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https://doi.org/10.25145/j.pasos.2016.14.043
www.pasosonline.org
Ana Muñoz**
Universidade Rey Juan Carlos (Espanha)
Mª Carmen Lafuente***
Universidade Nebrija (Espanha)
Resumo: A transmissão de contas é configurada como um elemento chave para o sucesso dos processos de governança e, no
entanto, são inexistentes os estudos que analisaram esse elemento no âmbito da governança em destinos turísticos. O presente
artigo tem como objetivo fundamental manifestar a relevância da transmissão de contas através da necessidade de consultar os
cidadãos de sua Administração Pública Municipal (APM) e a utilidade que o órgão fornece ao relatório de sustentabilidade anual
nos destinos. turísticos. Para alcançar esses objetivos, revisamos a literatura especializada relacionada para, posteriormente,
levar ao cabo uma consulta dirigida aos interessados nos destinos turísticos espanhóis. A população avaliada é de 11.251
indivíduos, obtendo finalmente 1.027 respostas, o que supõe um erro de registro de ±2,91% para um nível de confiança de 95%.
Os resultados obtidos da investigação permitem comprovar como os residentes nos destinos turísticos têm uma rotunda
necessidade de que seu APM tenha poucas contas, especialmente no âmbito econômico. Esses resultados são destacados, não
apenas por sua relevância para o âmbito de conhecimento do planejamento e gestão de turismo, mas também pelas importantes
implicações que têm para os responsáveis públicos.
Palabras Clave: Rendición de cuentas; Governança; Turismo; Partes interessadas; Administração pública.
660 A representação de contas como elemento chave na governança dos destinos turísticos
1. Introdução
Uma das principais preocupações que, durante os últimos anos, esteve presente na literatura relacionada ao planejamento e
gerenciamento dos destinos turísticos é a governança. Autores de grande relevância no âmbito turístico podem manifestar a
necessidade de desenvolver processos de governança exitosos nos destinos, gerando também uma literatura abundante sobre este
conceito (Jamal y Getz, 1999; Dredge y Jenkins, 2007; Beaumont y Dredge, 2010; Bramwell e Lane, 2011).
A profusa literatura acadêmica, em mudança, não apresenta unanimidade na hora de aprofundar o conceito, pois não existe uma
única definição aceita internacionalmente, o que gera certa ambiguidade. Unicamente parece produzir certo consenso ao afirmar
que a governança implica uma mudança no modo tradicional de governo do setor público, passando por um processo de governo
aberto com a participação dos diversos grupos de interesse.
Dentro dessa mudança no modo de governo, diversas instituições e autores propõem a necessidade de fomentar os mecanismos
de transmissão de informações do setor público1 para melhorar a governança (Barzelay, 1998; Guarini, 1999; Mulgan, 2000a;
OCDE, 2003; Steccolini, 2004; Valverde, 2004), especialmente devido ao papel chave que tem na confiança e na legitimação do
setor público antes disso (Farneti y Siboni, 2011).
Apesar dessa evidente necessidade, na literatura acadêmica relacionada à gestão pública, sempre escassearam os estudos que
analisaram a percepção que os cidadãos têm sobre a transmissão de informações externas ao setor público. Por isso, esta
investigação é centralizada no nível local, dado o papel chave que representa este nível administrativo no âmbito dos destinos
turísticos.
Estas considerações contribuíram para conformar uma das principais questões do nosso estudo: Qual é a necessidade de
consultar os diversos interessados dos destinos turísticos sobre a entrega de informações da sua Administração Pública Municipal
(APM)? Partindo desta pergunta, analisamos se o mecanismo mais utilizado de entrega de contas no setor privado, o relatório de
sustentabilidade2 anual, poderia ser aplicado ao setor público.
