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Ana Figueiredo

Definição: São um conjunto de dados que fornecem Orientações a seguir quando se avaliam os sinais
informação determinante sobre o estado de saúde de um vitais:
utente, e paralelamente a outras avaliações fisiológicas, - Conhecer os valores de referência;
são indicadores fundamentais para a
- Saber os valores normais do cliente (normalidade
identificação/resolução de problemas clínicos.
individual);
Existem situações em que é indispensável a
- Equipamento deve ser selecionado e adequado;
verificação dos sinais vitais:
- Quando a pessoa é admitida num serviço de saúde; - Obter informação acerca de valores (SV) registados nos
turnos anteriores;
- Nas unidades de internamento em função de
protocolos/planos de trabalho ou de acordo com as - Reavaliar pelo menos 2 vezes nas 1as 8 horas;
prescrições; - Ter cuidado com a comunicação não verbal;
- Antes e depois de qualquer procedimento cirúrgico; - Após a verificação dos SV, juntar esta informação aos
- Antes e depois de qualquer procedimento invasivo de outros dados colhidos ao cliente;
diagnóstico; - Analisar os resultados da avaliação…
- Antes e depois da administração de fármacos que Perguntas a fazer antes de avaliar os sinais vitais:
influenciem a função cardiovascular, respiratórias e o
- Tem valores de referência?
controle de temperatura;
- Comeu há pouco tempo ou está com vontade de urinar?
- Antes de intervenções de enfermagem que possam
alterar os sinais vitais (ex: 1.º levante ou antes de a - Pratica algum desporto?
pessoa executar exercícios pós imobilidade);
- Tem algum problema de saúde? (ex: ansiedade,
- Sempre que as condições físicas gerais da pessoa problemas cardíacos, hipertensão, hipotensão, asma,
piorem subitamente (ex: perda de consciência ou etc…)
aumento da intensidade da dor);
- Toma alguma medicação que possa alterar os valores?
- Sempre que a pessoa manifestar quaisquer sintomas (ex: medicação para hipertensão, ansiedade, circulação
inespecíficos de desconforto físico. de sangue, etc…)
Ana Figueiredo

O que avaliar na frequência cardíaca?

Amplitude do Pulso - Força exercida pelo volume do


sangue propulsionado entre as paredes de uma artéria.
Frequência do Pulso (Número de pulsações por
O pulso é o limite palpável do fluxo sanguíneo em uma
minuto).
artéria periférica. O sangue flui através do corpo num
Ritmo e Regularidade das pulsações.
circuito contínuo. O pulso é um indicador indireto do
estado circulatório. Objetivos da avaliação da pulsação

Circulação: “movimento do sangue através do sistema -Conhecer o valor e as caraterísticas do pulso;


cardiovascular como o coração e os vasos sanguíneos
-Despistar manifestações de dependência, interpretando
centrais e periféricos” (CIPE/ICNP)
o resultado obtido e comparando-o com os valores de
referência e os do próprio utente;

-Avaliar a eficácia da terapêutica e das intervenções para


manter a independência ou para recuperar intervindo se
necessário;

-Acompanhar a evolução da pessoa relativamente à


dependência na necessidade de respirar e de mobilizar-
se (função circulatório).

Métodos de avaliação do pulso

Direto: Utilização de um cateter arterial. (Utilizado


apenas em unidades de cuidados intensivos).

Sístole: Diástole: Indireto (Não invasivo): feito em todos os pulsos


Fase de contração do Fase de repouso do ciclo Palpação:
ciclo cardíaco cardíaco
Ocupa uma terça parte do Ocupa dois terços do ciclo
ciclo cardíaco cardíaco Auscultação:
A cada batimento os Período de relaxamento do
aurículos contraem-se, músculo cardíaco
seguindo-se contrações As cavidades cardíacas
Eletrónico:
dos ventrículos dilatam-se
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Locais de avaliação do pulso Frequências normais do pulso em repouso


(pulsações por minuto):

• Bebé 120-160
• Criança pequena 90-140
• Criança pré-escolar 80-110
• Criança escolar 75-100
• Adolescente 60-90
• Adulto 60-100

Terminologia

NORMOCARDIA: 60 -100 BPM

ARRITMIA: Variação do ritmo normal da contração


auricular e ventricular do miocárdio.

