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O Humanismo em

Carl Rogers

Uma teoria é uma


tentativa humana de
sistematizar uma
área de
conhecimento, uma
maneira particular de
ver as coisas, de
resolver problemas.
A teoria é um
conjunto
cientificamente
aceitável de
princípios que
explicam um
fenômeno.
A Premissa maior da
teoria de Rogers é a
afetividade, para ele
a interação entre
professor/aluno é
condição para que a
aprendizagem se
realize. No entanto,
ele não desenvolveu
nenhum método
pedagógico
específico de ensino,
cabendo ao
professor adequar os
métodos que ele
mais se identifique à
abordagem
rogeriana.
"Sinto-me mais feliz
simplesmente por ser
eu mesmo e deixar
os outros serem eles
mesmos". ¹

O psicólogo norte-
americano Carl
Rogers em meados
do século XX
elaborou uma nova
teoria que se
contrapunha às
teorias difundidas na
época: a psicanálise
de Sigmund Freud e
a teoria Behaviorista
de Skinner.
A teoria de Rogers se
diferenciava dessas
duas teorias citadas,
por estar centrada no
cliente, ou seja, para
ele o sucesso do
tratamento
terapêutico estava
centrado no cliente
(forma como Rogers
chamava seus
pacientes), a terapia
era conduzida não
pelo terapeuta, mas
pelo cliente, cabendo
ao terapeuta apenas
a ser o facilitador
desse processo,
através da interação
e da aceitação
positiva e
incondicional,
fazendo do
consultório um
ambiente afetuoso
de compreensão,
para que o cliente
desenvolva sua
tendência natural à
atualização, levando-
o por fim a
autonomia, quando
ele poderá descobrir
por si mesmo, o
melhor caminho a
seguir.

A teoria rogeriana foi


aplicada à educação,
reconhecendo o
papel democrático e
não diretivo nas
tendências
pedagógicas. Para
ele o papel do
educador se
assemelha ao do
terapeuta e o papel
do aluno é igual ao
do cliente. Nesse
sentido, o aluno
assim como o cliente
tem uma tendência
natural para o
crescimento em
direções saudáveis e
o professor, assim
como o terapeuta,
facilitará o processo
de realização do
aluno/cliente, através
da tríade rogeriana:
empatia, aceitação e
autenticidade.

A empatia diz
respeito à
compreensão dos
sentimentos dos
alunos por parte do
professor e da
comunicação
profícua entre esses
sujeitos da educação,
que fará com que
esse aluno saiba que
é compreendido.

A aceitação
incondicional do
aluno, segundo
Rogers, é
fundamental para
que a sala de aula
torne-se um
ambiente facilitador
de aprendizagem, o
que proporcionará ao
aluno confiança e
liberdade para
aprender.

Por último, o
professor deverá ser
autêntico, aceitando-
se com sua
fraquezas e
limitações,
mostrando aos
alunos a importância
da valorização das
características
individuais de cada
um e da auto-
aceitação, sem se
preocupar com as
exigências sociais,
apontando assim,
caminhos para o
desenvolvimento
saudável dos alunos,
levando-os a agir
com liberdade e
responsabilidade.

DIDÁTICA E
FILOSOFIA
O PAPEL DA ESCOLA

“O objetivo
educacional deve
tornar-se a
facilitação de
mudança e
aprendizagem.” ¹

Carl Rogers,
entendendo que para
um tratamento
eficiente de seus
pacientes seria
necessário uma
“terapia centrada no
cliente” (como
preferia chamar
aqueles a quem
atendia), concluiu
que essa máxima
também seria válida
se aplicada à
educação.

Na concepção de
Rogers, o papel da
escola no processo
da aprendizagem é
de suma importância.
Dentro desse
sistema, deve haver,
segundo Rogers, “um
clima propício ao
crescimento
pessoal”, ou seja, a
escola precisa
elaborar ferramentas
que contribuam para
o desenvolvimento
cognoscitivo do
aluno. Da mesma
forma, uma atitude
inovadora de
incentivar o
educando a
desenvolver e
explorar suas
capacidades deve
ser empregada, não
impedindo o conceito
de que o aluno deve
ser um indivíduo
ativo na sala de aulas
e na sociedade.

