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04/12/2019

CIDADE E ARQUITETURA NA IDADE MÉDIA

ARQUITETURA DA ANTIGUIDADE DE
Arquitetura da Antiguidade e da Idade Média
MESTRADO INTEGRADO EM ARQUITECTURA

IDADE MÉDIA
departamentodearquitectura

Prof. Doutora Maria do Céu S. Tereno

ANO LECTIVO 2019- 2020

ROMÂNICO

CIDADE E ARQUITECTURA NA IDADE MÉDIA

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04/12/2019

ALTA (séc.V a X) BAIXA (séc. X a XV)


• invasões bárbaras • Cruzadas
• descentralização política • renascimento comercial
• ruralização da sociedade • ressurgimento urbano
• formação do feudalismo • crise do feudalismo
• consolidação da Igreja • surgimento da burguesia

ANTIGA
IDADE MÉDIA MODERNA

476 dC 1453
ORIENTE
Queda de Roma Queda de Constantinopla

CIVILIZAÇÃO ÁRABE (séc.VII: Imp Islâmico)

CIDADE E ARQUITETURA NA IDADE MÉDIA

A designação "Românico" é uma convenção do século


XIX e significa "semelhante ao Romano”. Termo usado
originalmente para a arquitetura se referia à semelhança
entre as construções típicas italianas do século VIII ao
século XIII na Europa cristã e as estruturas constituídas de
abóbodas, grossos pilares e paredes maciças com
aberturas estreitas dos antigos romanos.
A primeira coisa que chama a atenção nas igrejas
românicas é o seu tamanho. Elas são sempre grandes e
sólidas. Daí serem chamadas: fortalezas de Deus. É um
estilo essencialmente clerical.

http://www.esgt.ipt.pt/download/disciplina/3168

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CIDADE E ARQUITETURA NA IDADE MÉDIA
Periodização
A Idade Média ou Idade Medieval foi um período intermédio numa divisão
esquemática da História da Europa em quatro "eras", a saber: a Idade Antiga, a
Idade Média, a Idade Moderna e a Idade Contemporânea.

O período da Idade Média foi tradicionalmente delimitado com ênfase em eventos


políticos. Nesses termos, ele teria se iniciado com a desintegração do Império
Romano do Ocidente, no século V (476 d. C.), e terminado com o fim do Império
Romano do Oriente, com a Queda de Constantinopla, no século XV (1453 d. C.).

A Era Medieval pode também ser subdividida em períodos menores, num dos
modos de classificação mais populares ela é separada em dois períodos:

Alta Idade Média, que decorre do século V ao X;


Baixa Idade Média, que se estende do século XI ao XV.

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CIDADE E ARQUITETURA NA IDADE MÉDIA
A maior parte da arte medieval que chegou aos dias de hoje tem um foco religioso — Filosofia
fundamentado no Cristianismo. Essa arte era muitas vezes financiada pela Igreja; bem Principalmente a partir do século V, os pensadores cristãos perceberam a necessidade
como por figuras poderosas do clero, como bispos; por grupos comunais, como os dos de aprofundar uma fé que estava amadurecendo, com o intuito de harmonizá-la com
mosteiros; ou por patronos seculares ricos. Como no período a vasta maioria dos as exigências do pensamento filosófico. Desse modo a Filosofia, que até então possuía
camponeses era iletrada, as artes visuais, aliadas aos sermões, eram o principal método traços marcadamente clássicos e helenísticos, passou a receber influências da cultura
para comunicar as ideias religiosas. Com a invasão dos povos bárbaros em Roma, pessoas judaica e cristã. Alguns temas que antes não faziam parte do universo do pensamento
foram para o campo, onde estariam mais seguras. Os grandes proprietários então, grego, tais como: "Providência e Revelação Divina" e "Criação a partir do nada"
construíram castelos medievais com grandes muralhas e segurança para proteger dos passaram a fazer parte de temáticas filosóficas.
bárbaros. A partir do século IX desenvolveu-se a principal linha filosófica do período, que ficou
Com a queda do Império romano, técnicas artísticas da Grécia antiga acabaram perdidas, conhecida como escolástica. Essa filosofia ganhou acentos notadamente cristãos,
entre elas estava muito do que se sabia sobre a noção de perspetiva. A pintura medieval surgidos da necessidade de responder às exigências de fé, ensinada pela Igreja,
passa a ser predominantemente bidimensional, e as personagens retratadas eram pintadas considerada então como a guardiã dos valores espirituais e morais de toda a
maiores ou menores de acordo com sua importância. Esse carácter estilizado das obras do Cristandade e, por assim dizer, responsável pela unidade de toda a Europa, que
período é também entendido como um reflexo próprio daquele contexto cultural, que comungava da mesma fé. A Escolástica teve uma constante de natureza
enxergava a vida com forte ênfase no seu aspeto simbólico. Os artistas medievais não neoplatónica, que combinava elementos do pensamento de Platão com valores de
estavam primariamente preocupados com o realismo, a intenção de passar uma ordem espiritual, reinterpretados pelo Ocidente cristão. No século XIII, Tomás de
mensagem religiosa pedia imagens claras e didáticas ao invés de figuras desenhadas com Aquino introduziu também elementos da filosofia de Aristóteles no pensamento
precisão fotográfica. escolástico.

