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Londrina | 2020
CENTRO UNIVERSITÁRIO FILADÉLFIA
ENTIDADE MANTENEDORA
Diretoria:
Rua Alagoas, 2050 CEP 86082-430 - Fone (43) 3357-7405 - Londrina, Pr.
www.unifil.br
2020
Catalogação na Fonte
ISBN 978-65-87703-00-8
Inclui bibliografia
1. Educação a Distância. 2. Regulamentação da educação superior
no Brasil. 3. Ensino Superior. I.Título.
CDD – 378
Bibliotecária Responsável
Erminda da Conceição Silva de Carvalho CRB9/1756
Agradeço a Deus, que tudo pode e que vem abençoando e direcionando minha vida.
Ao Reitor da UniFil. Dr. Eleazar Ferreira, pela oportunidade de publicar este livro
pela Editora da instituição.
Introdução .......................................................................................................... 7
INTRODUÇÃO
C
aros leitores! Estamos colocando a público o livro intitulado “Aspectos
Regulatório da Educação a Distância”. O entendimento da legislação a
respeito do EaD é fundamental para quem deseja atuar na área. Importante
ressaltar que a mesma é ampla e complexa, além de mutável, sendo importante
reconhecer como está organizada hoje para compreender o movimento de mudança
que certamente ocorrerá.
Toda legislação deve ser entendida a partir de seu contexto e é assim que
começamos este material: apresentando o contexto sócio-histórico em que vivemos,
seu impacto sobre a educação e, como consequência, na regulação.
CAPÍTULO PRIMEIRO
ASPECTOS CONTEXTUAIS
V
amos dar início aqui à nossa discussão a respeito dos Aspectos
Regulatórios da Educação a Distância no Brasil. No entanto, antes de
tratarmos diretamente da legislação sobre o tema, é importante
contextualizarmos o momento histórico em que estamos vivendo e que de certa forma
dá respaldo à legislação.
Uma das grandes inovações das últimas décadas foi o celular. Não o telefone
móvel, simplesmente, o que por si só já foi uma inovação, mas o chamado
smartphone, este sim, disruptivo, por integrar em um único aparelho praticamente
todas as ferramentas de que precisamos para nos comunicar, trabalhar e nos divertir.
Tanto que as companhias telefônicas, em suas propagandas, não comercializam mais
minutos de ligações ou quantidade de mensagem de textos, mas sim, dados e redes
sociais livres.
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Star Trek é uma das minhas séries preferidas. Sobre previsões futuristas que se realizaram
no Século XXI, apresentadas na série, acesse os links a seguir:
Sete previsões tecnológicas de Star Trek que se concretizaram:
Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/geral-37311793>. Acesso em:
20.04.2020.
10 Tecnologias de Star Trek que são realidade:
Disponível em: <https://canaltech.com.br/video/top-tech/10-tecnologias-de-star-trek-que-
sao-realidade-top-tech-9692/>. Acesso em: 20.04.2020.
Comercial sobre a chegada do 3G no Brasil:
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=nV3XFPPaMeU>. Acesso em:
20.04.2020.
iPods: relembre a história desse mp3 que pode caminhar para o fim.
E hoje, é possível ouvir músicas, assistir filmes pelo celular, e até mesmo
transmiti-los para outros equipamentos compatíveis. A locação e venda de filmes tem
espaço secundário, realizado essencialmente via on-line, por sites especializados. É
ou não é disruptivo?
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Certamente não.
Por que Apple e Google não exigem mais diploma universitário para contratar:
Disponível em: <https://olhardigital.com.br/pro/noticia/por-que-apple-e-google-nao-
exigem-mais-diploma-universitario-para-contratar/78144>. Acesso em: 20.04.2020.
Professores Mediadores:
Disponível em: <http://professores-mediadores.blogspot.com/p/professores-
mediadores.html>. Acesso em: 20.04.2020.
