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Introdução:

A investida de Carl Rogers, conhecida como Abordagem Centrada na


Pessoa, representa uma perspectiva humanista e inovadora no campo da
educação. Por meio de conceitos como congruência, empatia, aceitação
incondicional e autenticidade, Rogers propôs uma nova forma de interação
entre professor e aluno, baseada na valorização da individualidade,
autonomia e crescimento pessoal.
Neste contexto, a relação interpessoal e o ambiente de aprendizagem
são fundamentais para promover o desenvolvimento integral dos alunos,
respeitando suas necessidades, experiências e potencialidades.
Adiante, exploraremos os principais conceitos e formulações teóricas
de Carl Rogers, destacando sua relevância para a prática educacional e o
processo de aprendizagem.
A contribuição de Carl Rogers, por meio da Abordagem Centrada na
Pessoa, representa uma perspectiva humanista e inovadora no campo da
pedagogia. Esta abordagem propõe uma nova dinâmica na interação entre
educador e educando, fundamentada na valorização da individualidade,
autonomia e crescimento pessoal. Destacaremos nesta introdução os
conceitos essenciais e formulações teóricas de Rogers, evidenciando sua
relevância para a prática educacional e o processo de aprendizagem.
Para começar, vamos nos aprofundar nos conceitos-chave propostos
por Rogers.
a) Congruência: Refere-se à autenticidade e sinceridade do professor
em sua interação com os alunos. É essencial que o professor seja genuíno e
transparente em suas atitudes e comunicações.
A congruência, dentro do contexto da Abordagem Centrada na
Pessoa de Carl Rogers, representa a consistência entre os sentimentos,
pensamentos e comportamentos do professor durante a interação com os
alunos. Isso significa que o professor está sendo autêntico e sincero em
suas atitudes e comunicações, refletindo verdadeiramente seus próprios
sentimentos e pensamentos.
Quando um professor é congruente, ele não está tentando mascarar
suas emoções ou pensamentos genuínos por trás de uma fachada. Pelo
contrário, ele expressa abertamente suas opiniões e emoções, sem medo de
julgamento ou rejeição. Isso cria um ambiente de confiança e sinceridade
na sala de aula, permitindo uma conexão mais profunda entre o professor e
os alunos.
A congruência é fundamental para estabelecer uma relação
interpessoal genuína e eficaz na educação. Quando os alunos percebem que
o professor está sendo autêntico e transparente, eles se sentem mais
confortáveis para compartilhar suas próprias experiências e opiniões, o que
pode facilitar o processo de aprendizagem e crescimento pessoal.
b) Empatia: Envolve a capacidade do professor de se colocar no lugar
do aluno, compreendendo seus sentimentos, perspectivas e experiências. A
empatia é fundamental para estabelecer uma conexão significativa e
empática com os alunos.
A empatia, na perspectiva da Abordagem Centrada na Pessoa de Carl
Rogers, refere-se à habilidade do professor de compreender
verdadeiramente os sentimentos, perspectivas e experiências dos alunos,
colocando-se no lugar deles.
Quando um professor demonstra empatia, ele não apenas reconhece
as emoções dos alunos, mas também faz um esforço genuíno para entender
as causas por trás dessas emoções. Isso envolve uma escuta ativa e uma
disposição para ver o mundo através dos olhos dos alunos, reconhecendo e
validando seus sentimentos e experiências.
A empatia é essencial para estabelecer uma conexão significativa e
empática com os alunos. Quando os alunos se sentem compreendidos e
aceitos pelo professor, eles são mais propensos a se sentirem seguros e
confortáveis em compartilhar suas preocupações, dúvidas e pensamentos.
Isso, por sua vez, pode promover um ambiente de aprendizagem mais
colaborativo e solidário, no qual os alunos se sintam valorizados e apoiados
em seu desenvolvimento pessoal e acadêmico.
c) Aceitação incondicional: Consiste na aceitação plena e positiva do
aluno, independentemente de suas ações, pensamentos ou comportamentos.
O professor deve demonstrar consideração positiva e respeito
incondicional pelo aluno.
A aceitação incondicional, conforme delineada na Abordagem
Centrada na Pessoa de Carl Rogers, é a disposição do professor em aceitar
plenamente e de maneira positiva o aluno, sem julgamentos ou condições.
Isso significa que o professor reconhece e respeita o valor intrínseco do
aluno como pessoa, independentemente de suas ações, pensamentos ou
comportamentos.
Quando um professor pratica a aceitação incondicional, ele
demonstra uma consideração positiva e respeito irrestrito pelo aluno,
reconhecendo sua dignidade e valor como ser humano. Isso não implica
concordar com todas as escolhas ou comportamentos do aluno, mas sim em
reconhecer sua humanidade e manter uma atitude de apoio e encorajamento
em relação ao seu crescimento e desenvolvimento.
Essa aceitação sem condições cria um ambiente de segurança
psicológica na sala de aula, onde os alunos se sentem livres para expressar
seus pensamentos, sentimentos e ideias sem medo de críticas ou rejeição.
Isso pode contribuir significativamente para o desenvolvimento da
autoestima e confiança dos alunos, além de promover um clima de respeito
mútuo e colaboração no processo de aprendizagem.
