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do que poderia acontecer, respeitei o seu desejo. Minha mulherficou radiante quando
soube que estava grávida, no entanto,quando o obstetra nos deu a notícia que ela tinha
pressão alta,fiquei assustado. Mas não tanto quanto descobrir que Camilacorria risco na
gravidez e no parto. Perdi meu chão, mas Milasempre foi mais forte que eu, ela segurou as
minhas mãos e foi omeu apoio, a minha fortaleza. — Seja forte, meu amor. — Aproximo-me
dela, que joga acabeça para trás e choraminga.Seguro sua mão e ela a aperta antes de me
olhar por brevessegundos. Vejo em seus olhos a exaustão e o medo, que nãoestavam
presentes enquanto vínhamos para cá. Quando Camilacomeçou a sentir contrações, seu
olhar era doce e otimista.Tento ser forte, mas seus gritos e lágrimas me deixamassustado.
— Vamos começar a cesariana — o médico diz para ela.Camila assente e fecha os olhos. O
tempo todo fico falandocom ela, dizendo o que faremos com a nossa bebê,
tentandomantê-la consciente.Aproximo-me mais dela e beijo sua testa pálida e fria.Agora
seus lábios estão brancos, parece estar até perdendo aconsciência, me deixando mais
desesperado. — Amor, você prometeu, lembra? Você prometeu... Eu...estou aqui, seja forte.
Logo, nós três voltaremos para casa. — Soluço e seguro a sua mão com força, precisando
que ela megaranta isso, que acredite que tudo ficará bem.Mila abre os olhos lentamente e
me dá um sorriso fraco,tentando fazer com que eu acredite em minhas palavras, mas ador a
impede disso e ela mostra o que escondeu nos últimosnove meses – a sua insegurança. —
Você precisa ser forte, estamos realizando nosso sonho. — Minha voz embarga e os meus
lábios tremem ao ver que
começam o trabalho de parto. — Quando nossa Maria Alicechegar... Nós dois vamos
amá-la muito. — As lágrimas rolampelo meu rosto e eu acaricio a sua mão que está na
minha.Vamos sair dessa, meu anjo. Você vai.Beijo a testa suada da minha mulher e fecho
os olhos,engolindo o meu soluço. Estou tão focado em Camila que nemme dou conta de
quanto tempo se passa, mas sei que são horasde determinação da equipe para trazer a
minha filha ao mundo.A demora é agonizante, mas me mantenho esperançoso, até
queouço um choro fraco e o médico me mostra a minha filha. Douum sorriso e aperto a mão
da minha esposa para ela abrir osolhos e ver a nossa pequena. Ela é tão linda, tão minha,
tãonossa.Sou pai. Camila e eu somos pais. Uma família completa. — Eu disse que você
conseguiria, Mila. — Aos prantos,beijo novamente a testa, mas assim que meus lábios
tocam emsua pele, sinto algo que me deixa arrepiado.O médico entrega a minha filha para
a enfermeira e olhapara o aparelho que começou a apitar. A mão da minha esposafica mole
e escorrega da minha. Olho para o médico querendosaber o que está acontecendo, quando
um enfermeiro seaproxima e começa a me empurrar para fora da sala. — Vou precisar que
saia, pai, agora! — ele ordena.Balanço a cabeça de um lado para o outro,
apavorado,sabendo que algo muito grave está acontecendo com a minhamulher.Cumpra a
sua promessa, Mila. Eu preciso das duas, vocêssão a minha única família. Por favor! Por
favor! — Tirem o pai daqui. Agora! — o médico grita.Cada bipe alto da maldita máquina faz
meu coraçãodiminuir o ritmo. Meus olhos ardem e os meus lábios tremem
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— E comigo você não é? — murmuro, vendo seus olhos seencherem de lágrimas. — Sou,
papai, mas eu gostaria de ter uma mamãe. AIsabela e a Luísa têm uma mãe, só eu que
não. — Seu tombaixinho é embargado ao mencionar as netas da minhagovernanta. — E
quem disse que você não tem? Ela só não está aqui. — Minha garganta queima. — Eu sei,
pai. — Ameaça chorar, então afasto o notebook,vou até ela e me ajoelho à sua frente,
tocando em seu rostinhoem seguida. — Maria Alice, a sua mãe pode não estar aqui
conosco,mas ela vive dentro de nós. — Toco em seu peito e depois nomeu, deixando-a
atenta aos meus movimentos. — O importante éque sabemos que, de onde ela estiver, está
cuidando de nós. — Beijo a sua testa e ela agarra meu pescoço, fungando. — Agorapare de
chorar, senão a Madalena não vai trazer as netas delapara brincar com você, no sábado —
proponho, querendocompensá-la.Seus olhinhos brilham de contentamento. — Tá bom,
papai! — Se afasta de mim e me dá o sorrisomais puro de todo o universo. — Boa menina.
