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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO

AGENTES CORRETIVOS

Prof. Dra. Letícia Norma Carpentieri Rodrigues

Dra. Leticia N Carpentieri Rodrigues - UNIFESP 2010 1


TÓPICOS ABORDADOS

Agentes Corretivos de pH
Agentes Corretivos Anti-Hidrolíticos
Agentes Corretivos Anti-Oxidantes
Agentes Solubilizantes
Agentes Conservantes
Agentes Corretivos de Cor (Corantes)
Agentes Corretivos de Sabor (Flavorizantes)
Agentes Corretivos de Aroma (Aromatizantes)

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AGENTES CORRETIVOS
São todas as substâncias adicionados à uma preparação com o
fim de obter as necessárias qualidades de atividade, estabilidade e
aceitação pelo paciente.

ADD SUBSTANCES

Tornar a forma farmacêutica compatível com o meio fisiológico onde será


aplicada
Aumentar a solubilidade das substâncias ativas
Evitar o desenvolvimento de microorganismos
Assegurar a estabilidade de substâncias dissolvidas retardando ou impedindo
reações de hidrólise ou oxidação
Concorrer para aceitação do medicamento pelo paciente, corrigindo cor, sabor,
aroma e melhorar a apresentação do medicamento

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CONFERIR ESTABILIDADE

Agentes Corretivos de pH
Agentes Corretivos Anti-Hidrolíticos
Agentes Corretivos Anti-Oxidantes
Agentes Solubilizantes
Agentes Conservantes

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AGENTES CORRETIVOS DE pH

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AGENTES CORRETIVOS DE pH

O pH influencia:

Na dissolução da substância medicamentosa na concentração pretendida

Na manutenção da estabilidade química e farmacodinâmica da preparação

Prevenção do desencadeamento de efeitos irritativos por certos fármacos

Na estabilidade do sistema conservante

Obtenção do efeitos terapêutico desejado

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AGENTES CORRETIVOS DE pH

pH e solubilidade

Fármacos

Ácido/base SAL
Eletrólitos Fracos
(muito solúvel)
(pouco solúveis/insolúveis)

barbituratos (fenobarbital, pentobarbital)


Ácidos Fracos
silfonamidas (sulfadiazina, sulfacetamida) pH básico
Solúveis em água
Pouco solúveis em água

alcalóides (atropina, codeína, morfina)


Bases Fracas anti-histamínicos (difenildramina, tripelenamina) pH ácido
Solúveis em água
anestésicos locais (cocaína, procaína e tetracaína)

Pouco solúveis em água


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AGENTES CORRETIVOS DE pH
pH versus estabilidade química

Hidrólise
pH
Oxidação

HIDRÓLISE Fenômeno destrutivo principal responsável


pela alteração dos fármacos.

Fatores que desencadeiam a hidrólise - “catalisadores” :

pH Temperatura

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AGENTES CORRETIVOS DE pH

HIDRÓLISE DO AAS EM FUNÇÃO DO pH

pH k ( dia-1) pH k (dia-1)
0,53 0,578 6,00 0,120
1,33 cv 0,083 6,98 0,100
1,80 0,045 8,00 0,130
2,48 0,026 9,48 0,321
2,99 0,034 10,50 1,970
4,04 0,088 11,29 13,70
5,05 0,130 12,77 530

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AGENTES ANTI-HIDROLÍTICOS
HIDRÓLISE DO CEFACLOR EM FUNÇÃO DA TEMPERATURA

Temperatura ( oC ) K (10-5 x kobs (s-1)


30 1,785
40 3,653
50 7,640
60 16,90

A cada 10oC de aumento na temperatura, a constante de velocidade


de decomposição é aproximadamente o dobro

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AGENTES CORRETIVOS DE pH

TAMPÃO Condições ótimas

Estabilidade Físico-Quimica das Substâncias


Compatibilidade com o local de aplicação

ácidos

pH 2 a 5

Alcalóides (morfina, codeína, atropina, pilocarpina, escapolamina, etc.)


Anestésicos Locais - Lidocaína → Cloridrato de Lidocaína (estável, solúvel)
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HIDROLISE
Grupos Suscetíveis Fármacos
Éster COOH COOH
Luz
H2O + CH3COOH
RCOOR' RCCOH + ROH COOH OH
Ácido Acetilsalicílico Ácido Salicílico

Imida
O
R
NH Luz RCOOH + RCONH2 Cicloheximida
R
O

Amida
H2O Salicilatos
RCONH2 RCOOH + H2NR
Barbitúricos

Penicilina
Heterociclicos
Tiamina
Ruptura do anel
Diazepan
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AGENTES CORRETIVOS DE pH
Oxidação
Alteração de cor e aroma
Oxidação Precipitação de certos compostos
Inativação dos fármacos

Grupos Químicos mais sensíveis à oxidação:

Hidroxilas alcoólicas e fenólicas


Carbonilas aldeídicas
Insaturações

Grupos de Fármacos Susceptíveis à Oxidação


Grupos Susceptíveis Fármacos
Alcool → aldeído ou cetonas Ácido Ascórbio → Ácido Diidroascórbico
Fenol → Polifenol Adrenalina → ortoquina
Dupla ligação → Epóxido → GLicol Vitamina D

