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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY RIBEIRO

LABORATÓRIO DE ENGENHARIA CIVIL


Programa de Pós-graduação em Engenharia Civil

CIV1654 – Métodos Experimentais para Análise de Estruturas

Ensaios estáticos de elementos estruturais submetidos à flexão simples


Rancés Castillo Lara, D.Sc.
rcl@uenf.br

Campos dos Goytacazes – RJ

CIV1654 – Métodos Experimentais para Análise de Estruturas

 Conteúdo

• Ensaios estáticos de elementos estruturais submetidos à flexão simples


- Caraterísticas gerais
- Considerações sobre a realização dos ensaios
- Considerações sobre os resultados
- Principais temáticas das pesquisas

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Ensaios estáticos de elementos submetidos à flexão simples
Ensaio à flexão simples
• Ensaio destrutivo  Gráfica Carga vs. Deform. Max.
• Carga crescente em pontos  Módulo de ruptura na flexão
 Módulo de elasticidade

Oliveira, S. L. D. (2005)

Ensaios estáticos de elementos submetidos à flexão simples


Ensaio à flexão simples

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Ensaios estáticos de elementos submetidos à flexão simples
Ensaio à flexão simples (em três pontos)

Ensaios estáticos de elementos submetidos à flexão simples

Ensaio à flexão simples (equipamentos)

• Equipamento de carga. (macaco hidráulico)

• Transdutor de deslocamentos. (LVDT’s)

• Célula de carga

• Extensômetro. (strain gages)

• Equipamento para aquisição de dados

• Computador

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Ensaios estáticos de elementos submetidos à flexão simples

Ensaio à flexão simples (Sequência)

1) Montagem e instrumentação das armaduras Para elementos de C.A.

• monitoramento das deformações da armadura longitudinal e dos estribos


mediante strain gage;
• caracterização da propriedades mecânicas das barras de aço (módulo de
elasticidade, tensão de escoamento e tensão de ruptura)
2) Montagem das formas
• preferência pra formas metálicas (durabilidade, reutilização, mínimas
imperfeições geométricas)

Ensaios estáticos de elementos submetidos à flexão simples

Ensaio à flexão simples (Sequência)

3) Concretagem e retirada das fôrmas dos elementos


• em vigas: posição horizontal preferentemente
• em concreto: moldagem de corpos-de-prova para caracterização (resistência
à compressão NBR 5739/1994, tração por compressão diametral NBR
7222/1994 e módulo de elasticidade NBR 8522/1984)
• processo de cura
4) Instrumentação complementar
• deformações do material (strain gage)
• deslocamento (relógios comparadores ou LVDTs)

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Ensaios estáticos de elementos submetidos à flexão simples

Ensaio à flexão simples (Sequência)

5) Montagem do elemento no pórtico de ensaio


• estrutura de reação (pórtico metálico ancorado numa laje de reação)
• sensores – sistema de aquisição de dados – computador
6) Execução do ensaio
• aplicação de cargas monitorada por meio de célula de carga
• carregamento gradativo do elemento a ser ensaiado até ruptura
• leituras automáticas dos sensores, registradas a cada incremento de carga
• registro do surgimento e desenvolvimento das fissuras a cada incremento de
carga, usando pincel atômico

Ensaios estáticos de elementos submetidos à flexão simples


Ensaio à flexão simples (em três pontos)
Ensaio flexão em viga de concreto armado

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Ensaios estáticos de elementos submetidos à flexão simples

Considerações sobre os resultados

 Análise do comportamento da fissuração


• É realizado o registro do surgimento das fissuras e valor do carregamento no
momento que são observadas;
• Geralmente, as primeiras fissuras ocorrem na região onde o momento fletor é
máximo (perpendicularmente à carga no comprimento médio dos modelos na
sua face tracionada);
• À medida que é carregado, o elemento passa por situações, denominadas
Estádios I, II e III

Ensaios estáticos de elementos submetidos à flexão simples

Considerações sobre os resultados

 Análise do comportamento da fissuração


• No Estádio I o elemento não apresenta fissuras;
• No momento que a tensão de tração no
elemento ultrapassa a resistência à tração do
concreto, leva ao surgimento da primeira fissura,
caracterizando a passagem do Estádio I para o
Estádio II (queda da rigidez do elemento);
• No Estádio II, considera-se que o concreto não
é mais capaz de resistir as tensões de tração;

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Ensaios estáticos de elementos submetidos à flexão simples

Considerações sobre os resultados

 Análise do comportamento da fissuração


• O início da plastificação do concreto comprimido
corresponde à transição do Estádio II para o III;
• No Estádio III, considera-se que a região
tracionada da seção transversal está
completamente fissurada e o concreto
comprimido encontra-se plastificado, podendo
atingir o colapso a qualquer momento;

Ensaios estáticos de elementos submetidos à flexão simples

Considerações sobre os resultados

 Registro da carga última e modo de ruptura


• Região A: ruptura por flexão
Viga subarmadas: Concreto dimensionado por excesso. O processo de ruptura se
inicia pelo aço, ao ultrapassar seu limite de escoamento. Grande acréscimo de
deformação na fibra tracionada. Diminuição da área comprimida, até que a mesma
entra em processo de ruptura por excesso de compressão.

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Ensaios estáticos de elementos submetidos à flexão simples

Considerações sobre os resultados

 Registro da carga última e modo de ruptura


• Região A: ruptura por flexão
Vigas superarmadas: Armadura dimensionada em excesso. A ruptura se dará,
diretamente, pelo esmagamento das fibras comprimidas de concreto. O colapso da
peça se dará antes que o aço das fibras tracionadas tenha entrado em
escoamento. Não será antecedida de grandes deformações, sendo chamada
“Ruptura sem aviso prévio”.

