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Mapa do Inventário na Prática – Material de apoio

@prof.jayltonlopes

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Mapa do Inventário na Prática – Material de apoio
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APRESENTAÇÃO

Querido(a) aluno(a),

Seja muito bem-vindo(a) ao evento “Mapa do Inventário na Prática”. A partir


de agora, você terá a oportunidade de atuar nessa que é uma das mais lucrativas da
advocacia. Meu objetivo é fazer com que você compreenda os aspectos mais
importantes do direito sucessório para uma atuação prática de excelência.

O seu comprometimento no curso pode significar uma mudança de vida que


você jamais imaginou. Eu só peço que você assista às três aulas ao vivo. Faça esse
compromisso com você e com a sua profissão, porque o futuro haverá de premiar
aqueles que são disciplinados e estudiosos.

Um forte abraço!

Jaylton Lopes Jr.

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1. O PATRIMÔNIO

O direito sucessório busca regular a transmissão das relações jurídicas


patrimoniais. As relações jurídicas de caráter personalíssimo (ex.: imagem, honra,
estado de casado etc), assim como as obrigações de fazer personalíssimas (ex.: direito
ao recebimento de medicamento, cirurgia etc.), por outro lado, extinguem-se com a
morte do seu titular.
O direito de herança é um direito fundamental (art. 5º, XXX, da CF). Não
obstante, há certas relações jurídicas patrimoniais que não se sujeitam à sucessão, tais
como: a) direito autoral; b) usufruto, uso e habitação (art. 1.410, I, do CC).
Especificamente no tocante aos direitos autorais, a Lei nº 9.610/98 estabelece regras
próprias de transmissão causa mortis, até que a obra caia em domínio público.
Por fim, também não se sujeitam às normas do direito sucessório os valores
previstos na Lei nº 6.858/80, os quais serão percebidos diretamente pelos beneficiários
ou herdeiros junto ao órgão pagador ou mediante ação de alvará judicial.

Art. 1º - Os valores devidos pelos empregadores aos empregados e os


montantes das contas individuais do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço
e do Fundo de Participação PIS-PASEP, não recebidos em vida pelos
respectivos titulares, serão pagos, em quotas iguais, aos dependentes
habilitados perante a Previdência Social ou na forma da legislação específica
dos servidores civis e militares, e, na sua falta, aos sucessores previstos na lei
civil, indicados em alvará judicial, independentemente de inventário ou
arrolamento.

1.1. Situações peculiares

Há algumas questões que merecem atenção especial. Vejamos:

a) Obrigações propter rem

As obrigações propter rem são aquelas que estão relacionadas não ao sujeito
em si, como detentor de autonomia privada, mas sim em razão da titularidade de um

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direito real (propter rem = por causa da coisa). É o que ocorre, por exemplo, com as
taxas condominiais e tributos relativos à propriedade. Se as dívidas decorrentes de
obrigação propter rem não forem pagas, aquele que herdar tais bens assumirá a
respectiva obrigação.

b) Contas bancárias conjuntas

Como se trata de cotitularidade e há entre os correntistas uma relação de


solidariedade, caso um deles venha à óbito, o saldo existente na conta bancária deverá
ser divido igualitariamente em duas partes. Uma delas será do cotitular sobrevivo e a
outra integrará o espólio.
De igual forma, se houver saldo negativo, o espólio assumirá metade da dívida
dentro das forças da herança, sem prejuízo de a instituição financeira cobrar toda a
dívida do cotitular sobrevivo.

RECURSO ESPECIAL. PROCESSUAL CIVIL E CIVIL. DIREITO DAS SUCESSÕES.