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AGENTES ANTI-HIDROLÍTICOS

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AGENTES ANTI-HIDROLÍTICOS

HIDRÓLISE Principal fenômeno destrutivo dos fármacos

ÁGUA

HIDRÓLISE
pH Temperatura

A HIDRÓLISE poderá ser minizada em > ou < grau se


substituirmos a ÁGUA por um solvente não-aquoso.
ANTI-HIDROLÍTICOS:
Glicerina
Propilenoglicol 10 – 60%
Sorbitol 70% 15

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AGENTES SOLUBILIZANTES

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AGENTES SOLUBILIZANTES

1. Introdução de radicais hidrofílicos na molécula


→ síntese de novos compostos
2. Ajuste do pH
3. Formação de complexos hidrossolúveis
4. Utilização de agentes tensoativos
5. Emprego de misturas aquosas de um ou mais solventes

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AGENTES SOLUBILIZANTES
1. Introdução de radicais hidrofílicos na molécula

O
H2 - N SO2NH latenciação HO C C
N
O HN SO2NH
antibacteriano sulfonamídico
N
Grupo fortemente hidrofílico
→ impede o transporte da sulfa na circulação sistêmica, permitindo sua atuação
na luz intestinal.

2. Ajuste do pH
Fármacos

Ácido/base SAL
Eletrólitos Fracos
(muito solúvel)
(pouco solúveis/insolúveis)
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AGENTES SOLUBILIZANTES
3. Formação de “complexos” hidrossolúveis

Ex. Cicladol (Farmalab Chiesi)

piroxicam + β ciclodextrin

4. Utilização de AGENTES TENSOATIVOS

AGENTES TENSOATIVOS

Solubilizar óleos essenciais, produtos resinosos, alcatrão, sulfaguamidas,


fenobarbital, vitaminas, hormonios, corticosteróides e corantes.
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AGENTES SOLUBILIZANTES
AGENTE EMULSIVO
Sustâncias anfifílicas, ou seja, apresentam parte polar e apolar.

Tipos de Agentes Emulsivos

Hidrossolúvel

Lipossolúvel

Tensoativo

polar

apolar Mais eficaz ∼ ↓ Tensão Interfacial

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AGENTES SOLUBILIZANTES

Solubilização através de TENSOATIVOS

Micela

SISTEMA
EMULSIONADO

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AGENTES SOLUBILIZANTES
SOLUBILIZAÇÃO DE SUBSTÂNCIAS

1ª ETAPA: remoção de uma molécula do soluto a uma dada temperatura

Soluto Liberação do Soluto

2ª ETAPA: formação de um espaço no solvente para acomodar a molécula do soluto

Solvente Formação de um espaço no solvente

3ª ETAPA: a molécula do soluto é acomodada no espaço criado no solvente

Solvente Soluto Solução 22

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AGENTES SOLUBILIZANTES
Rompimento de Forças de Atração
SOLUBILIDADE entre as moléculas

CONSTANTE DIELÉTRICA

Polaridade

Baseia-se na GENERALIZAÇÃO DE MOORE :


O SEMELHANTE DISSOLVE O SEMELHANTE

A solubilidade de um soluto em um solvente depende da polaridade que ela e o solvente


possuem, o que pode ser expresso em termos de CONSTANTE DIELÉTRICA

ESCALA DE HILDEBRAND

Pontes de Hidrogênio

Esse fator pode ser mais importante que a polaridade propriamente dita.

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AGENTES SOLUBILIZANTES

PARÂMETROS QUE DETERMINAM A SOLUBILIDADE DOS SOLVENTES


Miscibilidade
Solvente Constante Dielétrica Escala de Hildebrandt
(água)
Formamida 109 17,9 Miscícel
Água 80,4 21 Miscícel
Glicerol 43 - Miscível
Metanol 33,6 12,9 Miscícel
Polietilenoglicol 32 - Miscícel
Etanol 25 11,2 Miscícel
Acetona 21,5 9,4 Miscícel
1,1 diclorometano 9,1 9,6 Imiscível
Ácido acético 6,3 12,4 Miscícel
Clorofórmio 4,8 9,1 Imiscível
Vaselina líquida 2,5 - Imiscível
Benzeno 2,3 - Imiscível

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AGENTES SOLUBILIZANTES

CONSTATE DIELÉTRICA DE ALGUMS FARMACOS OBTIDOS EM DIOXANO A 25ºC


SUBSTÂNCIA CONSTANTE DIELÉTRICA
AAS 2,5830
Androsterona 2,2146
Barbital 2,2556
Colesterol 2,2134
Diidrocolesterol 2,2111
Fenobarbitol 2,2447
Metiltestosterona 2,2130
Sulfanilamida 2,3496
Testosterona 2,2127

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AGENTES SOLUBILIZANTES

Exemplo:
Fenobarbital injetável (200 mg/mL) → solubilidade (1 mg/mL)

SUBSTÂNCIA ATIVA TETRACLORETO DE CARBONO


SOLVENTE
FENOBARBITAL Constante Dielétrica = 2,26
Constante Dielétrica = 2,2447

MISTURA SOLVENTE
Solvente A + Solvente B + Solvente C
Constante Dielétrica = 2,26

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AGENTES SOLUBILIZANTES

EA %A + EB %B + EC %C + En %N
Esistema =
100
onde, E é a constante dielétrica da substância.

