O documento discute a teoria das inteligências múltiplas de Howard Gardner e como ela pode ser aplicada para personalizar o ensino de acordo com as capacidades individuais de cada aluno. A teoria define 9 tipos de inteligência e fornece exemplos históricos que ilustram cada tipo. A conclusão defende que a educação deve centrar-se nas forças e interesses de cada criança.
Descrição original:
Título original
A utopia da personalização do ensino e as inteligências múltiplas
O documento discute a teoria das inteligências múltiplas de Howard Gardner e como ela pode ser aplicada para personalizar o ensino de acordo com as capacidades individuais de cada aluno. A teoria define 9 tipos de inteligência e fornece exemplos históricos que ilustram cada tipo. A conclusão defende que a educação deve centrar-se nas forças e interesses de cada criança.
O documento discute a teoria das inteligências múltiplas de Howard Gardner e como ela pode ser aplicada para personalizar o ensino de acordo com as capacidades individuais de cada aluno. A teoria define 9 tipos de inteligência e fornece exemplos históricos que ilustram cada tipo. A conclusão defende que a educação deve centrar-se nas forças e interesses de cada criança.
A utopia da personalização do ensino e as inteligências múltiplas
Prof. Dr. Roque Lucio
Atualmente, quando se fala em metodologias ativas, em que o aluno é o centro do processo ensino aprendizagem, um dos pressupostos básicos é a personalização do ensino, ou seja, quando se procura ministrar o ensino baseado nas potencialidades de cada aluno. A educação personalizada leva em consideração que cada criança tem seu jeito de aprender, seja através da leitura, de atividades dinâmicas ou até de expressões artísticas e uma das principais ferramentas no processo de personalização do ensino é a tecnologia. Quando falamos que cada criança tem seu jeito de aprender, buscamos fundamentação na teoria das inteligências múltiplas. Na década de 1980, um grupo liderado pelo psicólogo Howard Gardner elaborou um estudo que ficou conhecido como teoria das inteligências múltiplas. O objetivo era analisar e entender como funciona a inteligência humana. A teoria das inteligências múltiplas é um conceito elaborado por Howard Gardner para descrever como cada ser humano demonstra suas capacidades de maneira única. Para ele, cada indivíduo tem habilidades e aptidões únicas. Cada habilidade foi definida como um tipo diferente de inteligência que a pessoa pode desenvolver ao longo da vida. A inteligência humana é um potencial biopsicossocial. Por isso para que ela se desenvolva, outros fatores devem ser levados em conta, como genética e o contexto social em que a pessoa vive. As pessoas podem apresentar mais de um tipo de inteligência ao longo da vida. Segundo Gardner todos nós nascemos com todos os tipos de inteligências, que passam a ser desenvolvidas e estimuladas à medida em que nos tornamos adultos. Para definir as inteligências Gardner e seu grupo de pesquisa utilizaram os seguintes critérios: potencial prejuízo com dano cerebral, existência de gênios, ter um conjunto de operações, ser possível se especializar, ter uma história evolutiva, testabilidade e codificação. Como estamos escrevendo para um Jornal, o espaço não permite explicitar cada um destes critérios. Os primeiros estudos de Howard Gardner definiram as inteligências múltiplas em sete tipos: inteligência lógico-matemática, linguística, interpessoal, intrapessoal, corporal, espacial e musical. Posteriormente, a inteligência existencial e a naturalista foram incorporadas às sete primeiras.. Vamos conhecer melhor como cada uma dessas inteligências se manifesta. A seguir listamos as múltiplas inteligências e alguns expoentes de cada tipo. Lógico-matemática Era predominante em indivíduos como Albert Einstein, Isaac Newton, Galileu Galilei, Antoine Lavoisier, Louis Pasteur, Niels Bohr e Nikola Tesla. Linguística É predominante em poetas, escritores, e linguistas, como T. S. Eliot, Noam Chomsky, J. R. R. Tolkien, W. H. Auden, Fernando Pessoa, Machado de Assis, Haruki Murakami e Júlio Verne. Musical É predominante em compositores, maestros, músicos e críticos de música, como por exemplo Ludwig van Beethoven, Leonard Bernstein, Midori, John Coltrane, Mozart, Maria Callas, Luís Miguel, Michael Jackson e Paul McCartney. Espacial É predominante em arquitetos, artistas, escultores, cartógrafos, geógrafos, navegadores e jogadores de xadrez, como por exemplo:Alexander von Humboldt, Michelangelo, Frank Lloyd Wright, Garry Kasparov, Louise Nevelson, Helen Frankenthaler, Oscar Niemeyer e Marco Polo. Corporal-cinestésica É predominante entre atores e aqueles que praticam a dança ou os esportes, como por exemplo Ronaldo, Kaká, Oscar Smith,Martha Graham, Michael Jordan, Cristiano Ronaldo,Leonel Messi, Usain Bolt, Sébastien Loeb, Roberto Dinamite, Pelé e Gustavo Kuerten. Intrapessoal Foi predominante em indivíduos como Ernest Hemingway e Friedrich Nietzsche. Interpessoal Encontra-se mais desenvolvida em políticos, religiosos e professores, como por exemplo Mahatma Gandhi, John F. Kennedy e Mandela. Naturalista É característica de biólogos, geólogos, mateiros, por exemplo. São exemplos deste tipo de inteligência Charles Darwin, Rachel Carson, John James Audubon e Thomas Henry Huxley. Existencial Seria característica de líderes espirituais e de pensadores filosóficos como por exemplo Jean-Paul Sartre, Søren A. Kierkegaard, Alvin Ailey, Margaret Mead, Papa Francisco e Dalai Lama. Para concluir buscamos o pensamento de Howard Gardner: “O maior desafio é conhecer cada criança como ela realmente é, saber o que ela é capaz de fazer e centrar a educação nas capacidades, forças e interesses dessa criança”. Tendo em vista este pensamento, que concordamos, pensamos que o caminho da educação está na personalização do ensino. Temos consciência de que isto é uma utopia para as classes populares, e, que esta utopia já vem sendo realidade em escolas dos filhos das classes dominantes, o que aprofunda as desigualdades educacionais entre pobres e ricos.