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Revisão da Teoria do

Autocuidado de Orem:
Contributos para o Autocuidado
Terapêutico

Maria da Conceição Gonçalves Marques Alegre de Sá


Coimbra, setembro de 2020

Material Pedagógico validado pelo Conselho Pedagógico, fevereiro de 2021


Alegre MC. Revisão da Teoria do Autocuidado de Orem: Contributos para o Autocuidado
Terapêutico. Coimbra: ESEnfC; 2020

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ÍNDICE DE FIGURAS

FIGURA 1 – PIRÂMIDE DE CUIDADO PARA CONDIÇÕES A LONGO PRAZO 7

FIGURA 2 – ELEMENTOS DA TEORIA DO AUTOCUIDADO DE OREM 10

FIGURA 3 - FATORES DETERMINANTES BÁSICOS DO AUTOCUIDADO 14

FIGURA 4 - TIPOS DE SISTEMAS DE AUTOCUIDADO 16

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ÍNDICE

NOTA INTRODUTÓRIA 5

1.AUTOCUIDADO PESSOAL E AUTOCUIDADO PROFISSIONAL 6

2.TEORIA DE ENFERMAGEM DO AUTOCUIDADO DE OREM 9

2.1 TEORIA DO AUTOCUIDADO 9


2.1.1 PRÁTICAS DE AUTOCUIDADO 10
2.1.2 REQUISITOS DE AUTOCUIDADO 11
2.1.3 CAPACIDADES PARA O AUTOCUIDADO 13
2.1.4 FATORES DETERMINANTES BÁSICOS DO AUTOCUIDADO 14
2.2 TEORIA DO DÉFICE DE AUTOCUIDADO ERRO! MARCADOR NÃO DEFINIDO.

2.3 TEORIA DOS SISTEMAS DE ENFERMAGEM

3. AUTO CUIDADO COMO PROCESSO DE APRENDIZAGEM 17

3.1 O AUTOCUIDADO NA PERSPETIVA DE PROCESSO 18


3.2 AUTOCUIDADO COMO PROCESSO DE APRENDIZAGEM MULTIDETERMINADO 19

4. AUTOCUIDADO TERAPEUTICO 20

5. MODELOS DE GESTÃO DA DOENÇA CRÓNICA 22

NOTA FINAL 24

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS 25

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NOTA INTRODUTÓRIA
A bibliografia sobre o autocuidado e em particular sobre a teoria de enfermagem do
autocuidado de Orem é dispersa, repetitiva e de forma insuficiente relativamente à perspectiva
do autocuidado terapeutico a partir da teoria do autocuidado de Orem.
Deste modo, este texto de apoio tem como propósito reunir um conjunto de apontamentos, de
suporte aos conteúdos da Unidade Curricular de Gestão de Autocuidado Terapeutico,
particularmente sobre o autocuidado em saúde a partir do referencial teórico de Dorothea
Orem. Os conteudos aqui apresentados foram selecionados pela sua relevancia, tendo em conta
o contexto desta unidade curricular. Assim, são abordados os construtos da teoria do
autocuidado de Orem, o autocuidado como um processo de aprendizagem, o autocuidado
terapeutico e os modelos de gestão da doença crónica. Na sua conceção, procurou-se que o
mesmo não fosse apenas um recurso pedagógico, face aos conteudos da unidade curricular,
mas também fosse motivador para uma pesquisa mais exaustiva e aprofundada acerca de
elementos constituintes da abordagem teórica de Orem e de outras perspectivas teóricas,
relacionadas com os modelos de autocuidado terapeutico e de outras especificidades
decorrentes da area em estudo.

O texto de apoio que se apresenta como um material pedagógico, dá suporte à unidade


curricular de Gestão do Autocuidado Terapêutico, com uma carga horária de 28h de contacto,
com 2 ECTS.

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1. AUTOCUIDADO PESSOAL E AUTOCUIDADO PROFISSIONAL
Cada um de nós, de forma consciente, cuida de si e pensa no seu futuro, no fundo, vive em
cuidado consigo próprio, quer a preocupação seja racional ou emotiva. Os outros, nos quais a
pessoa se revê e com os quais se relaciona, são também objecto de cuidado, pela solicitude,
pelo zelo, pela dedicação, pelo interesse, pela preocupação sentida e, por vezes, demonstrada.
A pessoa dedica atenção, diligencia trabalho, fazendo das coisas do mundo em geral, objecto
de cuidado. A existência humana, de cada ser humano revela-se assim no cuidado de si, na
solicitude pelos outros e na preocupação e ocupação pelo mundo.

Qualquer exemplo de ação de autocuidado pode ir desde um cuidado 100% pessoal até um
cuidado 100% profissional. Entre eles existe um cuidado partilhado onde as pessoas e as
famílias se associam aos profissionais no cuidado de si. A maioria do cuidado é partilhado e
pode envolver uma pequena ou grande componente de autocuidado.