Outra perspectiva da
visão rogeriana do
papel da escola na
aprendizagem se
baseia em uma das
condições de sua
concepção “tríade”
sobre seu trabalho
como psicólogo e
conseqüentemente
sobre a educação: a
aceitação
incondicional, ou
tratamento autêntico,
onde o olhar sobre o
aluno deve ser
totalmente livre de
pré-julgamentos. A
escola deve garantir
que o aluno, seja ele
de qualquer cor,
sexo, classe ou
religião, participe do
modelo não-diretivo,
ajudando-o a atingir
níveis mais elevados
de integração
pessoal, de bem
estar e de auto-
estima, superando
assim suas
dificuldades,
angústias e
bloqueios.

Podemos dizer, entre


outras palavras, que
a escola, na visão de
Rogers, deve agir
como um sistema
facilitador da
aprendizagem,
estimulando o
educador a ser um
agente plenamente
interativo, dando a
ele a liberdade para
ser tanto professor
quanto aprendiz. Ao
que diz respeito ao
aluno, a escola
precisa contribuir
para que ele venha a
aprender, criar e
produzir
intelectualmente,
dando-lhe os
instrumentos
(compreensão, afeto,
incentivo)
necessários para que
venha a buscar cada
vez mais mudança
(uma vez que
vivemos em um
mundo de constantes
transformações onde
tudo se mistura) e
conhecimento (uma
vez que a
aprendizagem é
contínua) para sua
vida, pois assim
estará mais apto a se
compreender, assim
como entender
melhor o mundo que
o cerca.
VISÃO DO ALUNO

“O ponto final de
nosso sistema
educacional, não
menos que o de
teoria, deve ser o
desenvolvimento de
pessoas plenamente
atuantes.” ¹

Para Rogers o aluno


é um ser que
necessita ter total
confiança no
professor, para que
consiga libertar todo
o potencial que já
existe interiorizado.
Dessa forma o
relacionamento entre
aluno-professor
precisa ser destituído
de noções
hierárquicas que
geralmente norteiam
as Instituições de
Ensino.

O aluno, apesar de
possuir tendências
para o
desenvolvimento do
seu intelecto, busca
no professor os
meios para auto-
dirigir-se, exercendo
o direito de liberdade
de escolha. Ou seja,
o aluno procura no
professor empatia,
aceitação
incondicional de seus
sentimentos, e que o
mesmo demonstre
autenticidade e
honestidade,
facilitando assim o
relacionamento e o
aprendizado.

Rogers afirma que o


aluno só aprende
aquilo que necessita
ou quer aprender
para sua
sobrevivência no
meio que vive. Dessa
forma busca no
professor auxilio que
faça fluir de forma
positiva sentimentos
de auto-aceitação e
afinidade com o
mundo a sua volta.

A teoria rogeriana
também prega que o
indivíduo em
sociedade sujeita-se
a um processo de
vivência coletiva que
exige a noção, do
que seja certo ou
errado, permitido ou
proibido, licito ou
ilícito, sendo assim o
direito a liberdade é
garantido pelo
Estado, que confere
a todos o direito de
“poder de fazer tudo
aquilo que não
prejudique a outrem”.
Isto explica que a
liberdade conferida
ao aluno pelo
professor, não
significa uma
desordem dentro da
sala de aula.