BRADICARDIA: Diminuição da frequência cardíaca 100


BPM)

TAQUICARDIA: Aumento da frequência cardíaca. (FC


>100 BPM)

Fatores que influenciam na avaliação do pulso:

Idade, sexo e crescimento/desenvolvimento (ex:


variação da TA e PULSO)

Temperatura corporal

Alterações da concentração de O2 no sangue (Ex.:


Material necessário para a avaliação do pulso
situações de hipoxémia);
Estetoscópio (se necessário), Bolas de algodão (se
necessário estetoscópio), Álcool (se necessário Medicação e Alimentação

estetoscópio), Recipientes para sujos (se necessário Ritmo biológico circadiano


estetoscópio), Dinamap ou monitor, Tabuleiros de inox
A constituição e as capacidades físicas
(se necessário transportar em higiene e segurança outro
material), Suporte de registo de sinais vitais. Patologia pulmonar

Doenças várias e Dor


Ana Figueiredo

AVALIAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL:

MATERIAL – Esfigmomanómetro e estetoscópio

A pressão arterial é a força exercida sobre as paredes de • Usar a braçadeira de tamanho adequado e
uma artéria pelo sangue pulsando sob pressão a partir
posicionada de acordo com a linha arterial a utilizar e o
do coração. O sangue flui através do sistema circulatório
por causa das alterações de pressão. membro onde vai ser feita a avaliação.

Ele movimenta-se a partir de uma área de alta pressão • A apreciação inicial da PA deve ser avaliada em ambos
para uma de baixa pressão. A PA sistêmica ou arterial, a
PA no sistema de artérias do corpo, é um bom indicador os membros superiores (geral – há diferença de 5 a
da saúde cardiovascular. A contração do coração força o 10mmHg entre o braço esquerdo e o direito). A avaliação
sangue sob alta pressão para a aorta.
nos membros inferiores produz um aumento da PA
O pico de pressão máxima quando a ejeção ocorre é a sistólica de 10 a 40 mmHg em relação à artéria braquial
pressão sistólica. Quando os ventrículos relaxam, o
sangue restante nas artérias exerce uma pressão (não há PA diastólica)
mínima ou pressão diastólica. A pressão diastólica é a
pressão mínima exercida contra as paredes arteriais em • Os sons de Korotkoff são produzidos pela passagem
todos os momentos. turbilhonar do sangue através de uma artéria que está
A unidade-padrão para medir a PA é milímetros de sobre pressão da braçadeira. Que aparelho usar?
mercúrio (mmHg). A medição indica a altura que a PA
sobe em uma coluna de mercúrio. • Esfigmomanómetro
Fatores que influenciam a Pressão Arterial:
• Dispositivos de leitura digital eletrónica • Dispositivos
a. Utilização de terapêutica medicamentosa - muitas
frequentemente encontrados em locais públicos
pessoas são administradas com hipotensores a partir
dos 50-60 anos (farmácias, ginásios)

b. Padrão dietético • Dinamap


c. Existência de doença cardíaca conhecida
d. Stress - além do aumento do débito cardíaco, a
frequência cardíaca aumenta o valor da tensão arterial
e. Tabaco, álcool, outras substâncias - Provoca a nível
dos vasos e das artérias vasoconstrição e o fluxo
tornasse mais profundo.
f. Linha familiar de hipertensão ou doença cardíaca
g. Exercício físico
h. Idade - condiz com a idade da pessoa, com o avanço
da idade a tensão aumenta
i. Etnia- afro africanos tem maior pressão arterial do que
os europeus; tendo me conta fatores ambientais
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UNIDADE DE MEDIDA - mmHg Valores de Pressão Arterial

 A medição da pressão arterial deve obedecer às


seguintes premissas:

 Efetuada em ambiente acolhedor  Realizada sem


pressão

 Com o doente sentado e relaxado, pelo menos,


durante 5 minutos

 Com a bexiga vazia, tem consequências no sistema


nervoso o que aumenta o valor da pressão arterial

 Não ter fumado nem ingerido estimulantes (Ex: café)


na hora anterior
Normotensão Quando o valor da TA se encontra dentro
 Com o membro superior descoberto dos parâmetros considerados normais
para a idade.
 Usando a braçadeira do tamanho adequado
Hipotensão Quando o valor da tensão arterial está
 Medição sistemática no membro superior em que abaixo dos valores considerados
foram detetados valores mais altos de pressão arterial na normais.
primeira consulta Hipertensão Quando o valor da TA se encontra acima

Local de avaliação mais frequente: artéria braquial dos valores considerados normais.