O autocuidado em saúde reflete dois entendimentos diferentes, ainda que interligados. Por um
lado, o autocuidado em saúde refletido nas capacidades para ação, é considerado como um
conjunto de ações exercidas deliberadamente na vida quotidiana em proveito da saúde, da vida
e do bem-estar. Por outro lado, é visto como um conjunto de capacidades em saúde, dirigidas
aos requisitos universais, de desenvolvimento e associados a problemas de saúde (Bente,
Wagner, & Hall, 2007).

As doenças crónicas impõem novas e multiplas exigências às pessoas afectadas. A estas


doenças estão associadas um conjunto de alterações do domínio emocional e sintomas físicos
resultantes da fisiopatologia subjacente e / ou tratamento e ainda, tensões de enfrentamento e
adaptação à doença crónica e mudanças nas relações interpessoais e no funcionamento físico e
social. O autocuidado passa a ser considerado um componente chave nos modelos de cuidados
na doença crónica. Ao enfatizar-se a aquisição de habilidades de auto-gestão, o autocuidado
terapeutico visa melhorar a capacidade de resolução de problemas de saúde ou de sintomas, a
função fisica e psicosocial e o estado geral dos utentes (Baker et al., 2005, citados por Sidani,
2012).

A “piramide de cuidado para condições a longo prazo”, da doença crónica representada na


figura 1, ilustra bem a variação entre o autocuidado pessoal e o autocuidado profissional, que
ocorre em função do agravamento das condições de saude e o aumento e complexidade das
necessidades impostas pela doença crónica ao longo do tempo. O investimento em programas
de literacia em saúde. para apoiar o autocuidado nas doenças crónicas, nos níveis mais baixos

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da pirâmide é uma forte aposta para aumentar a qualidade dos serviços e a qualidade de vida
das pessoas com doença crónica.

Figura 1 – Pirâmide de cuidado para condições a longo prazo Adaptado de “Department of Health: Improving Chronic
Disease Management.”, Londres 2004

Uma cultura de cuidados de saúde baseada nas teorias de autocuidado é uma cultura que assenta
num modelo de cooprodução de cuidados de saúde, que valoriza o envolvimento do cidadão
no seu autocuidado e das pessoas que tem a cargo, com resultados em saúde observados na
adesão e manutenção do autocuidado em saúde, seja ele autocuidado de promoção de saúde ou
de gestão de autocuidado terapêutico, com sucesso na melhoria da saúde e bem-estar.

A promoção de uma cultura de cidadania assenta na promoção da literacia em saúde, na


capacitação, no empowerment, através de informação, desenvolvimento de competências,
envolvimento e participação nas decisões, nomeadamente referentes à saúde pessoal, familiar
e da comunidade, contribuindo para que os cidadãos sejam mais autónomos e responsáveis em
relação à sua saúde e de quem deles depende. É esperado que o cidadão melhore
proactivamente os seus conhecimentos e a capacidade de exercer os seus direitos e deveres em
saúde, de forma responsável, e adote estilos de vida e comportamentos adequados e saudáveis.

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A centralidade no cliente defendida pelo serviço nacional de saúde, destaca o auto cuidado,
como dimensão chave da saúde nas várias áreas de intervenção. Os modelos de cuidados de
saúde que adotam o autocuidado como um componente nuclear, enfatizam o “empowerment e
a aquisição de habilidades de auto-gestão (Bodenheimer, Wagner, & Grumback, 2002; Wagner
et al.; 2001; Baker et al, 2005, citados por Sidani, 2012)

O cidadão capacitado tem mais saúde por um período mais longo e tem expectativas de
cuidados de saúde mais personalizados e tem maior exigência dos serviços, nas respostas às
suas necessidades e preferências (WHO, 2009).

Históricamente, o termo “autocuidado” foi introduzido no contexto de saúde por Dorothea


Orem em 1956 e mais tarde em 1959, com a finalidade de descrever as circunstâncias que
levavam as pessoas a necessitarem de cuidados de enfermagem e para explicar de que modo a
enfermagem exercia a sua assistência clinica (Taylor, 2001).

Mais tarde na década de 60, o conceito de autocuidado em saúde foi formalizado e validado,
através do trabalho desenvolvido pelos membros do “Nursing Development Conference
Group” (Denyes, Orem & SozWiss, 2001). Atualmente e desde 1991 “O International Orem
Society for Nursing Science and Scholarship” incentiva e promove a divulgação dos trabalhos
desenvolvidos por Orem, bem como trabalhos sustentados na sua perspetiva teórica.

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2. TEORIA DE ENFERMAGEM DO AUTOCUIDADO DE OREM

A Teoria de Enfermagem do Autocuidado desenvolvida por Dorothea Orem é uma das teorias
mais amplamente discutidas e utilizadas internacionalmente em enfermagem (Melleis, 2012).
Trata-se de uma teoria geral, e não apenas de uma teoria explicativa de uma situação específica,
podendo ser adotada em qualquer situação de enfermagem (Fawcett, 2001).