Posteriormente, e com o objeto de contraste anterior, realizamos um estudo no âmbito do setor turístico
espanhol. Este trabalho tinha como objetivos: (i) conhecer a percepção que as partes interessadas têm
dos destinos turísticos sobre a transmissão de informações do seu APM; (ii) analisar as diversas variáveis sociodemográficas (edad,
nível de formação, comunidade autônoma de residência e grupo de agentes com quem se identifica) que influenciam essa percepção;
(iii) determinar o âmbito que os grupos de interesse consideram mais relevantes para uma possível transmissão de informações; (iv)
e, por último, saber se os diversos grupos de interesse consideram o relatório anual de transmissão de informações um instrumento
útil para a transmissão de informações reais e efetivas.
Esta investigação foi centrada na Espanha por ser um dos países líderes tanto em legados de turistas
internacionais (64,97 milhões em 2014) como em ingressos internacionais por turismo (63.094 milhões de
euros em 2014) segundo dados do Instituto de Estudos Turísticos ( IET, 2015). A metodologia utilizada foi
quantitativa através da técnica da consulta, o que foi direcionado às partes interessadas
dos destinos turísticos espanhóis, em concreto, aqueles localizados nos 151 pontos turísticos da Enquete de Ocupação Hoteleira
(EOH) do Instituto Nacional de Estatística (INE).
O setor público desenvolve sua atividade em um contexto complexo caracterizado por uma descida nos níveis de confiança dos
cidadãos que é necessário fazer frente a determinadas reformas3 .
Esses retos permitiram melhorar a confiança e, em consequência, os níveis de dessegurança política e de legitimidade no sistema
democrático (Di Palma, 1970; Bresser, 1996; Prats i Catalá, 2001; Fernández et al., 2008; Bouckaert, 2012 ).
Neste contexto, uma das propostas de grande parte das instituições de nível internacional e de um bom número de especialistas
no tema, é a de melhorar os sistemas de transmissão de contas e, em definitivo, a conquista de uma maior transparência de la
acción pública (Ostrom, 1973; Banco Mundial, 1992; BID, 2003; OCDE, 2003; Blind, 2007; Vernis y Mendoza, 2009).
Ambos os termos, representação de contas e transparência, são encontrados amplamente relacionados e às vezes até são
confundidos entre si. No entanto, a transparência é necessária, mas não é suficiente para construir a renderização de contas (Fox,
2008: 175). Concretamente, a transparência se refere ao “acesso público à informação sobre o desempenho do Estado” (Fox, 2008:
177) enquanto a
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a transmissão de contas será mais do que isso, ao surgir da relação entre as partes em que uma delas tem a
obrigação de explicar ao outro suas decisões e ações, assim como os resultados e efeitos delas derivadas.
Este último termo castelhano não inclui em sua concepção um dos elementos chaves para seu inglês
equivalente, accountability4 , que também contém, além do descrito, a obrigação de algum tipo de controle
para verificar a consistência da informação.
Seguindo esta linha, em nosso trabalho entendemos que a transmissão de contas supõe a assunção da
responsabilidade por parte do setor público de explicar e explicar as decisões, o desenvolvimento, a gestão, os
resultados e os efeitos da atuação pública caindo às vezes nas possíveis consequências /
sanções no diálogo periódico com suas partes interessadas.
Desse modo, podemos afirmar que existem duas dimensões fundamentais no conceito de interpretação de
contas. Trata-se do conceito de responsabilidade que se refere à obrigação de explicar as ações e explicar as
coisas antes que você confie nessas responsabilidades (Mulgan, 2000; Schedler, 2004; Steccolini, 2004; Bovens,
2007) e a aplicação que faz referência às ações orientadas ao cumprimento da lei e às ações relacionadas ao
controle e à sanção (O'Donnell, 1997; CLAD, 2000; Mulgan, 2000; Schedler, 2004; Steccolini, 2004; Bovens et
al ., 2008) .
No entanto, ainda em nossos dias, o significado e o sentido desta obrigação não estão totalmente definidos
ao tratar de um conceito multidimensional –devido às diversas dimensões que podem ser englobadas–,
multidirecional –por causa dos múltiplos agentes antes dos que podem ou devem render contas –, e cambiante –
por encontrar-se em constante evolução e adaptação aos diversos contextos socioeconómicos, políticos e
culturais–.
