Você está na página 1de 9

https://memoria.bn.br/pdf/093092/per093092_1938_03160.

pdf

Hitler: "Allemães! A 22 de fevereiro, pela primeira vez, perante os deputados do Reichstag,..fiz


uma reclamação básica que não nos poderá ser recusada. A nação ouviu e compreendeu. Certo
estadista não quis compreender. Recusou-se. E as minhas promessas daquela época têm sido
cumpridas. Pela segunda, vez falei perante á Convenção do Reich em Nuremberg a respeito da
mesma exigência, e a nação ouviu-a novamente.

Hoje falo perante vós e perante o próprio povo como nos grandes anos de luta e sabeis o que
isso significa. Não tenha dúvida o resto do mundo. Não é mais um "fuehrer" ou um homem
que fala, mas todo o povo alemão. E quando não sou mais do que o porta-voz do povo alemão,
sei que, nesta hora, esse povo de milhões escuta, palavra por palavra, as minhas expressões, as
corrobora e faz suas.

O outro estadista poderá investigar se é esse o seu caso. Todos vós conheceis a questão que
tão profundamente nos abalou nos últimos meses e, sobretudo, nas últimas semanas. Essa
questão não se refere tanto a Tchecoslôvaquia, mas particularmente ao sr. Benes. Nesse nome
se concentra tudo quanto hoje abala milhões de pessoas que as faz desesperar ou tomar uma
determinação fanática.

Poderia essa questão revestir-se de tanta importância? Meus camaradas, quero repetir-vos
brevemente como agi diante dos métodos e objetivos da política externa da Alemanha. A
política externa da Alemanha, diferente da politica da maioria dos estados democráticos, é
orientada pela conceção da vida. A conceção da vida do nosso povo do Terceiro Reich visa
manter e assegurar a existência dos nossos súbditos alemães. Não tem interesse na supressão
de outras nações. De facto, não queremos ter outro povo em nosso meio.

Queremos ser felizes de acordo com a nossa ideia e os outros que o sejam de acordo com a
sua. Essa conceção, que assenta na base de nossa ideologia, e posso mesmo dizer que é
condicionada pela raça, leva-nos a uma restrição em nossa política externa, isto é, nossa
política externa não depende de uma hesitação acidental, sem reservas nem objetivos, de caso
em caso. Ela está solidamente vinculada à determinação de só servir ao povo germânico, de
¿¿¿ em tudo o mundo e de intervir para sua existência.

Qual é a situação hoje em dia? Bem sabeis que deram ao povo allemão a esperança de um
auxilio "super-nacional", com o lema “determinação própria dos povos” e depois não
conseguiram empregar a sua influência para isso. Sabeis que essa tênue esperança do povo
allemão naquelles dias foi ignominiosamente desvanecida. Sabeis que o resultado disso foi o
Tratado de Versalhes e quão terríveis foram as consequências desse Tratado. Ainda vos podeis
lembrar de como os factos se passaram. Roubaram as armas ao nosso povo e, em seguida,
enganaram esse povo desarmado.

Bem sabeis que terrível destino pesou sobre nós, continuando por uma década e meia. E bem
sabeis que, a despeito de tudo, se a Allemanha se tornou grande, livre e forte, deve-o,
exclusivamente à sua capacidade, o resto do mundo não contribuiu para isso. Pelo contrário,
tentou tanto quanto possível suprimir-nos e oprimir-nos. A força brotou do próprio povo
determinado a pôr fim aquela desprezível existência, e de novo o povo allemão se mostrou
digno de uma nação livre e grande.

Embora nos tenhamos tornado livres e fortes pela nossa própria iniciativa, não alimentamos
ódio contra as outras nações. Não nos queremos fixar no que aconteceu. Sabemos que o povo
não é responsável por isso. Responsável é um pequeno grupo de "pròfitteurs" internacionais e
arranjadores de negócios. São esses promotores de negociatas que não trepidam em lançar
mão, quando é necessário, de todo um povo à serviço dos seus interesses. Não nutrimos ódio,
repito, contra o mundo em torno de nós e já demos prova disso. O amor que a Alemanha tem á
paz foi demonstrado por factos. Em primeiro lugar, iniciamos decididamente a reconstrução da
igualdade da Allemanha, quando propus uma série de acordos como sinal visível de
esquecimento de qualquer vingança (para assim chamar) do resto do mundo.