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As Gerações Y, Z e a Cibercultura
Como já dito, esta é uma realidade que pode gerar estranhamento para muitos,
mas não para as gerações mais novas, como a Y e a Z, também conhecida como
Millennium, que já nasceram em uma realidade cultural que possibilita um melhor
entendimento destas questões.
Por sua vez, a Geração Y são os nascidos entre 1980 e 2000, que passam, ou
passaram pelo ensino superior. São os chamados nativos virtuais, que possuem:
interesse e hábito de comunicação instantâneos e, por isso, com dificuldades em
aprofundar conhecimentos e manter constância. Possuem ainda desprezo pela
autoridade, estando mais preocupados com seus objetivos que com os da empresa
ou da escola. São informais, criativos, multitarefas, e não se prendem a horários.
Preferem computadores aos livros, digitam ao invés de escrever e estão conectados
às redes sociais.
breve esta realidade chegará aos esportes também. Nesse sentido, apesar de sermos
das gerações anteriores, é com os membros da Geração Y e Z que trabalhamos e
estudamos, em escolas ainda formais, presas aos horários, frequências e conteúdos,
pouco criativas e rígidas em sua estrutura. Será que este modelo de escola tem
futuro? Ou será que vai seguir o mesmo caminho dos elementos apontados acima?
Para tanto, faz-se necessário uma legislação que acompanhe e esteja atenta a
esta realidade.
Geração Dos Millennials: onde vivem, como pensam, como compram e como
vendem:
Disponível em: <https://outboundmarketing.com.br/geracao-dos-millennials/>. Acesso
em: 20.04.2020.
A internet deve assim ser entendida como uma metacomunidade, por agregar
uma infinidade de outras comunidades e criar condições para formação de novas,
tendo um caráter global e possibilidade de interação e comunicação instantânea.
forma livre, sendo caracterizado por um espaço fluido, dinâmico, preciso e tratável em
tempo real, além de interativo.
A Educação a Distância
É nesse contexto que devemos pensar a Educação a Distância, sua metodologia
e os aspectos regulatórios que o marcam.
Antes de mais nada, gostaria de fazer uma reflexão a respeito do filme MATRIX,
onde nos é apresentada uma perspectiva tradicional, relacionada à tecnologia.
Quando um personagem necessitava adquirir certo conhecimento, o mesmo era
repassado por meio de transferência de dados, e o saber fazer passa a ser
incorporado pelo personagem. Será que seria possível, a partir da aquisição imediata
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de conhecimento técnico, pilotar um helicóptero, mesmo sem nunca ter feito antes?
A experiência, como neste caso, é desnecessária?
A educação encontrou um meio de chegar até as pessoas que não vão até a sala
de aula convencional. E não somente pessoas excluídas do ensino presencial, mas
também aqueles que necessitam de formações distintas que, muitas vezes, o ensino
presencial não atende.
Finalizando
CAPÍTULO SEGUNDO
ASPECTOS GERAIS DA LEGISLAÇÃO
A
pós uma contextualização sócio-histórica, chegou a hora de abordarmos os aspectos
gerais que marcam a legislação brasileira, especificamente no que se refere à
educação a distância, mas sem deixar de tratar de elementos importantes do marco
regulatório da educação brasileira.
Utilizamos o termo “no geral” por existir exceções e especificidades. Por exemplo:
Vale lembrar ainda que, quando falamos da educação básica, temos que
considerar que há uma divisão de responsabilidades entre Estado (responsável pela
oferta do Ensino Fundamental de Anos Finais, Ensino Médio e Cursos Técnicos) e
Município (responsável pela oferta da Educação Infantil e Ensino Fundamental de
Anos Iniciais).
É importante citar estes decretos para demonstrar a preocupação que se tem tido
com a regulação da educação a distância no Brasil, considerando o dinamismo
metodológico e tecnológico que envolve a modalidade.
