Estudo de

Caso

Neurobusiness e Gestão
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Professor Me. Patrícia Rodrigues da Silva
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estudo de
caso

Relações interpessoais e conflitos no ambiente

de trabalho

A WJE é uma empresa de consultoria e assessoria em serviços educacionais e está no mercado

há aproximadamente 12 anos. Vamos conhecer um pouco de sua história.
A empresa, de origem familiar, tem como fundador Alberto, ex-professor, aposentado,
um apaixonado por educação e formação de pessoas. Alberto iniciou as atividades da WJE
de maneira “tímida”, com trabalhos pontuais e específicos, não pensando (na época) que o
seu negócio pudesse tomar a dimensão que tem atualmente. No primeiro ano de atividades
da empresa, trabalhavam com ele Márcia, sua esposa e também professora, e Luiz Gustavo,
na época aluno e Alberto, que começou no cargo de estagiário.
Bem, a WJE cresceu. E Alberto atribui este sucesso as novas demandas da área educa-
cional que se alinham à necessidades institucionais, como também dos indivíduos. Uma
filosofia que Alberto faz questão de enfatizar é a de que: “embora minha empresa seja um
negócio, uma corporação, não podemos esquecer que o nosso serviço se presta a forma-
ção de pessoas, serviços educacionais”.
Atualmente, a WJE conta com um quadro de 23 profissionais contratados, todos profes-
sores ou ex-professores, 3 estagiários, 1 diretor executivo, Jair, e à frente do negócio, Alberto
e Márcia. E como grande parte de empresas que passam por crescimento e reestruturação,
alguns comportamentos das pessoas são manifestados, tais como: conflitos, resistências,
competição etc.
Na WJE o trabalho é desenvolvido por projetos. Cada profissional “assume” um ou mais
trabalhos, torna-se responsável por ele, e forma uma equipe de trabalho para executá-lo,
contando com as pessoas que já trabalham na WJE, e, eventualmente, trazendo profissio-
nais “de fora”.
Jair acompanha essas atividades “de perto”. E, quinzenalmente são realizadas reuniões
de trabalho para apresentação do andamento dos projetos, ganhos, dificuldades, desdobra-
mentos etc. Assim, nossa análise se baseará em um episódio de uma dessas reuniões.
• Jair iniciou a reunião como as demais, fomentando inicialmente o diálogo entre os
participantes e a apresentação dos projetos em andamento. E, como de costume,
instigando ao final de cada apresentação que fossem apontadas contribuições para
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situações específicas que fossem apresentadas.

• Raquel foi a primeira a apresentar os projetos que estava dando andamento. Ela foi
pontual em sua fala, bastante objetiva. Em um de seus projetos, Fábio quis demonstrar
contribuições ao projeto.
• Fábio pontuou que a proposta final que seria apresentada ao cliente se mostrava
pouco arrojada e que precisava de alguns elementos mais estratégicos. Inclusive ele
sinalizou quais elementos poderiam ser esses.
• Raquel rapidamente rejeitou as ideias de Fábio, mostrando-se inclusive “agressiva”
na situação – algo que assustou Jair, pois nunca havia presenciado aquele
comportamento de Raquel anteriormente.
• Alguns dos colegas que estavam na reunião se posicionaram. A maior parte
concordava com Fabio, o que acabou “inflamando” ainda mais os ânimos de Raquel.
• Jair resolveu intervir. E ele foi bastante pontual ao perceber que a discussão caminhava
para um “embate pessoal” e não uma discussão em torno do projeto apresentado.
Alguns comportamentos foram percebidos por ele e merecem ser mencionados:
sarcasmo, competição, ironia, raiva, agressividade, desânimo, tristeza e irritação
(principalmente ao observar Raquel).
• Jair interrompeu a reunião, sendo assertivo ao dizer que não era o propósito que se
tinha naquele momento. Todos se calaram, a apresentação dos projetos seguiu, mas,
o clima de trabalho não ficou agradável. Ao final Jair convidou Raquel e Fábio para
conversar para então analisar a situação de maneira pontual e objetiva.
• Jair usou a sua intuição de gestor. Optou por conversar com ambos juntos, pois, assim
teria a oportunidade de entender a situação sem que houvesse um “inflamar” ainda
maior dos fatos, por parte de um ou outro. Então, a descoberta, o problema maior
não estava somente na situação de trabalho, Raquel e Fábio também tinham uma
situação não resolvida fora daquele ambiente. Ambos relataram que tiveram um
relacionamento amoroso que tinha terminado (não muito bem) recentemente.
• Além disso, o projeto apresentado por Raquel, foi iniciado pelos dois, mas com o fim
do relacionamento, Fábio deixou de fazer parte.
• Jair entendeu a situação, descreveu que é algo que realmente pode acontecer, mas,
agora eles não podem deixar que isso interfira no andamento de suas atividades, e
principalmente, influenciar no grupo de trabalho. Para isso, teve uma fala que além
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de motivadora procurou ressaltar a necessidade de que ambos tenham a capacidade

de processar informações emocionais e usá-las no raciocínio e em outras atividades
cognitivas, e, assim, controlar as pulsões naquele ambiente para não afetar os
resultados do trabalho. Jair também destacou que por eles terem iniciado o projeto
juntos, não deveria haver competição entre eles, pois, dessa forma o cliente seria
prejudicado. E, esse (o cliente) deveria ser o foco principal no momento.
• Quando se reuniu com Alberto e relatou a situação, Jair tinha a intenção em discutir
sobre a possibilidade de desligamento de um dos dois, ou até mesmo de ambos.
Alberto se posicionou contra e disse que a situação é possível de ser gerenciada, pois,
ambos são muito bons profissionais. Notando a dúvida de Jair quanto a isso, Alberto
revela que ele e Márcia já não estavam mais casados havia 4 anos.
• Optaram por manter a sociedade e não revelar a todos da empresa para que não
houvesse qualquer tipo de desconforto. Ou seja, gerenciaram a situação.
Relações afetivas, uma das situações que muito ocorre no ambiente das organizações.
Mesmo Alberto relatando a sua história com Marcia, algo que deu certo, Jair sabe que não
é tão simples, e que precisará tratar de uma situação delicada junto a sua equipe. Os pró-
ximos dias, semanas, serão decisivos. Jair deverá ter um olhar muito apurado e conduzir os
fatos de forma assertiva e ponderada.