Aplicaram a restrição de armamentos. Na minha primeira proposta, a Allemanha exigia


igualdade em todas as condições, estando disposta, se as demais nações fizessem o mesmo, a
depor todas as armas, até a ultima metralhadora, se fossa necessário. Não tomaram a proposta
sequer como uma oportunidade de discussão. Seguiu-se nova proposta. A Allemanha quis
reduzir o seu exercito e as demais nações a duzentos mil homens em iguais condições de
equipamento. A ideia foi também rejeitada.

Sobreveio outra proposta: se as demais nações concordassem, a Allemanha estava disposta a


dispensar as armas pesados de ataque, como "tanks", aviões de bombardeio e, se fosse
necessário, até simples aviões além da artilharia de grosso calibre. Ainda uma vez foi a
proposta rejeitada. Fui além: propus uni acordo internacional paz, organização de um exército
de trezentos mil homens para todos os países europeus sem distinção. Nova recusa. Fiz outras
propostas pelo menos para limitação das frotas aéreas, suspensão dos bombardeios de
aviação, eliminação da guerra de gazes, segurança das regiões fora do teatro da guerra e
abolição de qualquer espécie de artilharia pesada. Tudo foi rejeitado. Todos os meus esforços
foram inúteis.

Depois de ter feito propostas ao inundo durante dois anos, vendo-as sempre recusadas, dei
ordem para que as forças armadas da Alemanha fossem postas na melhor forma possível, o
que hoje posso confessar. Efetivamente, realizamos um programa de rearmamento a que o
mundo jamais assistiu. Primeiro ofereci o desarmamento tanto quanto possível. Depois que as
outras potências recusaram, não tomei meias medidas. Surgiu o nacional-socialista e o velho
soldado do "front" alemão.

Se eles não querem que estejamos sem armas, muito bem, o povo alemão carregará armas
que são mais fortes do que quaisquer outras. Ordenei ura verdadeiro armamento durante os
cinco anos passados. Gastei bilhões, o que o povo alemão precisa agora saber. Decidi organizar
um novo exército com as mais modernas armas disponíveis. Ordenei que o meu amigo Goering
criasse uma frota-aérea quo protegerá o povo alemão contra qualquer ataque, construi uma
força armada de que o povo alemão se pode orgulhar o que o mundo respeitará se ela entrar
em ação. Construímos para nós mesmos a melhor força aérea e a melhor defesa antiaérea que
há em todo o mundo. Trabalhou-se noite e dia durante esses cinco anos.

Somente consegui fazer acordo quanto a um único ponto. Dele falarei mais tarde. Entretanto,
politicamente consegui levar avante o meu pensamento acerca do meu desejo de restrições
armamentistas e da politica de desarmamento. Tenho, nestes anos, executado, na realidade,
uma verdadeira politica de paz. Tratei de todos os problemas aparentemente insolúveis com
forte determinação de resolvê-los pacificamente mesmo com risco de maior ou menor
indulgência por parte da Alemanha. Sou, pessoalmente, um soldado de primeira linha e sei
quão árdua é a guerra. Desejava poupar o povo alemão.

Por esse motivo ataquei os problemas, um após outros, com o firme princípio de para todos
encontrar uma solução pacífica. O mais difícil que encontrei com meus camaradas de raça, foi o
respeitante às relações teuto-polonesas. Corremos o risco do mesmo gradualmente se
transformar numa histeria fanática. Havia o perigo de que a conceção de inimizade hereditária
se tornasse uma obsessão do nosso povo e provavelmente também do povo polonês. Quis
impedir isso. Sei que não teria sido bem sucedido se a Polónia fosse, então, uma democracia
com uma constituição ocidental, porque essas democracias que jorram frases de paz são os
mais sanguissedentos traficantes da guerra. Mas na Polônia não havia uma democracia e sim
um homem. No rápido período de um ano foi possível concluir um acordo com ele, segundo o
qual o perigo de guerra foi eliminado por dez anos. Mas estamos dispostos e convencidos de
que esse tratado trará com ele uma paz duradoura e continua.