OFENSA A DIREITO LOCAL. SÚMULA 280/STF. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC.
OMISSÃO E ONTRADIÇÃO INEXISTENTES. REVISÃO DE MATÉRIA FÁTICA.
IMPOSSIBILIDADE. INCIDÊNCIA DA S////ÚMULA Nº 7/STJ. AUSÊNCIA DE
PREQUESTIONAMENTO. SÚMULA Nº 282 DO STF. INVENTÁRIO. OFENSA AO
ART. 1.791 DO CC. NÃO OCORRÊNCIA. CONTA CONJUNTA DE TITULARIDADE
DO CÔNJUGE SUPÉRSTITE E DO DE CUJUS. PRESUNÇÃO DE QUE CADA
TITULAR DETÉM METADE DO VALOR DEPOSITADO. OFENSA AO ART. 525, II,
DO CPC. PEÇAS NECESSÁRIAS PARA COMPREENSÃO DA CONTROVÉRSIA.
OPORTUNIDADE PARA REGULARIZAÇÃO DO INSTRUMENTO. NECESSIDADE.
RECURSO ESPECIAL CONHECIDO EM PARTE E PARCIALMENTE PROVIDO. 1. A
alegada ofensa ao Decreto Estadual nº 43.981/2005 não pode ser analisada
porque apenas a violação de lei federal é que dá ensejo à interposição do
recurso especial, incidindo ao caso, por analogia, o óbice da Súmula nº 280
do STF. 2. Não há que se falar em ofensa ao art. 535 do CPC se foram
analisadas as questões controvertidas objeto do recurso pelo Tribunal de
origem. 3. Se a análise da alegação recursal demanda o reexame do conjunto
fático-probatório, não pode este Tribunal apreciar o inconformismo a teor da
sua Súmula nº 7. 4. A herança se constitui como uma universalidade de bens,
outorgando aos coerdeiros a propriedade e posse deste todo unitário -
concursu partes fiunt (art. 1.791 do CC). Conta-corrente conjunta que não
integra a universalidade de bens pelo valor total nela depositado. 5. Nos
depósitos bancários com dois ou mais titulares, cada um dos correntistas,
isoladamente, exercita a totalidade dos direitos na movimentação da conta-
corrente. No advento da morte de um dos titulares, no silêncio ou omissão
sobre a quem pertenciam as quantias depositadas, presume-se que o
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numerário seja de titularidade dos correntistas em iguais quinhões. A


cotitularidade gera estado de condomínio e como tal, a cada correntista
pertence a metade do saldo (art. 639 do CC).
6. A jurisprudência do STJ está consolidada na tese de que, no agravo do art.
522 do CPC, entendendo o julgador ausentes peças necessárias para a
compreensão da controvérsia, deverá ser indicado quais são elas, para que o
recorrente complemente o instrumento (REsp 1.102.467/RJ, Rel. Ministro
MASSAMI UYEDA, Corte Especial, julgado em 2/5/2012, DJe 29/8/2012). 7.
Recurso especial conhecido em parte e parcialmente provido apenas para
determinar o retorno dos autos ao Tribunal de origem para que seja dada
oportunidade ao recorrente de juntar a peça tida por essencial, prosseguindo
no julgamento da questão pertinente como entender de direito. (REsp
1511976/MG, Rel. Ministro MOURA RIBEIRO, TERCEIRA TURMA, julgado em
28/04/2015, DJe 12/05/2015)

c) Seguro de vida

O seguro de vida deixado pelo de cujus não integra a herança e,


consequentemente, não será objeto de inventário. Isso porque o seguro de vida é
estipulação em favor de terceiros, pago aos beneficiários nomeados pelo instituidor ou,
na falta destes, aos previstos na lei.
Nos termos do art. 794 do CC, “no seguro de vida ou de acidentes pessoais para
o caso de morte, o capital estipulado não está sujeito às dívidas do segurado, nem se
considera herança para todos os efeitos de direito”. O mesmo ocorre com o pagamento
do seguro DPVAT e dos valores decorrentes de previdência privada contratada pelo de
cujus. Por conseguinte, em todos esses casos, a ação deve ser proposta não pelo
espólio, mas pelo beneficiário.

2. O HERDEIRO

Sucessor é a pessoa que é chamada a suceder o de cujus nas suas relações


jurídicas patrimoniais. Podem ser sucessores: a) pessoa física; b) pessoa jurídica; c)
nascituro.

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O sucessor pode ser herdeiro ou legatário. Herdeiro é aquele que adquire o


patrimônio a título universal (ex.: 1/3 do patrimônio deixado pelo de cujus). Legatário é
o sucessor que recebe o patrimônio a título singular (ex.: uma casa deixada para uma
pessoa mediante testamento).
Impende destacar que uma pessoa pode ser ao mesmo tempo herdeira e
legatária (ex.: o filho que, além de herdeiro, recebeu um veículo mediante testamento).

2.1. Herdeiro legítimo e herdeiro testamentário

Herdeiro legítimo é aquele cuja legitimidade para suceder decorre de previsão


legal (ex.: descendentes do de cujus). Os herdeiros legítimos estão previstos no art.
1.829 do CC. O art. 1790 do CC, que prevê a legitimidade do(a) companheiro(a) foi
declarado inconstitucional pelo STF, devendo ser aplicado à união estável e à união
homoafetiva o art. 1.829 do CC.
Dentro da categoria herdeiros legítimos, é possível identificar duas subespécies:
herdeiros legítimos necessários e herdeiros legítimos não necessários (ou facultativos).

 Herdeiros legítimos necessários: são aqueles que não podem ser excluídos
ou preteridos pelo autor da herança (de cujus). São herdeiros necessários:
a) os descendentes; b) os ascendentes; e c) o cônjuge/companheiro (art.
1.845 do CC). Havendo descendente, ascendente ou cônjuge/companheiro,
metade do patrimônio existente no momento da abertura da sucessão
(óbito) será destinado a eles, ainda que o autor da herança tenha deixado
testamento.
 Herdeiros legítimos não necessários (ou facultativos): são aqueles que
podem ser excluídos ou preteridos pelo autor da herança (de cujus). São
herdeiros legítimos facultativos os colaterais até o quarto grau (ex.: irmão,
primo, sobrinho tio etc.). Havendo apenas colaterais, o autor da herança

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poderá, em vida, por testamento, destinar todo o seu patrimônio para


qualquer outra pessoa.