Historicamente, o setor público justificou alguns de seus atos antes de diferentes assuntos e de diversas
maneiras por estar obrigado a ele. Embora o conceito de transmissão de contas tenha sua origem no século XIII,
é do século XVIII, quando você adquire um sentido que se aproxima mais do que atualmente entendemos por
tradução de contas.
No desempenho de suas funções, o setor público tem a responsabilidade de, por um lado, cumprir seu
trabalho de maneira honesta e cumprir as normas estabelecidas e, por outro lado, definir as políticas mais
adequadas com base nos interesses gerais, de leve-os a cabo de uma maneira eficaz e eficiente e assuma
a responsabilidade associada a esses dois ambiciosos, mas também às consequências que deles derivam.
Deste modo, desde há séculos existe um vínculo claro entre o setor público, como responsável pela gestão
dos recursos públicos, e os cidadãos proprietários desses recursos. Este vínculo gera, por um lado, a obrigação
dos primeiros de explicar e explicar suas decisões antes de diversos assuntos e por outro, o direito dos segundos
a exigir responsabilidades.
Apesar disso, o termo representação de contas adquiriu diversos significados ao longo das diversas etapas
do setor público. Ao analisar a evolução da transmissão de contas no setor público, observa-se que esta foi
desenvolvida tradicionalmente uma transmissão de contas internas, realizada ante níveis administrativos
jerárquicamente superiores ou ante entidades auditoras. Nessa aproximação da transmissão de contas, o fórum
foi formado pelas partes interessadas internas enquanto a transmissão de contas para grupos externos era
praticamente inexistente.
Assim, por exemplo, durante a etapa burocrática da gestão pública predomina uma visão da transmissão de
contas centrada em um controle rígido sobre os procedimentos e na adaptação dos pressupostos à lei e às
normas. Enquanto isso, na etapa da Nova Gestão Pública (NGP), a transmissão de dados evoluiu para o controle
sobre o desempenho governamental, sobre a eficácia e eficiência e sobre os resultados e efeitos logrados. A
relevância e o alcance da transmissão de histórias nessas etapas são certamente limitados pelas ideias
predominantes que caracterizam esses modelos de organização e gestão pública.
Foi nos últimos anos, com a herança do governo, quando a transmissão de informações ampliou sua
relevância e alcance. A governança atribui à prestação de contas um papel chave na gestão pública e amplia
seu espectro para uma visão holística e integrada que permite pensar em uma prestação de contas mais
adequada às necessidades da sociedade atual.
Desta forma, a tradução de contas é convertida em um dos símbolos da boa governança (Blind, 2007;
Nunkoo et al., 2012; Bovens, 2005) aparecendo na agenda de governos de todo o mundo como um dos
retos para conseguir pelo setor público.
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662 A representação de contas como elemento chave na governança dos destinos turísticos
Um bom número de teorias, como a Teoria da Agência, a Teoria da Legitimidade, a Teoria das Partes
Interessadas, a Economia Política ou a Teoria Institucional, entre outras, contribuíram para explicar e explicar
esta necessidade de “resposta de” que existe na relação que se estabelece entre o setor público e os cidadãos, representada através
dos diversos grupos de interesse.
Mesmo que cada um deles permita fundamentar o conceito de transmissão de histórias no setor público de maneira individual,
abaixo de nosso ponto de vista, o resultado de maior interesse é adotar uma perspectiva multienfoque, pois isso permite aproximar-se
de diversas perspectivas às motivações e razões pelas quais é necessário que o setor público conte sobre seus diversos grupos de
interesse.
Nos anos setenta, Ostrom sinalizou a necessidade de fortalecer o princípio de que “um bom governo é um governo controlado,
mas controlado pela eficiência, por mecanismos de medição de resultados, que compreende a realidade das redes de política nas
quais se mueve la burocracia nas democracias contemporâneas” (Ostrom, 1973: 131-132).