d) Autenticidade: Refere-se à coerência entre o que o professor pensa,
sente e expressa. Ser autêntico implica em ser verdadeiro consigo mesmo e
com os outros, promovendo uma relação genuína e transparente.
A autenticidade, na perspectiva da Abordagem Centrada na Pessoa de
Carl Rogers, refere-se à congruência entre os pensamentos, sentimentos e
comportamentos do professor. Em outras palavras, significa que o professor
está sendo verdadeiro consigo mesmo e com os outros durante sua
interação com os alunos.
Ser autêntico implica em expressar abertamente suas próprias
opiniões, emoções e valores, sem tentar mascarar ou esconder sua
verdadeira identidade por trás de uma fachada. Isso cria um ambiente de
sinceridade e transparência na sala de aula, onde os alunos podem confiar
na integridade e honestidade do professor.
Quando um professor é autêntico, ele inspira confiança e respeito por
parte dos alunos, pois demonstra uma congruência entre suas palavras e
ações. Isso também facilita uma conexão mais genuína e significativa entre
o professor e os alunos, pois os alunos se sentem mais próximos e
compreendidos quando percebem que o professor está sendo verdadeiro
consigo mesmo e com eles.
Portanto, a autenticidade é fundamental para estabelecer um
ambiente de aprendizagem positivo e enriquecedor, onde os alunos se
sintam motivados e engajados em seu próprio desenvolvimento acadêmico
e pessoal.
e) Abordagem não diretiva: Rogers propôs uma abordagem educacional
na qual o professor atua como facilitador do processo de aprendizagem,
permitindo que o aluno conduza seu próprio processo de desenvolvimento
e descoberta.
A "Abordagem não diretiva", conforme proposta por Carl Rogers na
Abordagem Centrada na Pessoa, é um paradigma educacional que se
concentra na autonomia e no autodescobrimento do aluno. Nesse contexto,
o professor assume o papel de facilitador do processo de aprendizagem, em
vez de ser um transmissor direto de conhecimento.
Ao adotar essa abordagem, o professor busca criar um ambiente de
aprendizagem onde os alunos sintam-se livres para explorar, questionar e
descobrir por si mesmos. Em vez de fornecer respostas prontas, o professor
incentiva os alunos a pensar criticamente, resolver problemas e desenvolver
suas próprias ideias.
Essa abordagem coloca o aluno no centro do processo educacional,
reconhecendo sua capacidade inata de aprender e crescer. O professor está
lá para oferecer suporte, orientação e recursos, mas o aluno é o principal
condutor de seu próprio desenvolvimento.
Essa forma de ensino promove a autonomia, a responsabilidade e o
pensamento independente nos alunos. Eles se tornam mais engajados e
motivados em sua própria aprendizagem, pois têm a oportunidade de
explorar seus interesses e descobrir o conhecimento por conta própria.
Em resumo, a abordagem não diretiva de Rogers na educação
enfatiza o papel ativo do aluno no processo de aprendizagem, permitindo
que ele conduza seu próprio caminho de descoberta e desenvolvimento sob
a orientação facilitadora do professor.
f) Ênfase na liberdade e autonomia: Rogers valorizava a liberdade do
aluno para explorar, questionar e aprender de acordo com suas necessidades
e interesses individuais. A autonomia era vista como um elemento essencial
para o crescimento e a autoatualização.
A "Ênfase na liberdade e autonomia" na Abordagem Centrada na
Pessoa de Carl Rogers refere-se à importância atribuída à capacidade do
aluno de exercer controle sobre seu próprio processo de aprendizagem e
desenvolvimento.
Rogers acreditava que os alunos têm um impulso inato em direção ao
crescimento e autoatualização, e que isso é mais bem alcançado quando
eles têm liberdade para explorar, questionar e aprender de acordo com suas
próprias necessidades e interesses individuais.
Ao enfatizar a liberdade, Rogers queria dizer que os alunos devem
ser encorajados a escolher seus próprios caminhos de aprendizagem, em
vez de serem forçados a seguir um currículo predefinido ou uma
abordagem de ensino rígida. Isso significa permitir que os alunos escolham
tópicos de estudo, métodos de aprendizagem e ritmos de trabalho que
sejam mais significativos e relevantes para eles.
Da mesma forma, a autonomia era vista por Rogers como um
elemento essencial para o crescimento e autoatualização dos alunos. Ele
acreditava que quando os alunos têm controle sobre suas próprias decisões
e ações, eles se tornam mais motivados, responsáveis e engajados em seu
processo de aprendizagem. Isso não apenas promove um maior interesse e
investimento por parte dos alunos, mas também os capacita a desenvolver
habilidades de pensamento crítico, resolução de problemas e
autoconhecimento.
Portanto, a ênfase na liberdade e autonomia na Abordagem Centrada
na Pessoa de Carl Rogers destaca a importância de criar um ambiente
educacional que respeite e valorize a individualidade e a autodeterminação
dos alunos, permitindo-lhes alcançar seu pleno potencial como aprendizes e
como seres humanos.
Esses conceitos e formulações teóricas de Carl Rogers na
Abordagem Centrada na Pessoa têm influenciado significativamente a
prática educacional, destacando a importância da relação interpessoal, do
respeito à individualidade e da promoção do crescimento pessoal e da
autoexpressão dos alunos no processo de aprendizagem.