Os problemas dentro de oito anos, não serão diferentes dos agora existentes. Não esperamos
nada um do outro. Sabemos disso. Somos dois povos. Eles viverão. Nenhum país pode acabar
com outro. Vejo isso com toda a clareza e precisamos todos, ver: Um Estado com trinta e três
milhões de habitantes sempre se estreara por possuir um acesso para o mar. Neste caso tinha
de ser encontrado o caminho para um entendimento. E foi encontrado. E será continuamente
estendido, cada vez mais. É verdade que lá são dados e recebidos muitos golpes fortes. Várias
nacionalidades e grupos de povos constantemente têm disputas entre si.

O que importa, porém, é que os chefes dos dois Estados e todas as pessoas inteligentes e
previdentes pertencentes às duas raças e aos dois países tem a firme vontade e a inabalável
decisão de melhorar cada vez mais as relações mútuas. Foi uma grande obra minha, e uma
grande obra pela causa da paz, mais valiosa do que todo o falatório no Palácio da Liga das
Nações cm Genebra. Durante lodo este tempo, tenho procurado estabelecer gradualmente
relações boas e duradouras com outros países. Demos garantias aos Estados ocidentais.
Prometemos, sob garantia, respeitar a inviolabilidade do território de todos os países nossos
vizinhos. Isto não é uma frase, é a expressão da nossa vontade sagrada.

Não temos nenhum interesse em violar a paz. Não desejamos absoluta mente nada daqueles
povos. O facto é que os nossos oferecimentos estão encontrando maior aceitação e estão
sendo mais bem compreendidos, pouco a pouco, os povos estão se libertando cada vez mais
daquela farsa insana de Genebra quero dizer — não de uma obrigação coletiva para a paz, mas
de um compromisso coletivo para a guerra. Aqueles povos, rompendo com a Liga, começam a
enxergar os problemas por um prisma de ponderação, eles ficam ansiosos por um
entendimento e querem a paz. Eu fui além: estirei a minha mão á Inglaterra, Resolvi de moto
próprio nunca mais tomar parte numa conferência naval. Filo, no entanto, afim de dar ao
Império Britânico um sentido de segurança, e não porque não pudesse construir mais navios —
e que ninguém se iluda quanto a este ponto! Fiz isso unicamente com o fim de assegurar uma
paz durável entre as duas nações.

Há aqui um ponto que preciso esclarecer. Não se trata de dizer um grupo: "Não quem nunca
mais guerrear contra você, e, portanto, eu lhe ofereço espontaneamente uma redução dos
meus armamentos para 35%” e do outro grupo declarar de quando em vez: "Eu guerrearei
novamente, quando bem me convier". Este sistema não daria resultado nenhum. Um tratado
desta natureza só se justifica moralmente quando ambas as nações se apertam as mãos
prometendo nunca mais se guerrearem mutuamente.

A Alemanha tem esta vontade. Nós todos esperamos que os elementos do povo inglês que tem
esta mesma vontade acabarão vencendo. Eu fui ainda mais longe. Eu disse à Franca que depois
da volta do Sarre à Alemanha — o que devia ser resolvido por um plebiscito — não restava
mais absolutamente nenhuma divergência entre a França e nós mesmos. Eu disse, a Alsácia e a
Lorena não existem para nós. Este povo não tem sido consultado quanto à sua opinião nos
últimos decénios. Temos a impressão de que a mais feliz das ações é aquela em que os
habitantes de uma determinada região estão mais satisfeitos quando não se está travando
qualquer luta por sua causa. Somos todos da mesma opinião: não queremos outra guerra com
a França. Não queremos nada de França, nada deste mundo. E, quando o território do Saar -
devo confessá-lo, graças à uma interpretação leal dos tratados por parte da França — voltou a
fazer parte do Reich, eu declarei imediatamente e com toda a franqueza: "Agora ficam
eliminadas todas as divergências territoriais entre a França e a Alemanha". De facto, não vejo
mais diferenças entre as duas nações. Aí estão dois povos. Ambos querem viver e trabalhar.
Viverão melhor, se trabalharem juntos. Depois desta única e irrevogável renuncia voltei-me
para outro problema, mais fácil de ser resolvido do que outros, porque uma base filosófica
comum abriram o caminho para os entendimentos: as relações entre a Alemanha e a Itália.
Confesso que a solução deste problema, só parcialmente me cabe. Outra parte do mérito,
pertence de direito a este homem raro e grande que a nação italiana tem a felicidade de
possuir como seu guia.

