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Desafios da compliance, integralidade e controle interno na área da saúde

A compliance é um termo cada vez mais presente na realidade das empresas


brasileiras, porém, o primeiro desafio que fica evidenciado é a falta de clareza
quanto a seu significado o que repercute no desenvolvimento de programas com
uma baixa consistência jurídica que não conseguem gerenciar os riscos nem
cumprir seus propósitos principais (CARVALHO; BERTOCCELLI; ALVIM;
VENTURINI, 2019).
Um dos motivos é de fato, ser um conceito relativamente novo no Brasil, além que
estava mais restrito a ambientes corporativos controlados e regulados, ligando-se
principalmente a profissionais envolvidos em questões regulatórias como a
advocacia. A compliance precisa ser compreendida por tanto, de maneira
sistêmica, como um instrumento que vai mitigar os ricos, preservando os valores
éticos e de sustentabilidade corporativa, que fornece uma segurança na
continuidade da empresa, precisando estabelecer, incorporar e aplicar o programa
de compliance de maneira permanente na empresa. (CARVALHO;
BERTOCCELLI; ALVIM; VENTURINI, 2019)
No setor saúde deve-se levar em consideração a complexidade do sistema, sendo
muito abrangente na sua própria definição, adicional aos diferentes atores,
instituições, valores, normas que estão envolvidos nele, sendo o próprio cenário
dinâmico um desafio para os profissionais de compliance da saúde, o que exige
um conjunto específico de conhecimento e competências, tal como, conhecer as
problemáticas que enfrenta o sistema de saúde, além dos atos de corrupção que
estão mais presentes nele. (CARVALHO; BERTOCCELLI; ALVIM; VENTURINI,
2019)
O Brasil é um dos países do mundo que tem um sistema de saúde público
universal, igual que Reino Unido, Canadá, Australia, França e Suécia, no entanto,
apresenta o orçamento ao sector mais baixo da lista, que impacta na remuneração
para os procedimentos unificados do SUS, levando a alguns médicos a fraudar o
sistema tentando compensar aquele desequilibro, com desvios, realização do
maior número possível de procedimentos, assim sejam inecessários, para obter
uma maior remuneração. (CARVALHO; BERTOCCELLI; ALVIM; VENTURINI,
2019)
Deste modo, são requeridos processos que mitiguem os conflitos de interesse no
setor, sendo a pedra angular para um programa de Compliance na área da saúde,
procurando profissionais íntegros, bem remunerados, com as competências
pertinentes, bem como a fiscalização das atividades por parte dos respectivos
conselhos.(CARVALHO; BERTOCCELLI; ALVIM; VENTURINI, 2019)
Por outro lado, ao ter tantos atores no sistema, a compliance pode ser afetada de
diversas maneiras, tendo organizações como a ANVISA (Agência Nacional de
Vigilância Sanitária) que regula as atividades dos hospitais, clínicas e laboratórios,
os Conselhos profissionais para regular os trabalhadores de saúde faltando ainda
regulação da Agência Nacional de Saúde Suplementar ou dos outros órgãos que
estão envolvidos no processo de prestação de saúde. (PONTIN; ANGÉLICA;
MIRAGEM; SANTORSULA, 2020)
Quando se fala mais especificamente dos hospitais, vamos observar dentro dos
desafios, os altos custos para a implementação do programa Compliance, no
entanto, ao considerar nos prejuízos financeiros, o desagaste jurídico e
reputacional que encarrega a corrupção precisa se pensar nos benefícios, ao
dever constitucional de moralidade. Igualmente, pensar sobre quais são os
mecanismos de compliance que mais se precisam para controlar, prevenir e
identificar os atos corruptos, requere de toda uma análise aprofundada para
conseguir começar o desenvolvimento de práticas preventivas contra a corrupção.
(FARIA, 2018)

CARVALHO, A. C.; BERTOCCELLI, R. D. P. B.; ALVIM, T. C.; VENTURINI, O. Manual de compliance. Rio
de Janeiro: Forense, 2019.

FARIA, A. A. M. Compliance como método de controle da corrupção em hospitais públicos


brasileiros: uma estratégia viável? 2018.

PONTIN, A. L.; ANGÉLICA, C.; MIRAGEM, B.; SANTORSULA, C. B. Compliance na Área da Saúde.
Editora Foco, 2020. 6555151250.

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