Orem definiu o conceito de autocuidado como uma função humana reguladora, realizada pelo
indivíduo, ou para ele por outros, com o objetivo de manter as funções que garantam a vida, a
saúde e o bem-estar, num quadro de condições que são essenciais à vida. Para a mesma autora,
as pessoas que desenvolvam o autocuidado, possuem as condições que as tornam capazes de
desenvolver as ações e o poder de agir de forma deliberada na gestão das necessidades
reguladoras, perante fatores internos e externos que afetam as atividades do indivíduo e o seu
desenvolvimento. A teoria de enfermagem do autocuidado parte do pressuposto central que a
pessoa cuida de si mesmo, em função da manutenção da vida, da saúde e do bem-estar (Orem,
2001).

A teoria de enfermagem do autocuidado é constituída por três teorias relacionadas e


sequenciais: a primeira, a teoria do autocuidado em que se descreve e explica o autocuidado;
a segunda, a teoria do défice do autocuidado, em que se explica as razões pelas quais a
enfermagem exerce cuidados de saúde às pessoas, e a terceira, a teoria dos sistemas de
enfermagem, que constitui a descrição das relações que são necessárias estabelecer para que se
exerça a enfermagem. A articulação destas três teorias constitui o desenvolvimento e o
refinamento da teoria geral (Orem, 2001).

2.1 TEORIA DO AUTOCUIDADO

A teoria do autocuidado tem por base o conceito de autocuidado, como função humana
reguladora, sendo presumível que os indivíduos aprendam e desenvolvam o autocuidado
através da experiência, da educação, da cultura, do conhecimento, do crescimento e
desenvolvimento (Meleis, 2012).

À luz da teoria do autocuidado, existe uma relação intencional entre o autocuidado e as ações
de funcionamento e desenvolvimento individual e de grupo. Na perspetiva de Orem, as pessoas

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desenvolvem o autocuidado através de uma série de relações interdependentes dentro da
família, da comunidade e da cultura, ao longo da vida (Orem, 2001).

Para Orem, as pessoas que desenvolvam o autocuidado, possuem as condições que as tornam
capazes de desenvolver as ações e o poder de agir de forma deliberada na gestão das
necessidades reguladoras, perante fatores internos e externos que afetam as atividades do
indivíduo e o seu desenvolvimento (Orem, 2001).

Nesta teoria são descritos três conceitos operativos: as práticas de autocuidado; os requisitos
de autocuidado e as capacidades para o autocuidado, que se interligam num modelo explicativo
do modo como as pessoas gerem as suas práticas de autocuidado em prol de si mesmo ou de
pessoas dependentes, para a manutenção da vida, da saúde e do bem-estar, conforme se observa
na Figura 1 (Denyes, Orem & SozWiss, 2001).

Figura 2 – Elementos da Teoria do autocuidado de Orem. Adaptado de “Sef-care: A Fundational Science,”


M. Denyes, D. Orem, e B. SozWiss, 2001, Nursing Science Quarterly, 14, p. 49. Copyright 2001 da Sage Publications, Inc.

2.1.1 Práticas de autocuidado

No decurso da vida, as pessoas produzem autocuidados através de práticas, deliberadamente


realizadas, com vista aos requisitos de autocuidado. É presumível que as pessoas desenvolvam
as práticas de autocuidado através da experiencia, educação, cultura, conhecimento,
crescimento e desenvolvimento, no seio da família e da comunidade. Quando os autocuidados
são fortemente assegurados e amplamente praticados pelos indivíduos, famílias e grupos,
constituem-se hábitos (Orem, 2001).

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Há medida que a pessoa vai exercendo a autorresponsabilidade pelas suas ações e atitudes, vai
desenvolvendo uma autoridade interna reguladora das suas práticas e das suas escolhas em
relação à vida, até atingir um nível de maturidade que permita uma ação consistente,
intencional e efetiva (Soderhamn, 2000).

As práticas de autocuidado têm como objetivos: manter a saúde e o bem-estar, fornecer meios
para o desenvolvimento contínuo e para funcionar de acordo com as normas compatíveis, com
as condições essenciais à vida e manter o ambiente necessário para garantir o funcionamento
integrado e o desenvolvimento humano individual e de grupo. As pessoas produzem
autocuidados através de práticas, deliberadamente realizadas, com vista aos requisitos de
autocuidado (Orem, 2001).