Estas relações há muito que saíram da esfera do oportunismo político e econômico. Elas
cresceram alem do nível dos tratados e das alianças, transformando-se numa liga de corações.
O eixo que delas emanou, compõe-se de dois povos, que politica e filosoficamente ligaram-se
estreitamente em amizade indissolúvel. Neste particular, também, dei um passo único e
concludente, perfeitamente conseio da responsabilidade que tenho perante os meus
compatriotas. Acabei com um problema que atualmente não mais existe para nós. Por mais
difícil que tenha sido ele em alguns dos seus detalhes, acima de tudo e, em última análise,
estão os interesses sagrados da nossa nacionalidade. Estes interesses são: poder trabalhar em
paz. Toda esta atividade, meus camaradas de raça, não é uma frase despida de provas que
qualquer mentiroso político possa pôr de lado.

Dois problemas ainda subsistiram e aqui tive que formular uma reserva. Dez milhões de
alemães estavam fora das fronteiras alemãs, habitando densos núcleos, alemães que ansiavam
por ter o Reich como a sua pátria. Estes dez milhões não são uma bagatela. Eles representam a
quarta parte da população francesa, e se a França durante quarenta anos não cessou de
reclamar a volta de três milhões de franceses que viviam na Alsácia, nós temos o direito,
perante Deus e o mundo, de insistir pelo repatriamento de dez milhões de alemães. Em tudo
há um limite, meus camaradas. Um limite onde a aquiescência tem de acabar, porque de outra
maneira ela tornar-se-ia fraqueza contraproducente. Eu não teria o direito de estar de pé,
diante da história da Alemanha se eu sacrificasse negligentemente estes dez milhões de
alemães. Eu não teria o direito moral de ser o "Fuehrer" da nação alemã. Cheguei a fazer
sacrifícios para contemporizar. Cheguei, porém, â fronteira que não me seria direito
ultrapassar. Quanto eu tinha razão, provou-o o plebiscito da Áustria e, de facto, toda á historia
da união da Áustria ao Reich. Uma confissão calorosa, foi revelada nessa ocasião. Uma
confissão como o mundo jamais esperou ouvir. Os homens de Estado, nessa época não
julgaram conveniente apurar essa asserção de "Hell" Benes; de outro modo eles teriam
provado imediatamente que não existe uma nação tchecoslovaquia mas sim, tchecos e
slovaquios e que os slovaquios nada querem ter em comum com os tchecos. Foi assim que os
tchecos, por intermédio de "Herr Benes" anexaram a Slovaquia. Com esse Estado parecia
incapaz de viver três milhões e meio de alemães foram agarrados e escravizados contra a
vontade, inibidos de decidirem o seu próprio destino. Como se isto não bastasse, ainda
agarraram um milhão de húngaros, russos, carpathos e finalmente, algumas centenas de
milhares de poloneses.
Foi desta maneira, criado o Estado que mais tarde intitulou-se Tchecoslôvaquia, contrariamente
ao direito de autodeterminação e contrariamente ao inequívoco desejo das nações oprimidas.
Quando vos falo hoje, sinto, naturalmente a sorte negra de todos esses oprimidos. Húngaros,
poloneses e ucranianos, são dignos de toda a minha simpatia, mas, naturalmente só posso
considerar-me porta-voz dos seus compatriotas.