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A questão chave que vai atravessar todo o pensamento filosófico medieval é a harmonização de Em alguns aspetos, no século IX, o retrocesso causado pelas
duas esferas; "a fé" e "a razão". O pensamento de Agostinho, (século V), reconhecia a migrações já estava revertido. No século X ocorre a
importância do conhecimento, mas defendia uma subordinação maior da razão em relação à fé, contenção das últimas ondas de invasões estrangeiras. E por
por crer que esta última venha restaurar a condição decaída da razão humana. Já a linha de volta de 1100 d. C. ocorre uma revolução que combinou
Tomás de Aquino (século XIII) defende maior autonomia da razão na obtenção de respostas, renascimento urbano e comercial, ampliação de culturas e
apesar de não negar tal subordinação da razão à fé.
fronteiras agrícolas, crescimento económico,
desenvolvimento intelectual e grandes evoluções
Ciência e Tecnologia
Como resultado das migrações bárbaras e da implosão do Império Romano do Ocidente, a tecnológicas. Começam a ser abertas novas escolas ao
Europa Ocidental do início da Idade Média era pouco mais que uma manta de retalhos de longo de todo o continente, inclusive em cidades e vilas
populações rurais e tribos bárbaras. Perdeu-se o acesso aos tratados científicos originais da menores. Por volta de 1200 são fundadas as primeiras
antiguidade clássica (em grego), ficaram apenas versões resumidas, e até deturpadas, que os universidades – Paris, Coimbra, Bolonha e Oxford – (em 1500
romanos tinham traduzido para o latim. A única instituição que não se desintegrou juntamente já seriam mais de 70). Começa um forte movimento de
com o falecido império: a Igreja Católica, manteve o que restou de força intelectual, tradução de documentos em língua árabe e grega, que
especialmente através da vida monástica. O homem instruído desses séculos era quase sempre tornam o conhecimento do mundo antigo novamente
um clérigo para quem o estudo dos conhecimentos naturais era uma pequena parte de sua
disponível para os eruditos europeus. Tudo isso possibilitou
escolaridade. Esses estudiosos viviam numa atmosfera que dava prioridade à fé e tinham a mente
No início da era medieval a um grande progresso em conhecimentos como a
mais voltada para a salvação das almas do que para o questionamento de detalhes do universo
físico. vida cultural concentrou-se Astronomia, a Matemática, a Biologia e a Medicina.
nos mosteiros.

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O período de 1100 a 1300 já foi No sector agrícola, temos o desenvolvimento de ferramentas como a charrua, melhorias
chamado de Revolução Industrial em carroças e carruagens, arreios para animais de carga, e a utilização de moinhos
da Idade Média. d'água. Avanços em instrumentos como a bússola e o astrolábio, na confeção de
Causavam espanto e admiração mapas e a invenção das caravelas tornaram possível a expansão marítimo-comercial
inovações tais como grandes Europeia na Idade Moderna.
relógios mecânicos que
transformaram a noção de tempo
nas cidades. Presenciaram-se
descobertas como as dos óculos,
em 1285, e da prensa móvel, em
1448. Houve também muitas
inovações na forma de utilizar os
meios de produção, com as
técnicas de serralharia e incisão de
pedras, a fundição de ferro, e os
avanços nas técnicas de
construção aplicadas ao estilo
gótico.

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O fim da Idade Média está relacionado a grandes transformações como: a ascensão
O legado medieval para o progresso científico das monarquias nacionais europeias, o início da recuperação demográfica e
económica após a Peste Negra, os Descobrimentos Marítimos, o movimento de
A tecnologia das grandes navegações permitirá em séculos futuros a descoberta de redescoberta da cultura clássica, por volta do século XV, bem como a Reforma
um número extraordinário de novas espécies de animais e plantas, além de novas Protestante, começando em 1517.
formações geológicas e climáticas. Os avanços obtidos na ótica logo iriam gerar
aparelhos como o microscópio e o telescópio, que, juntamente com a prensa móvel,
(outro fruto medieval), são vistos como os equipamentos mais importantes já criados
1415 - A conquista de Ceuta pelos portugueses marca o início da expansão marítimo-
para o avanço do conhecimento humano. Mas a herança mais importante do período
comercial europeia.
provavelmente foi o nascimento e multiplicação das universidades, juntamente com o
1429 - Santa Joana D'Arc liberta a França
surgimento das primeiras sementes da metodologia científica contemporânea.
1453 - A Tomada de Constantinopla, pelos Turcos Otomanos, põe fim ao Império
Antes de 1500, a visão do mundo dominante na Europa, assim como na maioria das
Bizantino.
outras civilizações, era orgânica. As pessoas viviam em comunidade pequenas e
1498 - Vasco da Gama descobre o caminho marítimo para a Índia.
coesas, e vivenciavam a natureza em termos de relações orgânica, caracterizadas
1517 - Publicação das 95 Teses de Martinho Lutero, que dá início à reforma protestante.
pela interdependência dos fenómenos espirituais e materiais e pela subordinação das
1534 - O "Act of Supremacy" de Henrique VIII dá origem à Igreja Anglicana.
necessidades individuais às da comunidades...] A natureza da ciência medieval [...]
baseava-se na razão e na fé, e sua principal finalidade era compreender o significado
das coisas e não exercer a predição ou o controle da história.

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Período pré-românico
A arte da Idade Média insere-se no período que, convencionalmente, se chama de
Idade Média. A Igreja Católica assume neste período um papel de extrema
importância filtrando todas as produções científicas e culturais, fazendo com que - Arte religiosa islâmica, extenso território
muitas obras artísticas tenham temática religiosa. (Pérsia, Síria, Turquia, Egipto, Norte de África,
Movimentos Artísticos e Arquitectónicos Sicília, Península Ibérica). Diversas
Periodização influências.
Palácios, mesquitas, arquitetura com base
Arte - Arte cristã do império romano do oriente, na geometria e matemática, mármore,
bizantina desde a transição da capital para mosaico, azulejo, cerâmica, metal,
Constantinopla à sua conquista em 1453 iluminura.
Arte islâmica
pelos turcos.
-
- Influência da arte romana e da arte oriental.
- Ornamentos com base em citações do
- Arquitectura religiosa (cúpula), pintura e
Corão (arabescos), espiritualismo, ausência
mosaico de carácter bidimensional e
da figura humana, abstracionismo,
simbólico (ícones).
geometrizarão, padrões, motivos florais e
vegetais.