2.1.2 Requisitos de autocuidado

Os requisitos de autocuidado são definidos como as necessidades decorrentes da universalidade


da pessoa, da sua singularidade e das relações interdependentes dentro das unidades sociais -
como a família e a comunidade - e constituem as condições básicas requeridas, para as ações
de regulação dos autocuidados. Os requisitos vão variando ao longo da vida e em situações
específicas, em função dos estados de funcionamento e desenvolvimento humano e dos fatores
que condicionam esses estados, que contribuem para a vida, saúde e bem-estar (Orem, 2001).

Os requisitos de autocuidado são de dois tipos: os requisitos permanentes essenciais e os de


situações específicas. Os requisitos permanentes essenciais são os requisitos de funcionamento
e desenvolvimento humano durante toda a vida. Estes requisitos (permanentes essenciais)
subdividem-se em requisitos universais e requisitos de desenvolvimento. Os requisitos de
situações específicas estão associados a condições de funcionamento e desenvolvimento,
internas ou externas, que surgem a qualquer momento e se constituam como risco para a saúde
e bem-estar das pessoas (Denyes et al, 2001).

Os requisitos universais são comuns a todas as pessoas e estão presentes em todas as fases da
vida. Estes refletem as necessidades humanas fundamentais que proporcionam as condições
internas e externas para manter e promover o desenvolvimento humano. De acordo com Orem,
os requisitos universais são:

Manutenção de uma quantidade suficiente de ar;

Manutenção de ingestão suficiente de água;

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Manutenção de ingestão adequada de alimentos;

Provisão de cuidados associados aos processos de eliminação;

Manutenção do equilíbrio entre o descanso e a atividade;

Manutenção do equilíbrio entre o isolamento e a interação social;

Prevenção de riscos para a vida, funcionamento e bem-estar humanos;

Promoção do funcionamento e desenvolvimento humano dentro de grupos sociais de


acordo com o potencial humano, as limitações humanas conhecidas, e o desejo de ser
normal 1 (Orem, 2001 p. 225).

Os requisitos de desenvolvimento estão associados aos estadios de desenvolvimento em que


cada pessoa se encontra. Existem três áreas de requisitos de desenvolvimento: “Provisão de
condições que promovam o desenvolvimento; Compromisso no autodesenvolvimento;
Prevenção ou superação dos efeitos das condições e situações que afetam negativamente o
desenvolvimento” (Orem, 2001 p. 225).

Os requisitos para os autocuidados, em situações de saúde/doença, estão ligados à regulação e


controlo dos distúrbios estruturais ou funcionais, à atenuação ou superação dos efeitos
prejudiciais e a transtornos de desenvolvimento e incapacidades. As mudanças no estado de
saúde produzem requisitos relacionados com:

Atender aos sentimentos associados;

Procurar assistência dos profissionais de saúde adequados;

Desenvolver as ações recomendadas;

Atender aos efeitos do tratamento ou dos procedimentos de saúde, nomeadamente


aqueles que são desconfortáveis ou danosos;

Modificar o “eu” ajustando-se ao estado de saúde específico e às necessidades


decorrentes deste;

Aprender a viver com os efeitos das condições de saúde alteradas, num estilo de vida
que promova o desenvolvimento pessoal;

Integrar as mudanças de vida no sistema familiar (Orem, 2001, p. 226).

1
A tradução é da responsabilidade da autora

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2.1.3 Capacidades para o autocuidado

As capacidades para o autocuidado definem-se como as habilidades para o desempenho bem-


sucedido do autocuidado. Estas desenvolvem-se no decurso da vida, através de um processo de
aprendizagem, fortemente potenciada pela curiosidade intelectual (Orem, 1979; 2001).

O autocuidado em saúde, refletido nas capacidades para a ação, inclui: as capacidades


fundamentais, dirigidas para a satisfação dos requisitos universais; as capacidades de poder,
direcionadas para a concretização dos objetivos e as capacidades de desempenho, voltadas para
questões específicas de saúde (Orem, 1979; 2001).

As capacidades fundamentais incluem os recursos que permitem compreender e atender os


requisitos universais, que surgem durante o processo de vida, com a finalidade de regular o
próprio funcionamento que garanta a vida, a saúde e bem-estar.

As capacidades de poder incluem os recursos de decisão necessários para garantir o


compromisso nas ações de autocuidado, de modo a obter o autocontrolo.

As capacidades de desempenho incluem os recursos necessários que permitem compreender e


agir sobre as questões de saúde/doença, nomeadamente as capacidades de resolução de
problemas, tomada de decisão e utilização de recursos de saúde (Orem, 2001).

As capacidades para o autocuidado incluem os seguintes domínios:

Domínio cognitivo, constituído pelo conhecimento das condições de saúde e das habilidades
cognitivas necessárias, para exercer as ações de autocuidado, nomeadamente a capacidade de
decisão.

Domínio físico, que inclui as capacidades físicas para efetuar a ação.

Domínio psicossocial, que inclui as atitudes, os valores, o desejo, a motivação e a auto eficácia
na realização da ação.