Na sociedade atual, cada vez mais são os grupos que exigem do setor público que sejam mais transparentes em suas ações e
decisões, que se baseiam nas políticas e nas práticas que realizam suas instituições em todas as suas facetas. Para a OCDE (2003)
entre as condições necessárias para que os cidadãos recuperem a confiança nos poderes públicos se encontrem “una buena
instrucción cívica, procedimientos transparentes y la responsabilización” (OCDE, 2003: 17).
Precisamente essas diversas abordagens contribuem para constatar a necessidade de entrega de informações na esfera pública
e permitem também abordar aqueles que devem ser considerados os diversos grupos de interesse antes que o setor público deva
fornecer informações.
Nos últimos anos, a aplicação da Teoria das Partes Interessadas ou da Teoria da Legitimidade permitiu ampliar o número de
grupos de interesses antes que o setor público deva prestar contas a todos os que foram influenciados e/ou influenciados por/ e ele.
Podemos afirmar por tanto que, na atualidade, a transmissão de informações adquire uma perspectiva multidirecional.
-pública, que adquire maior relevância no relacionamento com o fomento e melhoramento da governança, especialmente no caso das
entidades locais, no âmbito do estudo do atual trabalho de investigação.
O conjunto formado por relações entre o setor público e seus grupos de interesse determina os mecanismos usados para levar ao
cabo uma transmissão de informações reais e efetivas. Apesar de existirem vários mecanismos para a transmissão de informações
externas (foros, auditorias, consultas, etc.), nossa investigação está centralizada no relatório de solidez.
Nesse sentido, nos últimos anos, a publicação de relatórios ou relatórios5 se tornou um dos mecanismos mais utilizados para a
transmissão de informações, especialmente no setor privado, enquanto as organizações do setor público não seguiam esse ritmo
( Farneti e Guthrie, 2008).
A publicação de relatórios se refere ao fornecimento de informações por um agente de uma forma, tempo e local determinados,
direcionados a seus grupos de interesse. Em suas formas mais elaboradas, o relatório pode substituir informações diárias ou
complexos de relatórios financeiros (Dubnick, 2003b).
Tradicionalmente, o tipo de relatório mais utilizado e também desenvolvido, tanto no setor público como no setor privado, tem sido
o relatório financeiro. Na maior parte dos países, as grandes corporações e também o setor público foram obrigados a publicar
informações econômicas-financeiras sobre suas contas, seguindo alguns requisitos legais ou profissionais.
No entanto, o relatório financeiro não permite medir os impactos sociais e ambientais médios da organização (Steccolini, 2004;
Farneti y Guthrie, 2008) com a preocupação de que, desde a década da semana , se encontre cada vez mais estendido entre a
sociedade fazendo necessário que as organizações públicas informam mais amplamente que incluem esse tipo de requisitos.
Para referir-se a esta informação sobre aspectos mais relacionados com os financeiros, se foram estendidas diversas informações
termos como equilíbrio social, informar tripla conta de resultados6 , sociais, médio-ambientais e
de sostenibilidad7 ou informe/memoria de sostenibilidad ou de RSC.
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No âmbito do setor público, participando do amplo desenvolvimento no setor privado, o termo “informação
de sustentabilidade” é também o termo mais amplamente aceito e utilizado. Para Ball é a maneira de
fornecer informações que ajudam os governos e outras partes interessadas a “compreender o
aproximadamentemiento ou o alejamento das comunidades para a sustentação” (Ball, 2002:61).
Trata-se, em definitivo, de uma aproximação através de qualquer publicação de informações sobre o
desempenho de todas as áreas, incluindo as dimensões econômica, social e medioambiental, mas também
as decisões tomadas pelo poder máximo da organização.
Tendo em conta esta perspectiva, consideramos que a publicação de informações integradas de
sustentabilidade poderia gerar diversos impactos positivos tanto na própria gestão do setor público como na
percepção que os cidadãos têm dele.