Portanto, o
pressuposto básico
da teoria de Rogers,
é crer que o ser
humano é capaz de
elevar seu próprio
conhecimento. E na
educação não
diretiva o professor,
“facilitador” adota
uma postura
centrada no aluno e
no aprendizado do
mesmo facilitando
assim uma interação
do aluno-professor e
aluno-aluno, para
que possa expressar
o conhecimento
adquirido e
aperfeiçoado na
escola.
Toda criança tem,
por natureza, a
necessidade de
ensinar o que
aprendeu. Neste tipo
de aprendizagem e
de busca de novos
conhecimentos, o
aluno é também
responsável pelo
desenvolvimento de
outros colegas.
Dessa forma, eles
também aprendem a
desenvolver um
relacionamento
interpessoal com os
colegas e com a
família.
VISÃO DO
PROFESSOR

“Facilitação é mais
um recurso.” ¹

A teoria rogeriana
não-diretiva centrada
no cliente acredita
que o professor é um
facilitador, que este
precisa tirar a
“máscara”, o “rótulo”
de superior,
inacessível e tornar-
se uma pessoa real
diante de seus
alunos. Para Rogers,
o facilitador deve se
reconhecer como um
material de apoio
humano para o
educando. Pois,
enquanto um bom
professor, como um
estrategista da
educação, usa muito
bem o seu tempo
planejando o
currículo escolar e
suas aulas, o
facilitador, por sua
vez, cria condições
de interação pessoal
com os educandos,
preparando o
ambiente
psicologicamente
favorável para
recebê-los,
proporcionando
material de pesquisa
aos alunos,
instigando a
curiosidade que é
inerente ao ser
humano para
promover a
aprendizagem
significativa.

Para Rogers só é
possível haver ensino
aprendizagem
quando a
comunicação entre
os envolvidos se dá
por meio de uma
compreensão
empática, que é
quando o facilitador
se mostra
compreensivo,
disposto a ser
parceiro da criança.

A mesma teoria
defende também a
ideia de que o
professor precisa dar
liberdade ao aluno,
para que este possa
escolher o que
deseja aprender,
oferecendo-lhe um
ambiente arrojado.
Tal atitude fará com
que o educando sinta
interesse e se sinta
motivado a aprender.
Aplicar as idéias
rogerianas no
trabalho diário do
professor é contribuir
para um melhor
relacionamento deste
com os alunos,
assumindo, em sala
de aula, atitudes
mais positivas, com o
intuito de, segundo o
próprio Rogers,
“transformar a
linguagem de
rejeição em
linguagem de
aceitação e
respostas que ferem
em respostas que
curam”.

O que um facilitador
ensina aos
educandos é buscar
o seu próprio
conhecimento, para
tornar-se
independente e
produtor de seu
próprio processo
cognitivo.
CONCEPÇÃO DE
APRENDIZAGEM

“Só em um contexto
interpessoal no qual
a aprendizagem seja
facilitadora surgirão
verdadeiros
estudantes, reais
aprendizes, cientistas
e intelectuais
criativos e
participantes.” ¹
A abordagem
Rogeriana é
basicamente
humanística e visa a
aprendizagem pela
pessoa "inteira"; uma
aprendizagem que
engloba os três tipos
gerais(cognitiva,
afetiva e
psicomotora). Sendo:

- Cognitiva – que
resulta no
armazenamento
organizado de
informações na
mente do ser que
aprende
- Afetiva – que
resulta nos sinais
internos ao indivíduo
e pode ser
identificada com
experiência tais
como: prazer e dor,
satisfação ou
descontentamento,
alegria ou ansiedade.

- Psicomotora – que
envolve respostas
musculares
adquiridas por meio
de treino e prática.

A fenomenologia de
Rogers é bastante
semelhante com a
psicologia de George
Kelly (1993). Para
Kelly também é uma
abordagem
humanística, pois
visa a aprendizagem
do indivíduo "como
um todo".

A abordagem de
Rogers resulta de
uma longa
experiência que teve
com pessoas, pois
era psicólogo. Essa
abordagem é
centrada no aluno e
na sua
potencialidade para
aprender. Rogers
entende que
“aprendizagem
significativa é aquela
que provoca uma
modificação, quer
seja no
comportamento do
indivíduo, na
orientação da ação
futura que escolhe
ou nas suas atitudes
e sua personalidade”.