Domínio comportamental, que se refere às habilidades necessárias para executar os


comportamentos de auto cuidado (Lantz, et al, 1995, citados por Sidani, 2012).

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2.1.4 Fatores determinantes básicos do autocuidado

As mudanças nas capacidades para o auto cuidado refletem-se num aumento ou diminuição do
poder ou na sua estabilização. As mudanças dos requisitos e das capacidades para o
autocuidado estão associadas ao efeito de uma serie de fatores determinantes básicos tais como
a idade, género, estadio de desenvolvimento, estado de saúde, fatores socio culturais, fatores
ambientais, disponibilidade e adequação dos recursos, sistema familiar, sistema de cuidados de
saúde e padrão de vida que se relacionam, conforme podemos ver na figua 2 (Orem,
2001;Taylor, 2011)

Figura 3 - “Fatores determinantes básicos do autocuidado” fonte: Taylor, 2011

2.2 TEORIA DO DÉFICE DE AUTOCUIDADO

A teoria do défice de autocuidado tem como elemento essencial o "défice de autocuidado"


definido como uma relação entre as capacidades de ação de um individuo e as necessidades de
autocuidado. Isto é, o défice de autocuidado resulta da relação entre as ações que um individuo
exerce ou deveria exercer e a sua capacidade de fazê-lo (Orem, 2001).

Nesta teoria, o autocuidado é o resultado do desempenho da capacidade para o autocuidado, de


modo a satisfazer as exigências de autocuidado terapêutico. O pressuposto central desta teoria
é o de que, os indivíduos vivem situações que os levam a estar completa ou parcialmente
incapazes, de dar resposta às exigências que assegurem o funcionamento e o desenvolvimento
humano. Estas situações podem ser transitórias e facilmente superadas pelos indivíduos,
recorrendo a informação ou procurando ajuda. No entanto, existem situações em que, pela

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natureza e/ou extensão do défice de autocuidado, as pessoas tornam-se dependentes de outros,
para a satisfação dos requisitos de autocuidado (Orem, 2001).

A teoria do défice de autocuidado é baseada em duas premissas. A primeira premissa é a de


que, a pessoa tem capacidades para gerir e participar na prestação de cuidados para si próprio
e tomar as medidas necessárias para manter e gerir o funcionamento humano e a saúde. A
segunda é a de que a sociedade tem recursos para oferecer ajuda às pessoas, que se encontram
em algum estado de dependência. (Orem, 2001).

2.3 TEORIA DOS SISTEMAS DE ENFERMAGEM

A teoria dos sistemas de enfermagem descreve os requisitos e as ações de autocuidado e ainda


os sistemas de compensação terapêutica de enfermagem, dirigidos a indivíduos com défice de
autocuidado, desenvolvidos num contexto de relações interpessoais relevantes da vida pessoal,
familiar e comunitária (Taylor, 1986, Orem, 2001).

Esta teoria assenta no pressuposto que a enfermagem exerce intervenções de compensação,


para dar resposta ás necessidades de autocuidado das pessoas, quando as necessidades de
cuidados excedem as suas capacidades, de modo compensatório no cuidar de si mesmo (Taylor,
1986, Orem, 2001).

Perante a necessidade ou (exigência) de autocuidado, os cuidados de enfermagem tomam a


expressão de “autocuidado terapêutico”, que se destinam a completar os requisitos de
autocuidado, na ausência de recursos da pessoa para fazê-lo.

De acordo com esta teoria, os sistemas de cuidados de enfermagem podem ser totalmente
compensatórios, quando compensam a incapacidade, apoiam e protegem; parcialmente
compensatórios, quando substituem o indivíduo em algumas atividades e ainda sistemas de
cuidados de enfermagem de apoio e educação, quando ajudam a tomar decisões, fornecem
informação e promovem a aprendizagem conforme se observa na figura seguinte (Orem, 2001).

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Figura 4 - Tipos de Sistemas de autocuidado. Orem, D. E. (1979). Concept formalization in nursing: Process and product
(2nd ed.). Boston, MA: Little Brown.

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3. AUTO CUIDADO COMO PROCESSO DE APRENDIZAGEM

O desenvolvimento do autocuidado, na direção da responsabilidade pela saúde, é desenvolvido


no decurso da vida, através das relações estabelecidas com o mundo exterior (Orem, 2001). À
medida que as pessoas vão exercendo a autorresponsabilidade pelas ações e atitudes, vão
desenvolvendo uma autoridade interna reguladora de condutas e escolhas para manter a
integridade estrutural, o funcionamento e desenvolvimento individual e dos grupos, num
quadro de condições que são essenciais à vida, de uma forma autónoma, consistente,
intencional e efetiva (Soderhamn, 2000; Orem, 2001; Young et al, 2001; Taylor & Renpennin,
2011).

