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PSICOLOGIA DO ESPORTE

Profª Tatiane Calve


AULA 3
Aluno: Gabriely Caroline Nunes Campos
Email: gabyycampoos@gmail.com
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Aluno: Gabriely Caroline Nunes Campos

CONVERSA INICIAL

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), ter saúde significa


estar em completo bem-estar físico, emocional e social. A percepção de bem-
estar é individual, subjetiva e pode estar associada a aspectos econômicos,
sociais, emocionais, psíquicos, físicos ou de saúde.
Assim, o bem-estar físico e emocional está relacionado à prática esportiva
e proporciona alterações físicas, fisiológicas e psicossociais no indivíduo. Para
que um indivíduo sinta esse bem-estar, algumas sugestões são recomendadas,
como:

• Manter hábitos saudáveis – praticar exercícios físicos regulares e


alimentação saudável;
• Ter relacionamentos saudáveis – praticar empatia;
• Ter momentos de lazer.

O objetivo geral desta aula será explicar as relações de bem-estar


emocional e físico dos atletas.
Durante o desenvolvimento da humanidade, a prática esportiva, mesmo
tendo objetivos diferentes, sempre foi sinônimo de saúde. De acordo com
Cavalcanti (2019),

Segundo Platão, a saúde consistia na descoberta da estrutura do


corpo, pelo médico, e na descoberta da estrutura da alma, pelo filósofo,
cabendo ao médico restituir no corpo doente seu estado são, e ao
filósofo infundir na alma discursos e argumentos legítimos quanto à
convicção virtuosa do bem-estar.

Atualmente, os esportistas, principalmente os de alto rendimento, se


preocupam com o bem-estar físico e emocional. Para que os atletas tenham uma
performance ótima nos treinamentos e nas competições, é necessário que
tenham preparação psíquica e emocional também, e não somente treinamento
físico, técnico e tático.
Dessa maneira, para compreensão do bem-estar físico e emocional de
atletas, esta aula será dividida nos seguintes temas:

• As principais psicopatologias em situações desportivas;


• Imagem corporal e os transtornos;
• A importância do sono;
• A melhora da memória;

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• A relação do humor com o desempenho esportivo.

TEMA 1 – PRINCIPAIS PSICOPATOLOGIAS EM SITUAÇÕES DESPORTIVAS

Atletas, como qualquer outro indivíduo, podem ter alterações psíquicas no


ao longo da vida, e essas mudanças podem estar relacionadas diretamente com
as exigências, as cobranças decorrentes da performance exigida dos atletas.
Para que possamos entender como as psicopatologias podem acometer os
atletas, inicialmente iremos conhecer o conceito de psicopatologia.

1.1 Psicopatologia

A psicopatologia é um campo de conhecimento que se refere ao


adoecimento psíquico do ser humano (Dalgalarrondo, 2008). Segundo o mesmo
autor,

São vivências, estados mentais e padrões comportamentais que


apresentam, por um lado, uma especificidade psicológica (as vivências
dos doentes mentais possuem dimensão própria, genuína, não sendo
apenas “exageros” do normal) e, por outro, conexões complexas com
a psicologia do normal (o mundo da doença mental não é um mundo
totalmente estranho ao mundo das experiências psicológicas
“normais”). (Dalgalarrondo, 2008, p. 27)

Os seres humanos, no decorrer dos anos, são capazes de se adaptarem


às mais diversas situações. Entretanto, alguns indivíduos, com transtorno
psicológico acabam por ter uma disfunção associada à diminuição da
capacidade adaptativa. Com isso, os indivíduos apresentam dificuldades em
tomar decisões, socializar, trabalhar, entre outras tarefas do dia a dia.
As dificuldades psíquicas que podem ser apresentadas pelas pessoas
podem ser consideradas como:

• Processos somáticos;
• Acontecimentos graves que causam ruptura com a vida considerada
saudável;
• Desvios da normalidade, vistos como indesejados pelo indivíduo ou meio
onde vivem.

1.2 As principais psicopatologias no esporte

Segundo Dalgalarrondo (2008), em relação aos sintomas, são

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encontradas nos pacientes algumas características semelhantes, como


alucinação, delírio, ideia obsessiva, labilidade afetiva, entre outros; e seu o
preenchimento da alteração estrutural, como conteúdo de culpa, religioso, de
perseguição, entre outras características.
As características da alteração estrutural são mais individuais,
dependendo das características histórico-culturais do indivíduo antes do
acometimento pela psicopatologia. Já em relação aos sintomas, esses estão
relacionados com a existência humana, como sobrevivência, segurança,
sexualidade, temores básicos, religiosidade, entre outros (Dalgalarrondo, 2008).
Segundo Dalgalarrondo (2008, p. 41-42), em relação ao diagnóstico das
psicopatologias, o processo segue alguns aspectos, tais como:

1. O diagnóstico de um transtorno psiquiátrico é quase sempre baseado


preponderantemente nos dados clínicos;
2. O diagnóstico psicopatológico, com exceção dos quadros psico-orgânicos
(delirium, demências, síndromes focais etc.), não é, de modo geral,
baseado em possíveis mecanismos etiológicos supostos pelo
entrevistador;
3. De modo geral, não existem sinais ou sintomas psicopatológicos
totalmente específicos de determinado transtorno mental;
4. O diagnóstico psicopatológico é, em inúmeros casos, apenas possível
com a observação do curso da doença;
5. Como salientou o psiquiatra brasileiro José Leme Lopes (1954), o
diagnóstico psiquiátrico deve ser sempre pluridimensional;
6. Confiabilidade e validade do diagnóstico em psiquiatria.