A aprendizagem
centrada na pessoa é
revolucionária e
transformadora por
aproveitar o desejo
natural de todo
criança com relação
a participar e
interferir em seu
próprio processo.
Nesta aprendizagem,
o aluno torna-se
gestor de seu próprio
processo de busca
do conhecimento.

Rogers combate a
aprendizagem do
tipo “tarefas”, que só
utiliza as operações
mentais, não
considerando o
indivíduo como um
todo.
CONCEPÇÃO DE
ENSINO

“O único homem
educado é o homem
que aprende a
aprender.” ¹

Para Rogers, ensinar


é mais que transmitir
conhecimento – é
despertar a
curiosidade, é
instigar o desejo de ir
além do conhecido. É
desafiar a pessoa a
confiar em si mesma
e dar um novo passo
em busca de mais. É
educar para a vida e
para novos
relacionamentos.

Nesta abordagem
considera-se os
enfoques
encontrados
predominantemente
no sujeito. A
proposta Rogeriana é
identificada como
representativa da
psicologia humanista
e denominada
terceira força em
psicologia. "O ensino
centrado no aluno" é
derivado da teoria,
também Rogeriana,
sobre personalidade
e conduta. É
centrada no
desenvolvimento e
personalidade do
indivíduo, em seus
processos de
construção e
organização pessoal
da realidade.

O professor em si
não transmite
conteúdo, tornando-
se assim um
facilitador da
aprendizagem.
"Ser empático é ver o
mundo com os olhos
do outro e não ver o
nosso mundo
refletido nos olhos
dele". ¹

Estudar a teoria de
Rogers é muito
importante para
quem está cursando
Licenciatura e
pretende ser um
educador.
Principalmente
porque, de um modo
geral, os professores
não são capacitados
para trabalhar com
tal teoria. Contudo,
existem hoje várias
teorias que
desenvolvem a
aprendizagem por
meio da valorização
da pessoa, e a teoria
de Rogers inspirou
muitas escolas a
ousarem e colocarem
essas teorias
democráticas em
prática. As escolas
que apostaram
nessas teorias
enfrentam
problemas, mas não
se intimidam diante
deles. Pelo contrário,
todos juntos
aprendem, um com o
outro, a se fortalecer
e solucionar as
dificuldades
encontradas pelo
caminho.

É primordial aceitar
que o ser humano
não é estático, mas
um ser em constante
mudança. E assim
sempre será em
qualquer lugar onde
houver um ser
humano. Todavia,
para ousar
transformar uma sala
de aula, ou uma
escola, o educador
precisa aceitar a si
próprio e ao
educando em um
processo de
transformação vital.
Neste processo de
respeito e amor ao
próximo, pode-se
pensar em uma
escola melhor.

As abordagens de
ensino e
aprendizagem
focadas no
humanismo deveriam
estar mais presentes
nas escolas e este
fato,
consequentemente,
daria mais autonomia
intelectual dos
alunos.

É certo, portanto,
que, ao colocar a
aprendizagem
centrada no
crescimento pessoal,
as relações
interpessoais como
foco principal da
construção e/ou
auto-construção do
indivíduo e o
professor como
facilitador desse
processo, estaremos
contribuindo
imensamente para a
melhoria do processo
educativo e para a
vida do ser humano
(aluno). Pois
aprendizagem não é
somente inteligência
e construção do
conhecimento, é
também identificação
pessoal e relação,
através da interação
entre pessoas que
compõem um todo
invisível, mas não
imperceptível.

"A apreciação dos


outros não me serve
de guia. Apenas uma
pessoa pode saber
que eu procedo com
honestidade, com
aplicação, com
franqueza e com
rigor, ou se o que eu
faço é falso,
defensivo e fútil. E
essa pessoa sou eu
mesmo". ¹
Carl Ransom Rogers
nasceu em Oak Park,
perto de Chicago, em
1902. Teve uma
infância isolada e
uma educação
fortemente marcada
pela religião. Tornou-
se pastor e
encaminhou os
estudos para a
teologia, quando
começou a se
interessar por
psicologia.