O autocuidado considerado como capacidade para ação, traduz a noção de saúde como um
estado funcional, enquanto na sua dimensão de processo, o autocuidado em saúde pode ser
visto como um processo da experiencia de vida e de aprendizagem, podendo o autocuidado ser
visto como um reflexo de si mesmo (Bente, Wagner, & Hall, 2007).

No quadro da saúde, estas duas conceções são vistas como integradas numa conceção
bidimensional. Contudo, apesar desta estrutura bidimensional, as capacidades e os processos
são recursos interdependentes, que ao mesmo tempo favorecem e restringem a saúde dos
indivíduos. Isto é, quanto maior for o nível de capacidade, mais é provável que o individuo
participe no autocuidado e tenha um equilíbrio contínuo de saúde (Bente, Wagner, & Hall,
2007).

Ao longo do processo de aprendizagem do autocuidado, as pessoas vão exercendo um esforço


contínuo que lhes permite serem capazes de agir, gerindo o que sentem perante as possíveis
alterações da vida e da saúde, de forma facilitadora da estabilidade e da adaptação à mudança.
A concretização desse esforço pode manifestar-se na adequação das capacidades e das
atividades de autocuidado e na adequação das atividades ao significado contextual
(Soderhamn, 2000).

O autocuidado para além de envolver as capacidades individuais, que permitem às pessoas


reconhecerem a sua responsabilidade, pessoal e coletiva, e assumirem-se livres de restrições e
com total autonomia. Estas envolvem igualmente capacidades de pessoas significativas, que se
referenciam e se ajustam umas às outras, melhorando a adequação entre as ações coletivas e os
resultados esperados. Deste modo, as ações estão dependentes de consideração e antecipação

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da perspetiva dos outros e são resultado da execução de obrigações recíprocas e de expectativas
conjuntas (Soderhamn, 2000).

Os resultados da aprendizagem do autocuidado podem ser observados ao nível da aquisição de


capacidades, da transcendência do “eu”, e no equilíbrio entre a funcionalidade ideal e a
integridade na vida diária. Os resultados positivos são a funcionalidade, a responsabilidade e a
integridade que surgem quando as capacidades são congruentes com as necessidades. Os
resultados negativos surgem quando há discrepâncias entre as capacidades e as necessidades,
estados emocionais negativos e a falta de apoio (Bente, Wagner, & Hall, 2007).

3.1 O AUTOCUIDADO NA PERSPETIVA DE PROCESSO

O autocuidado na perspetiva de processo, consiste em ações e sequências de ações,


deliberadamente realizadas na procura e identificação das necessidades, para a estimativa sobre
o que pode e deve ser feito; para a decisão sobre o que irá ser feito e por fim para a realização
das ações adequadas para satisfazer as necessidades identificadas (Soderhamn, 2000).

Ao longo do processo de aprendizagem do autocuidado, as ações intencionais surgem de forma


progressiva e sequencial e incluem as seguintes operações:

Operações Estimativas: As operações de autocuidado estimativas são ações de avaliação


sobre o que pode e deve ser feito, para as quais o agente usa os recursos internos necessários,
perante as oportunidades apropriadas

Operações transitivas: As operações de autocuidado de transição, são as ações que permite


ao agente decidir a linha de ação a ser seguida, adequar o seu potencial para o autocuidado, e
empenhar-se em exercer a ação de acordo com as suas necessidades. Este tipo de ações
antecede as operações de auto cuidado produtivas.

Operações produtivas: As operações de autocuidado produtivas produzem saúde e bem-


estar, mas são também um meio necessário, quando a produção de saúde e bem-estar exige o
desempenho das componentes da ação de autocuidado produtivas. As necessidades de manter,
restabelecer ou melhorar a saúde e o bem-estar, também podem ser razões para a atividade de
autocuidado (Soderhamn, 2000).

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3.2 AUTOCUIDADO COMO PROCESSO DE APRENDIZAGEM
MULTIDETERMINADO

O autocuidado como processo de aprendizagem é determinado por fatores de vária ordem.


Considerando o papel dos enfermeiros na capacitação das pessoas para o autocuidado, torna-
se necessário ter em conta esses fatores pelo seu potencial efeito no processo de aquisição de
habilidades.
A aprendizagem do autocuidado como fenómeno cognitivo, assenta no reconhecimento de que
é necessário que as pessoas possuam uma estrutura cognitiva que funciona como um
mecanismo de processamento de informações que ajuda as pessoas a terem um insight sobre
uma determinada situação. Esta estrutura cognitiva é mediadora e funciona como um filtro
interno que seleciona e organiza a informação, de uma forma adequada e particular. No entanto,
os estímulos e as informações que a pessoa recebe do meio externo parecem determinar a forma
como o indivíduo utiliza a informação para transformar os seus pensamentos e tomar as
decisões, em interação com o mundo exterior (Denyes, M. J., Orem, D. E., & SozWiss, B. G.
(2001). Enquanto fenómeno social, o processo de aprendizagem é influenciado pelas crenças,
hábitos e práticas que caracterizam o grupo cultural ao qual o individuo pertence (Kickbusch,
I., 1989).
Noutra perspectiva, também ela importante para a compreensão do modo como as pessoas
aprendem e desenvolvem as suas práticas de autocuidado, Bento,Wagner, & Hall (2007)
identificaram um conjunto de condições que facilitam a produção dos resultados desejados,
classificadas em condições pessoais, interpessoais e ambientais. Embora estas condições sejam
distintas, ainda que interdependentes, potenciam-se umas às outras.

