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componente celular e
Componente celular e
molecular da neuroinflamação
Molecular da neuroinflamação
na qual cuja extensão do axônio estão presentes as bainhas de mielinas; marrom, na qual há uma concentração em determinada região, que é
e conectadas diretamente a elas, temos os oligodendrócitos, que é aquele exatamente o foco de uma isquemia. Ou
que promove a formação dessa bainha – os prolongamentos do seja, estamos vendo a ação da microglia em
dendrócitos cobrem o axônio, ajudando na condução do impulso de reposta à um estímulo lesivo que alterou a
Em azul claro e pequeno, temos uma microglia, que faz parte estimulando a proliferação da microglia na
das células da glia. Outra célula que faz parte desse grupo são as células região.
ependimárias.
Além disso, na imagem, é possível observar um astrócito. Ao lado temos uma imunofluorescência
Note que comparado com a microglia, ele é bem maior. de células nervosas, com a microglia corada em
vermelho. Ela possui um aspecto ramificado em
repouso, apenas sentindo tudo que está à sua volta.
determinadas condições, especialmente a microglia perivascular callosum, had entirely failed to develop.”
https://www.theatlantic.com/science/archive/2019/04/boy-born-without-
(micróglias próximas ao vaso – apresenta antígenos para as células T
microglia/586912/
que irão adentrar no SNC através dos vasos sanguíneos (veremos como
ocorre a abertura da barreira hematoencefálica);
c Papel na regulação da eliminação programada de células
neurais durante o desenvolvimento do sistema nervoso. Nascemos com
muito mais células do que o necessário, logo ocorre um refinamento na
quantidade de células e sinapses para que haja uma quantidade e
funcionamento ideal no SN. Essa eliminação ocorre pela apoptose (tipo
programado de morte celular) – a microglia tem papel na apoptose que
é necessária que ocorra para um bom desenvolvimento do SN;
d Promove a sobrevivência neuronal através da produção de
2 Ativação microglial
citocinas neurotróficas e anti-inflamatórias. Vimos aula passada que há A ativação da microglia pode ser ocasionada por uma morte
células que produzem citocinas e, para o SNC, a microglia é uma delas; celular por necrose, liberando fatores que serão captados pela microglia,
e Papel na regeneração e reparação neurais – frente à uma passando a se tornar ativa.
lesão veremos o papel da microglia para regenerar e reparar o tecido Na imagem abaixo é possível observar as diferenças
morfológicas da microglia ativa e em repouso.
nervoso;
f Remover debris celulares e neurônios mortos – a microglia Repouso: Ativo:
é capaz de fagocitar tanto resto de células que já morreram, como - Células ricamente ramificadas; - Retração das ramificações;
neurônio inteiro morto, assim como o macrófago; - Corpo celular pequeno. - Células com formato ameboide.
1 Astrócitos
São de dois tipos:
- Astrócitos protoplasmáticos: presentes na substância
cinzenta;
- Astrócitos fibrosos: presentes na substância branca.
Ambos possuem uma intima relação com os vasos sanguíneos,
pois seus pés astrocitários ficam ligados aos vasos. Assim, acredita-se
que participam no controle da passagem de certas substâncias do sangue
para o tecido nervoso.
A Astrogliose reativa também é chamada de gliose reativa ou nervosa, é matriz extracelular. É a massa que ocupa o espaço ao redor
ainda astrocitose reativa. de todas as células.
obs: cicatriz glial e Astrogliose reativa são processos distintos. Obs 2: o astrócito é responsável pela produção de diversos
O astrócito contribui no processo da cicatriz glial. componentes da matriz extracelular.
Ocorre quando temos uma resposta astrocitária a qualquer - Funciona como uma barreira física funcional contra
dano no SNC. Semelhante ao que falamos na microglia, mas no caso do
moléculas e células inflamatórias – a cicatriz glial é uma resposta do
astrócito, ele não possui a função de vigiar o meio.
organismo frente alguma lesão, como no caso de uma lesão medular.