Quando "Herr" Benes juntou esse Estado, solenemente prometeu dividi-lo em cantões
segundo o modelo suíço, porque entre os estadistas, alguns já começavam a ter remorsos por
ter consentido na formação desse pais. Quereis saber como "Herr" Benes cumpriu a promessa
da divisão em cantões? EIe principiou instituindo o reino do terror. Nessa época já os alemães
tentaram protestar contra o regime arbitrário da força. Eles foram fuzilados aos grupos e a
guerra de extermínio teve o seu inicio. Nestes anos de desenvolvimento pacifico da
Tchecoslovaquia, seiscentos mil alemães foram forçados a deixar a Tchecoslôvaquia pela
simples razão de que, de outro modo, teriam de morrer de fome. O desenvolvimento geral
desde 1918 a 1938 demonstra claramente que o sr. Benes estava determinado a gradualmente,
vagarosamente extirpar o germanismo e conseguiu-o até certo grau.

Atirou pessoas sem conta na mais negra miséria. Conseguiu fazer com que milhões de pessoas
se tornassem timoratas e medrosas. Por meio de constante aplicação do terror, conseguiu
emudecer milhões de pessoas, e simultaneamente o esclarecimento dos fins deste Estado,
dum ponto de vista internacional, foi atingido. Não se fazia mais sigilo em dizer que esse
estado era destinado, em caso de necessidade, a ser aplicado contra a Alemanha. Um ministro
do Ar da França, o sr. Pierre Cot, há algumas semanas disse com toda a clareza: Precisamos
desse Estado porque desse Estado podemos com maior facilidade destruir com bombas a vida
económica e as indústrias da Alemanha e esse Estado foi utilizado pelo bolchevismo como
passagem. Não fomos nós que procuramos contacto com o bolchevismo, mas o bolchevismo se
utilizou desse Estado, afim de construir um canal para a Europa Central e, então, foi adotada a
pratica desvergonhada: Este Estado que somente tem uma minoria para governa-lo, obriga as
suas nacionalidades a participarem de uma politica que as forçará um dia a matar os seus
próprios irmãos. O sr. Benes se levanta e exige dos alemães do Reich: — Quando eu fizer guerra
contra a Alemanha, deveis matar alemães e se não o fizerdes eu vos mandarei matar. E fez as
mesmas exigências as minorias húngaras na Tchecoslôvaquia. E espera confiantemente que
arrisquem as vidas por um assumpto da maior indiferença para a nação slovena.

O povo deseja a paz e não aventuras. O sr. Benès, entretanto, consegue apresentar esses povos
como traidores. Das duas uma: enganar o vosso povo e estar pronto a matá-lo ou enganá-lo e
ser morto, de acordo com o sr. Benes. É a maior imprudência imaginável forçar pessoas
estranhas sob certas condições a atirar contra os próprios irmãos de sangue, simplesmente
porque um regime pernicioso, maléfico e criminoso assim o deseja. Posso assegurar-vos aqui:
Quando ocupámos a Áustria, minha primeira ordem foi de que nenhum tcheco precisava vir ou
ousar vir servir no exército alemão. Não desejo confrontá-lo com um conflito dentro da própria
consciência. Não quero que o venha a fazer um dia. Não deve fazê-lo. Agora, os que se opõem
a toda a política do sr. Benes são perseguidos e vítimas do terror. Enfrentam a prisão e a sua
existência econômica está aniquilada e os apóstolos do mundo democrático não podem acabar
com isso. No Estado de Benes, têm sido terríveis as consequências para as nacionalidades.
Aqui, mais uma vez, falo pelos alemães.

De todas as tribos germânicas, é entre eles que a mortandade atinge o grau mais elevado. Eles
têm pelo menos filhos, o desemprego, lá, é coisa das mais terríveis e o número de suicídios é
dos mais altos. Durante vinte anos os alemães da Tchecoslôvaquia e o povo alemão, no Reich,
permaneceram na expectativa, e tiveram de o fazer não porque aceitassem esse estado de
coisas, mas porque se sentiam indefesos e não podiam fugir aos opressores. E no mundo, neste
mundo de democracias, quando um traidor é preso, quando por exemplo um homem que, do
púlpito se agira contra o Estado é conservado em custodia protetora, então há uma excitação
na Inglaterra, intensa indignação na América. Quando, entretanto, centenas de milhares de
pessoas são expulsas, dezenas de milhares são atiradas á prisão, quando milhares de outras
são massacradas, então as bravas democracias do mundo não se sentem sequer comovidas.
Aprendemos, durante estes anos, a sentir por elas verdadeiro e profundo desprezo. Durante
todo esse tempo, e hoje — isso devo asseverar - encontramos uma única nação na Europa, que
e uma verdadeira potência e a cuja frente se acha um homem que compreende perfeitamente
o nosso povo. Esse homem — certamente devo declará-lo - é o meu grande amigo Benito
Mussolini. Jamais esqueceremos o que ele fez durante esse período como jamais
esqueceremos a atitude adotada pelo povo italiano. Se acaso chegar a hora de uma
emergência similar para a Itália, colocar-me-ei diante da nação alemã e pedirei que ela adote
atitude semelhante. Não haverá, então, dois Estados que procuram se defender, mas um só
bloco.