No caso do setor público, a apresentação de relatórios de sustentabilidade parece estar sendo produzida
mais lentamente do que no setor privado (Ball, 2004; Ball y Grubnic, 2007; Farneti y Guthrie, 2008; Bellringer
et al., 2011). ; Navarro et al., 2011). Existe uma importante ausência nas práticas de publicação de
informações com sustentação por parte das entidades públicas que permitem manifestar o desconhecimento
e a falta de aplicabilidade neste âmbito (Farneti y Guthrie, 2008), embora não haja falta de interesse, pois
algumas entidades está utilizando outros mecanismos para publicar informações (Navarro et al., 2011)
Da mesma forma que ocorreu entre as grandes corporações, o setor público concentrou a publicação de
informações no âmbito financeiro para estar, na maior parte dos casos, obrigado a isso enquanto você
deixou para um lado a publicação de outro tipo de informação.
Ao analisar a publicação de informações por parte do setor público, detectamos que durante a etapa do
modelo burocrático, essa publicação se limitou ao cumprimento dos procedimentos legais e técnicos na
gestão, assim como no controle de gastos. Os relatórios são publicados geralmente para o uso interno, em
especial para facilitar o controle por parte das organizações auditoras. Com as reformas geradas pela NGP,
a entrega de informações passou a um primeiro plano e com a publicação de informações. A orientação
para o desempenho e os resultados, a utilização de sistemas de controle e medição e a ênfase na
transparência geram uma nova visão da transmissão de informações no setor público, no qual cada vez é
mais necessário informar as diversas partes interessadas sobre a gestão dos recursos públicos e dos
resultados obtidos. Além disso, nos últimos anos, como vimos nas epígrafes anteriores, o foco também se
colocou nos efeitos da ação pública sobre seus grupos de interesse.
Além desta nova visão, as mudanças ocorridas no ambiente em que o setor público opera exigem que
você tenha informações públicas úteis e verificáveis. As demandas cidadãs em favor da transparência
tornaram imprescindível a publicação de informações que se referiram aos âmbitos sociais e medioambientais
nas estratégias, atividades, desempenho e impactos das entidades públicas, como você está fazendo
algumas delas com a apresentação de memórias de solidez da realização de auditorias sociais (Ball, 2004).
No entanto, a publicação de informações sobre a estabilidade do setor público não recebeu a atenção
necessária, nem por parte da própria administração, nem por parte do âmbito acadêmico, por isso é
necessário desenvolver investigações que analisem a naturalidade da interpretação de contas sustentáveis
nas instituições públicas (Ball, 2004; Steccolini, 2004; Ball y Grubnic, 2007) e o design dos relatórios de
sustentabilidade como um elemento chave na representação de contas (Dubnick, 2003).
Durante os últimos anos, experimentou-se um aumento no número de autores que estudaram diversos
aspectos relacionados ao relatório de sustentabilidade nas entidades públicas, entre outros, sobre o conceito
de informe de sustentabilidade (Ball, 2004); o valor do relatório de sustentação (Steccolini, 2004; Marcuccio
y Steccolini, 2005), os fatores de influência (Sciulli, 2011) ou as metodologias para a elaboração de relatórios
(Brown et al., 2009).
Além disso, surgiram estudos que analisaram a situação da publicação de informações de riqueza em
diversos países como Austrália (Ryan et al., 2002; Farneti y Guthrie, 2008; Hoque, 2008), Canadá (Blanco
et al., 2011 ). ), Espanha (Larriñaga y Pérez -Chamorro, 2008), Nova Zelândia (Bellringer et al., 2011), Reino
Unido (Jones y Pendlebury, 2004; Ball, 2004) o Itália (Steccolini, 2004; Marcuccio y Steccolini, 2005 y 2009).