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Maior proximidade ao românico
Arte merovíngia -Período da dinastia franca dos merovíngios
-Arte visigótica - Período da invasão pelos
de c. 500 a 750.
Visigodos da Península Ibérica entre 415 e
711 d.C..
- Arte hibérnico-saxónica e Arte anglo- -Período de Carlos Magno e seus sucessores.
saxónica - Irlanda e Grã-Bretanha, do século
V ao século XII. Fusão artística céltico- -- Arquitectura religiosa com pinturas murais,
germânica pela influência de tribos mosaicos, baixos-relevos (Catedral de
Arte dos povos germânicas (estilo Hibérnico-Saxão de 600 a Aachen - capela palatina), surge a cripta
germânicos 800 d.C.) - Mosteiros, joalharia, artefactos com deambulatório, mosteiros.
em metal, madeira, pedra de estilo Arte carolíngia -
animalista imaginativo (abstraccionismo e - Artes decorativas, marfins, joalharia,
organicismo). - Iluminura de carácter iluminura de forte dinamismo de traço,
Cruz celta em Rock of
Cashel, Irlanda. ornamental, ausência de representação energia rítmica.
Os quatro evangelistas,
humana, iluminura de c. 820,
- Herança céltico-germânica, inspiração na
Catedral de Aachen,
-geometrização e elementos. Alemanha. arte romana clássica, espírito medieval,
emocional.

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Românico e Gótico
-Alemanha, meados do século X a inícios do -Alta Idade Média, Europa, entre século XI
século XI. I a século XIII.

-império romano-germânico: Otão I e seus - Arquitectura com influências romanas,


sucessores. Estilo que sucede ao carolíngio, do arco de volta-perfeita, abóbada, planta
qual recebe grande influência, e que basilical, mosteiros (Ordem de Cluny),
Arte otoniana antecipa formalmente o românico. Arte românica castelos, estilo defensivo. Tetos em
- Arquitectura vigorosa, maciça e de abóbada que substituíram os tetos de
equilibradas proporções, portas de bronze em madeira; Paredes muito espessas e muito
relevo. poucas janelas, todas elas de pequeno
- Escultura realista e expressiva. Iluminura de Sé Velha de tamanho; Paredes suportadas e
Evangelho de Hitda, c.
1020, Escola de grande força e intensidade, variedade de Coimbra consolidadas por contrafortes gigantes
Colónia. Darmstadt,
Alemanha matizes, clarificação da mensagem, para dar sustentação ao edifício; A
hierarquia pela escala das figuras. consolidação dos arcos era feita por meio
de abóbadas de cruzamento.

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-Baixa Idade Média, Europa, entre finais de
século XII a finais de século XV com diferenças
locais e temporais.

- Catedrais, arco quebrado, abóbada de -Portugal, estilo arquitetónico simultâneo ao


cruzaria, arcobotante, vitrais, verticalismo, gótico final.
complexidade decorativa. O horizontalismo
Arte gótica dos edifícios ter sido substituído pelo - Influência estilística dos Descobrimentos,
Arte manuelina
verticalismo; As paredes eram mais leves e grande importância da decoração; esfera
finas; Os contrafortes eram em menor número; armilar, motivos marítimos, cordas, elementos
As janelas eram predominantes; A utilização florais e vegetais.
do arco de volta quebrada; A consolidação
dos arcos era feita por abóbadas de arcos Janela do
Convento de
cruzados ou de ogivas; Nas torres Cristo em Tomar
(principalmente nas torres sineiras) os telhados
eram em forma de pirâmide.
- Arte religiosa citadina de ensinamento ao
fiel, possibilitar ascensão ao divino.

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CIDADE E ARQUITETURA NA IDADE MÉDIA
A arte pré-românica não designa um estilo em particular, mas antes um período da arte ocidental PINTURA:
que se inicia formalmente com a dinastia merovíngia, mas que pode retroceder já ao momento
da queda do Império Romano do ocidente com as migrações dos povos germânicos para a
Europa. De um modo geral este período situa-se na passagem da antiguidade clássica tardia • Continuidade no modo de pintar desenvolvido
para o românico, pautando por uma absorção de diversas influências que resultam nas fusões
inovadoras entre elementos clássicos do Mediterrâneo, cristãos e germânicos. Não se resume, por anteriormente;
isso, a uma região específica, alastra-se por toda a Europa ao longo de um longo período
temporal, destacando-se alguns estilos artísticos próprios.
• A representação do espaço não é importante;
• A imagem deveria evangelizar;
• A temática é essencialmente bíblica;
•Gestos artificiais;
• Poses forçadas;
• Figuras amontoadas.

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Iluminura. São João


Evangelista, do Evangelho
do Abade Wedricus. 1147
Iluminura São Paulo

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Escultura

•A escultura do românico tem por objetivo artístico realizar a


comunicação entre a igreja católica e o fiel;

• A escultura foi inserida no espaço arquitetônico como um


elemento complementar, dedicando-se, principalmente, ao
ensinamento de cenas bíblicas;

• Ao longo do caminho de peregrinação em direção a Santiago


de Compostela, existem muitas esculturas em estilo românico.

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Pilar central, porta oeste.