A 2 de fevereiro neste ano declarei que tudo isso devia ser alterado. A alteração foi efetuada
pelo sr. Bens houve uma supressão ainda mais radical. Foi iniciado um período do mais intenso
terror, bem como de dissolução, de proibições e de confiscações. Esse estado de coisas
perdurou até 21 de maio e não podeis negar, meus compatriotas alemães, que foi inesgotável a
paciência que observamos durante esse período. O dia 21 de maio. somente ele, foi
intolerável. No Congresso do partido expus a historia crua desses meses. As eleições não
deviam ser realizadas na Thecoslovaquia. Não podiam mais ser adiadas, destarte, o sr Benes foi
até descobrir meios de oprimir os alemães ali com dura ocupação militar dos territórios.

Essa ocupação militar que ele ainda deseja manter enquanto os seus esbirros lá estiverem,
ninguém ousará censurar. Foi a fria mentira de que a Alemanha se havia mobilizado que
promoveu uma onda de conflitos e deu pretexto á mobilização tcheca. O resultado bem sabeis
qual foi. Foi uma infâmia internacional para agitar o mundo. A Alemanha não havia chamado ás
armas um só homem. Nem sequer havia pensado em solucionar esse problema com os
métodos militares. Eu nutria ainda a esperança de que os tchecos, afinal rio último minuto,
compreenderiam que esse regime de tirania não poderia prosseguir. Mas o sr. Bens firmou-se
na seguinte opinião: “Posso fazer o que quiser na Alemanha porque tenho a França e a
Inglaterra em meio apoio. Nada absolutamente poderá acontecer mas se tudo falhar, ainda
resta a Rússia Soviética!". Tal foi a reposta desse homem, além dos fuzilamentos e prisões dos
que não o acompanhavam.

Veio finalmente meu discurso de Nuremberg com as exigências nele contidas. Essas exigências
foram absolutamente francas. Pela primeira vez anunciei que, afinal, vinte anos depois do sr.
Wilson, era necessário dar aplicação ao direito de determinação própria e que não
desejávamos esperar mais tempo. E o sr. Benes deu novamente a sua resposta: mais
assassínios e mais prisões. O elemento alemão foi gradativamente compelido a fugir.

Veio a Inglaterra. Declarei-me de maneira inequívoca ao sr. Chainberlain o que consideravamos


como única solução possível, a mais natural que se possa imaginar. Sei que todas as minorias
não querem viver sob o domínio do sr. Benes. Mas fui constituído porta-voz dos alemães. Foi
em nome dos alemães que faleii declarando não estar mais disposto a ver com indiferença esse
louco imaginar que pode ofender a três milhões e meio de seres humanos, e não deixei duvida
de que, afinal, se havia esgotado a paciência alemã. Estamos agora todos perfeitamente
esclarecidos quanto às negociações que o sr. Benes conduziu. Diante das ameaças da Franca e
Inglaterra, de não mais se comprometer a auxiliar a Tchecoslovaquia, ele resolveu não
descansar enquanto os destinos da nação não fossem decididos de modo diverso, contrario á
liberdade dos territórios. Não deixei duvidas quanto ao facto de que uma tias características do
povo alemão é saber esperar e ter paciência: mas chegou o momento em que esta se esgotou.
Agora a Inglaterra e a Franca se uniram a nós para fazer a única possível exigência á
Tchecoslovaquia. pelo menos de desistir do território alemão e entregá-lo ao Reich.
Encontrando oposição, o se- nhor Benes cedeu. Sim. esses territórios deviam ser cedidos. Tal
foi a sua declaração. E. que fez ele? Não cedeu o território e repeliu os alemães. O sr. Benes
falou com mais arrogância quando a pressão militar se fez sentir de maneira mais aguda. E
agora, vejamos as cifras: no primeiro dia. dez mil: no segundo. vinte mil: mais tarde. 37.000:
dois dias depois, 42.000 e 78.000. O número ascende a 90.000 e 137.000 e hoje o total atinge a
214.100. Áreas inteiras estão sendo abandonadas. Aldeias estão sendo incendiadas e eles
ainda procuram exterminar os alemães com gaz e granadas. Apesar de tudo isto, Herr Benes
continua refestelado em Praga, crente de que nada lhe pode acontecer, dizendo talvez: - "Atrás
de mim estão a França e a Inglaterra". Agora meus camaradas, chegou o momento de falarmos
com franqueza.