Herdeiro testamentário, por outro lado, é aquele cuja legitimidade para


suceder decorre de expressa manifestação de vontade do autor da herança. O autor da
herança pode, por exemplo, deixar a determinada pessoa, apor meio de testamento,
uma parcela do seu patrimônio.
No tocante ao cônjuge ou companheiro, ele pode ser apenas meeiro, apenas
herdeiros ou meeiro e herdeiro, a depender do regime de bens e da existência ou não
de descendentes, conforme art. 1.829 do CC, in verbis:

Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte:


I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se
casado este com o falecido no regime da comunhão universal, ou no da
separação obrigatória de bens (art. 1.640, parágrafo único); ou se, no regime
da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado bens
particulares;
II - aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge;
III - ao cônjuge sobrevivente;
IV - aos colaterais.

Para facilitar, vejamos a tabela abaixo:

NÃO HÁ
NÃO HÁ
REGIME DE BENS HÁ DESCENDENTES DESCENDENTES E
DESCENDENTES? ASCENDENTES?

Concorrerá com os
Comunhão universal Não concorrerá Herdará sozinho(a)
ascendentes

Concorrerá com os
Separação obrigatória Não concorrerá Herdará sozinho(a)
ascendentes

Separação Concorrerá com os


Concorrerá Herdará sozinho(a)
convencional ascendentes

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Concorrerá apenas em
Concorrerá com os
Comunhão parcial relação aos bens Herdará sozinho(a)
ascendentes
particulares

Não se pode confundir herança e meação. A herança, conforme estudado, é o


conjunto de relações jurídicas, ativas e passivas, transmitidas aos herdeiros do titular
em razão de sua morte. Por sua vez, a meação é direito próprio do cônjuge ou
companheiro meeiro.
A depender do regime de bens do casamento (ou união estável), é possível que
o patrimônio, ou uma parte dele, pertença a ambos os cônjuges ou companheiros
(comunicação dos bens). Nesse caso, havendo o óbito de um dos cônjuges ou
companheiro, aquele que sobreviveu terá direito à sua meação, ou seja, a parte do
patrimônio comum que lhe cabe em razão do regime de bens adotado. A outra parte é
que integrará a herança.
Vejamos um esquema envolvendo o regime da comunhão parcial de bens:

No regime da comunhão parcial de bens, comunicam-se, como regra, os bens


adquiridos na constância do casamento. No esquema acima, os imóveis 3 e 4 foram
adquiridos na constância do casamento, logo, em caso de morte da pessoa, o cônjuge
supérstite terá direito a 50% desses bens por direito próprio, ou seja, sua meação. A
outra metade integrará a herança e será distribuída entre os herdeiros. O cônjuge não
concorrerá na herança em relação a essa outra parte.
Já em relação ao imóvel 1 e ao veículo, bens constituídos pelo autor da herança
antes do casamento, como se tratam de bens particulares, não há meação, porém, em

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relação a esses bens, o cônjuge – que não é meeiro em relação a eles – concorrerá com
os demais herdeiros na herança, conforme previsão contida no art. 1.829, I, do CC.

3. A LEGÍTIMA

A legítima é a parte do patrimônio deixado pelo de cujus que será destinada,


obrigatoriamente, aos herdeiros necessários, quais sejam: descendentes, ascendentes
e cônjuge/companheiro.
Nos termos do art. 1.846 do CC, “pertence aos herdeiros necessários, de pleno
direito, a metade dos bens da herança, constituindo a legítima”. A legítima apresenta-
se como uma limitação à liberdade de transmissão de bens por testamento ou por
doação.
A operação é a seguinte: somatório dos bens existentes na data da abertura da
sucessão subtraídas as dívidas e despesas de funeral. O resultado deve ser dividido por
dois. Metade corresponderá à parte disponível e metade corresponderá à legítima. Se o
autor da herança tiver doado algum bem para descendente ou cônjuge, o valor do bem
doado será somado à legítima, pois estará sujeito à colação1.
Essa forma de se calcular a legítima decorre da combinação dos arts. 1.847 e
2.002 do CC, in verbis:

Art. 1.847. Calcula-se a legítima sobre o valor dos bens existentes na abertura
da sucessão, abatidas as dívidas e as despesas do funeral, adicionando-se, em
seguida, o valor dos bens sujeitos a colação.