(Também se pode medir nas restantes artérias com


exceção do carótida) Os sons de Korotkoff

Sons auscultados sobre uma artéria durante o


esvaziamento da braçadeira.

O 1.º som (fase I de Korotkoff) corresponde à pressão


sistólica.

O desaparecimento do som, último batimento (fase v de


Korotkoff) corresponde à pressão diastólica.
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Terminologia da Independência (TA) Hipotensão ortostática (hipotensão postural)

• Pressão de pulso ou diferencial: diferença Quando um utente com PA normal desenvolve sintomas
entre a pressão sistólica e diastólica; e pressão arterial baixa ao levantar-se para ficar de pé.
• Pressão arterial média (PAM)
𝑷𝑨𝑺+(𝑷𝑨𝑫𝒙𝟐)
Pam= 𝟑

✓ Usada para determinar se o sangue circula


bem por todos os órgãos do corpo
✓ No geral, valores entre 70 e 110 mmHg são
considerados normais
✓ Valores de PAM acima de 60 indicam uma
boa circulação
✓ +60 é necessário para perfundir
Hipertensão arterial
adequadamente artérias coronárias,
cérebro, rins Risco aumentado

Hipotensão arterial • Antecedentes familiares;


• Obesidade;
“é um tipo de pressão sanguínea com as caraterísticas
• Tabagismo e Elevado consumo de álcool;
específicas: bombagem do sangue através dos vasos
• Dislipidémia (hipercolesterolémia) (termo usado
sanguíneos com pressão inferior ao normal”
para designar todas as anomalias quantitativas
Quando a pressão arterial sistólica desce para 90 ou qualitativas dos lípidos (gorduras) no
mmHg ou menos: sangue.)
Principais causas • Exposição contínua ao stress
Dilatação das artérias
Diagnóstico da Hipertensão arterial
Resistência vascular periférica
Em avaliação de consultório: elevação persistente, em
Volume de sangue circulante
diferentes ocasiões e várias medições, da PAS > 140
Débito cardíaco insuficiente mmHg e/ou PAD > 90 mmHg. Para o diagnóstico de HTA
Sinais e sintomas associados é necessário que a PA se mantenha elevada em
Palidez ou Pele marmoreada e húmida medições realizadas em, pelo menos, duas diferentes

Confusão e Tonturas consultas, com um intervalo mínimo entre elas de uma


semana. Em cada consulta medir a PA, pelo menos,
Dor torácica
duas vezes, (intervalo mínimo 1-2 min). Registar o valor
FC aumentada
mais baixo de PAS e PAD. Se discrepância entre as duas
Débito urinário diminuído medições for muito elevada considerar uma terceira
medição.
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Os principais isolantes do corpo são: a pele, os


tecidos subcutâneos e a gordura dos tecidos
subcutâneos (quanto maior for o tecido adiposo neste
tecido, maior é a capacidade termo-isoladora)
Homeostasia térmica
Mecanismos fisiológicos de transferência de calor:
O homem é um ser homeotérmico - capacidade de
• controlo vasomotor
manter a temperatura corporal dentro de um certo
Vasodilatação
intervalo pré-determinado apesar das variações térmicas
do meio ambiente. Permite um aumento da área
de superfície de contacto
- Temperatura de equilíbrio: 37º C (98,6º F)
entre os capilares e a pele,
- Limites normais: 36,1º C – 37,2º C (97º F - 99º F) facilitando a perda de calor

Terminologia

Termogénese- calor produzido por condições celulares Vasoconstrição


que provocam aumento da temperatura (aporte
Permite uma diminuição da área
alimentar, atividade glandular, atividade muscular). A
de superfície de contacto entre
quantidade de calor produzido é diretamente
os capilares e a pele,
proporcional à taxa de metabolismo corporal.
dificultando a perda de calor
Termólise- calor eliminado pela pele, rins, pulmões, …
(evaporação, radiação, condução, convecção).
• transmissão de calor corporal central para
Homeostasia- Equilíbrio entre produção e perda
a pele
Apirexia- ausência de febre ou hipertermia • mecanismo de evaporação