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664 A representação de contas como elemento chave na governança dos destinos turísticos
Entre todas as investigações que foram aprofundadas sobre o uso de relatórios de sostenibilidad no setor
público, destacam-se duas vertientes opuestas no que se refere à utilidade do relatório: os benefícios do
relatório de sostenibilidad e os problemas do mismo.
No grupo que considera o relatório de sustentabilidade como um mecanismo fundamental no âmbito
público, existem diversas razões que podem ser agrupadas em duas visões principais: visão instrumental e
visão para as partes interessadas.
A visão instrumental é aquela que considera o relatório de sustentabilidade como um dos principais
meios para atingir objetivos específicos no setor público. Nesse sentido, queremos afirmar que o relatório é
uma parte fundamental nos sistemas de controle como mecanismo para garantir a congruência entre os
objetivos da organização e as ações das diferentes unidades (Dubnick, 2003; Farneti y Bestebreur, 2004);
para a tomada de decisão (Ryan et al., 2002); ou para o progresso para o desenvolvimento sustentável
(Farneti y Siboni, 2011).
No segundo grupo, a visão para as partes interessadas, autores como Farneti e Guthrie (2008) consideram
que o primeiro objetivo do relatório de sustentabilidade é informar as partes interessadas internas, fazendo
com que a razão principal melhore a imagem da entidade pública antes de sua partes interessadas externas.
Apesar de todos esses argumentos, também há outro grupo de autores que identificaram diversos
problemas na hora de usar o relatório de sustentabilidade no setor público e, por isso, consideram que seu
valor é relativo. Os argumentos podem ser agrupados em função de três perspectivas: a utilização do relatório,
os problemas na elaboração do relatório e a utilidade para o usuário.
Na perspectiva relacionada à utilização do relatório, destacam-se os problemas relacionados à utilização
real por parte dos usuários atuais, assim como a baixa qualidade dos relatórios, a falta de seu uso para a
comunicação externa ou a falta de complementaridade com mecanismos alternativos ( Steccolini, 2004).
A segunda perspectiva baseia-se nos problemas encontrados por parte do setor público na elaboração dos
relatórios entre os que destacam a não colaboração dos gestores, a não compreensão da utilidade do mesmo,
a resistência à coleta de dados adicionais, a dificultado para identificar os temas relevantes, os recursos
limitados ou o custo excessivo na elaboração e na complexidade das metodologias para desenvolvê-lo
(Bellringer et al., 2011).
Por último, a terceira perspectiva se baseia nos usuários dos relatórios de sustentabilidade. Entre os
problemas relacionados com os usuários, há a identificação de alguns como a existência de uma demanda
relativamente baixa no relatório de sustentabilidade, o pouco interesse dos usuários, a não inclusão no
relatório de informações relevantes, a complexidade do formato ou o idioma ou o disponibilidade real de los
informes (Jones y Pendlebury, 2004).
Apesar de haver elementos contrários, no presente trabalho consideramos que a utilização do relatório
de sustentabilidade é um mecanismo fundamental para a transmissão de informações efetivas do setor
público para suas partes interessadas. Os benefícios que podem gerar o relatório de sustentabilidade são
posicionados muito por cima dos argumentos em contra, e cabe a você perguntar se esses argumentos em
contra servem na realidade para melhorar a qualidade dos relatórios de sustentabilidade, assim como sua
acessibilidade e utilização pelos diversos grupos de interesse.
8. Metodologia
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e ele. Além disso, foram incluídos na consulta acadêmica, docente e/ou pesquisador, relacionada à análise
do sistema turístico na Espanha.