Exemplo: Fenobarbital (GARDENAL Injetável, SANOFI Aventis)

Fenobarbital ....... 200 mg


Veículo qsp ......... 1 mL
Solúvel em:
1 grama dissolve-se em 1000 mL de água (1 mg/mL)
40 mL de clorofórmio, E = 4,8
15 mL de éter, E = 13,1
Merk Index, 2008.
10 mL de álcool etílico, E = 4,34
VEÍCULO ???

Mistura Solvente !!!


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AGENTES SOLUBILIZANTES
Exemplo: Fenobarbital Injetável (GARDENAL Injetável) – 200 mg/mL

SOLUBILIDADE DO FENOBARBITAL EM VÁRIAS MISTURAS SOLVENTES


Solubilidade Propilenoglicol (%) Glicerina (%) Etanol (%) Água (%) E (Mistura
(%) E = 32 E = 43 E =25,7 E =80,4 Solvente)
0 0 20 80 69,5
0,22 25 0 0 75 68,3
0 50 0 50 61,7
0 0 45 55 55,8
1,33
50 0 5 45 53,5
0 0 50 50 53,1
1,77 50 0 10 40 52,7
0 50 25 25 47,9

Fenobarbital Água (1 mg/mL)


Mistura Solvente (17,70 mg/mL)
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AGENTES ANTI-OXIDANTES

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AGENTES ANTIOXIDANTES
A auto-oxidação da maioria dos compostos se faz através de uma reação
em cadeia dependente da formação inicial de radicais livres

R-H
Luz, calor e metais
.
R (1)

. .
Os quais reagem com o oxigênio para darem um radical peróxido

R + O2 ROO (2)

O alquilperóxido assim formado pode retirar um átomo de hidrogênio de


um substrato oxidável ou fixar-se sobre uma dupla ligação do mesmo:

. .
ROO

ROO . + RH

+ C=C
ROOH + R

ROOC - C . (3)

Estas reações em cadeia serão interrompidas desde que sejam


removidos os radicais seus propagadores 30

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AGENTES ANTIOXIDANTES
REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DA FORMAÇÃO DE RADICAIS PROPAGADORES

Período de Indução
Período em que se inicia a formação de peróxidos → Anti-oxidantes

Depende da quantidade de antioxidantes presentes no meio


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AGENTES ANTIOXIDANTES
SUBSTÂNCIAS PRÓ-OXIDANTES
Luz
Calor
Íons metálicos (Fe+2, Cu+2, CO+3, Mn+3, Ni+2, etc.)

SUBSTÂNCIAS ANTI-OXIDANTES
Substâncias capazes de interromperem a cadeia de reações

Mecanismo de Ação dos Antioxidantes :

Interrupção das cadeias de radicais livres


→ radicais alquilos e alquilperóxidos

Mecanismos Preventivos
→ Evita a ação de elementos iniciadores da cadeia – metais

Potencializam-se mutuamente quando associados → SINERGISMO 32

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AGENTES ANTIOXIDANTES
ANTI-OXIDANTES de Soluções Oleosas

SUBSTÂNCIAS Hidrólise
OLEOSAS
Oxidação
HIDRÓLISE
Produtos: ácidos livres
Origem: Água e lipases existentes nas sementes donde os óleos são
extraídos ou proveniente de microorganismos que os contaminem.
Processo moderno de refinação → destruição das lipases

OXIDAÇÃO
Principal fator responsável pela deterioração dos óleos.

Produtos: Alterações da viscosidade


Alteração das propriedades organolépticas
Formação de compostos odoríferos e voláteis formados:
aldeídos, cetonas, lactonas, hidroxiácidos, ácidos graxos de
33
baixo peso molecular, etc)

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AGENTES ANTIOXIDANTES
O GRAU DE OXIDAÇÃO DOS ÓLEOS está relacionado com a estrutura
química dos ácidos graxos que os constituem, aumentando com a
respectiva INSATURAÇÃO.

ATUAM POR INTERRUPÇÃO DE CADEIA DE RADICAIS LIVRES

ROO + AH ROOH + A
A + A A-A
R + AH RH + A Não-Propagável
antioxidante

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Fenóis e Aminas
Diterbutilhidroxitolueno (BHT)
Produto sintético.
Nomes Comerciais: Sustane® BHT, Tenox® BHT, Ionol® e Deenax®
Pó cristalino de cor amarela pálida
PF 70ºC
Insolúvel em água, solúvel nos óleos e na maioria dos solventes orgânicos
Concentração de uso: 0,05%
Terbutilhidroxianisol (BHA)
Produto sintético constituído pela mistura de dois isômeros:
2-ter-butil-hidroxianisol e 3-ter-butil-4-hidroxianisol
Pó branco, cristalino, pouco solúvel em água, solúvel em álcool etílico e
metílico, éter e clorofórmio, e muito solúvel nas gorduras
Concentração de uso: 0,05%

Ácido Nordiidroguaiarético (NDGA)


4,4’-(2,3 dimetiltetrametileno)-dipirocatecol.
Extraído da Larea divaricata. Tetrafenol.
Apresenta como pó branco, cremoso
PF 184-185ºC
Concentração de uso: 0,05% 35

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Fenóis e Aminas

Ésteres do Ácido Gálhico (Progallins®)


Vários graus de solubilidade
Anti-oxidantes de soluções aquosas e preparações oleosas

Ésteres do Ácido Ascórbico


Atua em ação sinérgico com os anti-oxidantes fenólicos.
Como o ácido ascórbico é insolúvel nas gorduras,
Mais usados: oleato ou palmitato de ácido ascórbico
Palmitato de ascorbila - apresenta-se como pó branco/amarelado, muito
pouco solúvel em água, solúvel em álcool, clorofórmio, e nos óleos.