Na imagem abaixo o astrócito está marcado em verde. Em A
Forma-se uma cicatriz glial para tentar isolar aquela área, não deixar a
quando o tecido não possui nenhum problema e em B quando o tecido
sofreu algum tipo de lesão. É possível perceber um claro aumento no inflamação se espalhar. Mas ao mesmo tempo, ela impede a chegada de
morfológicas – semelhante ao que ocorre na microglia); - Uma lesão neuronal gera o aumento na produção de
- Aumento na expressão de vimentina e GFAP (Glial - Astrócitos fazem recaptação do glutamato, regulam a
Fibrillary Acidic Protein) – para detectar os astrócitos no tecido frente resposta excessiva de ATP e agem auxiliando no reparo vascular (ou
à uma lesão, é utilizado marcadores de vimentina ou GFAP; seja, agem arrumando os efeitos do item anterior);
- Expressão de proteínas de choque térmico (HSP27) e de - Segundo estudos in vitro: sinalização de glutamato nos
fatores de crescimento – muda a expressão de genes; astrócitos reduz sua produção de CCL5 (quimioatrator de células T) –
1.2.2 Efeitos positivos e negativos de quimiocinas. São aquelas que funcionam como quimioatratores de
Assim como qualquer processo, se o astrócito fica ativo de células que serão recrutadas para conter a inflamação. Quando em
forma exacerbada, por um tempo prolongado, ele pode passar a causar excesso, ao invés de reduzir a neuroinflamação, gera uma exacerbação
efeitos negativos, exacerbando a neuroinflamação. São eles:
do quadro infeccioso;
1.3 Cicatriz glial complexo do inflamassomo, causa maior produção de citocinas pró-
- Formada por feixes de astrócitos reativos e componentes da inflamatórias, aumentando a resposta da inflamação crônica;
matriz extracelular – proteínas estruturais astrocitárias (GFAP e
vimentina), fibronectina, laminina, proteoglicanas condroitina-sulfato;
- ATP induz também à liberação de glutamato pelos astrócitos
(note que tanto o ATP quanto a TNF-α atuam na liberação do
glutamato, exacerbando a neurotoxicidade);
- Citocinas pró-inflamatórias: reduz reservas de glicogênio e
transporte de lactato – falta energia para neurônios.
permeabilização da barreira hematoencefálica. São processos de compostas por proteínas integrais de membrana, como a Claudin-5 e a
sinalização entre as células que farão com que alguns constituintes, que VE-Caderina. Assim, se há uma alteração na produção dessas proteínas
determinam a integridade da BHE, sejam alterados. Uma vez que que constituem as junções oclusivas, causa o afrouxamento do espaço
junções oclusivas deixam de ser eficientes e abrem espaço entre as Outro componente da barreira que também é facilmente
BMECs, fazendo com que as células do sistema imune periférico alterado no caso de uma neuroinflamação crônica é a matriz extracelular,
adentrem o tecido nervoso, como podemos ver na imagem abaixo. que normalmente circunda as BMECs, para manter a integridade da
Na imagem, no círculo mais inferior vemos essa BHE. Porém há proteínas especificas da matriz que, da mesma forma,
permeabilidade aumentada da BHE. E como já vimos, as citocinas e quando alterada, prejudica a permeabilidade da BHE.
abordaremos em detalhes, mas é possível ver um resumo de quais são inflamatórios, como TNF, proIL-1β, IL-6 e iNOS.
formado por essas 3 moléculas. A receptores específicos micróglias que só respondem a componentes
caspase-1 presente no complexo cliva a pro-IL-1β (pró interleucina 1 específicos do neurônio, ou seja, há uma conversa exclusiva entre
β) e a pro-IL-18 (pró interleucina 18) que foram produzidas na cascata neurônio e microglia e que ocorre em casos de neuroinflamação.
A imagem abaixo mostra o roast host post talk entre microglia, 4 BHE: passagem das células do sistema imune
neurônio, oligodendrócitos e astrócitos. periférico
O tempo inteiro temos essas vias de sinalização que são
- Mediadores inflamatórios (CXCL8/IL-8, CCL2/MCP-1, TNF-alpha, IL-
mediadas por essa comunicação do tipo: ter um receptor e ter uma
1beta/IL-1F2): recrutam células imunes periféricas e estimulam expressão de moléculas de
molécula que irá se ligar a esse receptor, fazendo com que seja
adesão;
desencadeada uma via, que ao final promove a síntese de alguma
molécula importante para determinado processo.