Assim, nossa população foi formada por diversos grupos de interesse ou partes interessadas dos 151
destinos turísticos considerados pontos turísticos pelo INE e, dada a inexistência de uma base de dados
dos indivíduos objeto de nosso estudo, os meses de abril e maio de 2013 nos dedicamos exclusivamente à
elaboração de uma base de dados o mais completa possível, que finalmente está formada por 11.251
contatos. Obrigado a esta ampla base de dados, registramos uma alta taxa de resposta e finalmente
obtivemos 1.027 respostas válidas que supuseram um erro mensal de 2,91%.
população
Infinita (todas as pessoas relacionadas com os 151 destinos
turísticos selecionados e acadêmicos do sistema turístico)
Povoação muestreada Finita: 11.251 indivíduos
A distribuição do questionário foi eletrônica, via e-mail, utilizando a plataforma web “Encuesta Fácil”
(www.encuestafacil.com) em espanhol. O primeiro envio de perguntas foi realizado de forma escalonada
desde 05 de novembro até 19 de novembro de 2013. A partir dessa data, foi enviado um novo pedido para
as entidades e sujeitos que não responderam à primeira solicitação e se cerró la recogida de respuestas al
cabo de quatro semanas (em 17 de dezembro de 2013).
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666 A representação de contas como elemento chave na governança dos destinos turísticos
Do total de envios, o questionário foi complementado por um total de 1.027 contatos, determinando uma
demonstração com um nível de confiança de 95% e um erro de ±2,91%8 yp=q=50. As respostas obtidas
foram processadas com o software SPSS Versão 20.0 da IBM.
11. Mostra
A lista obtida na investigação empírica é formada por um total de 1.027 questionadores cujo perfil majoritariamente corresponde
a idades compreendidas entre os 34 e os 56 anos e com estudos universitários; que procedem das comunidades autônomas da
Andaluzia, Catalunha, Madrid, Comunidade Valenciana, Ilhas Baleares e Ilhas Canárias e que se identificam, majoritariamente, com
o setor privado, especialmente com o subsetor de alojamentos, e com a sociedade civil, com associações de vizinhos e culturais.
12. Resultados
meios de comunicação DT
N = 1,027
Fonte: elaboração própria.
Do total de consultas, uma porcentagem considera mais que necessária a interpretação de conta (Tabela 3). Concretamente,
91% são considerados bastante ou totalmente necessários (os 69,2% correspondem à resposta “Totalmente necessário” e os 21,8%
a “Bastante necessário”). Em troca, uma porcentagem insignificante (0,7%) é considerada pouco ou nada necessária.
Frequência Porcentagem
Nada necessário 1 0,1%
Necessário 85 8,3%
N=1,027
Fonte: elaboração própria.
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meios de comunicação DT
Os resultados obtidos para cada um dos âmbitos de estudo segundo as variáveis sociodemográficas
apresentam resultados relativamente semelhantes, resultando que, no grupo de 46 -56 anos, os sujeitos
pertinentes às comunidades autônomas do País Vasco e da Galiza e às Associações da Sociedade civil são
aqueles que têm uma grande necessidade de entrega de contas (Tabela 5).
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668 A representação de contas como elemento chave na governança dos destinos turísticos
Esses níveis têm resultados menos homogêneos em função do nível formativo, já que é o grupo de
estudos superiores àquele que exige maior representação de assuntos econômicos e, sem embargo, o
grupo de estudos é aquele que mais o faz nos ambientes socioculturais e medioambientais .
Segundo os resultados obtidos, pode-se afirmar que há uma tendência muito favorável à utilidade
da publicação de um relatório de prestação de contas (M=4,25, DT=0,849) (Tabela 6).
meios de comunicação DT
N = 1,027
Fonte: elaboração própria.
Uma porcentagem elevada dos entrevistados, 96,4%, considera o relatório anual de obtenção de
informações útil, bastante útil ou totalmente útil e apenas 3,6% considera pouco útil ou nada útil (Tabela 7).
Frequência Porcentagem
Nada útil 3 0,3%
N=1,027
Fonte: elaboração própria.
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estando muito por baixo da mídia para o total de comunidades autônomas. Neste sentido, cabe ressaltar
que, como já vimos anteriormente, o País Vasco é a comunidade que mostra maior necessidade de entrega
de contas.