Tocoferóis
Presentes em gorduras de origem vegetal
Apresenta vários isômeros: α, β, γ e δ-tocoferol
α tocoferol - mais utilizado devido sua maior atividade conservante.

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AGENTES ANTIOXIDANTES
ÉSTERES DO ÁCIDO GÁLHICO
Produto R PM Solubilidade
Prograllin M Metil 184 Solúvel em água quente,
metanol, etanol, éter
Prograllin A Etil 198 Solúvel em 500 partes de água, 3
partes etanol, 3 partes
OH propilenoglicol.
HO OH Prograllin P Propil 212 Solúvel em 1000 partes de água,
3 partes de etanol, 3 de éter e
2000 partes de óleo.
Prograllin O Octil 282 Insolúvel Em água, solúvel em 3
COOR partes etanol, 3 partes éter, 15
partes propilenoglicol, 10 partes
óleo de rícino, 33 partes óleo de
amêndoas.
Prograllin LA Lauril 338 Insolúvel Água, solúvel em 3 p.
etanol, 3 partes éter, 50 partes
propilenoglicol, 10 partes óleo de
rícino, 30 partes óleo de
amêndoas.
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AGENTES ANTIOXIDANTES
2,6 di-ter-butilfenóis
R Atividade Relativa
OH
Metil 100
t Bu t Bu
Etil 125
n-Butil 140
s-Butil 80
R t-butil 36

AMINAS
R1 R2 Atividade Relativa
NHR 1
H H 40
Metil H 15
α-C10H17 H 104
β-C10H17 H 80
R2
s-butil NH s-butil > 10.000

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AGENTES ANTIOXIDANTES
ATUAM POR MECANISMOS PREVENTIVOS

→ Evita a ação de elementos iniciadores da cadeia = metais

Ácido Cítrico
É o mais utilizado devido sua inocuidade
Muito solúvel nos óleos (0,005%)

Ácido etilenodiaminotetracético (EDTA)


EDTA e os respectivos sais de sódio - desprovidos de toxicidade
Eficiente anti-oxidante quando associado ao α-tocoferol

Ácido Fosfórico e derivados

Aminoácidos
Cisteína, glutation, metionina, etc

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AGENTES ANTIOXIDANTES
ANTI-OXIDANTES de Soluções Aquosas
Substâncias Ativas Auto-oxidáveis quando dissolvidas em água → obedecem
os mesmos princípios que regulam o seu emprego no caso dos óleos

ATUAM POR INTERRUPÇÃO DE CADEIA DE RADICAIS LIVRES

Gás sulfuroso, sulfitos, bissulfitos e metabissulfitos. Hidroquinona

Ácido ascórbico
Ésteres do ácido Gálhico

ATUAM POR MECANISMOS PREVENTIVOS

Polifosfatos
Ácidos hidroxilados (ácido cítrico, tartárico e glucônico)
Sais de sódio do EDTA

[ O2 ] Papel Importante nos Processos oxidativos


água

Substâncias Oxidáveis → saturação da água com gás inerte (nitrogênio) 40

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CONSERVANTES

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CONSERVANTES

QUALIDADE MICROBIOLÓGICA DE PRODUTOS


FARMACÊUTICOS E COSMÉTICOS

Categoria Qualidade Microbiológica


Medicamentos Injetáveis
Estéril
Medicamentos oftálmicos
Medicamentos de uso tópico
Medicamentos de uso oral Não-estéril
Cosméticos

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CONSERVANTES
FONTES DE CONTAMINAÇÃO MICROBIANA

Matéria-Prima + Processo Produtivo Carga Microbiana


Final

Água
Ar
Ambiente Pessoal Produto
Superfície Não-estéril
Equipamentos

Material de Acondicionamento

Consumidor

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CONSERVANTES
EFEITOS DA CONTAMINAÇÃO MICROBIANA

Princípio Ativos

Ineficácia Terapêutica

Excipientes

Alteração do pH
Mudança na coloração
Precipitação
Liberação de gases
Quebra de emulsão (Esterases, produção de ácidos)
Alteração da suspensão (Celulases, produção de ácidos)

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CONSERVANTES
CONTAMINANTES MAIS COMUNS

BACTERIAS G(+)
Staphiloccus aureus
Clostridium

BACTERIAS G(-)
Escherichia coli
Salmonella sp
Serratia
Klebsiela sp
Pseudomonas aerouginosa

FUNGOS
LEVEDURAS

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CONSERVANTES

Klebsiela sp. Clostridium tettani

Creme de Barbear

Pseudomonas aeruginos
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CONSERVANTES
COMO EVITAR A CONTAMINAÇAO