Importante ficar atento quando da pesquisa e busca por estas Portarias, pois
devido ao dinamismo da legislação, como já evidenciado, existem alterações e
republicações das mesmas. A Portaria Normativa 840/2018, por exemplo, substituiu
a Portaria Normativa 19 de dezembro de 2017, ou seja, a PN 19 não teve duração
nem de um ano. Já as PNs 20, 21 e 23/2017 foram alteradas pelas Portarias
Normativas 740 e 741, também em agosto de 2018, juntamente com a PN 840.
Assim, para iniciar uma reflexão sobre a legislação educacional, deve-se sempre
partir da Lei 9394 de 20/12/1996, que, em seu artigo oitenta indica a necessidade de
se ofertar programas de ensino a distância em todos os níveis e na educação
continuada:
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Vale ressaltar que os decretos refletem o momento político vivido pelo país e a
percepção de cada governo em relação à educação a distância. Assim temos o
Decreto 2494, de 10 de fevereiro de 1998, modificado pelo Decreto 2561, sendo
ambos revogados pelo Decreto 5622 de 19 de dezembro de 2005, modificado pelo
Decreto 6303 de 12 de dezembro de 2007, que por sua vez é revogado pelo Decreto
9.057, de 25/05/2017.
Já no artigo 1o., define a EaD como uma das modalidades de educação, não
podendo assim haver discriminação em relação aos cursos presenciais:
Visando dar respaldo às instituições que optaram por esta oferta, e para atender
as demandas surgidas com a publicação da Medida Provisória 934 de 1º de Abril de
2020, que “Estabelece normas excepcionais sobre o ano letivo da educação básica e
do ensino superior decorrentes das medidas para enfrentamento da situação de
emergência de saúde pública de que trata a Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020”,
o Conselho Nacional de Educação publicou o PARECER CNE/CP Nº: 5/2020, com o
objetivo de orientar e estabelecer diretrizes para o cumprimento da carga horária
prevista.
Retomando a Discussão...
O modelo ideal, neste caso, seria o último, que deve possibilitar a aprendizagem
colaborativa, com as TICs indo além da disponibilização de conteúdos, informações
e objetos de conhecimentos, devendo:
Vale salientar que é possível que uma instituição de ensino superior oferte cursos
sem a necessidade de atividades presenciais, respeitando a legislação vigente e as
diretrizes curriculares nacionais de cada curso, porém, exige-se um credenciamento
específico para tal oferta:
Finalizando
Finalizamos aqui os aspectos gerais da legislação que trata da Educação a
Distância, com destaque para o Decreto 9.057, de 25/05/2017. No próximo capítulo,
abordaremos a legislação que complementa este decreto e daremos destaque para
os elementos que marcam a regulação do ensino superior, em seus diversos níveis.
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CAPÍTULO TERCEIRO
REGULAÇÃO NO ENSINO SUPERIOR
Introdução
Credenciamento e Recredenciamento.
Para iniciar suas atividades, as instituições de educação superior
devem solicitar o credenciamento junto ao MEC. De acordo com
sua organização acadêmica, as IES são credenciadas como:
faculdades, centros universitários e universidades.
Inicialmente a IES é credenciada como faculdade. O
credenciamento como universidade ou centro universitário, com as
respectivas prerrogativas de autonomia, depende do
credenciamento específico de instituição já credenciada, em
funcionamento regular e com padrão satisfatório de qualidade.
O primeiro credenciamento da instituição tem prazo máximo de três
anos, para faculdades e centros universitários, e de cinco anos,
para as universidades.
O recredenciamento deve ser solicitado pela IES ao final de cada
ciclo avaliativo do Sinaes, junto à secretaria competente.
(Fonte:<http://portal.mec.gov.br/component/content/article?id=12467:instituic
oes-credenciadas>. Acesso em: 26.04.2020).
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Graduação?
Autorização
Para iniciar a oferta de um curso de graduação, a IES depende de
autorização do Ministério da Educação. A exceção são as
universidades e centros universitários que, por terem autonomia,
independem de autorização para funcionamento de curso superior.
No entanto, essas instituições devem informar à secretaria
competente os cursos abertos para fins de supervisão, avaliação e
posterior reconhecimento (Art. 28, § 2°, do Decreto nº 5.773, de 9
de maio de 2006).