Quando alguém sofre durante vinte anos tanta humilhação, tanta vergonha, tanta miséria,
ninguém poderá negar que esse alguém é amante fervoroso da paz. Quando alguém conserva
a paciência até o ponto em que a mantivemos, ninguém pode dizer que somos adeptos da
guerra. E agora "'Herr Benes” tem sete milhões atrás de si, mas aqui encontra-se uma nação de
75 milhões. Entreguei então ao governo britânico um memorando contendo as últimas e
definitivas propostas alemãs. Essa proposta nada mais é, senão a aplicação do que "Herr"
Benes prometeu. A essência dessa proposta é bem simples: que o território cuja população
quer pertencer à Alemanha, seja incorporado à Alemanha, mas, não quando "Herr Benes"
conseguir expulsar um milhão, ou talvez, - milhões de alemães, e sim, agora, imediatamente.
Escolhi uma fronteira que, de acordo com o material sobre divisão por nacionalidades e
idiomas, compilado durante uma década, representa uma linha divisória justa. Fui ainda mais
justo do que "Herr" Benes e não pretendo usar a força de que dispomos.

Tornei claro desde o princípio que esse território será alocado sob soberania alemã, porque ele
é em geral habitado por alemães. A demarcação final da fronteira deixarei entretanto ao
critério do voto dos nossos irmãos que ali vivem, isto é, declarei que não obstante teria lugar
um plebiscito nesse território. Para que ninguém possa dizer que não procedi com justiça,
escolhi o regulamento do plebiscito do Saar para ser aplicado a este. Estava disposto e ainda
continuo disposto a aceitar um referêndum em todo o território da Tchecoslovaquia. Os únicos
que a isto se opõem são o "Herr” Benes e os seus amigos. Ao sr. Neville Chamberlain eu
declarei: "Se v. ex. quer que haja plebiscito em certos distritos, muito bem. Faça o plebiscito e
para que ninguém pudesse dizer que esse plebiscito seria irregular, concordei com o controle
de uma comissão internacional para o mesmo.

Fui ainda mais longe concordei em deixar a demarcação das fronteiras a uma comissão mista
tcheco-alemã. O sr. Neville Chaberlan perguntou-me se esta comissão poderia ser
internacional. A mesmo com isto. eu concordei dizendo-lhe - "Muto bem, que uma comissão
internacional demarque a fronteira". Ainda não é tudo: Acedi em retirar as tropas alemães
durante 1 votação e hoje ainda declaro que estou pronto a fazê-lo e a convidar uma legião
britânica que me foi offerécida, para deslocar-se até a área em questão e manter a ordem e a
paz. Repito mais uma vez: Estou de acordo com a constituição de uma comissão mista
internacional para demarcar as fronteiras. Estou pronto a entregar a confeção dos detalhes a
uma comissão composta de tchecos e alemães. Quais são os termos do meu memorandum?
Nada mais do que a realização prática de tudo aquilo que “Herr” Benes prometeu e, na
verdade, tudo a ser executado sob a supervisão de garantias internacionais. Não obstante
existe algo, agora, que é inaceitável para “Herr” Benes. Ele declara que este memorandum
criou uma nova situação.