Para os mesmos autores, as condições facilitadoras do processo de autocuidado, são os recursos


que permitem uma resposta e facilitam a mudança ou estabilidade, de acordo com a capacidade
para o auto cuidado e a capacidade de adaptação ou superação. Os mesmos autores identificam
a adaptabilidade como um fator facilitador da estabilidade e da adaptação à mudança.

Soderhamn (2000) define adaptabilidade como um esforço contínuo, que permite às pessoas
serem capazes de agir, gerindo o que sentem, perante as possíveis alterações da vida e da saúde.
A concretização desse esforço pode manifestar-se na adequação das capacidades e das
atividades de autocuidado e na adequação das atividades ao significado contextual.

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4. AUTOCUIDADO TERAPEUTICO

O auto cuidado dentro do contexto da doença, é definido como o desempenho de atividades


específicas destinadas á gestão de problemas de saúde resultantes da doença, do seu tratamento,
prevenção de complicações e/ou manutenção e melhoria da saúde e funcionamento em
experiencias de doença aguda e/ou crónica (Braden, 1993, Jenerette & Murdaugh, 2008;
Kreulen & Braden, 2004) , citados Sidani (2012)

Sidani (2012) apartir de vários estudos, distinguiu o autocuidado em situação de saúde do


autocuidado em situação de doença em função dos objetivos do processo de autocuidado.
Assim, define o autocuidado em saúde como um processo que permite às pessoas tomar a
iniciativa e a responsabilidade para funcionar de forma eficaz no desenvolvimento do seu
potencial para a saúde. Numa situação de doença, o autocuidado é um processo que consiste
em reconhecer os problemas de saúde, nomeadamente, reconhecer os sintomas, selecionar as
atividades adequadas para gerir os problemas e executar as atividades selecionadas, avaliar os
resultados das atividades na gestão dos problemas

Já Grady (2008), citada por Sidani (2012) distingue autocuidado de autogestão. Para este autor,
autocuidado é um processo de tomada de decisão naturalista envolvendo a seleção e
desempenho de comportamentos que mantenham a estabilidade fisiológica. Enquanto
autogestão é um processo de decisão iniciado em resposta a problemas de saúde quando estes
ocorrem. Este processo implica o reconhecimento de mudanças no estado de saúde, a avaliação
de atividades para enfrentar as mudanças, a escolha de atividades mais adequadas, o
desempenho das atividades selecionadas e a avaliação da eficácia das atividades em enfrentar
as mudanças no estado de saúde.

O modo como cada pessoa se envolve em comportamentos de procura e manutenção da saúde,


bem como, no cumprimento dos regimes terapêuticos, pode ser influenciado ou estar associado
ao seu perfil de autocuidado. Backman & Hentinen (1999, 2001) identificaram quatro níveis
de desempenho de autocuidado, que designaram por perfil de autocuidado Responsável,
Formalmente guiado, Independente e Abandonado.

Autocuidado responsável implica a responsabilidade e uma atitude ativa em todas as


atividades da vida diária. O autocuidado responsável implica responsabilidade e uma atitude
activa em todas as actividades de vida diária, assim como no cuidado à saúde/doença”
(Backman, Hentinen, 1999, 2001)

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Autocuidado formalmente guiado consiste em exercer de forma regular as atividades da vida
diária, mas existe observância acrítica das orientações terapêuticas e no desempenho das
actividades diárias.

Autocuidado independente Caracteriza-se pelo desejo da pessoa viver a vida o mais


independente possivel e de acordo com o seu desejo. Normalmente odotam uma forma original
de cuidar das suas actividades diárias, saúde e doença, e são normalmente pessoas
independentes e determinadas na vida

Autocuidado abandonado, caracteriza-se por desamparo e falta de responsabilidade e


capcidade de decisão. Pessoas com esta atitude face ao autocuidado, tendem a negligenciar o
cuidado e o arranjo pessoal.

21
5. MODELOS DE GESTÃO DA DOENÇA CRÓNICA

Os modelos colaborativos de saúde assentam no pressuposto que os profissionais de saúde


terão de desenvolver capacidades e atitudes profissionais necessárias para se adaptarem ao
novo papel próactivo do cidadão. O seu papel de suporte ao autocuidado baseia-se em
abordagens colaborativas, em que o profissional e o cidadão trabalham juntos no sentido de
definir os problemas; estabelecer prioridades e metas; criar planos de tratamento e resolver
problemas ao longo do tempo (European Patients Forum, 2018).