Procedimentos de Limpeza e Sanitização adequados

Boas Práticas de Fabricação

Controle de Matérias-Primas

Conservantes

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CONSERVANTES
São substâncias que adicionadas a um produto tem a finalidade de preservá-lo de
danos causados por microrganismos durante a estocagem, bem como proteger o
consumidor de contaminação acidental durante sua utilização.
RDC nº 162, 11/09/2001
SELEÇÃO DE CONSERVANTES
Largo espectro de atividade, em larga faixa de pH
Estável durante a esterilização térmica
Ser efetivos contra cepas específicas e organismos da flora normal
Ser compatível com os componentes da fórmula
Não conferir cor, sabor ou aroma desagradável
Ser atóxico e não irritante
Ter custo aceitável

Atender a todos requisitos !!!


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CONSERVANTES
PRINCIPAIS CONSERVANTES DE USO FARMACÊUTICO

Parabenos
Cloreto de benzalcônio
Ácido benzóico
Bromopol
Sais denilmercúricos
DMDM hidantoína
Clorhexidina
Imidazolinil uréia
Clorobutanol
Diazolidinil uréia
Glutaronitrila
Isotiazolinonas
Formol
Fenoxietanol

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CONSERVANTES
PARABENOS
Sinonímia: ésteres do ácido p-hidroxibenzóico e seus sais sódicos
CAS: (metil) 99-76-3, (etil) 120-47-8, (propil) 94-13-3, (butil) 94-26-8, (benzil) 94-
18-8
Classe do composto: éster do ácido benzóico
Estabilidade: estável; a estabilidade química diminui com o aumento do pH, com
hidrólise significante em pH alcalino e temperaturas elevadas; soluções ácidas
podem ser estáveis na autoclavação; sensível a luz.
Fórmula Estrutural: HOC6H5CO2 . R, onde R representa CH3 (éster metílico), C2H5
(éster etílico), C2H7 (éster propílico), C4H9 (éster butílico) e CH2C6H5 (éster
benzílico). Sal sódico NaC6H5CO2 . R
Compatibilidade: alguma redução C da atividade com agentes aniônicos,
tensoativos aniônicos, metilcelulsose, gelatina, povidona e proteínas; incompatível
com álcalis e sais de ferro.
Concentração de Uso: acima de 0,4% para éster único ou 0,8% para uma
mistura de ésteres; geralmente 0,2% para metil parabeno, 0,15% etilparabeno,
0,02% propil e butilparabeno, e 0,006% benzilparabeno.
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CONSERVANTES

PARABENOS (ésteres do ácido p-hidroxibenzóico)

Solubilidade (g/100 mL)


Designação R PM Acetona Etanol Propilenoglicol Água*
COOR Nipagim M Metil 152 68 52 22 0,25 (2)
Nipagim A Etil 166 84 70 25 0,17 (0,86)
Nipazol M Propil 180 105 95 26 0,05 (0,30)
OH Butabem butil 194 240 210 110 0,02 (0,15)
Nipabenzil benzil 228 102 72 13 0,006 (0,09)

* Solubilidade à 80°C.

RELAÇÃO ESTRUTURA X ATIVIDADE para os PARABENOS

Peso Molecular Atividade Solubilidade

A atividade dos PARABENOS é > contra fungos que bactérias


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CONSERVANTES
CLORETO DE BENZALCÔNIO
Sinonímia: mistura de cloreto de alquildimetilbenzil amônio
CAS: 139-07-1
Classe do composto: amônio quaternário catiônico
Estabilidade: boa, estável a condições de auto-clavação
Fórmula Estrutural: C6H5 CH2 N(CH3) R, onde R representa mistura de alquilas
de C8H17 a C18H37 com os principais componentes representados por C12H25 e
C14H29
Compatibilidade: incompatível com tensoativos aniônicos, sabões, citratos,
nitratos, iodetos, metais pesados, álcalis, alguns antioxidantes, algumas
misturas de borracha, proteínas, adsorvido por alguns materiais plásticos.

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CONSERVANTES
BROMOPOL

Sinonímia: 2-bromo-2-nitropropano-1,3-diol
CAS: 52-51-7
Nome Comercial: Bromopol Boots BP 99% e Myacide BT 98% (Boots Co/Croda)
Fórmula Estrutural: C3H6BrNO4
Tipo de Composto: éster neutro metílico do ácido p-hidroxibenzóico.
pH indicado: levemente ácido
Solubilidade: 28% de água; em etanol; 52% propilenoglicol – 25ºC
Estabilidade: estável em temperaturas normais
Compatibilidade: inativado po rcompostos contendo S-S. Excelente
compatibilidade com tensoativos comuns.
Toxicidade: DL50 307 mg/kg (ratos machos) e 342 mg/Kg (ratos fêmeas). Não
sensibilizante, não embriotóxico ou teratogênico, não carcinogênico e não
mutagênico.
Concentração máxima permitida: 0,1%
55