De que consiste essa nova situação? É que eu exijo que as promessas do “Herr” Benes – uma
vez sem exceção – sejam cumpridas. Esta é a nova situação alegada por “Herr” Benes! Quanto
prometeu esse homem durante a sua vida! E nada cumpriu. Agora, pela primeira vez, terá de
cumprir alguma coisa. O sr. Benes diz: “Como não podemos nos retirar desse distrito”. Assim é
que o sr. Benes interpretou a entrega dos distritos, como se o território devesse ser
judicialmente creditado ao Reich e, em seguida, violado pelos tchecos. Tudo isso passou. Pedi
presentemente que o sr. Benes, depois de vinte anos, seja finalmente compelido à realidade.
Terá de nos entregar os territórios em questão a 1 de outubro. O sr. Benes deposita atualmente
as suas esperanças no mundo. Não faz segredo disso. Eles declaram: "esperamos que
Chamberlain ??? que Daladier será eliminado, que haverá revoluções em toda a parte e que as
nossas ??? permaneçam na Rússia soviética. O sr. Benes ainda acredita que poderá evitar o
cumprimento das suas promessas e, por isso, somente me cabe dizer o seguinte: há dois
homens frente à frente – um é o sr. Benes, o outro sou eu. O sr. Benes esquivou-se à luta, por
ocasião da guerra mundial, enquanto fiz o meu dever como soldado decente. E hoje levanto-
me perante este homem como um soldado do meu povo.

Resta-me pouco que dizer. Agradeço ao sr. Chamberlain por todos os esforços. Assegurei-lhe
que o único desejo do povo alemão é ter a paz: mas que há um limite além do qual a Alemanha
não pode ser arrastada. Assegurei-lhe também e o confirmo agora, que quando este problema
estiver resolvido, não haverá mais questões territoriais para a Alemanha na Europa. Assegurei-
lhe ainda que, quando a Tchecoslovaquia houver resolvido outros problemas, isto é, quando os
tchecos chegarem a um acordo pacífico com as outras minorias, o estado tcheco não mais me
interessaria, podendo ir até oferecer-lhe garantias. Não queremos nenhum tcheco, mas preciso
declarar perante o povo alemão que, com respeito no problema dos sudetos, a minha
paciência chegou ao fim. Fiz uma proposta ao sr. Benes. Ela não é outra senão a realização do
que o governo tcheco já havia aceito. Agora ele tem a paz ou a guerra em suas mãos. Ou ele
aceita a minha proposta e concede a liberdade aos sudetos, ou não a aceita e nós os
libertaremos.

E o mundo pode ficar informado de uma coisa: Durante quatro anos e meio de guerra e nos
longos anos de minha vida politica nunca pude ser acusado de uma coisa: nunca fui covarde.
Vou, agora, a frente do meu povo como seu primeiro soldado, e atrás de mim, o mundo pode
bem saber isso, marcha agora uma nação muito diferente da nação de 1918. Naquela ocasião
um professor democrático vagabundo poderá ter conseguido injetar o veneno de frases
democráticas em nosso povo— mas o povo alemão de hoje não é mais o povo alemão daquela
era. Essas frases nos afetam como picadas de abelhas. Estamos imunizados contra elas. Nesta
hora, todo o povo alemão se unirá comigo, e sentirá que a minha vontade e a sua vontade tal
como vejo o seu futuro e a sua sorte, como mestre de meus atos, e queremos fortalecer essa
vontade mútua como sucedeu no tempo da luta, nesse tempo em que eu como único soldado
desconhecido segui para a frente para conquistar um Reich.

Nunca duvidei do sucesso e da vitória final. A minha volta tenho formado um grupo de homens
bravos e bravas mulheres e eles foram comigo. E, assim, peço ao meu povo alemão: Vinde
atrás de mim, homem por homem, mulher por mulher. Nestas horas, sejamos uma única
vontade sagrada e unida. Será mais forte do que qualquer desgraça ou qualquer perigo. E se
essa vontade e mais forte do que qualquer desgraça ou que qualquer perigo, ??? os levará de
vencida. Estamos decididos. O sr. Benes pode agora escolher.

Você também pode gostar