A vida acadêmica de
Carl Rogers teve
início no ano de 1919
quando se matriculou
em agronomia na
Universidade
Wisconsin, mas ao
entrar em contato
com meios
evangélicos
militantes, resolveu
matricular-se no
curso de História,
curso que concluiu
no ano de 1924. Após
ter obtido a sua
licenciatura em
História, começou a
freqüentar o
Seminário da União
Teológica de Nova
Iorque, onde tem a
oportunidade de
freqüentar cursos na
faculdade de
psicologia.

Na nova carreira, o
primeiro foco de
trabalho foram
crianças submetidas
a abusos e maus-
tratos. Por essa
época começou, por
observação, a
desenvolver suas
teorias sobre
personalidade e
prática terapêutica.
Aos 40 anos publicou
o primeiro livro.
Seguiram-se mais de
cem publicações
destinadas a divulgar
suas idéias, que
ganharam seguidores
em todo o mundo.
Rogers quis provocar
uma ruptura na
psicologia, dando a
condução do
tratamento ao
cliente, e não temeu
acusar de autoritários
a maioria dos
métodos
hegemônicos na
área.

O pilar da terapia
rogeriana são os
"grupos de
encontro", em que
vários clientes
interagem. Rogers foi
um dos primeiros a
gravar e filmar as
sessões de terapia.

Os últimos anos de
Carl Rogers foram
dedicados a
intervenção e
reflexão sobre
aspectos referentes
às áreas sociais,
levando-o a escrever
livros e participar de
workshops
transculturais, ou de
esforço pela paz,
sendo em 1987
indicado ao Prêmio
Nobel da Paz. Nesse
mesmo ano, Rogers
faleceu no dia 4 de
fevereiro na
Califórnia.

1 - Frases de Carl
Rogers.

MATERIAL
COMPLEMENTAR

PSICOLOGIA
HUMANISTA
A Corrente
Humanista é
considerada como a
Terceira Grande
Força da Psicologia.
Essa corrente surgiu
nos Estados Unidos e
na Europa na década
de 1950, como
reação explícita ao
behaviorismo e à
analogia entre o
homem e a máquina.

Abraham Maslow é
indicado como sendo
o fundador desse
movimento.

A QUEM
INFLUENCIOU A
TEORIA HUMANISTA

ESCOLA LUMIAR

"Na escola Lumiar as


paredes do salão
principal não tem
reboco e os tijolos
estão aparentes (não
são tijolinhos
bonitinhos aparentes
e sim tijolos de
construção). Com
esta atitude e
transparência, a
expressão de
“inacabado” de Paulo
Freire ficou bem
clara, na qual há algo
a ser feito. Nada no
ser humano está
concluído. Para
FREIRE (2005: 50),
“Na verdade, o
inacabamento do ser
ou sua inconclusão é
próprio da
experiência vital.
Onde há vida, há
inacabamento. Mas
só entre mulheres e
homens o
inacabamento se
tornou consciente.”

Nessa escola o
educador não é
aquele que apenas
transmite
conhecimento às
crianças. Ele é,
também, o “tutor”
delas. Cada
educador é
responsável por vinte
crianças que se
movimentam e tem
acesso a qualquer
dependência da
escola. Enquanto nas
escolas tradicionais a
criança faz parte da
escola, na Lumiar o
papel se inverte. A
escola faz parte da
vida das crianças; lá,
as crianças sentem-
se felizes.

A Lumiar, por ser


uma escola
democrática, prepara
os educandos a
exercerem a
democracia na
prática, pois são em
assembleias
semanais que eles
determinam as
regras de
convivência, fazem
suas reivindicações e
solucionam os
problemas do
cotidiano. Nessa
assembléia, todos
podem falar, exercer
o direito ao voto, e
respeitam a decisão
da maioria. Definem
também as punições
para os que virem a
desrespeitar as
regras de
convivência.

Para definir a pauta


da próxima
assembléia é
colocada no mural do
salão principal, três
dias antes, uma
cartolina na qual os
alunos têm a
liberdade de escrever
o que eles querem
discutir e votar.