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CONSERVANTES
ÁCIDO SÓRBICO
Sinonímia: ácido 2,4-hexadienóico, ácido 2-propenil acrílico, sais de sorbato de
cálcio ou potássio
CAS: 110-44-11
Estabilidade:
Fórmula Estrutural: C6H8O2 , sorbato de potássio C6H7KO2
Compatibilidade: compatível com a goma adraganta e acácia; levemente
compatível com tensoativos aniônicos
Concentração de Uso: 0,2%

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CONSERVANTES
ETANOL
Sinonímia: álcool etílico, álcool absoluto
CAS: 64-17-5
Classe do composto: álcool
Estabilidade: soluções aquosas estáveis a autoclavação em recipientes
fechados
Fórmula Estrutural: C2H5OH
Compatibilidade: usado como solvente ou co-solvente em preparações
formacêuticas e cosméticas
Concentração de uso: 60 a 70%

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CONSERVANTES

CONSERVANTES DE USO EM PRODUTOS OFTÁLMICOS

Conservante Concentração Espectro de pH Incompatibilidade


(%) Ação Inativação
Tensioativos aniônicos e
Cloreto de
0,001 - 0,01 bactérias 4 - 10 não iônicos, citratos,
benzalcônio
metais, álcalis, polímeros
Tensioativos não iônicos e
Bactérias e
Clorobutanol 0,30 – 0,50 4-6 álcalis, adsorção por
fungos
materiais poliméricos
Álcool
0,30 – 0,50 Bacteria G (-) ≤7 Tensoativos não ionicos
feniletilico
Ácido, iodo, sais de metais
pesados, tensoativos não
Tiomersal 0,002 – 0,01 Bacteria G (+) 7-8 ionicos, tioglicolato,
proteinas, adsorção por
borrachas
Álcool Agentes oxidantes e
1,0 – 3,0 Bactérica G (+) >5
benzílico tensoativos não iônicos
58

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CONSERVANTES
CONSERVANTES DE USO EM PRODUTOS OFTÁLMICOS

Conservante Concentração Espectro de pH Incompatibilidade


(%) Ação Inativação
Tensoativos aniônicos e
não iônicos, gomas,
Digluconato de
0,01 – 0,05 Bactérias 5-8 alginato de sódio,
clorhexidina
bicarbonato e carbonato,
cloretos e citratos
Acetato de Metais, sais de amônio,
0,001 – 0,002 Bactéria G (+) 6-8
fenilmercúrio sulfatos e tioglicolatos,
tensioativos aniônicos,
Nitrato de agentes suspensores,
0,001 – 0,002 Bactéria G (+) 7-8 adsorção por borracha e
fenilmercúrio
polímeros

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CONSERVANTES
SISTEMAS CONSERVANTES

PARABENOS Falhas !!! ... P. aeruginosa


(50% contaminações)

Substituição (ou associação de parabenos) ... outros conservantes

sistemas conservantes
A escolha do sistema conservante é tarefa extremamente difícil !!!60
AGENTES QUELANTES POTENCIALIZADORES DE CONSERVANTES
EDTA
Citratos
Pirofosfatos
Ácidos policarboxílicos (oxálico, succinico)
Ácidos graxos hidroxilados (lático, cítrico, tartárico, polifosfórico)
Aminoácidos (glicinea, leucina, cistina)
Macromoléculas ( peptídeos e proteinas)
Removem íons cálcio da parede celular do microrganismo Gram-negativo, e
permite maior concentração do conservante na célula microbiana. 60

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CONFERIR BOA
ACEITABILIDADE
Sabor

Aroma ....................

Cor
61

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AGENTES CORRETIVOS DE AROMA
(aromatizantes ou flavorizantes)

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AGENTES CORRETIVOS DE AROMA

A sensação do olfato está localizado nas FOSSAS


NASAIS, onde moléculas voláteis, pelo ar, são depositadas
sobre as mucosas → SENSAÇÕES OLFATIVAS

Sucos de frutas e seus concentrados


Águas destiladas aromáticas ou hidrolatos
Tinturas e alcoolaturas
Extratos e essências
Substâncias químicas de composição definida

RDC nº 2, de 15 de janeiro de 2007.


Regulamento Técnico que autoriza o uso de Aditivos Aromatizantes em alimentos,
com seus respectivos limites máximos. 64

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AGENTES CORRETIVOS DE AROMA

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AGENTES CORRETIVOS DE SABOR

Sabor Composição Química


Amêndoas amargas Benzaldeido
Anis Anetol
Baunilha Vanilina
Cacau Cinamato de amilo
Canela Aldeido cinâmico
Cereja Acetato de etila
Cravo eugenol
Framboesa Aldeido C20
Limão Citral
Laranja Aldeido decílico
Uvas Antranilato de metilo
Limão Citral
Vinho Malonato de metilo
66

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AGENTES CORRETIVOS DE AROMA

Seleção do aromatizante adequado → blend de flavorizantes

Ácido tartárico (0,1 a 0,3%)


Ácido cítrico (0,3 a 2 %)
Sabor de Frutas ↑
Ácido málico (< 420 ppm)
Ácido fumárico (< 3600 ppm)

Fármacos de paladar ácido

Formulações Antiácidas Flavorizantes de menta


Fármacos Amargas Flavorizantes salgados, doce e ácidos
Cloreto de Sódio ↓ Sabor amargo

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AGENTES CORRETIVOS DE SABOR

68

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AGENTES CORRETIVOS DE SABOR

69

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AGENTES CORRETIVOS DE SABOR

EDULCORANTES

São substâncias que conferem sabor doce.

