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Universidade de Brasília

Departamento de Antropologia
Teoria Antropológica 1
Professor: Daniel Albergaria Silva
Aluna: Ana Claudia Vietes Pedrosa

RESENHA - A Ciência da Cultura

Tylor inicia seu trabalho conceituando etnograficamente cultura ou civilização.


Para ele, o significado das palavras remete a um grupo de elementos que agregam o
homem ao longo de sua vida enquanto integrante de uma sociedade. O autor coloca que,
para as várias sociedades do mundo, a cultura é um tema de estudo das leis do pensamento
e da ação humana. Ainda, dedica seu livro a quem procura dois grandes princípios: a
uniformidade de cultura e os vários níveis de cultura.
Posteriormente, o autor segue seus pensamentos rumo ao estudo da natureza.
Citando Aristóteles e Leibniz, ele coloca que natureza não é incoerente; tudo que nela
acontece possui uma razão e um fim. No entanto, ao mudar seu foco para o estudo da
natureza humana, pressupõe-se o contrário. Coloca-se, ainda, que a história da
humanidade não só caminha lado a lado com a história da natureza, mas é ainda pode ser
considerada como uma parte dela. Mesmo assim, Tylor afirma que um dos grandes
obstáculos para a investigação das leis da natureza humana é o fato ciência da história não
ser enxergada seriamente pois seus julgadores a colocam como distante do padrão
científico.
Na busca pela compreensão das leis da natureza humana, o autor segue listando
alguns outros impedimentos que atrapalham o estudo. Ao mesmo tempo que são
desenvolvidas teorias sobre como o quão prejudicial é o credo no livre-arbítrio do homem
nesse campo, Tylor tenta fugir de questões que envolvem a teologia e a metafísica. Por
fim, o antropólogo coloca a relação de causa e feito como guia para o entendimento das
ações humanas.
Em seguida, Tylor apresenta o raciocínio de organização do fenômeno cultura por
meio do evolucionismo. É abordada a existência, através de uma ampla ótica, de
similaridades entre as culturas humanas; essas, administradas por uma ordem geral,
seguem e possuem princípios em comum, como se fosse algo universal e inerente de todos
os povos. Para Tylor, a tamanha similaridade entre as sociedades leva a poder colocar de
lado o que nos difere individualmente como seres humanos, permitindo generalizar
pressupostos sobre cultura de nações inteiras. No entanto, analisa-se a evolução da cultura
por meio de estágios, uma vez que cada sociedade se encontra em um grau de civilização
diferente – nesse momento, é dado o exemplo de “tribos inferiores” e “grandes nações”. O
autor ainda diz que pode ser constatado que os fenômenos de cultura, frutos de causas
similares de ampla atuação, podem surgir repetidamente no mundo. No mais, Tylor se
distancia da pauta raça ou de qualquer variedade hereditária pois para ele em nada agrega
o estudo dado que a humanidade deve ser vista como homogênea em natureza.
Nesse raciocínio, o antropólogo segue o texto falando sobre o método
comparativo. Para ele, em uma pesquisa, deve-se atentar aos detalhes e, depois, organizá-
los em grupos determinados, para que assim os estágios da cultura sejam comparados sem
que se leve em consideração o impacto que variedades hereditárias possuem nisso. Os
detalhes devem ser postos levando em conta seu lugar na geografia e na história e a
relação que há entre os dois.
O antropólogo discorre também sobre outro importante conceito: o de
sobrevivência. Segundo ele, remete-se a sobrevivência um conjunto de princípios que
seguem existindo numa nova sociedade, essa não sendo a que os originou, contribuindo
como prova de uma cultura mais velha que se transformou em uma cultura mais nova.
Então, dá-se como exemplo as sociedades modernas que possuem vários elementos
antigos que foram incorporados em sua cultura, como superstições e credos populares.

Referência Bibliográfica
TYLOR, Edward. B. “A ciência da cultura”. In: CASTRO, Celso (Org). Evolucionismo
Cultural – Textos de Morgan, Tylor e Frazer. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2005
[1871]. (Pp.67-99)

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