O apoio ao autocuidado, em situação de doença crónica, significa reconhecer o papel central


da pessoa no seu cuidado; reduzir a sua dependência em relação aos profissionais de saúde e
promover um senso de controlo e a responsabilidade pela sua própria saúde (Improving
Chronic Illness Care, 2018).

A ativação da pessoa (patient activation) é um conceito que traduz o conhecimento, as


capacidades e a confiança para a pessoa gerir a sua saúde (Institute of Medicine, 2001). Esta
perspectiva de abordagem terapeutica, relaciona-se com melhores resultados em saúde, por
facilitar a melhor compreensão de informação em saúde e a melhor utilização dos serviços de
saúde (Greene & Hibbard, 2011). A patient activation é particularmente relevante nas situações
de doença crónica, uma vez que nestas situações, são as pessoas que assumem a maior
responsabilidade dos cuidados (Institute of Medicine, 2001).

O efetivo envolvimento das pessoas é central para que o processo de cuidados tenha sucesso
e por essa razão é reconhecido como componente-chave no desenvolvimento de cuidados de
qualidade. Neste sentido, a organização dos cuidados e a sua melhoria devem seguir algumas
regras, nomeadamente:

1. As pessoas têm direito a receber cuidados quando necessitam e os sistemas devem ter
a flexibilidade necessária para prestar cuidados individualizados e com base nas
necessidades e valores das pessoas;
2. As pessoas devem estar no controlo da sua situação de saúde e devem ter a informação
e as oportunidades para exercerem esse poder, sendo promovida a liberdade para a
tomada de decisão;
3. Os sistemas devem ser capazes de partilhar o conhecimento e permitir um livre fluxo
de informações;
4. As pessoas devem receber cuidados informados pela melhor evidência;

22
5. A segurança deve ser uma propriedade do sistema;
6. O sistema deve ser transparente, antecipar as necessidades, evitar o desperdício e
promover a cooperação entre instituições (European Patients Forum, 2018).

O Modelo de Gestão da Doença Crónica, proposto por Wagner (1997) foi desenvolvido para
uma gestão eficaz de cuidados às pessoas com doença crónica. Este modelo utiliza uma
abordagem sistemática, através de interações entre os sistemas de saúde e a comunidade e
identifica os elementos essenciais de um sistema de saúde que encorajam os cuidados de alta
qualidade nas doenças crónicas. Compreende seis componentes básicos:

1 - A organização de cuidados de saúde, assegurando recursos e remover barreiras aos


cuidados;

2 - O apoio à autogestão, facilitando a aprendizagem baseada em competências e


empoderamento do doente;

3 - O suporte à decisão, providenciando orientação para a implementação de cuidados baseados


em evidências;

4 - O design dos sistemas de cuidados, coordenação dos processos de cuidados;

5 - Os Sistemas de informação clínica, acompanhamento do progresso através da comunicação


de resultados às pessoas e provedores;

6 - Recursos e políticas comunitárias, sustentando o cuidado usando recursos comunitários e


políticas de saúde pública.

23
NOTA FINAL
Depois de Orem ter desenvolvido a sua teoria de enfermagem, muitos teóricos têm vindo a
acrescentar conhecimento à sua teoria, contribuindo para a sua robustez e propondo novas
abordagens e perspetivas; fornecendo orientações teóricas e evidencia cientifica para a prática
clínica, não só para o domínio da enfermagem mas também para a saúde em geral.

Este texto de apoio, como material pedagógico de suporte à unidade curricular de Gestão do
Autocuidado Terapêutico do curso de licenciatura de enfermagem, procurou selecionar os
tópicos fundamentais acerca do autocuidado, e do autocuidado terapeutico apartir da
perspetiva de ciência de enfermagem e em particular da perspectiva teórica de Dorothea Orem.
Abordaram-se os elementos necessários à compreensão da teoria do autocuidado de Orem;
inclui-se o autocuidado enquanto processo de aprendizagem, pela sua relevância,
particularmente para a função diagnóstica e intervenção clínica, no processo de capacitação
para o autocuidado. Procurou-se fazer a distinção entre o autocuidado de saúde e o autocuidado
terapêutico. A inclusão de modelos de gestão da doença crónica, ainda que de forma muito
breve, teve como propósito contribuir para a compreensão do autocuidado terapêutico, como
resposta aos atuais desafios em saúde, de forma integrada e fortemente ligada à ciencia da
enfermagem.

Espera-se que o texto aqui apresentado, suscite a curiosidade intelectual dos estudantes para
outros assuntos relacionados com os conteúdos aqui apresentados e contribua para uma
aprendizagem mais profícua.

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