, necessidade de pensar em cada letra onde está o seu início, etc.).

- Deve-se ter em especial atenção na sustentação do utensílio de escrita. A utilização correcta do utensílio de escrita favorece
uma boa letra e não deve ser desvalorizado o valor negativo das posturas erróneas.

- A reeducação, para além de ser terapêutica e eficaz, deve ser interessante e amena para a criança que, não se pode
esquecer, sofre com as suas dificuldades na escrita. Para que a criança se sinta motivada e activa tem de se reforçar as suas
pequenas evoluções e evitar a frustração e o reforço negativo. Só deste modo a reeducação terá êxito e evitar-se-ão a perda
de interesse e os sentimentos de incapacidade que afectam a auto-estima da criança, tornando muito difícil a sua recuperação.

Posição correta (primeira da esquerda) e incorrectas da mão


(Olsen, 2000 cit. por Adelantado, 2004)

Posições incorretas: suporte múltiplo, crispada e de varrimento


(Portellano, 1985 cit. por Adelantado, 2004)

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