Agora termine o seu café — digo,respirando aliviado por ela ter aceitado. Sinto falta de
quandoela era um bebê e não me fazia perguntas difíceis.Confiro as horas no relógio em
meu pulso e me lembro quedaqui a alguns minutos terei que entrevistar a sexta candidata
àbabá para Maria Alice, que desta vez é uma recomendação daminha fiel governanta e eu
não pude negar esse pedido.Confesso que estou sem paciência alguma para aturar mais
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quem eu era, ficou tão eufórica com a minha presença na casa,que deixava os seus
afazeres de lado, principalmente a minhafilha, para estar no mesmo ambiente que eu. A
maior patifariafoi quando a mulher teve o atrevimento de ficar tirando fotosminhas e de
Maria Alice, sendo que desde o início eu já tinhaavisado sobre o uso de câmeras. No
mesmo dia eu disse que elapodia arrumar suas coisas, pois estava demitida. — Eu queria a
Renata de volta, papai, ela era boa comigo. — Faz biquinho novamente. — Filha, você sabe
que ela estava esperando um bebê e nãopoderia mais ficar aqui. — A Renata foi uma
excelente babápara a Maria Alice por três anos, só que depois que engravidou,ela tomou a
decisão de focar exclusivamente em sua gravidez ena família. — O senhor deveria ter
deixado ela trazer o bebê, euajudaria a cuidar.Minha filha me faz gargalhar com as suas
palavras. — Mali, bebês não são como as suas bonequinhas, sãodelicados e precisam de
mais atenção — explico a ela, que dáum sorriso travesso. — Então eu sou o seu bebê, não
é, papai? — Sim, é o meu. — Qual o nome da moça que vai cuidar de mim? — inquire,
curiosa. — Brenda — murmuro, pensando na candidata.Ela é a mais jovem e a mais bonita
que já pisou nessa casapara querer cuidar de Maria Alice. Posso afirmar que será umperigo
constante para mim –reparei demais nela e a achei umagracinha –, mas não passará disso,
não me envolvo comfuncionários. Muito menos com as mulheres que cuidam daminha filha,
não gosto de misturar as coisas.
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— Não exagere, é claro que por um milhão você daria maisdo que a sua liberdade. —
Bufo, fazendo-a rir baixinho. — Um milhão é um milhão, né. — Pisca para mim. — Hipócrita
— provoco-a. — E você é maluca por ter que morar no trabalho, mesmoque vá receber
muito bem por isso — retruca.Não que eu tivesse muito tempo para pensar sobre isso,
noentanto, preciso pagar as minhas contas.Estou desempregada há quase um ano, a ponto
de ficarlouca. Eu gosto de trabalhar, de ter as minhas coisinhas, pagaras minhas contas,
ficar sendo sustentada por minha tia por tantotempo está me deixando triste, até mesmo
meiodeprê. — Não estou em condições de exigir nada, preciso de umtrabalho. Tia Lore
precisa que eu também ajude aqui dentro!Não posso ser um estorvo, e não sei se você se
lembra, mastenho um empréstimo para quitar com o banco. Eu não ligo demorar lá e viver
para a garota, o importante é que terei o meusalário e os meus direitos. Sem contar que vou
conseguir colocarcomida na mesa depois de tanto tempo — declaro, meremexendo na
cama. — Sim, eu sei, você tem razão. Mas continuo achando queé uma loucura ficar
disponível dessa maneira. Isso é exploração!Se quiser, eu te empresto uma grana para
você se manter atéconseguir algo melhor. Eu te ajudo no que posso, somos amigas,certo?
Você não precisa se submeter a um trabalho com umapessoa cheia de exigências! —
exclama, revoltada, passando amão em seu cabelo cacheado. — Trabalho não mata
ninguém, você sabe muito bem disso.E algo melhor? Onde vou conseguir um salário como
esse? Eusempre recebi quase que o mínimo, para mim é uma fortuna. E omelhor é que vou
trabalhar com o que eu gosto, e com umacriança só. — Sorrio para ela.