Edulcorantes Naturais
Açúcares (dissacarídeos)
Poliálcoois
Steviosídeo
Taumatina
Monelina

RDC nº 18, de 24 de Março de 2008


Regulamento Técnico que autoriza o uso de Aditivos Edulcorantes em alimentos, com seus
respectivos limites máximos. 70

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EDULCORANTES NATURAIS
AÇÚCARES (dissacarídeos )
Sacarose (glucose + frutose)
Dextrose (glucose + glucose)
Lactose (glucose + galactose) → 0,33 x mais doce que a sacarose

Insulino-dependentes

Glucose Sacarose
Frutose

71

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EDULCORANTES NATURAIS
POLIÁLCOOIS
Sorbitol → 0,5 x + doce que a sacarose; causa diarréias
Xilitol → dulçor igual a sacarose; causa diarréias
Maltitol
xilitol
Eritritol

sorbitol

maltitol

72

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EDULCORANTES SINTÉTICOS
ERITRITOL
2008 - Aprovado para uso no Brasil pela ANVISA (Cargill)

Adoçante obtido da fermentação da sucrose


Encontrado em frutas e molhos de soja, vinhos, cervejas e queijos

DESVANTAGEM
Pequeno poder laxativo

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EDULCORANTES NATURAIS
STEVIOSÍDEO

Fonte: Stevia rebaudiana


Origem: Brasil
Consumo: América do Sul e Japão
Descoberta/utilização: 1905/1965
Possui valor calórico reduzido
Dulçor: 300 x mais doce que a sacarose
Sabor: igual a sacarose

74

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AGENTES CORRETIVOS DE SABOR

Proteína heterodimérica com uma cadeia alfa de 45 aminoácidos e outra


cadeia beta de 50 amino-ácidos. É isolada de uma planta africana que
produz amoras, a Dioscoreophyllum cumminsii diels.

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EDULCORANTES NATURAIS

Proteína simples, com uma cadeia de 207 amino-ácidos. É extraída do


fruto da planta africana Thaumatococcus daniellii benth (1979).

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EDULCORANTES SINTÉTICOS

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AGENTES CORRETIVOS DE SABOR
Edulcorantes Sintéticos

Ciclamato de sódio
Sacarina sódica
Aspartame
Assessulfam – K
L – sacarose
Neotame

RDC nº 18, de 24 de Março de 2008


Regulamento Técnico que autoriza o uso de Aditivos Edulcorantes em alimentos, com seus
respectivos limites máximos. 78

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EDULCORANTES SINTÉTICOS
CICLAMATO DE SÓDIO

Composição: ácido N-Ciclohexilsulfâmico


Fabricação: 1937
Dose diária usual: 9 mg/Kg;
Não possui valor calórico;
Não é metabolizado no organismo humano;
Dulçor: 30 x mais doce que a sacarose;
Sabor: residual amargo

Ciclamato de Sódio Ciclohexilamina


Bactérias, TGI
Nome Comercial: Potencial carcinogênico
em camundongos
Adocyl Saxin
Sucrynil Docita
Sucretine Sugarina EUA e Grã-Bretanha
Sucaryl
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EDULCORANTES SINTÉTICOS
SACARINA SÓDICA
Composição: imida do ácido orto-sulfobenzóico
Fabricação: 1879
Dose diária usual: 2 mg/Kg;
Não possui valor calórico;
Não é metabolizado no organismo humano;
Dulçor: 300 x mais doce que a sacarose;
Sabor: residual amargo

Nome Comercial: Adocyl


Sucrynil
Sucretine
Sucaryl
Saxin
Docita
Sugarina

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EDULCORANTES SINTÉTICOS
ASPARTAME (Nutrasweet®)
Composição: aspartilfenilalanina
Fabricação: 1965
Dose diária usual: 40 mg/Kg
Não possui valor calórico
É metabolizado pelo organismo → Fenilcetonúricos
Dulçor: 40 x mais doce que a sacarose
Sabor: igual a sacarose
Estabilidade
Sofre Hidrólise em pH 3 a 6
Instável ao calor (> 70ºC)

Nome Comercial:

Finn
Hidrólise = ácido aspárticos + fenilalanina + metanol
81

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EDULCORANTES SINTÉTICOS
ASSESSULFAN - K
Composição: acido aceto-acético
Fabricação: 1960, autorização para uso, 1980 (EUA);
Dose diária usual: 9 mg/Kg;
Não possui valor calórico; Nome Comercial:
Não é metabolizado pelo organismo;
Sunnet
Dulçor: 100 x mais doce que a sacarose;
Linea (associado ao Aspartame)
Sabor: similar a sacarose.