São inúmeros os tipos de psicopatologias diagnosticadas e tratadas pelas


áreas da psicologia e psiquiatria. Em relação aos esportistas, as principais
psicopatologias encontradas são as seguintes:

• Ansiedade e stress;
• Depressão;
• Transtorno de adaptação;
• Déficit de atenção e hiperatividade;
• Transtornos da personalidade;
• Overtraining e burnout;
• Transtornos alimentares.

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Os profissionais envolvido no esporte devem reconhecer os pontos que


levam um atleta a diferentes alterações psíquicas e, assim, oferecer recursos
para que os atletas possam lidar com todas as variáveis psíquicas e emocionais
que possam vir a acometê-los.

TEMA 2 – IMAGEM CORPORAL E OS TRANSTORNOS

Imagem corporal é uma percepção que o indivíduo tem sobre o seu


próprio corpo, de acordo com seus pensamentos, sentimentos e experiências.
O conflito entre o corpo real e o ideal cria distorções da percepção do
próprio corpo, ou seja, de imagem corporal.
As distorções de imagem corporal mais comum são:

• Anorexia;
• Bulimia;
• Vigorexia;
• Obesidade.

2.1 Anorexia

A anorexia é caracterizada pela restrição exagerada da alimentação.


Essa patologia causa perda extrema de massa corporal, devido a um forte
desejo de ser magro.

Figura 1 – Representação da distorção da imagem corporal de uma pessoa com


anorexia

Crédito: Riopatuba/Shutterstock.

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2.2 Bulimia

A bulimia é caracterizada pela rápida ingestão de alimentos, seguida de


arrependimento e o uso de métodos compensatórios para redução de peso.

2.3 Vigorexia

A vigorexia é um transtorno dismórfico corporal em que a pessoa, por


mais que consiga hipertrofiar, continua se vendo como pequena e fraca.

2.4 Obesidade

Obesidade é uma condição médica em que se verifica acumulação


excessiva de tecido adiposo ao ponto de poder ter impacto negativo na saúde.

Tabela 1 – Índices de massa corporal (IMC) e classificação da Organização


Mundial da Saúde (OMS)

Fonte: OMS, [S.d.]

Existem algumas variações que influenciam o transtorno dismórfico


corporal (TDC), como a influência da mídia, a forma corporal ideal, a baixa
autoestima, a insatisfação com o corpo, a falta de controle da própria saúde e a
distorção da imagem corporal.

TEMA 3 – IMPORTÂNCIA DO SONO

O sono, que é um estado fisiológico complexo que não pode ser evitado,
não é resultado de uma atividade cerebral reduzida, mas sim um estado de
consciência diferenciado.
O sono é uma necessidade biológica para recuperar as energias gastas
durante o dia e também necessário para o processo de crescimento e
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desenvolvimento. Assim, é necessário que os indivíduos tenham uma boa noite


de sono, em tempo e qualidade, para que estudantes, trabalhadores e atletas
possam repor energia, melhorando o desempenho físico e cognitivo, evitando
acidentes e melhorando o desempenho em suas atividades.
O sono é dividido em duas fases principais:

• Sono NREM – é considerado um sono fisiologicamente tranquilo, com


baixa frequência cardíaca e respiratória;
• Sono REM – só ocorre após um período de sono NREM e apresenta uma
série de alterações fisiológicas.

Pessoas com dificuldade no sono ficam mais propensas a desenvolverem


várias patologias, como aumento do peso, ansiedade, baixa imunidade entre
outros (Ribeiro, 2000).
O sono tem grande relevância no contexto esportivo, contribuindo para a
redução de episódios de fadiga.

TEMA 4 – MELHORA DA MEMÓRIA

A memória é um processo de grande importância em nosso dia a dia, por


estar relacionada com o aprendizado e a execução das mais variadas atividades
(Mourão Júnior; Faria, 2015).
Para Mourão Júnior e Faria (2015, p. 780):

Grosso modo, chamamos de memória a capacidade que os seres vivos


têm de adquirir, armazenar e evocar informações. Apesar dessa
definição aparentemente simplista, veremos, no decorrer do texto, que
ao falar de memória, definitivamente não estamos falando de algo
simples.