No processo de autorização dos cursos de graduação de Direito,
Medicina, Odontologia e Psicologia, inclusive em universidades e
centros universitários, a Secretaria de Educação Superior
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Até então, obrigatoriamente uma instituição para ser credenciada para EaD
deveria, primeiramente, estar credenciada para oferta de cursos presenciais, ou seja,
a partir da Portaria Normativa 11 passa a existir um novo tipo de Instituição de Ensino
Superior: que atua exclusivamente na oferta de cursos na modalidade a distância.
Artigo 8º.
§ 1º A oferta de cursos superiores a distância sem previsão de
atividades presenciais, inclusive por IES detentoras de autonomia,
fica condicionada à autorização prévia pela SERES, após avaliação
in loco no endereço sede, para comprovação da existência de
infraestrutura tecnológica e de pessoal suficientes para o
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Todos os dados referentes aos polos devem ser informados ao MEC, incluindo:
ato de criação, endereço (comprovante de locação ou equivalente), infraestrutura
(com fotos), pessoal (com documentação que comprove as contratações realizadas),
contratos de parceria (ambientes profissionais, estágio, convênios, etc.). Eventual
alteração de endereço deve ser informado, sendo tratado como substituição de polo.
IV - sala de tutoria;
V - ambiente para apoio técnico-administrativo;
VI - acervo físico ou digital de bibliografias básica e complementar;
VII - recursos de Tecnologias de Informação e Comunicação -TIC;
e
VIII - organização dos conteúdos digitais.
Artigo 1º:
Cursos de pós-graduação lato sensu denominados cursos de
especialização são programas de nível superior, de educação
continuada, com os objetivos de complementar a formação
acadêmica, atualizar, incorporar competências técnicas e
desenvolver novos perfis profissionais, com vistas ao
aprimoramento da atuação no mundo do trabalho e ao atendimento
de demandas por profissionais tecnicamente mais qualificados
para o setor público, as empresas e as organizações do terceiro
setor, tendo em vista o desenvolvimento do país.
É uma definição contemporânea, que caracteriza a forma como este tipo de curso
já vem sendo apresentado. A proposta é que seja menos acadêmico e mais
profissionalizante.
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No que se refere aos cursos a distância, pode ser ofertado nos polos
credenciados, ou ainda em endereço distinto dos polos, de acordo com a Portaria
Normativa 11 de 20/06/2017: “Art. 20. As atividades presenciais dos cursos de pós-
graduação lato sensu a distância poderão ser realizadas em locais distintos da sede
ou dos polos de EaD.”
Aliás, essa é outra novidade controversa, mas que, ao meu ver, é um grande
avanço: a não obrigatoriedade do TCC. O que vai definir se o TCC é relevante ou não
é o Projeto Pedagógico do Curso, sendo que pode ser incluso como Atividade de
Aprendizagem, e assim, compor as 360 horas do curso.
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Artigo 17
§ 2º Os cursos de pós-graduação lato sensu, nos termos desta
Portaria e do Decreto Nº 9.235, de 2017, independem de
autorização do MEC para funcionamento, devendo a instituição
informar à SERES, por meio do Sistema e-MEC, os cursos criados
por atos próprios, no prazo de 60 (sessenta) dias, a contar do ato
de criação do curso.
Neste artigo, a CAPES esclarece que as instituições que desejam ofertar cursos
stricto sensu na modalidade a distância devem ser credenciadas para oferta de cursos
superiores nesta modalidade, o que é reafirmado no artigo nono:
Finalizando
CAPÍTULO QUARTO
ENSINO HÍBRIDO/EAD NA EDUCAÇÃO BÁSICA
Introdução
É
comum, nas divulgações de cursos superior por instituições de ensino
que ofertam cursos a distância, a oferta de cursos semipresenciais ou
híbridos. Apesar de uma tendência, não há legislação específica que trate
sobre o tema. No entanto, podemos extrair da legislação vigente elementos que
podem lançar luz para quem pretende ofertar esta “modalidade” de ensino.