Catedral de São Lázaro.
Autun, França, 1130-35.
Pedra.

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Arquitetura Românica

• Abóbodas em substituição ao telhado das basílicas;

• Pilares maciços que sustentavam as paredes espessas;

• Aberturas raras e estreitas utilizadas como janelas;

• Torres que aparecem no cruzamento das naves ou nas fachadas;

• Arcos que são formados por 180 graus.

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Domus Municipalis O Domus municipalis de Bragança é um edifício único na Península
Ibérica de arquitectura Românica. Tem a forma de um pentágono
irregular, tem um subterrâneo, composto por uma cisterna
abobadada. Foi construído no século XII e muito se tem escrito
sobre a finalidade deste edifício mas sem nunca chegar a
consenso. Eventualmente serviria de cisterna, outros autores têm
dúvidas se terá sido esta a sua função. Foi mais tarde adaptado a
Paços do Concelho.
Está classificado pelo IPPAR desde 1910 como Monumento
Nacional.

Castelo de Palmela Castelo de Alcaçer do Sal Castelo de Leiria

Exemplo de arquitetura civil


românica em Portugal.

Castelo de
Castelo de Porto de Mós Castelo dos Mouros Pombal

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Sistema Estrutural de uma Catedral Românica

As catedrais românicas possuíam um sistema estrutural baseado


em espessas paredes e abóbadas semicirculares localizadas logo
abaixo do telhado. Dispostas como indicado na figura, as paredes
tinham que ser espessas e com poucas aberturas, pois resistiam
tanto aos esforços verticais, quanto aos esforços horizontais gerados
pelo vento, abóbadas e telhado.

https://pt.slideshare.net/abaj/arquitetura-romnica Estrutura de uma catedral rômanica

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Arquitetura românica de peregrinação
A planta é em cruz latina com 3 a 5 naves abobadadas em
pedra. A cabeceira ou charola é constituída por abside,
absidíolas e deambulatório. Estas igrejas eram dotadas para
receber grandes multidões e procissões, pelo que havia a
necessidade do deambulatório, que permitia o decorrer normal
das cerimónias simultaneamente com as procissões passando
atrás do altar. O trifório, galeria semiabobadada aberta para a
nave central, era colocado sobre as naves laterais mais baixas,
Igreja de Santa Maria de Ripoll Igreja Saint-Benoit sur- Igreja de São Martinho Frómista, Palência. iluminado pelo clerestório. O nártex precedia a entrada e era
Gerona Loire, Loiret, França reservado aos catecúmenos. No alçado da entrada são
colocadas 2 torres ou westwerk.
O sistema estrutural é conseguido através de contrafortes para
suportar o peso, paredes compactas e poucas aberturas,
Planta da Catedral de Santiago de
cobertura em abóbada de canhão e abóbada de aresta na
Catedral de Compostela. nave central. É feita uma divisão vertical em 2 planos, com uma
Santa Maria, galeria espaçosa sobre os arcos principais, os arcos laterais e
em Salisbury Cluny e Santiago de Compostela são transversais do interior são sustentados por apoios
na Grã-
Catedral de Notre- provavelmente os melhores exemplos independentes.
Igreja de São Domingo Dame-Paris Bretanha. de igrejas de peregrinação.
-Santo Domingo.

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Os mosteiros
As igrejas de peregrinação foram muito características
desse período. Elas ficavam no caminho para os locais Os mosteiros foram importantes para o estabelecimento da arquitectura românica, principalmente os
sagrados, como Santiago de Compostela, Roma e
das ordens de Cluny e Cister. Desse conjunto característico, a dependência a se destacar é o
Jerusalém, e serviam de apoio e pouso para os peregrinos,
além de oferecer como atrativo as relíquias, objetos claustro, por vincular o mosteiro ao templo e por ser a dependência mais bem cuidada do ponto de
pertencentes a Jesus Cristo, a Maria e aos santos, como os
vista artístico. Geralmente possuem quatro lados, com tendência a formar quadrados perfeitos, e
cravos que pregaram as mãos e pés de Jesus, ou os
espinhos da coroa, ou ainda fios de cabelo da Virgem. quatro corredores resultantes em pórticos abertos com arcadas sustentadas por colunas.
Essas igrejas seguiam a planta em forma de cruz latina, com
várias naves , geralmente 3 ou 5, em que as naves laterais A arquitectura em pedra vem reforçar a característica de monumentalidade e fortaleza, possível
se prolongavam e passavam por detrás da abside,
depois de toda a evolução dos meios construtivos. Os conjuntos arquitetónicos seguem, geralmente,
formando o deambulatório. Do deambulatório saiam as
capelas radiantes, ou absidíolas. Esse conjunto era a planta basilical, uma, três ou cinco naves (geralmente três), colunas que sustentavam as abóbadas
característico das igrejas de peregrinação e ficou
e um aspeto maciço e horizontal (mesmo que muitas das igrejas sejam bem altas). As paredes são
conhecido como cabeceira de peregrinação. Entre as
igrejas desse tipo estão as de Saint-Sernin de Toulouse, cegas, pois não é possível, ou é muito difícil, abrir grandes janelas nas paredes, já que elas servem
Santiago de Compostela, Santa Madalena de Vézelay e
como estrutura e suportam todo o teto. Haverá grande decoração, externa e internamente, através
Igreja de Saint-Martin de Tours.
Saint-Sernin de Toulouse, uma igreja de de esculturas nos tímpanos nas portas de entrada e nos capitéis e colunas, e pintura parietal nas
peregrinação.
absides e abóbadas das naves.