Termorregulação Mecanismos físicos de transferência de calor

Processo do sistema termo regulador com as A energia térmica pode ser absorvida a partir do meio
caraterísticas especificas: controlo da produção e da externo ou dissipada para o mesmo.
perda de calor através de mecanismos fisiológicos
Irradiação (sem contacto direto entre 2 corpos/meios)
ativados pelo hipotálamo, pele e temperatura corporal
o Transferência de energia térmica de um corpo
para outro sem contacto direto (através de
raios infravermelhos)
o (85% da superfície corporal irradia calor para
o ambiente)
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o Se temperatura: corpo > meio externo → Evaporação (passagem de um líquido ao estado


maior quantidade de calor irá irradiar a partir gasoso)
do corpo, isto é, ocorre perda de calor por
o É a transferências de energia térmica pela
parte do organismo
conversão de água líquida ao estado
gasoso.
Condução (por contacto direto entre 2 corpos/meios) o Perdas insensíveis que ocorrem através
do trato respiratório (pulmões) e pela
o Mecanismo de transferência de energia
superfície cutânea (pele).
térmica entre corpos, entre partes do
o Sudação – mecanismo protetor mais
mesmo corpo
importante contra o sobreaquecimento.
o Mecanismo de transferência direta de
calor Atenção aos idosos – maior propensão choque por
o Mecanismos fisiológicos de transferência diminuição n.º glândulas sudoríparas
de calor: controlo vasomotor, transmissão
Febre (resposta benigna, tem utilidade)
de calor, corporal central para a pele,
• Elevação anormal da temperatura corporal:
mecanismo de evaporação
• Consequência de alteração no ponto de regulação
o Ex: dos tecidos internos para a superfície
hipotalâmico, associado a:
da pele ou em sentido contrário
- Aumento da frequência respiratória;

Convecção (pelo movimento do ar) -Aumento da atividade metabólica;

o É a transferência de calor por meio de - Taquicardia com pulso fraco ou cheio com
correntes de ar. Quanto maior a ressalto;
velocidade das correntes de ar maior a
-Agitação;
renovação do ar adjacente ao corpo e
maior a amplitude da transferência de -Cefaleias ou confusão.

calor. → A febre é basicamente o hipotálamo decidir agora não


o Se correntes de ar – correntes de vou controlar a temperatura até determinado valor
convecção considerado de ausência de febre (estado de apirexia),
➔ Se frio – vasoconstrição – menor vou aumentar esse ponto de controlo/regulação,
perda por convecção permitindo que a temperatura corporal através de uma
➔ Se calor – vasodilatação – maior serie de mecanismos aumente como forma de resposta
perda por convecção fisiológica a algo que está a agredir (geralmente um
processo inflamatório).
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Nota: - A subida rápida da febre é acompanhada de Padrões de febre (avaliação na ausência de


calafrios, tremores, arrepios, pele pálida e seca. intervenção)
• Contínua - Temperatura constante; >38ºC
- A crise ou descida da febre é acompanhada
• Intermitente – Picos (normotermia pelo menos
por pele quente e ruborizada e de suor.
1x/24h)
• Remitente – aumenta e baixa sem atingir
Febre como mecanismo de defesa: valores normais

• Estimula sistema imunitário; • Recidivante – por surtos; pode durar para além

• Diminuição do crescimento e da virulência de de 24h (volta a aparecer)

várias espécies bacterianas; Padrões de febre/Evolução da febre


• Aumento da capacidade fagocítica e bactericida • Febre intermitente- picos de febre que alternam
nos neutrófilos e dos efeitos citotóxicos dos com níveis de temperatura normal nas 24h
linfócitos; (infeções urinarias, …)
• Diminui concentração de ferro no sangue que • Febre remitente- aumenta e baixa com
também suprime desenvolvimento das variações superiores a 1ºC e sem períodos de
bactérias; apirexia (pneumonia, tuberculose)
• Facilita o diagnóstico.
Consequências da febre

• Um aumento da temperatura de 1ºC, leva ao


Caraterísticas da febre:
acréscimo de 13% no consumo de oxigénio e a
• Inicio: súbito (rápido, de um momento para o
maiores necessidades hídricas e calóricas.
outro) ou gradual (lenta, algumas horas);
• Pode ter consequências negativas para as
• Intensidade:
pessoas com função vascular cerebral e
- Leve ou febrícula até 37,5 º ; cardíaca debilitada (uma das respostas face à

- Moderada 37,5º a 38,5º; febre é a vasoconstrição)