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Apoiando as mãos na cintura, alongo-me sentindo minhascostas doendo por ter passado
tanto tempo agachada. Respirofundo, passando a ponta dos dedos no filete de suor em
minhatesta, então recolho os utensílios de limpeza e saio da sala debrinquedos.A cada
passo que dou, ouço uma voz infantil soar animadavinda da sala. — O papai vai ficar
orgulhoso, Lena, eu aprendi mais umamusiquinha! — O tom fofo da garotinha mexe algo
dentro demim. — Ele vai, sim — fala Madalena.Quando alcanço o cômodo, sou alvo de três
pares de olhos:uma miniatura loira de olhos redondos e azuis, muito curiosos,por sinal,
porque me encara fixamente; a governanta, com umsorriso enorme, e uma senhora com
roupas formais segurandouma maleta. — Quem é você? — pergunta a menininha que usa
umvestidinho rosa rodado, como de uma princesa.A maneira como ela olha desconfiada
lembra-me do seupai. Sorrindo, aproximo-me das mulheres e Maria Alice fita-mecom
curiosidade. — Bom dia. Olá, pequena, sou a Brenda, a sua nova babá ese me permitir, a
sua amiga também.A expressão de desconfiança da menina suaviza com aminha
informação. — Ela é a moça que eu te disse mais cedo que cuidará devocê — interfere
Madalena, se pondo atrás da filha do patrão. — Hm, o papai me disse ontem que você
vinha. — Continua me estudando.Rio baixinho ao notar que ela dialoga como uma
pequenaadulta, já deu para perceber que é muito inteligente, assim como
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que criei ao redor do meu chefe e da filha dele. Olho na direção da voz e me surpreendo ao
ver uma mulher muito elegante, seu cabelo loiro chega ao seu ombro. Ela está sorrindo
para mim, ou melhor, para Maria Alice. Você disse que não entraria porque estava atarefada
hoje, Daniele diz Matteo, se levantando. A pequena corre para mim e faz uma careta. A
mulher bonita revira os olhos, mas não tira o sorriso do rosto. Você demorou muito, sabe
que não gosto de esperar, querido. Ela o ignora e volta a olhar para a criança, que se
refugiou em mim. Mali, não vai dar um beijinho na sua tia, meu amor? A loira abre os
braços. Notando a resistência da Maria Alice, toco em seus ombros, mas não me intrometo.
Filha, fale com a sua tia pede Matteo, gentilmente. Oi, tia Dani finalmente a menina fala,
mas não se afasta de mim para dar o abraço que a mulher lhe pediu. Daniele desvia os
olhos da sobrinha e passa a me analisar dos pés à cabeça, me estudando minuciosamente.
A avaliação da mulher me incomoda um pouco, no entanto, não fico intrigada com isso,
porque ela deve saber sobre histórico das outras babás e certamente é uma tia
superprotetora. Agora sim. Pisca para a criança, que continua agarrada a mim. Matteo,
vamos nos atrasar para o nosso almoço. Você me disse que só ia pegar alguns documentos
no escritório. - A mulher se vira para o sr. Bianco. Não me apresse, Daniele. Essa é Brenda,
a partir de hoje ela vai cuidar da Maria Alice. Você não vai cumprimentá-la? Estuda-me,
depois faz o mesmo com a loira. Mil perdões, linda. Ela se aproxima de mim e estende
Vamos fazer melhor. Vou tentar chegar mais cedo para jantarmos juntos. Meu chefe
consegue arrancar um sorriso da menina. Vou pedir pra Tina fazer tilamisú pra você, papai,
Eu e Matteo rimos ao mesmo tempo, até poderiam dizer que é uma risada combinada. Mas
comemos ontem, Mali, pense em outra sobremesa gostosa sugere, e a menina se anima.
Hm, vou vê se ela faz zelope. Franzo o cenho, tentando entender do que se trata. O pai
dela joga a cabeça para trás e gargalha. Pego-me admirando a interação deles, mas um
bufo vindo da loira chama a nossa atenção. Matteo, vamos nos atrasar para o nosso
compromisso avisa Daniele, olhando para as horas no relógio em seu pulso. Um momento,
Dani pede, sem olhar para ela. zeppole, Mali ele a corrige, e a filha balança a cabeça. É Foi
o que eu disse, papai. A menina cruza os braços. O.k. Mocinha, peça o zelope para a Tina,
até mais tarde, prometo não demorar. Pisca para ela e se levanta, mas antes beija a testa
dela. Escritor. Bonito e um pai presente. Será que pode existir mais qualidades nesse
homem? A voz da minha melhor amiga soa em minha cabeça, como um diabinho me
mandando reparar mais em meu chefe bonitão. Então respiro fundo e me repreendo por
esses pensamentos malucos. Outro dia venho para brincarmos e te trago um presente, diz
Daniele, carinhosamente. Então, ela e o sr. Bianco Mali saem pela mesma porta que haviam
entrado há alguns minutos.