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Londrina
2022
O DIREITO DE “NÃO CASAR” À LUZ DA LIBERADE NEGATIVA SOB A ÓTICA
DOS MODELOS LIBERAL E REPUBLICANO
INTRODUÇÃO
Não há, portanto, liberdade quando um sujeito é por outro impedido de fazer
algo que de outro modo poderia, tampouco é livre o sujeito que é impedido de agir,
não em virtude da lei, mas de sua condição econômica.
Contudo, a filosofia republicana neorromana sugere uma retificação
conceitual da liberdade negativa a partir de uma análise mais ampla (RAMOS, 2011,
p. 52), ao iguala-la à não dominação.
Enquanto os liberais assimilam a liberdade como ausência de interferência,
os republicanos a concebem como “liberação de qualquer dependência ou relação
de domínio de um agente (pessoas ou instituições) que tem a capacidade para
interferir em bases arbitrárias nas escolhas, na vida ou nos afazeres de uma outra
pessoa que não concorda com essa interferência” (RAMOS, 2011, p. 53). Essa
diferença de entendimento, de acordo com Philip Pettit (2004, p. 122-123)
[…] emerge de sus diferentes puntos de vista acerca del papel que ejerce la
ley en relación con la libertad. Ambas tradiciones se apoyan en la defensa
de la noción de Estado de derecho. En la tradición republicana esto se
remonta hasta los romanos; para ellos el Estado de derecho ofrece una
expectativa de seguridad contra la interferencia arbitraria que no está
disponible en un Estado bajo el imperio de un individuo todopoderoso, por
ejemplo, bajo el poder de un rey o un déspota: de ahí la oposición
republicana a la monarquía. En la tradición liberal la fe en el Estado de
derecho no tiene este carácter antimonárquico; más bien sirve para
expresar la gran confianza puesta por muchos liberales en la tradición del
common law.1
REFERÊNCIAS
BERLIN, Isaiah. Dois conceitos de liberdade. In.: BERLIN, Isaiah. Estudos sobre a
humanidade: uma antologia de ensaios. Tradução Rosaura Eichenberg. São Paulo:
Companhia das Letras, 2002.
SANDEL, Michael J. Justiça: o que é fazer a coisa certa? [trad. 6 ed. de Heloísa
Matias e Maria Alice Máximo]. 6 edição. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2015.