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A arquitetura monástica correspondeu bem de perto à das igrejas. O
mosteiro-padrão constava de uma igreja, um claustro ou pátio em
arcadas e uma série de dependências que se desenvolviam em
torno dele, como a sala capitular, a biblioteca, o refeitório e os
dormitórios.
Na formação do românico, a importância dos ensinamentos
originários de Cluny, desde o ano 984, foi seguida, a partir de 1100,
pelas lições provenientes do mosteiro de Cister, na Borgonha. O
estilo cluniacense, de ornamentação profusa e luxuosa, com pinturas
murais e muitas esculturas, contrastava com a sobriedade do
cisterciense, muitas vezes com paredes nuas e colunas não
decoradas. A arquitectura civil, mais rara que a religiosa, tomou
forma na edificação de castelos e fortalezas. Convento de S. Gall

Esquema de abadía cisterciense típica, segundo S.Bernardo de


Planta da antiga abadia de Cluny. Planta do Convento de S. Gall. Claraval, mosteiro de Fontenay, na Borgonha.

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Mosteiro de Alcobaça Igrejas românicas de cúpula
Igrejas românicas de cúpula são igrejas com cúpulas seriadas (próprias do oeste e sul de França),
influência direta da arquitectura muçulmana e bizantina. Possuem uma nave única muito ampla,
em alguns casos com um transepto saído (Solignac e Angoulême). A abside é tão larga como a
nave. A nave central é coberta por uma série de cúpulas sobre pendentes sustentadas por arcos
amplos.
Em Germiny-des-Prés observamos uma catedral com cruz grega inscrita num quadrado com uma
cúpula central e cúpula nos cantos (planta em Quincunx). S.Marcos de Veneza apresenta uma
planta em cruz grega em que a cúpula central se ergue muito acima da cúpula real mais baixa e
em madeira.
Fonte no Mosteiro de Alcobaça

Capela de São
Frutuoso de
Montélios - Braga
Igreja S. Irene -Istambul

Com o fim da Idade Média a estrutura de poder europeia modifica-se radicalmente.


Começam a surgir os estados-nacionais e, apesar da ainda forte influência da Igreja Catedral de S. Denis
Católica, o poder secular volta a subjugá-la, especialmente com as crises decorrentes
da Reforma Protestante.

São Francisco, Assis,


Itália; 1228-53

Fachada norte da Catedral de S. Denis,


Paris.

A catedral e ao lado a
Torre de Pisa, Itália. A Fachada oeste. Acrescentada
construção da torre
pelo Abade Suger. Cerca de
durou de 1173 a 1350.
São Miniato do Monte, Itália, Florença. 1136-40.

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ARQUITECTURA
No final dos séculos XI e XII, na Europa, surge a arte românica cuja a estrutura era semelhante às
construções dos antigos romanos.

As características mais significativas da arquitectura românica são:


* abóbadas em substituição ao telhado das basílicas;
* pilares maciços que sustentavam e das paredes espessas;
* aberturas raras e estreitas usadas como janelas;
* torres, que aparecem no cruzamento das naves ou na fachada; e
* arcos que são formados por 180 graus.
A primeira coisa que chama a atenção nas igrejas românicas é o seu tamanho. Elas são sempre
grandes e sólidas. Daí serem chamadas: fortalezas de Deus. A explicação mais aceita para as formas
volumosas, estilizadas e duras dessas igrejas é o fato da arte românica não ser fruto do gosto refinado
da nobreza nem das ideias desenvolvidas nos centros urbanos, é um estilo essencialmente clerical. A
Batistério de Florença. arte desse período passa, assim a ser encarada como uma extensão do serviço divino e uma
oferenda à divindade.
A mais famosa é a Catedral de Pisa sendo o edifício mais conhecido do seu conjunto o campanário
que começou a ser construído em 1.174. Trata-se da Torre de Pisa que se inclinou porque, com o
passar do tempo, o terreno cedeu.
Na Itália, diferente do resto da Europa, não apresenta formas pesadas, duras e primitivas.
Igreja românica

CIDADE E ARQUITETURA NA IDADE MÉDIA


CIDADE E ARQUITETURA NA IDADE MÉDIA As construções românicas tiveram, como antecedentes, elementos da arquitectura eclética do
renascimento carolíngio -- a arquitectura romana, a bizantina e as técnicas de edificação em
madeira dos povos bárbaros -- embora os resultados decisivos e a coerência estilística só tenham
Arquitectura sido alcançados em meados do século XI, principalmente na França.
Equipes de arquitetos, escultores e canteiros iam de um lugar para outro realizando obras, fato que
Durante a Idade Média os templos (igrejas, catedrais) e outros edifícios tinham planta contribuiu para dar ao românico sua unidade estilística, sem que isso impedisse o aparecimento de
de cruz latina ou em basílica. escolas locais que se formavam por onde os mestres e artesãos ambulantes, como se semeassem
modelos, passavam com sua prática.
No estilo Românico os principais materiais utilizados para a construção de edifícios
As edificações desse primeiro período eram feitas com pedras aparelhadas em blocos de formas
eram a pedra e o tijolo. Na altura os tetos dos edifícios eram de madeira e, por isso, regulares. Em alguns casos, a pedra era revestida de mármore de cores diferentes, como no
havia muitos incêndios. Por esta razão, esses tetos de madeira foram substituídos por românico italiano, exemplificado pelo conjunto que inclui, em Pisa, o batistério, a catedral, e a
abóbadas. Devido a estas abóbadas (de estilo bizantino) as paredes tiveram de se famosa torre inclinada.
tornar espessas para sustentar tanto peso. Para as sustentar era necessário o uso de A planta em cruz latina, de clara origem paleocristã, prevaleceu nas igrejas, que, além de torres,
contrafortes em abundância. Para que os edifícios não se desmoronassem, o uso de tinham de três a cinco naves terminadas por uma ou várias absides. Plantas de outros tipos, menos
janelas e vitrais passou a ser tão reduzido que quase não se notava os detalhes do frequentes, foram também adotadas, como a planta circular da ordem dos templários (igreja de Vera
interior dos edifícios, pelo facto de haver muito pouca luminosidade. Cruz, em Segóvia, Espanha), a planta em cruz grega (Saint-Front de Périgueux, França, com forte
No estilo Gótico os edifícios passaram a ser mais altos, mas menos extensos. As influência bizantina), e a planta poligonal, seguida em igrejas da Alemanha (Ottmarsheim) e da
Espanha (Torres del Río, em Navarra).
paredes passaram a ser menos espessas e mais altas. Por isso houve uma diminuição
As igrejas românicas impunham-se pela aparência maciça, com a predominância de massas na
do número de contrafortes utilizados. Devido a isto, as paredes eram rasgadas por horizontal. Suas paredes, grossas, tinham poucas aberturas, o que tornava os interiores escuros,
inúmeras e enormes janelas e vitrais que, ao contrário do estilo Românico, deram compatíveis com um sentido de religiosidade concentrada e mística. Na cobertura, foi muito usada a
uma maior luminosidade e claridade ao interior dos edifícios. abóbada de berço ou semicilíndrica, prolongada por arcos transversais de reforço.