• Convulsões febris
- Alta ou elevada acima dos 38,5º
Estádios da febre
• Duração: poucos dias ou prolongada (mais de
• Começo da febre (primeira sintoma)
10 dias)
• Estádio febril
• Modo de evolução: continua, intermitente,
• Defervescência (cessação ou declínio da febre)
remitente, recidivante
Ana Figueiredo

Avaliação da temperatura corporal Temperatura de superfície (periférica)- Locais que


→ Considerações gerais apresentam temperatura mais próxima à central
• Avaliar sinais e sintomas de alteração da
• Tímpano (temperatura timpânica)
temperatura e fatores que possam influenciar a
• Boca (temperatura oral)
temperatura corporal
• Recto (temperatura rectal)
• Determinar se houve alguma atividade que
• Axila – Pele (temperatura cutânea)
possa interferir na precisão da medição
• Determinar o local adequado e o dispositivo de A temperatura de superfície obtida vaira consoante o
medição a usar local utilizado (rectal-mais alta; axilar-mais baixa) e todos
• Ajudar o utente a colocar-se numa posição os locais têm vantagens e inconvenientes
confortável Nota: distinção entre cutânea e axilar: equipamento
→ Apreciação Inicial utilizado e desempenho que é pedido ao utente (axilar→

• A avaliação da termorregulação deve ter em permaneça durante algum tempo com o braço fechado,

consideração: cerrado para que o termómetro fique seguro e fixo e faça

o Local de medição da temperatura a leitura; as restantes cutâneas são contactos diretos que

o Tipo de termómetro permanecem ou colados durante algum tempo ou por


contacto súbito com a pele)
Locais de Medição da temperatura
A temperatura central é sempre mais elevada que a Procedimento - temperatura axilar

temperatura periférica, por norma 1ºC ou 0,5ºC • Elevar o braço do utente e inspecionar a axila
verificando se existem lesões cutâneas e/ou
Temperatura Central medida por métodos invasivos
sudorese;
• É medida na artéria pulmonar, no esófago e na • Limpar a axila com uma compressa. Considerar
bexiga outro método se a axila apresentar lesões;
• Implica a utilização de sonda sofisticada • Colocar o termómetro no centro da axila;
chamada Swan-Ganz que permite: monitorizar • Fazer adução do braço, mantendo-o sobre o
de forma cómoda e frequentemente a tórax
Temperatura central • Manter o termómetro colocado até ouvir sonoro
• Esta sonda possui um transmissor que pode ser para que a leitura seja precisa.
ligado ao computador de deito cardíaco e assim • Nota: procedimento similar para monitorizar
obter a leitura das temperaturas. temperatura inguinal
• A inserção desta sonda é uma intervenção
invasiva; o seu uso é limitado a doentes das
UCI.
Ana Figueiredo

Temperatura corporal Princípios a ter em conta:


Não esquecer: 1. Utilizar sempre a mesma via.
• Respeitar a privacidade conforto e segurança 2. Avaliar sempre à mesma hora.
da pessoa durante a monotorização; 3. Avaliar sempre no mesmo local.
• Prevenir IACS (infeções associadas aos 4. Escolher um local com boa mobilidade (ex:
cuidados de saúde); a temperatura pode ser mais baixa num
• Se não houver inconveniente informar o utente braço hemiplégico-não funciona)
do resultado da temperatura; 5. Utilizar, se possível, sempre o mesmo
• Confirmar a temperatura com outro termómetro termómetro.
se o resultado oferecer dúvidas; 6. Avaliar o cliente relativamente aos fatores

• Registar o resultado no suporte de registo que podem influenciar a necessidade de

habitual; manter a temperatura dentro dos

• Se o resultado assim o exigir, tomar as medidas parâmetros normais.

necessárias à situação encontrada. 7. A frequência da avaliação da temperatura

• Deve ser ainda avaliada sempre que se deve ser executada em função da situação

suspeite de qualquer alteração; do cliente.