Para que possamos utilizar a memória para a realização das atividades


diárias, para a interpretação das informações e para a aprendizagem (retenção
de informações), há necessidade de que o sistema nervoso central processe,
intérprete e armazene as informações, sejam elas de carácter motor, cognitivo,
sensorial, afetivo etc.

4.1 Cognição e aprendizagem motora

A cognição é o processo mental utilizado para compreender o meio


ambiente. Trata-se de um sistema capaz de processar informações relativas à
interação entre organismo e ambiente.
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A memória é a capacidade de adquirir, armazenar e recuperar


informações disponíveis.
A aprendizagem motora é o processo interno que resulta em alterações
relativamente permanentes no comportamento motor. A aprendizagem é dividida
em dois diferentes níveis:

• Nível 1 – chamada declarativa ou explícita (semântica ou episódica);


• Nível 2 – denominada não declarativa ou implícita.
§ Memória associativa;
§ Memória não-associativa.

A aprendizagem motora é dividida em estágios, que, segundo Fitts e


Posner (1967) são:

• Estágio cognitivo – é de natureza cognitiva;


• Estágio associativo – associação de pistas ambientais com o movimento
executado;
• Estágio autônomo – automatização da habilidade.

4.2 Aprendizagem motora e esporte

O esporte possibilita a aprendizagem e aperfeiçoamento de gestos


técnicos. Táticas e capacidades psíquicas capacitam o atleta a ter um
desempenho mais eficiente nas competições.
O processo de aprendizagem de facilitar a percepção do atleta em relação
às suas facilidades e dificuldades.
Devemos estar atentos às características do processo de
ensino/aprendizagem para melhorar o vínculo do atleta com o esporte por ele
praticado.

TEMA 5 – A RELAÇÃO DO HUMOR COM O DESEMPENHO ESPORTIVO

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS, [S.d.]; Cabral et al.),


humor é o estado de espírito de um indivíduo; é determinado estado de
ânimo cuja intensidade representa o grau de disposição e de bem-estar
individual.
Sabemos o quanto podemos ser instáveis emocionalmente. Assim, os
estados de humor são compostos por seis ramificações:

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• Tensão;
• Raiva;
• Depressão;
• Confusão;
• Vigor;
• Fadiga.

Um atleta deve estar atento quanto à influência do humor no seu


rendimento esportivo.
Esse foco interno poderá o auxiliar na programação e execução das suas
atividades de forma mais correta e efetiva.
A motivação é a válvula propulsora do esporte, na qual se destacam
valores como a coragem, disciplina, cooperação, tolerância, lealdade,
perseverança e aspectos motivacionais.
Devemos estar atentos às variáveis motivacionais de cada atleta, para
auxiliar na maximização de sua performance.

NA PRÁTICA

Vimos nesta aula que a memória é a capacidade de adquirir, armazenar


e recuperar informações disponíveis. Diante dos conceitos expostos, cite as
fases da aprendizagem motora, propostas por Fitts e Postner (1967). A resposta
pode ser encontrada ao final deste material, após a seção Referências.

FINALIZANDO

Nessa aula, foram abordados temas como cognição, memória e


aprendizagem.
Também foram discutidas as relações de alterações da imagem corporal
e a influência do sono e do humor no bem-estar emocional e físico de atletas.

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REFERÊNCIAS

CABRAL, J. C. C. et al. Eliciting negative affects using film clips and real-life
methods. Psychology Repport, v. 121, n. 3, p. 527-547, jun. 2018.

CAVALCANTI, S. Como a atividade física influencia no bem-estar físico e


emocional. Ideias & Letras, 19 fev. 2019. Disponível em:
<https://www.editoraideiaseletras.com.br/blog/dia_do_esportista/>. Acesso em:
21 maio 2020.

DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e semiologia dos transtornos


mentais. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008.

FITTS, P. M.; POSNER, M. I. Human performance. Belmont: Brooks/Colemann,


1967.

LOPES, J. L. As dimensões do diagnóstico psiquiátrico. Rio de Janeiro: Agir,


1954.

MOURÃO JÚNIOR, C. A.; FARIA, N. C. Memória. Psicologia, Reflexão e


Crítica, v. 28, n. 4, 780-788, 2015. Disponível em:
<https://www.scielo.br/pdf/prc/v28n4/0102-7972-prc-28-04-00780.pdf>. Acesso
em; 21 maio 2020.

OMS – Organização Mundial da Saúde. Disponível em:


<https://www.who.int/eportuguese/countries/bra/pt/>. Acesso em: 21 maio 2020.

RIBEIRO, N. C. A semente da vitória. São Paulo: Senac São Paulo, 2000.

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GABARITO

São os estágios de aprendizagem motora, segundo Fitts e Postner (1967):

• Estágio cognitivo – natureza cognitiva;


• Estágio associativo – associação de pistas ambientais com o movimento
executado;
• Estágio autônomo – automatização da habilidade.

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