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A solução dava solidez à igreja, mas exigia apoios resistentes para o grande peso a ser
sustentado. Assim, as descargas orientavam-se para as paredes largas que apoiavam o peso
contínuo das abóbadas e seus arcos, os quais ainda se apoiavam sobre pilares sólidos. Pelo lado Igrejas românicas e igrejas paleocristãs
de fora, as paredes eram reforçadas por contrafortes, e a existência de naves laterais contribuía
igualmente para a sustentação da obra. A estrutura das igrejas românicas é mais complexa que a das paleocristãs. Estando mais
Nas igrejas de peregrinação, as naves laterais possuíam um segundo andar, a tribuna, que se próxima da Arquitectura romana no seu aspeto apresenta naves de abóbadas de pedra
abria em arcadas para a nave central e servia também para alojar fiéis, de modo a ampliar o
espaço útil do templo. em vez de travamento de madeira. A igreja românica é precedida por um átrio ladeado
Entre as igrejas desse tipo, dotadas ainda de passagem em volta do altar central -- o
de pórticos que faz a ligação à igreja através de um nártex.
deambulatório -- destacaram-se Saint-Sernin de Toulouse, na França, e Santiago de Compostela,
na Espanha. No caso das igrejas paleocristãs, no cruzamento da nave com o transepto situa-se um
O arco mais utilizado foi o semicilíndrico, em geral ornamentado. Além das abóbadas de
berço com arcos de reforço, usaram-se também abóbadas de arestas, constituídas pela arco triunfal que emoldura a abside e o altar. Este arco era colocado sobre a berma,
intersecção de duas abóbadas cilíndricas, com a consequente formação de arestas salientes área elevada ao centro do transepto que corresponde ao cruzeiro. As colunas da nave
para dentro do espaço coberto.
As cúpulas situavam-se no cruzeiro, ponto de união da nave central com a nave transversal ou central suportam arcadas que conformam um alçado contínuo.
transepto. Algumas igrejas, por influência bizantina, possuíam várias cúpulas, como as catedrais O esquema do alçado interior das igrejas românicas faz-se através dos elementos:
de Angoulême e Puy, na França.
Grande parte da ornamentação das igrejas se concentrava nos pórticos das fachadas, que coluna, feixe de pilares, abóbadas de canhão, tribuna. Enquanto que nas paleocristãs é
resultavam da justaposição de vários arcos concêntricos apoiados em colunetas. Torres e
visível a sequência: colunas, entablamento direto, arco e vãos (clerestório).
campanários flanqueavam frequentemente as fachadas.

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Arquitetura românica em Portugal
Capela de São Frutuoso de Montélios - Real - Braga

Durante a reconquista, de que nasceu Portugal, a arte peninsular não muçulmana continuava, na maior
parte, os velhos modelos visigóticos, quer revestindo as formas moçárabes duma arte popular, do cristão
submetido, a qual fundia elementos da tradição hispano-visigótica com os de origem cordovesa, quer
adquirindo características ainda mais originais no reino das Astúrias, onde a remota arte visigótica se
esfumara com a influência carolíngia, lombarda e romana. Um dos melhores expoentes do românico em
Portugal é a Sé Velha de Coimbra, cuja construção data do século XII.

Igreja de
Igreja de Santa S.
Maria de Martinho
Barrô(Resende) de
Mouros

Igreja Mosteiro
de Santa Maria
de Cárquere

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Igreja de São Pedro de Rates

A Igreja de São Pedro de Rates é uma igreja


criada no século IX em São Pedro de Rates,
concelho da Póvoa de Varzim, foi
reconstruída pelo Conde D. Henrique em 1100
e está classificada como monumento
nacional. Constitui um dos importantes
monumentos românicos medievais no então
emergente reino de Portugal, dada a
relevância das formas arquitetónicas e
escultóricas.
As origens do templo antecedem a
nacionalidade, tendo sido identificados
vestígios materiais que remontam à época
romana.
A Igreja de São Pedro de Rates situa-se junto á
bacia do Ave e é um dos mais importantes
mosteiros beneditinos clunicenses e está
ligado à lenda de São Pedro de Rates, mítico
primeiro bispo de Braga, primaz das Espanhas
Igreja de Nossa Senhora da Graça, (Península Ibérica), hipótese que remonta
Catedral de Évora Santarém Convento do Carmo, Lisboa.
essencialmente ao século XVI.