Vamos tratar aqui deste tema, e também da oferta de EaD na Educação Básica,
desde o Ensino Fundamental até o Ensino Médio, passando pela Educação de Jovens
e Adultos e os Cursos Técnicos.
Sobre o Ensino Híbrido na Educação Superior, vale a leitura de trecho de matéria publicada
no Jornal Estado de São Paulo:
Você já deve ter ouvido o provérbio chinês “o que eu ouço, eu esqueço; o que eu
vejo, eu lembro; o que eu faço, eu compreendo.”
Durante muito tempo a escola tinha a concepção de que o fato do aluno estar
assistindo a uma aula expositiva já estaria ativamente envolvido, porém, pesquisas
com o enfoque da ciência cognitiva indicam que os estudantes devem ir além do ouvir
para aprender de forma efetiva.
Assim, torna-se preciso que professores utilizem estratégias que leve o aluno a
pensar sobre as coisas que está fazendo e, para isso, é preciso que faça tarefas
mentais como analisar, sintetizar e avaliar. Nesta configuração o professor possui o
papel de orientar, supervisionar, e também de facilitar o processo de aprendizagem e
não somente, como único conhecedor da “matéria”.
Como dito, não há uma legislação específica que trate de cursos híbridos no
Brasil. Oficialmente, existem apenas duas modalidades de ensino: presencial e a
distância. No entanto, o regulatório abre espaços para a oferta desta “modalidade de
ensino”. Vejamos:
Vale aqui uma ressalva: apesar da portaria restringir a oferta para os cursos de
graduação, a legislação a respeito da pós-graduação resolveu este problema: a
Portaria 275 de 18/12/2018, que “Dispõe sobre os programas de pós-graduação
stricto sensu na modalidade a distância”, estendeu a oferta das disciplinas a distância
nos cursos presenciais de mestrado e doutorado. Desta forma, entende-se que esta
estende-se também aos cursos de especialização.
A Portaria 1.428, de 28/12/2018, por sua vez, é revogada pela Portaria 2117 de
06/12/2019, que “Dispõe sobre a oferta de carga horária na modalidade de Ensino a
Distância - EaD em cursos de graduação presenciais ofertados por Instituições de
Educação Superior - IES pertencentes ao Sistema Federal de Ensino”, estando a
mesma em vigor atualmente. Ao atualizar a Portaria 1428/2018, mantém a oferta de
40% de atividades e disciplinas a distâncias nos cursos de graduação presenciais,
ampliando as possibilidades de adesão.
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Visando dar respaldo às instituições que optaram por esta oferta, e para atender
as demandas surgidas com a publicação da Medida Provisória 934 de 1º de Abril de
2020, que “Estabelece normas excepcionais sobre o ano letivo da educação básica e
do ensino superior decorrentes das medidas para enfrentamento da situação de
emergência de saúde pública de que trata a Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020”,
o Conselho Nacional de Educação publicou o PARECER CNE/CP Nº: 5/2020, com o
objetivo de orientar e estabelecer diretrizes para o cumprimento da carga horária
prevista.
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Já no que se refere ao Ensino Médio, nos remete ao artigo 36 da LDB, que diz
que: “§ 11. Para efeito de cumprimento das exigências curriculares do ensino médio,
os sistemas de ensino poderão reconhecer competências e firmar convênios com
instituições de educação a distância com notório reconhecimento.”
O artigo 36 da LDB foi alterado pela Lei nº 13.415, de 16/02/2017 que trata,
dentre outras coisas, da Base Nacional Comum Curricular - BNCC, alvo de discussão
e polêmica nos últimos anos.
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Dessa forma, não há uma substituição pura e simples dos conteúdos escolares
presenciais, mas a possibilidade de agregar novas práticas e conteúdos, fazendo uso
da educação a distância.