Finalmente, dependendo da tipologia de agente, os meios de comunicação e as associações empresariais
são os agentes que consideram mais útil o relatório anual (M=4,38 e M=4,37 respectivamente) enquanto os
membros da própria administração pública são os que são menos úteis (M=4,08, DT=0,907), sendo esses
os que também consideram a entrega de contas menos necessária. Esses resultados coincidem, portanto,
com os obtidos para a variável de transmissão de informações gerais para aqueles que consideram o
relatório anual mais útil.
Como conclusão da análise dos dados obtidos, pode-se afirmar que os entrevistados perceberam como
muito necessário que o APM contém informações sobre suas decisões, ações e resultados, já que uma
ampla maioria o considera bastante ou totalmente necessário (91%). Dependendo dos âmbitos –económicos,
socioculturais e médioambientais–, os interrogados apresentam grande interesse nas três dimensões, se
bem que a economia no sentido em que os interrogados apresentam uma grande necessidade de
transmissão de contas.
Por último, no que diz respeito à percepção da utilização do relatório de prestação de contas, também
uma grande maioria (96,4%) valora a utilização do relatório de prestação de contas anual; em concreto,
perto da metade dos entrevistados (47%) é considerado totalmente útil. Esses resultados reconfirmam a
necessidade de que as consultas do APM sejam feitas e posicionadas no relatório de transmissão de contas
anual como um instrumento eficaz para levá-la ao cabo.
13. Conclusões
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670 A representação de contas como elemento chave na governança dos destinos turísticos
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672 A representação de contas como elemento chave na governança dos destinos turísticos
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Notas
1 O papel do setor público se encontra em pleno processo de mudança e, apesar disso, ele se identifica como um dos agentes
principais no desenvolvimento turístico (Dredge et al., 2006; Ball y Grubnic, 2007; Bramwell, 2011; Bramwell e Lane, 2011;
Muñoz Mazón e Velasco González, 2015).
2 O relatório de sustentabilidade é consultado com o termo sustentavel, que no âmbito turístico é definido pela primeira vez pela
OMT como “O turismo que satisfaz as necessidades presentes dos turistas, ao mesmo tempo que preserva os destinos e
incrementa novas oportunidades para o futuro. Deve ser concebido de modo que conduza a gestão de todos os recursos
existentes, tanto desde o ponto de vista da satisfação das necessidades econômicas, sociais e estéticas como da manutenção
da integridade cultural, dos processos ecológicos essenciais, da diversidade biológica e dos sistemas de suporte da vida”
(Sancho, 1998:21).
3 Grande parte dos autores hablan de reformas ou transformações. Según Saboya (2006, p.374) as expressões Transformação de
Estado e Reforma do Estado “são sinônimas e se referem ao conjunto de mudanças das organizações públicas que buscam
manter uma coerência entre um projeto político e a estrutura estatal que deve implementar o plano político”.
4 Este termo tem dificuldade de tradução para o castelhano, accountability é utilizado aqui no sentido de “rendir contas” ou de
“responder de”.
5 O termo utilizado em inglês é o de reportagem, também estendido à literatura acadêmica em castelhano.
6 O termo Triple Conta de Resultados corresponde ao termo inglês Triple Bottom Line (TBL).
7 O termo utilizado por alguns autores em inglês é o relatório social, ambiental e de sustentabilidade (SEA).
8 O cálculo do erro mostrado, como neste caso de estimativa de proporções, é realizado através da seguinte fórmula:
Siendo:
n = tamanho da mostra (n=1,027)
N = tamanho da população (N=11.251)
P = porcentagem da população que apresenta características de interesse. Dado que não se sabe que o pré-requisito é utilizado no caso
mais desfavorável P=Q=50%.
Q = (1 - P) porcentagem da população que não apresenta o recurso.
K = constante que depende do nível de confiança prefijado de 95%= 1,96.
9 Seria de esperar que níveis educativos anteriores relativamente semelhantes não existissem diferenças tão grandes em seus valores
médios.
Recebido: 31/10/2015
Reenviado: 25/02/2016
Aceito: 29/05/2016
Alguma avaliação por pares anônimos
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