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EDULCORANTES SINTÉTICOS

L-SACAROSE
1981 → EUA Derivado clorado da sacarose

VANTAGEM
Excretada intacta na urina
500 x mais doce que a sacarose

DESVANTAGEM
Processo de síntese caro e demorado

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EDULCORANTES SINTÉTICOS
NEOTAME (Nutrasweet®)
1960 → N-[N-(3,3-dimetilbutil)-L-a-aspartil]- L-fenilalanina -1- éster metílico
2002 → aprovado pela FDA
2004 → Brasil

VANTAGEM
Estável em altas temperaturas
8000 x mais doce que a sacarose
Não libera fenilalanina, sendo permitido seu uso em pacientes fenilcetonúricos

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EDULCORANTES SINTÉTICOS
NEOTAME (Nutrasweet®)

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EDULCORANTES SINTÉTICOS

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AGENTES CORRETIVOS DE COR
(corantes)

90

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CORANTES
Melhor aceitação da preparação pelo paciente.

Origem: Natural Vantagem


Sintética → melhor solubilidade
Desvantagem
→ toxicidade variável

PROPRIEDADES: CORANTES PARA USO FARMACÊUTICO

Terem composição definida


Serem hidrossolúveis
Terem grande capacidade de coloração em concentrações mínimas
Estáveis ao calor e à luz e manterem essa estabilidade durante longo tempo
Serem estáveis à variações de pH e em presença de oxidantes e redutores
Serem compatíveis com os componentes da fórmula a corar
Não possuírem odor e gosto desagradáveis
91
Resolução - CNNPA nº 44, de 1977.

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CORANTES
Ácidos
ESTABILIDADE Agentes alcalinos
Substâncias redutoras e oxidantes
Luz
Classificação Estabilidade
8 Excepcional
7 Excelente
6 Muito boa
5 Boa
4 Razoável
3 Medíocre
2 Fraca
1 Muito fraca

Prática: Solução-Estoque de Corantes (10 ou 20%)


Há uma íntima associação entre determinados aromas e certas cores:

Corante amarelo – essência de abacaxi, essência de laranja, etc.


Corante vermelho – essência de morango, franboesa, etc. 92

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CORANTES
Estabilidade de certos corantes
Natureza
Nome luz acidez alcalinidade redutores Oxidantes
Química
Amarante 4 5 5 2 4
Amarelo Sunset FCF 5 5 5 2 4
Derivados
Ponceau 3R 5 5 5 2 4
azóicos
Ponceau SX 4 2 5 4 4
Tartarazina 5 5 5 2 4
Derivados do Amarelo de naftol S 4 5 5 4 4
α
dinitro-α-naftol Amarelo de naftol S 4 5 5 4 4
Derivados da
Eritrosina 5 2 5 4 4
Ftaleína
Derivados da
Carmim indigo 2 5 4 4 2
Indigotina
Derivados do Azul brilhante 5 4 4 5 2
Trifenilmetano Verde guiné B 2 5 5 5 2

As incompatibilidades dos corantes com outros componentes da fórmula resulta,


normalmente, em uma diminuição da coloração pretendida, formação de
precipitados, etc. 93

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CORANTES PARA USO FARMACÊUTICO
Cor e nº CEE Denominação Comum Outros nomes usuais Denominação Química
Corantes Orgânicos Naturais
amarelos
E 101 roboflavina Vitamina B2 -
verdes
E 140 Clorofilas e clorofilinas Verde natural nº 3 Complexos porfirínicos extraídos de
plantas verdes.
negros
E 153 Carvão vegetal Carvão ativado Carvão vegetal, ativado, medicinal.
Corantes Orgânicos Minerais
Brancos
E 170 Carbonato de cálcio Carbonato de cálcio precipitado
Anidrido titânico
Corantes Orgânicos Sintéticos
Amarelos
vermelhos
E 127 eritrosina Vermelho alimentar nº Sal sódico ou potássico de 2’,4’,5’,7’
14 tetraiodofluoresceína.
Azuis
E 132 indigotina Azul alimentar nº 1 3,3’-dioxo-2,2’ bis-indolindeno-5,5’
dissulfonato dissódico. 94

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CORANTES
CORANTES PERMITIDOS NO BRASIL

Nome CEE Cor IDA (mg/kg produto)


Amaranto E123 Magenta 0,50
Vermelho de eritrosina E127 Pink 0,10
Vermelho 40 E129 Vermelho alaranjado 7,00
Ponceau 4R E124 Cereja 4,00
Amarelo crepusculo E110 Laranja 2,50
Amarelo tartarazina E102 Amarelo limão 7,50
Azul indigotina E132 Azul royal 5,00
Azul brilhante E133 Azul turqueza 10,0
Azorrubina E122 Vermelho 4,00
Verde rápido E143 Verde mar 10,0
Azul patente V E131 Azul 15,0

Resolução - CNNPA nº 44, de 1977. 95

Dra. Leticia N Carpentieri Rodrigues - UNIFESP 2010 90


BIBLIOGRAFIA
LACHMAN, L.; LIEBERMAN, H.A.; KANIG, J.L. Teoria e prática na indústria
farmacêutica. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2001. 2v., 1517p.

PRISTA, L.N.; ALVES, A.C.; MORGADO, R.M.R. Técnica Farmacêutica e Farmácia


Galênica. 4.ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1992. v.1. 1134p.

THE MERCK INDEX. An Encyclopedia of Chemicals, drugs and Biologicals. 12.ed.


New Jersey, Whitehouse Station: Merck & CO., 1996.

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Dra. Leticia N Carpentieri Rodrigues - UNIFESP 2010 91

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