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Convento de Cristo-Tomar

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Igreja Românica de Sernancelhe

Igreja de S. Pedro de Rates

Igreja de S. Gens

Igreja de S. Pedro de Cête

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Igreja de Santa Maria de Ripoll, Gerona, Espanha

Igreja de San Martin de Tours (século XII),


Frómista , Palência, Espanha.

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CIDADES MEDIEVAIS

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Morfologia da cidade medieval

Bragança

PLANTA IRREGULAR
PLANTA RADIOCONCÊNTRICA
Este tipo de planta (ou malha urbana) é
característica das cidades muçulmanas e medievais. Este tipo de malha é comum na
As edificações mostram que a cidade com este tipo maioria das cidades europeias e,
Cidade de Veneza.
de planta, cresceu de forma desordenada: os geralmente, tem a ver com uma
edifícios estão construídos em cima uns dos outros, função defensiva que remonta à
as ruas são muito estreitas, tortuosas e muitas vezes Idade Média.
acabam em becos sem saída, muitas dessas ruas Monsaraz
mais parecem uns labirintos.

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Gênova em 1493

Mapa de Haarlem, nos Países Baixos, em 1550. A


cidade está completamente cercada por uma
Cidades medievais: Cordes, Vitry-le-François, Palma Nuova, Vichy, e Pintura de Paris de 1493. muralha e um canal defensivo.
Braga(Portugal)

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As cidades medievais planeadas. A regularidade dos traçados. Entre o século III, em que se Estas cidades foram construídas principalmente em zonas de fronteira, ou em áreas que
inicia o declínio das cidades europeias, e o renascimento urbano do século XIII, existem elos de necessitavam de ser consolidadas e colonizadas. D. Afonso III e D. Diniz, fundaram várias destas
continuidade com o mundo da Antiguidade Clássica, que permanecem ao longo da Idade povoações, nalguns casos reordenando núcleos de povoamento já existentes, noutras construindo-
Média. São esses laços, por vezes ténues, que vão permitir o florescimento das cidades as de raiz. Incluem-se aqui, entre muitas outras, Viana do Castelo, Monção, Caminha, Valença,
medievais planeadas no território português a partir do século XIII e, mais tarde, a partir do Miranda do Douro, Vila Real, Redondo, Assumar, Monsaraz, Alegrete, Vila Viçosa, Niza. Os traçados
século XVI, das cidades já imbuídas dos ideais renascentistas que se vão construir destas cidades portuguesas não evidenciam tão explicitamente como outras cidades europeias suas
principalmente fora da metrópole. A partir do século XII observa-se na Europa o retomar da contemporâneas as suas referências aos cânones da antiguidade.
tradição dos traçados urbanos regulares da Antiguidade, sendo os traçados urbanos em
quadrícula aplicados quer na criação de cidades novas, quer nas expansões planeadas de
cidades já existentes. Os séculos XII a XIV correspondem em toda a Europa a um período de
fundação de novas cidades, incluindo Portugal. Característica comum a estas fundações
medievais por toda a Europa é o facto de elas terem sido planeadas e construídas de acordo
com um plano regular, o que assegurava uma maior rapidez e eficácia na sua fundação e na
distribuição de terrenos pelos colonos, bem como na sua construção e desenvolvimento
Lisboa Monção
posterior. Eram geralmente cidades de mil a dois mil habitantes, com uma estrutura regular,
geometrizada, muitas vezes ortogonal e rodeadas por uma muralha. Dentro da cidade, a
estrutura de loteamento era regular, sendo idênticas as dimensões de todos os lotes. Algumas
destas cidades vão retomar explicitamente princípios do urbanismo romano. Em Portugal a
fundação de cidades novas estava ligada aos processos de reconquista e de repovoamento dos
territórios conquistados aos Mouros e da necessária reorganização política e económica do Valença Viana Monsaraz
Reino.