Conclusão:

Em suma, os conceitos e formulações teóricas de Carl Rogers na


Abordagem Centrada na Pessoa oferecem uma abordagem humanista e
centrada no aluno para a educação.
A ênfase na congruência, empatia, aceitação incondicional e
autenticidade ressalta a importância da relação interpessoal e do ambiente
acolhedor no processo de aprendizagem.
Ao promover a liberdade, autonomia e crescimento pessoal dos
alunos, a abordagem de Rogers destaca a necessidade de respeitar a
individualidade de cada estudante e valorizar suas experiências e
perspectivas.
Assim, a aplicação dos princípios rogerianos na prática educacional
pode contribuir significativamente para o desenvolvimento integral dos
alunos e para a criação de um ambiente de aprendizagem enriquecedor e
estimulante.

Referências Bibliográficas
Marques, J. C. (org.). (1980). Psicologia Educacional: contribuições e
desafios. Porto Alegre: Editora Globo.
Moreira, M. A. (1999). Teorias de Aprendizagem. São Paulo: EPU.
Rogers, C. R. (1971). Liberdade para aprender: Uma visão de como a
educação deve vir a ser. Belo Horizonte: Interlivros.
Barros, C. S. G. (1998). Pontos de Psicologia Escolar. São Paulo: Editora
Ática.

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