O Ensino Técnico
Para tratarmos do ensino técnico, temos que nos remeter, primeiramente, para a
Resolução nº 6 de 20/09/2012, que “Define Diretrizes Curriculares Nacionais para a
Educação Profissional Técnica de Nível Médio”. Nesta, a educação a distância é
tratada no artigo 33, que basicamente define a carga horária mínima de
presencialidade nestes cursos: 50% nos cursos do eixo da área de saúde, e 20% nos
cursos vinculados aos demais eixos, havendo a possibilidade de oferta nos cursos
em polos.
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No caso dos cursos do eixo da área de saúde, ao exigir que 50% do curso ocorra
presencialmente, abre-se possibilidade para a configuração de cursos híbridos, com
metodologias inovadoras e programas diferenciados:
Lei nº 12.513/2011
Art. 20-B. As instituições privadas de ensino superior habilitadas
nos termos do § 2o do art. 6o-A ficam autorizadas a criar e ofertar
cursos técnicos de nível médio, nas formas e modalidades
definidas no regulamento, resguardadas as competências de
supervisão e avaliação da União, previstas no inciso IX do caput do
art. 9º da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. (Incluído pela
Lei nº 12.816, de 2013)
§ 1º A supervisão e a avaliação dos cursos serão realizadas em
regime de colaboração com os órgãos competentes dos Estados e
do Distrito Federal, nos termos estabelecidos em ato do Ministro de
Estado da Educação. (Incluído pela Lei nº 12.816, de 2013)
§ 2º A criação de novos cursos deverá ser comunicada pelas
instituições de ensino superior aos órgãos competentes dos
Estados, que poderão, a qualquer tempo, pronunciar-se sobre
eventual descumprimento de requisitos necessários para a oferta
dos cursos. (Incluído pela Lei nº 12.816, de 2013).
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Muitas IPES foram habilitadas pelo Ministério da Educação para oferta de cursos
técnicos, seguindo os procedimentos da Portaria 160 de 05/03/2013, alterada pela
Portaria 701 de 13/08/2013, que tratam do PRONATEC, e que os cursos ofertados
respeitam a tabela de cursos correlatos, conforme Portaria SETEC/MEC 01, de
29/01/2014.
Vale ressaltar que as IPES que desejam ofertar cursos técnicos, mesmo as já
habilitadas, devem se atentar às novas regras, estabelecidas pela PORTARIA Nº
1.718, DE 8 DE OUTUBRO DE 2019, que “Dispõe sobre a oferta de cursos de
educação profissional técnica de nível médio por Instituições Privadas de Ensino
Superior - Ipes” e pela PORTARIA Nº 62, DE 24 DE JANEIRO DE 2020, que “Dispõe
sobre os procedimentos associados à oferta de cursos técnicos de nível médio por
instituições privadas de ensino superior - IPES de que trata a Portaria MEC nº 1.718,
de 2019”. Em resumo, estes documentos apresentam as regras para credenciamento
de instituições privadas de ensino superior para oferta de cursos técnicos, e os
procedimentos e calendário para solicitação de autorização de cursos.
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Lei nº 12.513/2011
Art. 20-B. As instituições privadas de ensino superior habilitadas
nos termos do § 2o do art. 6o-A ficam autorizadas a criar e ofertar
cursos técnicos de nível médio, nas formas e modalidades
definidas no regulamento, resguardadas as competências de
supervisão e avaliação da União, previstas no inciso IX do caput do
art. 9º da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. (Incluído pela
Lei nº 12.816, de 2013)
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Finalizando
ACHE SEU CURSO. Justiça Federal determina que CFBIO reconheça cursos a distância.
Disponível em <http://www.acheseucurso.com.br/Justica-determina-CFBIO-aceite-cursos.aspx>.
Acesso em: 20.04.2020.
CHIANTIA, F. C. Qual o Amparo Legal para a Educação a Distância no Brasil? Brasília: ABED,
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Educação no Século XXI – Volume 5 (Metodologias Ativas). São Paulo: Poisson, 2017.
Disponível em <https://poisson.com.br/2018/produto/educacao-no-seculo-xxi-volume-5-2/>. Acesso
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