O plano pedagógico
da escola é definido
de acordo com o
PCN. O que o
diferencia das outras
escolas é a forma de
executá-lo. Por
exemplo: toda escola
tem o direito à
autonomia de gestão;
a Lumiar exerceu
este direito
rompendo com o
sistema de ciclos
sugerido pelo PCN,
adotando o sistema
de grupos de
pesquisa por meio de
projetos.

Todo conteúdo a ser


ministrado aos
educandos será
executado por
projetos, que tem a
duração de três
meses. Os projetos
são interdisciplinares
e elaborados por
mestres que tenham,
naquele ofício uma
grande paixão. E com
esta mesma paixão
ele instiga os
educandos, o que
favorecerá a sua
aprendizagem. Esses
projetos são feitos
para respeitar a ritmo
de cada educando, já
que os grupos não
são definidos por
faixa etária e sim por
grupo de afinidade.

O aluno não é
obrigado a participar
dos projetos. Ele será
despertado para a
importância de cada
projeto em sua vida
estudantil, mas
nunca obrigado a
freqüentá-lo. A
escolha não vem dos
pais, nem dos
professores e sim
dele mesmo. Mas ao
escolhê-lo ele terá
que seguir regras
pré-definidas. Terão
direitos e obrigações
a serem cumpridos.
Dessa forma, eles
estão sendo
preparados para
assumirem
responsabilidades.

Os alunos podem
transitar por toda
escolha e usar suas
dependências
quando quiserem.
Em alguns espaços,
devem seguir
algumas regras que
facilitam a
convivência. Um bom
exemplo dessas
regras são os
laboratórios de
informática e
ciências. Ambos são
pequenos, porém
bem compartilhados.
Esse é o objetivo:
compartilhar e
respeitar o direito do
outro!
A avaliação do
mestre e a auto-
avaliação é feita
durante o processo
de aprendizagem,
observando se os
objetivos de ambos
foram ou não
alcançados .

A cada dois meses é


realizada uma
assembléia com
todos os que
colaboram para o
desenvolvimento da
escola: funcionários,
educadores, mestres,
parceiros e pais dos
educandos. O
objetivo desta
reunião é que todos
possam interferir no
processo de gestão.

A Lumiar e a Escola
da Ponte são escolas
democráticas, que
preparam as crianças
para a vida pessoal e
profissional. As
crianças são
ensinadas: o respeito
mútuo, a paciência e
o compartilhar das
vidas. Essas crianças
sentem-se capazes
de tomar decisões
importantes em suas
vidas e aprendem a
ser responsável por
essas decisões,
dando certo ou não."

(Concepção de Carl
Rogers sobre
aprendizagem)

CENTRO DE
EDUCAÇÃO CARL
ROGERS - JOÃO
PESSOA - PB

ESCOLA DA PONTE -
PORTUGAL
ALÉM DA
EDUCAÇÃO
A psicologia
humanista não
influenciou apenas as
teorias educacionais.
Influenciou
pensadores,
paradigmas,
movimentos
científicos, religiosos,
culturais e mesmo de
contracultura. Como
os exemplos abaixo:
HOLISMO
Uma nova forma de
perceber o mundo

"A terra não pertence


ao homem; é o
homem que pertence
à terra. Disto temos
certeza. Todas as
coisas estão
interligadas, como o
sangue que une uma
família. Tudo está
relacionado entre si.
O que fere a terra
fere também os filhos
da terra. Não foi o
homem que teceu a
trama da vida: ele é
meramente um fio da
mesma. Tudo o que
ele fizer à trama, a si
próprio fará".
(Cacique Seattle)

RUBEM ALVES

“Contei sobre a
escola com que
sempre sonhei, sem
imaginar que
pudesse existir. Mas
existia, em
Portugal...Quando a
vi, fiquei alegre e
repeti, para ela, o que
Fernando Pessoa
havia dito para uma
mulher amada:
'Quando te vi, amei-
te já muito antes...' "

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