Elementos sobre o desenvolvimento cerebral:

desenvolvimento pré- e pós-natal

Anatomia Geral do SNC

1. Medula
2. Tronco cerebral
3. Cerebelo
4. Gânglios da base
5. Diencéfalo
6. Hemisférios cerebrais

DESENVOLVIMENTO PRÉ-NATAL
Diferenciação: origem de células - e grupos de células - específicas, que
virão a realizar funções distintas.

Integração: forma como as várias funções se integram de forma unitária.

Início do S.N.

Placa neural - Tubo neural - Medula espinal e Cérebro

Diferenciação e Integração Estrutural

Diferenciação Cortical
1º Desenvolvimento fissural (3º mês de gestação)
2º Desenvolvimento fissural (7º mês de gestação)
 3º Desenvolvimento fissural (2º ano de vida)

conexões

dendritos fibras de conexão curtas

axónios fibras de conexão longas
sinapses fibras de conexão comissurais
mielinização

Espinal medula (início no 3º mês de gestação)

Cérebro (início no 6º mês de gestação)

No nascimento, apenas estão mielinizadas poucas áreas e feixes. Por

exemplo, centros do tronco cerebral responsáveis pela sucção e centros
homeostáticos.

Patologias associadas à formação do SNC

Apesar de extremamente raras, podem surgir neste momento de formação

do SNC, algumas mal-formações resultantes de erros genéticos, traumas,
agentes tóxicos, etc.

Disrafia = encerramento defeituoso do tubo neural.

Craniosquisis (ao nível cerebral)
Mielosquisis (ao nível da espinal medula)

Espinha bífida (ou meningomielocelo) = projecção do tecido espinal e

Liquido céfalo-raquidiano, que ficam visíveis como um saco saliente.

Microcefalia, resultante de agentes ambientais, como o vírus da rubéola, R-

X, etc.

Holoprosencefalia = não estruturação de dois hemisférios cerebrais.

Agenesia do corpo caloso = ausência do corpo caloso.

Agiria = má estruturação - insuficiente - dos sulcos e giros.

Microgiria = áreas com excesso de giros, embora muito mais pequenos.

DESENVOLVIMENTO PÓS-NATAL

MUDANÇAS NA ESTRUTURA NEURAL

=> MODIFICAÇÕES NO COMPORTAMENTO

mas também

A CONTÍNUA RESPOSTA AO AMBIENTE

 => MODIFICAÇÕES NO CÉREBRO

Desenvolvimento do cérebro
a) tamanho da cabeça
circunferência de 34 cm à nascença, aumenta rapidamente no
primeiro ano, atingindo 55 cm na puberdade.
o índice cefálico (= largura/comprimento) diminui ao longo da
infância, servindo de indicador do crescimento do cérebro.

b) processos celulares

Recém-nascido 6 meses 24 meses Adulto

Densidade dos feixes 99,0 30,5 20,1 12,5
Volume dos corpos celulares 240,0 610,0 990,0 1040,0
Número de pontos de ramificação dendrítica 3,1 15,6 16,7 40,8
Comprimento total dos dendritos 203,0 2367,0 3259,0 6836,0
 c) mielinização
funciona como marcador da maturação cerebral. Ocorrendo
primeiro nas regiões do tronco cerebral (controlando o comportamento de
sucção), depois regiões relacionadas com braços, depois pernas, etc.

d) engrossamento cortical
o processo de engrossamento cortical não acontece de forma
uniforme e difusa.

Zonas límbicas da cortiça rapidamente após o nascimento

Área visual primária 6 meses
Área visual secundária 15 meses
Áreas de associação (terciárias) desenvolvimento tardio e lento
Áreas anteriores e posteriores da fala desenvolvimento muito gradual

e) fissuração cortical

Parietal, occipital e partes do temporal 1º e 2º anos de vida

Frontal inicia entre os 2 e os 6 anos
Pré-frontal depois dos 7 anos

Desenvolvimento do cérebro e comportamento

cérebro e desenvolvimento cognitivo (H. Epstein, 1978; 1980)

Fases de grande crescimento cerebral: 3 a 10 meses

2 a 4 anos
6 a 8 anos
10 a 12 anos *
14 a 16 anos *

* as raparigas têm o pico de crescimento na fase inicial e os rapazes na fase final

Estes períodos estão correlacionados com os estádios de desenvolvimento

cognitivo de J. Piaget. Parece estar aqui uma razão para a sugestão
apontada para que a correcção cirúrgica do estrabismo e da dificuldade
auditiva deva ser realizada antes dos 2 anos, ou então pelo menos antes dos
4 anos. É também conhecido que a cirurgia cerebral antes dos 2 anos deixa
um mínimo de sequelas (Lenneberg, 1967). No meio daqueles períodos de
grande crescimento cerebral, verificam-se períodos de excelente
aprendizagem.
cérebro e desenvolvimento da linguagem (E. Milner, 1976)

Fala interna Expressão emocional por 1º ano Circuito curto

vocalização (hipotálamo)

Inclusão da articulação permite a 5 - 10 anos

expressão forte de sentimentos Circuito longo
(hipotálamo, área límbica
e centro motor da fala -
lobo frontal)

Comunicação Sensível à estimulação social, > 1 ano conexões temporo-

intencional inicialmente é apenas receptiva. occipito-parietais e suas
Medeia comportamentos como o ligações com o tálamo
virar a cabeça para vozes, resposta
diferenciada para fala agressiva ou
amigável e repetição de palavras
simples faladas pela mãe.

Sistema perceptivo-transacional 5 - 12 anos amadurecimento das

regiões mais centrais
temporo-occipito-parietais

Linguagem Integra os dois sistemas anteriores segue padrão de formação reticular do

simbólica desenvolvimento tronco cerebral, conexões
da actividade tálamo-corticais não
ideativa específicas e vias extra-
piramidais