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Não existem traçados em quadrícula e a praça ou não se localiza no centro ou não existe, só se vindo a
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estruturar gradualmente ao longo dos tempos. Apesar disso, os traçados destas cidades medievais eram
regulares, concebidos de acordo com um padrão geométrico, tendendo para uma organização
ortogonal de ruas e quarteirões. Estas cidades consistem de um conjunto de quarteirões com uma forma Os principais factos a influenciarem a produção arquitetónica medieval foram o
retangular alongada, cada um deles constituído por uma sucessão de estreitos lotes urbanos paralelos uns recrudescimento das cidades (e consequente ruralização da Europa e criação de feudos) e a
aos outros e orientados no mesmo sentido, com uma face para uma rua principal e outra face para uma ascensão da Igreja Católica. À medida que o poder secular submetia-se ao poder papal,
rua de traseiras. Estruturava-se assim uma hierarquia de ruas de frente e de traseiras, cortadas por passava a ser a Igreja que detinha o capital necessário ao desenvolvimento das grandes obras
transversais, característica destas cidades medievais. Cada quarteirão era composto por um número arquitetónicas. A tecnologia do período desenvolveu-se principalmente na construção das
idêntico de lotes, e as dimensões das ruas principais e secundárias, dos quarteirões e dos lotes eram catedrais, estando o conhecimento tectónico sob o controle das corporações de ofícios.
constantes dentro de cada cidade. Para além disso, é possível encontrar algumas constantes entre estas
dimensões nas várias cidades. Os lotes urbanos variavam geralmente entre os 25 e os 30 palmos de frente Durante praticamente todo o período medieval, a figura do arquiteto (como sendo o criador
(entre 5.5 e os 6.6 metros), dimensões de loteamento que vamos encontrar a partir daí ao longo dos solitário do espaço arquitetónico e da construção) não existe. A construção das catedrais,
séculos em muitas cidades construídas portuguesas, pelo mundo fora, e que estão na origem às frentes de principal esforço construtivo da época, é acompanhada por toda a população e insere-se na
casas com três vãos, características das cidades portuguesas. Dado o papel defensivo de muitas destas vida da comunidade ao seu redor. O conhecimento construtivo é guardado pelas corporações,
cidades, a sua localização era por vezes em sítios elevados, mais facilmente defensáveis. Contudo, as quais reuniam dezenas de mestres-obreiros (os arquitetos de facto) que conduziam a
apesar da irregularidade de muitos dos locais em que estas cidades medievais eram construídas, os seus execução das obras, mas também as elaboravam.
traçados e a sua estrutura de loteamento eram regulares. Pelas mesmas razões, a muralha geralmente
não acompanhava o perímetro dos quarteirões, mas seguia o percurso mais fácil de construir e de A Cristandade definiu uma visão de mundo nova, que não só submetia a vontade humana aos
defender. Daqui resultava que entre o perímetro das muralhas e os quarteirões construídos restavam
desígnios divinos como esperava que o indivíduo buscasse o divino. Em um primeiro momento,
terrenos vazios, por vezes bastante amplos, que eram aproveitados como terreiros. Em muitas cidades
e devido às limitações técnicas, a conceção do espaço arquitetónicos dos templos volta-se ao
novas medievais eram estes terreiros, localizados marginalmente em relação ao tecido construído, junto
ás muralhas, que cumpriam originalmente as funções de praça. O mercado e outras funções coletivas da centro, segundo um eixo que incita ao percurso. Mais tarde, com o desenvolvimento da
cidade exerciam-se inicialmente nestes logradouros, onde muitas vezes se localizava também o poço. arquitectura gótica, busca-se alcançar os céus através da indução da perspectiva para o alto.

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ARQUITETURA CIVIL:

No início da Idade Média a arquitetura civil refletia as condições incertas da época. Enquanto os camponeses viviam em
cabanas de adobe ou pau-a-pique, ou mais raramente materiais sólidos, a nobreza europeia vivia em castelos sem
dúvida imponentes, mas incómodos e desconfortáveis. O fosso constitui a primeira linha de defesa. Os muros sólidos são
enquadrados por torres colocadas nos ângulos e de ambos os lados da entrada e coroados por ameias cuja função é
proteger e os arqueiros. Possuem também o menor número de aberturas possíveis e mesmo estas são muito pequenas.
Embora o castelo se erga em volta de um pátio aberto, os blocos habitacionais são mais bem iluminados do que se
possa imaginar pelo seu aspeto exterior. Face a entrada principal encontra-se uma grande sala que tem do lado as
cozinhas e mais dependências e do outros os apartamentos privados dos castelões. A grande sala é, em todo o sentido
do termo , o centro vital do castelo: é aí que o senhor recebe seus vassalos, que as refeições são tomadas em comum e
que se desenvolve a maior parte das atividades da vida quotidiana. Primitivamente, esta sala servia também de
dormitório para os serviçais, mas este costume já havia desaparecido no século XIV. O vidro embora já conhecido era
muito caro, as vidraças eram portanto raras. Por isso era preciso escolher entre duas soluções: dispor de uma claridade
suficiente e permitir que os ventos frios do inverno entrassem nas divisões, ou fechar os taipais, sofrer menos com o frio e
servir-se de pouca ou nenhuma luz natural. Por outro lado as instalações sanitárias desembocavam nos fossos, de modo
Sé Catedral de Braga. Mapa medieval da cidade.
tal que estes não deviam ser tão românticos como nos nossos dias.

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Entretanto as condições de vida e a segurança melhoram com o tempo. Com a posterior http://pt.wikipedia.org/wiki/Idade_M%C3%A9dia

popularização do vidro as vidraças se tornam mais comuns, resolvendo o problema da http://pt.wikipedia.org/wiki/Arte_da_Idade_M%C3%A9dia


http://pt.wikipedia.org/wiki/Arte_medieval
iluminação e aquecimento. Passa-se a ter uma maior preocupação com o conforto e a família e http://pt.wikipedia.org/wiki/Arte_pr%C3%A9-rom%C3%A2nica
os servos passam a ter quartos de dormir mais amplos e confortáveis. Cada divisão importante é http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_da_Arquitetura

aquecida por fogões e as janelas envidraçadas ajudam a manter a temperatura e garantem http://www.historiadaarte.com.br/arteromanica.html

uma boa luminosidade. http://www.pitoresco.com.br/italiana/romanico.htm


http://www.pegue.com/artes/berco.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Arquitectura_do_rom%C3%A2nico
"http://pt.wikipedia.org/wiki/Arte_do_rom%C3%A2nico"
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http://anjosedemonios.weblog.com.pt/privado/t.cgi/105445
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http://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_de_S%C3%A3o_Pedro_de_Rates
http://galaaz.blogspot.com/2005/10/7-estrutura-arquitectnica-das.html
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"http://pt.wikipedia.org/wiki/Mosteiro_de_Alcoba%C3%A7a"
http://www.ivogomes.com/fotos/album/alcobaca-batalha-leiria-e-arredores/page/1/photo/tumulo-de-ines-de-castro-mosteiro-de-alcobaca/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Estilo_manuelino
http://www.esgt.ipt.pt/download/disciplina/3168

Desenho da cidade de Nuremberg

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