Ensaios estáticos de elementos submetidos à flexão simples

Considerações sobre os resultados

 Registro da carga última e modo de ruptura


• Região B: Ruptura de cisalhamento, por tração
É o tipo mais comum de ruptura por cisalhamento, resultante da deficiência na
armadura transversal destinada a absorver as trações que surgem por influência
dos esforços cortantes. A peça tende a se dividir em duas partes, ficando
caracterizada uma linha borda a borda.

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Ensaios estáticos de elementos submetidos à flexão simples

Considerações sobre os resultados

 Registro da carga última e modo de ruptura


• Região C: Ruptura por compressão da mesa devido ao esforço cortante
- A deficiência de armação transversal de tração, além da ruptura típica de tração
(armadura de cisalhamento insuficiente) pode ocorrer uma ruptura por compressão
na mesa superior.
- o aço atinge o limite de escoamento;
- intensa fissuração do concreto;

Ensaios estáticos de elementos submetidos à flexão simples

Considerações sobre os resultados

 Registro da carga última e modo de ruptura


• Região D: Ruptura por ancoragem deficiente da armadura principal
Armação principal de tração da viga está solicitada sobre o apoio (solicitação nula em teoria), de
modo que precisa ser convenientemente ancorada, ocorrência de um tipo de ruptura em que a
peça entra bruscamente em colapso devido a um deslizamento da armadura longitudinal,
usualmente se propagando e provocando também uma ruptura ao longo da altura da viga;

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Ensaios estáticos de elementos submetidos à flexão simples

Considerações sobre os resultados

 Registro da carga última e modo de ruptura


• Região E: Ruptura de cisalhamento, por esmagamento da biela comprimida
Larguras bw muito reduzidas, face às solicitações atuantes, as tensões principais de compressão
poderão atingir valores excessivamente elevados, incompatíveis com a capacidade de resistência
do concreto por compressão, quando solicitado simultaneamente por tração perpendicular (estado
duplo). Teremos, então, uma ruptura por esmagamento de concreto (como se houvesse um pilar
inclinado no interior da viga);

Ensaios estáticos de elementos submetidos à flexão simples

Considerações sobre os resultados

 Deformações específicas na superfície do concreto:


• A partir dos valores de deformações registrados pelos extensômetros colados na
superfície do concreto, para cada incremento de carga definido, são construídos
os gráficos de Carga x Deformação do modelo ensaiado

 Deformações específicas das armaduras longitudinais:


• o Da mesma forma, a partir dos registros dos extensômetros colados na
superfície da armadura longitudinal, são construídos os gráficos de Carga x
Deformação das barras analisadas;

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Ensaios estáticos de elementos submetidos à flexão simples

Considerações sobre os resultados

 Deslocamentos horizontais:
• Os deslocamentos horizontais são aferidos pelos defletômetros colocados em
diferentes níveis ao longo do comprimento de cada modelo, possibilitando a
construção dos gráficos de Carga x Deslocamento horizontais;

 Comparação dos resultados obtidos experimentalmente com os provenientes de


modelos teóricos propostos na literatura:

Ensaios estáticos de elementos submetidos à flexão simples

Principais temáticas das pesquisas

 Elementos estruturais em concreto armado submetidos à flexão simples:


• Influência da resistência do concreto no comportamento do elemento.
• Influência do tipo de seção (quadrada, retangular, circular, etc) no
comportamento do elemento (capacidade resistente)
• Influência do reforço e suas características no comportamento da viga
• Influência da taxa volumétrica de armadura transversal no comportamento do
elemento

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Ensaios estáticos de elementos submetidos à flexão simples

Principais temáticas das pesquisas

 Elementos estruturais em aço submetidos à flexão simples:


• Influência do tipo (perfis simples, soldados, etc) e forma da seção no
comportamento do elemento (capacidade resistente)
• Efeito do posicionamento e do número de emendas soldadas no comportamento
do elemento.
• Verificação dos diferentes modos de falha.
• Estudo numérico-experimental da flambagem do montante de alma por
cisalhamento em vigas casteladas soldadas.

Ensaios estáticos de elementos submetidos à flexão simples

Principais temáticas das pesquisas

 Elementos estruturais em comp. reforçados com fibras subm. à flexão simples:


• Influência das características do material compósito no comportamento do
elemento estrutural.
• Avaliação do comportamento macromecânico dos compósitos degradados pelas
ações do Meio Ambiente (temperatura, absorção de água, radiações
ultravioletas, degradação química etc).
• Validação de modelos teóricos e padronização de ensaios.
• Estudo do comportamento estrutural de perfis pultrudados sob efeito de alta
temperatura.

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Instrumentação e aquisição de dados em ensaios estáticos em estruturas
Interpretação dos resultados
• Nos ensaios de flexão são determinados os valores correspondentes à força última obtida, o modo de
falha ocorrido, os deslocamentos, deformações ocorridas e o comportamento geral do elemento
ensaiado. Os resultados dos ensaios de flexão são expressos por meio de curvas de carga versus
deflexão.
• A partir dos resultados obtidos no ensaio (carga vs. deslocamentos), é possível determinar o valor
experimental da rigidez à flexão. Em dependência do tipo de ensaio (três ou quatro pontos), pode-se
calcular mediante fórmula;
• Tem-se observado que a curva carga-deflexão completa do ensaio de flexão depende de vários fatores
como: tamanho do espécime; configuração da carga (ensaio de três pontos versus ensaio de quatro
pontos); tipo de controle (carga; deflexão no ponto de carga; deslocamento do travessão, etc); taxa de
carregamento e instrumentação para medida das deflexões.
• O ensaio permite também a observação do colapso dos elementos podendo comparar com as
resistências nominais fornecida pelos fabricantes.

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