Art. 2.002. Os descendentes que concorrerem à sucessão do ascendente


comum são obrigados, para igualar as legítimas, a conferir o valor das doações
que dele em vida receberam, sob pena de sonegação.
Parágrafo único. Para cálculo da legítima, o valor dos bens conferidos será
computado na parte indisponível, sem aumentar a disponível.

Vejamos um exemplo.

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Colação é a apresentação dos bens recebidos pelos herdeiros necessários do de cujus a título de doação
(art. 544 do CC). Serve justamente como forma de evitar que, ao fim e ao cabo, um herdeiro necessário
receba parcela maior de patrimônio em relação a outro herdeiro necessário.
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João faleceu e deixou três filhos: Maria, Roberto e Antônio. Deixou 03 (três)
imóveis, cada um no valor R$ 100.000,00 (cem mil reais). Não deixou cônjuge. Ocorre
que João, em vida, doou a seu filho Antônio 01 (um) veículo no valor de R$ 20.000,00
(dez mil reais). João deixou ainda uma dívida no valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais)
e as despesas com o funeral foram de R$ 10.000,00 (dez mil reais).
O cálculo da legítima será o seguinte:

Bens Dívidas
R$ 130.000,00
Parte disponível
Imóvel 1:
R$ 30.000,00
R$ 100.000,00

Imóvel 2: Funeral:
Valor da herança:
R$ 260.000,00
2
R$ 130.000,00
R$ 100.000,00 R$ 10.000,00 +
R$ 20.000,00
Maria: R$ 50.000,00 =
Imóvel 3: Roberto: R$ 50.000,00 R$ 150.000,00
R$ 100.000,00 Antônio: R$ 50.000,00 - R$ Legítima
20.000,00 (antecipação da
legítima) = R$ 30.000,00

Como Antônio já recebeu um veículo a título de doação (adiantamento da


legítima), receberá, agora, da parte que corresponde à legítima, apenas a diferença, ou
seja, R$ 30.000,00 (R$ 50.000,00 – R$ 20.000,00).
A legítima, portanto, corresponde a 50% do patrimônio líquido mais os valores
correspondes à eventuais antecipações da legítima.
Se o falecido deixou testamento, somente será transferido patrimônio aos
herdeiros testamentários até o limite da parte disponível (R$ 130.000,00). Caso as
disposições testamentárias ultrapassem a parte disponível, haverá a redução dos
bens/frações patrimoniais objeto do testamento, a fim de que seja observada a
legítima2.

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Nos termos do art. 1.967, “as disposições que excederem a parte disponível reduzir-se-ão aos limites
dela, de conformidade com o disposto nos parágrafos seguintes”. O § 1º do referido artigo prevê que “em
se verificando excederem as disposições testamentárias a porção disponível, serão proporcionalmente
reduzidas as quotas do herdeiro ou herdeiros instituídos, até onde baste, e, não bastando, também os
legados, na proporção do seu valor”. Por sua vez, o § 2º dispõe que “se o testador, prevenindo o caso,
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Não havendo disposições testamentárias, o valor da parte disponível deve ser


distribuído entre os herdeiros.
A legítima também é protegida antes mesmo do óbito da pessoa. Assim, a
pessoa não pode doar mais de 50% do seu patrimônio a outras pessoas. Com isso,
protege-se o direito dos herdeiros necessários a 50% do patrimônio do futuro autor da
herança. Caso a doação ultrapasse 50% do patrimônio, o excedente será nulo, conforme
prevê o art. 549 do CC (“nula é também a doação quanto à parte que exceder à de que
o doador, no momento da liberalidade, poderia dispor em testamento”). Fala-se, nesse
caso, em doação inoficiosa. Note, contudo, que a nulidade somente atingirá a parte
excedente à legítima, mantendo-se válida a doação enquanto observar os limites da
parte disponível.
Nesse caso de doação a terceiros, o cálculo da legítima deve ser feito no
momento da doação, pouco importando se, após, o doador aumentou ou diminuiu o
seu patrimônio.
Um último registro é importante. Somente haverá doação inoficiosa quando a
liberalidade for em favor de quem não é descendente ou cônjuge. Caso a doação seja
feita a descendente ou cônjuge, tem-se adiantamento de herança, cabendo ao herdeiro
necessário levar o bem à colação.
Se o valor doado não ultrapassar a sua quota parte, ele receberá apenas a
diferença, conforme exemplo anterior. Por outro lado, se o valor da doação ultrapassar
a quota parte do herdeiro donatário, ele deverá restituir o excedente. Não se fala, aqui,
em nulidade do excedente, mas apenas em redução da doação para preservação da
legítima.

Ótimos estudos!

dispuser que se inteirem, de preferência, certos herdeiros e legatários, a redução far-se-á nos outros
quinhões ou legados, observando-se a seu respeito a ordem estabelecida no parágrafo antecedente”.
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