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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO METROPOLITANO DE ANGOLA

FINANÇAS PÚBLICAS
O OGE DA REPÚBLICA DE ANGOLA (PARTICULARIDADES E
DESAFIOS PARA 2024)

MADALENA FELICIANA ANTÓNIO GONGA LAD4N 20132598

PROFESSOR: ADRIANO QUANDO

LUANDA, DEZEMBRO DE 2023


Introdução
O OGE tem sido um tema muito debatido nos últimos meses, levando até
estudantes de áreas de aplicação a pesquisar e entender na íntegra do que se tem
falado. Face a esta curiosidade, neste resumo farei uma breve resenha sobre o tema
começando assim por definí-lo.
O OGE (Orçamento Geral do Estado) é um documento legal ou jurídico, político,
econômico, financeiro, com vertente social e é acima de tudo uma ferramenta de
gestão de prioridades, com objectivos e metas, que será aplicado por uma equipa a
que se designa governo.

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O OGE da República de Angola (Particularidade e Desafios Para 2024)
Como principal instrumento de política social, económica e financeira do Estado
angolano, o OGE demonstra sob a forma de um documento jurídico constituído por secções e
artigos, montantes previstos ou estimados para cada rúbrica do Plano de Contas Orçamental,
seja do lado da Receita ou da Despesa Pública. Trata-se pois de um Plano Previsional com as
acções a desenvolver num período de um ano (está prevista a possibilidade de termos OGE
plurianuais ou OGE de dois ou mais anos num só documento), no qual determina as fontes de
arrecadação e os vários destinatários da Despesa.
Há um conjunto de diplomas legais que compõem o Enquadramento Orçamental de
Angola, designadamente Artigo 104 da Constituição da República de Angola; Lei do Orçamento
Geral do Estado (n.º 15/10, de 14 de Julho com alterações introduzidas pela leis n.º 24/12, de
22 de Agosto e 12/13, de 11 de Dezembro); Lei n.º 37/20, de 30 de Outubro (Lei da
Sustentabilidade das Finanças Públicas); Regulamento do Processo de Preparação, Execução e
Acompanhamento do PIP (Decreto Presidencial n.º 31/10, de 12 de Abril); Decreto Presidencial
n.º 21/16, de 29 de Dezembro - Autorização a cativação e descativação dos créditos
orçamentais iniciais; Decreto Presidencial n.º 164/18, de 12 de Julho (Diploma que vem
regulamentar a Lei n.º 21/16, 29 de Dezembro, as definições complementares que devem
obedecer à negociação, contratação, emissão de gestão da Dívida Pública Directa e Indirecta).
No dia 26 de Julho do corrente ano, realizou-se o Conselho de Ministros que aprovou o
diploma que contém as instruções para a elaboração do Orçamento Geral do Estado para o
Exercício Económico de 2024, durante a 6.ª Sessão Ordinária, sob orientação do Presidente da
República, João Lourenço.
Esse documento foi enviado à Assembleia Nacional e o mesmo visou estabelecer os
princípios, as regras e os procedimentos a observar pelas unidades orçamentais e órgãos
dependentes, no processo de preparação e elaboração da Proposta de Lei Orçamento Geral do
Estado para o Exercício Económico de 2024 e do Quadro de Despesa de Médio Prazo para o
período 2023-2027.
Segundo a ministra das Finanças, Vera Daves de Sousa, sobre este documento,
explicou aos jornalistas: "Temos olhado para as despesas numa lógica anual e queremos
passar a olhar numa lógica plurianual, para também nos organizarmos financeiramente na
mobilização de receitas necessárias para financiar essas despesas que sejam identificadas e
estabilizadas numa lógica plurianual. De modo que o quadro de despesa de médio prazo é uma
novidade nessas instruções”. Outra medida relevante é a redução de subsídios operacionais
para as empresas públicas, tendo em conta a necessidade de haver maior eficiência e
rentabilidade nessas mesmas empresas.
A fim de impulsionar a economia local, a ministra Vera Daves de Sousa recomendou
aos órgãos públicos a priorização da aquisição de bens e serviços locais, evitando importações
de produtos disponíveis no mercado nacional. Essa recomendação visa fortalecer a produção
local e incentivar o desenvolvimento económico interno. Uma mudança significativa na gestão
de projectos de pequena e média dimensão também foi proposta. De acordo com o diploma
aprovado, a responsabilidade pela execução desses projectos será transferida dos órgãos da
Administração Central do Estado para os governos provinciais e administrações municipais.
Outra medida já conhecida é sobre a necessidade de restrição nas despesas do
Governo, indicando que não haverá renovação de frotas protocolares para a aquisição ou
aluguer de imóveis para fins residenciais no país ou no exterior, como parte das medidas
incorporadas no OGE para 2024. Ao nível fiscal, sabemos que o Imposto sobre o Valor
Acrescentado (IVA) terá uma redução de 14 para 7,0 por cento nos produtos alimentares e
para 5,0 por cento os produtos da cesta básica. Além disso, sabemos que as empresas que
importem máquinas, equipamentos para a indústria, agricultura, por exemplo, poderão
deduzir até 12 meses o IVA de importação.

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Curiosamente, a efectiva execução dos orçamentos passa quase sempre à margem da
bolha mediática, quando apresentada é discutida no Parlamento. De facto, é espantoso que a
Conta Geral do Estado, que nos revela o que foi verdadeiramente feito e executado do
Orçamento do Estado, mereça tão pouca atenção tenha, quando é de resto bem mais
fidedigno do que as meras intenções e proclamações que vão sendo feitas durante a discussão
orçamental. É através da Conta Geral do Estado que se sabe, por exemplo, que no ano de 2022
houve Despesa Pública por executar, em sectores, projectos, etc. Seria, manifestamente,
relevante que se desse a devida importância a discutir o que foram as execuções dos
orçamentos, pelo menos, com o mesmo grau de atenção mediática com que se discutem as
propostas de orçamento.

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Conclusão

2024 será um ano de muitos desafios visto que o nosso país escontra-se em um estado
deficitário. Para que haja bons resultados será preciso muita deligência naquele que é o
programa de actuação do nosso Governo.

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Referências Bibliográficas

Proposta de OGE 2024 prevê receitas e despesas de 24 biliões de Kwanzas -


Página Oficial do Vice-Presidente da República de Angola (gov.ao)
Jornal de Angola - Notícias - OGE 2024 prevê receitas e despesas estimadas em
24 biliões de kwanzas
Jornal de Angola - Notícias - Análise: O Orçamento Geral do Estado

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