- Matrix metaloproteases (MMPs) são liberadas e degradam proteínas da matriz - Citocinas são moléculas de sinalização polipeptídicas que
extracelular, contribuindo para aumentara permeabilidade da BHE e invasão de células imunes
regulam funções imunes e inflamatórias, hematopoiese e cicatrização
periféricas.
passagem de células do sistema nervoso periférico para o tecido nervoso, - Modulação do SNC na liberação das citosinas é feito: eixo
entre eles temos mediadores inflamatórios (quimiocinas, citocinas, hipotalâmico-pituitária-adrenal; impulsos do nervo vago – alterações nos
interleucinas) e as proteínas da matriz (MMPs) que também estados emotivos, cognição, quadros depressivos, déficits de memória
influenciam na permeabilização da barreira.
espacial, alterações no comportamento sexual, supressão da
agressividade.
5.2 Quimiocinas
- Corresponde à maior família de citocinas em humanos;
- São pequenas proteínas com cerca de 80 aminoácidos e classificadas em 4
famílias: α (CXC), β (CC), δ (CX3C), and γ (XC);
- Sua expressão é modulada por estímulos pró-inflamatórios;
- Função principal: estimular quimiotaxia de macrófagos, neutrófilos e outros
linfócitos ao local da lesão/infecção;
- Regula infiltração de leucócitos no SNC num estado inflamatório;
- Envolvidas em todas as patologias com componente inflamatório;
- Alvos: células neuronais e gliais. Receptores acoplados à proteína G.
5 Citocinas e Quimiocinas
As quimiocinas são aquelas que funcionam como
- Citocinas liberadas pela Th1 inibem a liberação de citocinas pela Th2 e vice-
quimioatratores. O principal é saber que a expressão é modulada por
versa.
estímulos pró-inflamatórios e que as quimiocinas irão estimular a
- Células Th1: funções pró inflamatórias. Libera IFN-γ, IL-2 e TNF-α;
- Células Th2: promove produção de anticorpos pela células B; suprime a quimiotaxia de macrófagos, neutrófilos e outros linfócitos e outras
resposta imune celular. Libera IL-4, IL-5, IL-6, IL-10 e IL-13;
células periféricas ao local da lesão/infecção.
- Células Th3: inibe proliferação das células T; inibe ativação de macrófagos.
Secreta TGF-β;
- Células Th17: desenvolvimento suprimido pela Th1 e Th2. produz IL-17. M1 (pró-inflamatórias) M2 (anti-inflamatórias)
TNF-α Arg
Na aula passada vimos que as células T são divididas em 3
iNOS CD206
tipos, uma delas eram as T-helpers, que são as Th – que liberam
MHCII YM
citocinas. São essas células T que adentram o SN.
IL-1 IL-1Ra
O importante a saber aqui é que as citocinas liberadas pela
IL-6 TGF-β
Th1 inibem a liberação de citocinas liberadas pela Th2 e vice-versa. Isso
IL-12 IL-10
porque elas possuem ações opostas, a Th1 sempre é pró-inflamatória e
IL-23
aTh2 gera resposta anti-inflamatória.
Vídeo recomendado
5.1 Citocinas https://pt.khanacademy.org/science/health-and-medicine/nervous-
- Citocinas são moléculas de sinalização polipeptídicas que system-and-sensory-infor/neural-cells-and-
regulam funções imunes e inflamatórias, hematopoiese e cicatrização neurotransmitters/v/microglia
tecidual;
Quizz – estudo dirigido 2
1- Assinale a alternativa incorreta a respeito das funções fisiológicas da
microglia:
a. Aumentar sobrevivência neuronal
b. Poda sináptica
c. Regular eliminação de células durante o desenvolvimento do sistema
nervoso
d. Produção de líquido cefalorraquidiano
e. Vigilância imunológica