8. Confirmar caso os dados não sejam
• Deve ser avaliada com mais frequência no caso
considerados normais.
de utente febril, com infeção ou se foi operado
recentemente;
• A temperatura é influenciada por ritmos OS TERMÓMETROS
circadianos (ritmometabólico, hormonal, …) Termómetros timpânicos:
normais daí que a temperatura deva ser • Este tipo de termómetro capta as
avaliada diariamente à mesma hora; emissões infra-vermelhas da membrana
• A temperatura da superfície corporal, varia do tímpano, obtendo o valor da
consoante o local utilizado; temperatura central.
• Todos os locais têm vantagens e • É um dispositivo atraumático, não invasivo,
inconvenientes. extremamente rápido e eficaz.
• O tempo de avaliação é de 2 a 3 segundos.
Nota: levar todo o material para junto da pessoa num
tabuleiro, consoante o tipo de termómetro e via a utilizar Termómetros digitais:
(termómetro, compressas com desinfetante, gel
Destinados à leitura axial, inguinal
lubrificante, recipiente para colocar termómetro, saco
pata sujos, luvas).
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Termómetros de testa Glowcards


• Método rápido -15s
Cartões térmicos inteligentes (6 segundos). Muito
• Faixas (de reagentes) coloridas de
utilizados na China (Pneumonia atípica)
fácil leitura – diretamente na pele
• Reutilizável Scanner térmico

• Lavável em água quente Utilizado por exemplo em aeroportos, hospitais e


universidades para detetar a febre

Clássico termómetro de mercúrio (fora de uso)


Termómetros cutâneos
• Indicado para bebés
• Mede através de infravermelhos a temperatura
irradiada
• Temperatura de medição – 1 segundo

Termómetros auto-adesivos axilares Nota: mercúrio é um metal pesado tóxico para os seres

• Podem ficar na axila até 48h humanos (cancerígeno) e para o meio ambiente

• Leitura contínua
• Gama de medição – 35ºC a
41,9ºC
• Anti-alérgicos
• (normalmente uso pediátrico)

Termómetro adesivo para Hipotermia (thermospot)


Não permitem detetar valores extremos

Termómetro infravermelho sem contato

(leitura cutânea à distancia)


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• Cada pulmão divide-se em lobos (que não


comunicam entre si), que por sua vez se
dividem em segmentos.
• Traqueia tem aprox. 25 cm

A traqueia → dois brônquios principais/ primários →


Tem uma íntima relação a pulsação- quando temos uma brônquios secundários/lobulares→ brônquios
alteração de um temos a alteração do outro, diretamente terciários/segmentares→…→bronquíolos→grupos
proporcionais) alveolares

Função do sistema respiratório

• Facultar ao
organismo a troca de
gases (O2 e CO2)
com o ar atmosférico
• Assegurar
permanentemente a
concentração de
• A homeostase pulmonar (troca gasosa) dá-se
oxigénio no sangue
ao nível dos capilares sanguíneas e membrana
• Permitir as reações
alveolar.
metabólicas
• Os alvéolos não funcionam todos ao mesmo
• Servir como guia de eliminação dos gases
tempo, mas sim de acordo com as nossas
residuais (gás carbónico)
necessidades de oxigénio.
• O bocejar e as inspirações mais profundas,
• O aparelho respiratório, começa nas vias
servem para ventilar os alvéolos que não estão
aéreas superiores (nariz e boca), passando
em funcionamento.
faringe, laringe e inteiramos naquele que será
o verdadeiro sistema respiratório que é o
conjunto de tubos que transportaram o
oxigénio até aos alvéolos pulmonares
(totalizam um campo de ténis).
• Os pulmões não tem verdadeiramente o
mesmo tamanho, sendo que o esquerdo tem o
seu volume ligeiramente volume reduzido
devido à ocupação do coração no espaço
mediastínico.
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Do ponto de vista mecânico: O pulmão tem dois tipos Respiração: “é um tipo de função com as caraterísticas
de mecanismos: trabalho muscular e diferença de específicas: processo contínuo de troca molecular de
pressões oxigénio e dióxido de carbono dos pulmões para
oxigenação celular, regulada pelos centros cerebrais da
Diferença de pressões: Aproveita bem a diferença de
respiração, recetores brônquicos e aórticos, bem como
pressões atmosférica e intrapulmonar (o ar desloca-se
um mecanismo de difusão”
sempre no sentido de pressão menor)
VENTILAÇÃO PULMONAR - A ventilação pulmonar é a
Trabalho muscular:
renovação do ar pela via condutora de ar para os
→ Principais músculos de trabalho respiratório: pulmões e do ar do espaço alveolar que decorre durante

-Músculos intercostais internos e músculos intercostais a inspiração e expiração pulmonar.

externos Depende de:

-Músculos auxiliares (escaleno e → Disponibilidade de O2


esternocleidomastóideo) – em situações de esforço
→ Permeabilidade das vias/obstrução e da Elasticidade
-Diafragma - localizado na base da caixa torácica; pulmonar - Fibroses/ Fumadores/ Doenças Pulmonares
responsável pela respiração em repouso: quando
contrai, move-se para baixo (menor pressão) e provoca INSPIRAÇÃO - Diafragma desce (retilíneo)

a inspiração (entrada de ar); quando relaxa, move-se EXPIRAÇÃO - Diafragma sobe/ encurta (repouso)
para cima (maior pressão) e provoca a expiração (ar
DIFUSÃO - A difusão é um fenómeno essencialmente
sai)
físico, pelo meio do qual se efetua a passagem do
oxigénio dos alvéolos para os capilares e o dióxido de

O trabalho muscular ativo numa das fases e noutras carbono em sentido inverso.

passivo Depende de:

O ciclo respiratório é composto por 3 momentos → Espessura da membrana e da área da superfície.


distintos:
PERFUSÃO - Corresponde ao fluxo sanguíneo pulmonar
1.º) Movimento inspiratório → trabalho ativo, contração
Depende de:
muscular, mais rápido
→ Da força do ventrículo – débito cardíaco.
2.º) Pausa ligeira trabalho passivo,
relaxamento muscular,
3.º) Movimento expiratório → Do número de hemácias.
mais lento
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PADRÃO REGULAR DA RESPIRAÇÃO: Parâmetros da Frequência Respiratória

1. Respiração livre pelo nariz Frequência/minuto (ciclos


Idade
respiratórios/min.)
2. Ritmo regular
Recém-nascido 35-50
3. Frequência (de acordo com a idade) 2 anos 25-35

4. Amplitude respiratória ou Profunda ou superficial ou 12 anos 15-25

Respiração torácica (Mulher) ou diafragmática (Homem) Adulto 12 – 20


Idoso 15-25
Ruídos Respiratórios

- Murmúrios Vesiculares ou Sons brônquicos


Padrões Respiratórios
- Boa ressonância vocal
Eupneia - Frequência, profundidade e ritmo normais (12
5. Coloração rosada (Pele, mucosas e leitos ungueais) a 20 ciclos/min)

6. Reflexo da tosse e espirro presentes Dispneia - Dificuldade respiratória (normalmente o ritmo


está aumentado)
7. Secreções em pouca quantidade e transparentes
Taquipneia ou Polipneia - Aumento da frequência
Métodos de avaliação
respiratória (acima dos valores normais >20 ciclos/min)
Por exame torácico:
permitem avaliar os Hiperpneia - Respirações são trabalhosas, aumentadas
1-Observação/inspeção indicadores imediatos em profundidade e aumentadas em frequência (maior
(frequência, amplitude,
2-Palpação que 20 respirações/minuto) (ocorre normalmente durante
simetria e ritmo)
o exercício físico).
permitem como é que se está,
em que estado se está, Bradipneia - Diminuição da FR < 12 ciclos/min
3-Percussão
estrutura/funcionalidade
Ventilatória, como está a Ortopneia - Dificuldade em respirar numa posição
4-Auscultação
densidade da estrutura, diferente da vertical
deteção de obstruções
Apneia - Interrupção da respiração/ausência de ciclos
De forma eletrónica:utilizando um monitor ou dinamap. respiratórios momentaneamente

O que avaliar? Hiperventilação - Aumento da frequência e da


profundidade respiratória
- Amplitude respiratória
- Frequência respiratória Hipoventilação - Diminuição da frequência e da
- Ritmo respiratório
- Mucosidade profundidade respiratória
- Permeabilidade das vias aéreas
- Ruídos
- Coloração dos tegumentos
- Cor rosada
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Respiração de Cheyne-Stokes - Frequência


respiratória e profundidade são irregulares,
caracterizadas por períodos alternantes de apneia e
hiperventilação. O ciclo respiratório começa com
respirações lentas, superficiais que gradualmente
aumentam para frequência e profundidade anormais. O
padrão se reverte; a respiração fica lenta e rasa,
concluindo como apneia antes de a respiração ser
retomada.

Respiração de Kussmaul - As respirações são


anormalmente profundas, regulares e aumentadas em
frequência.

Respiração de Biot - As respirações são anormalmente


rasas por duas a três respirações, seguidas de período
irregular de apneia.

Como auscultar?

• Sentar a pessoa direita, ou quando acamada Ruídos Adventícios (sons respiratórios anormais)
elevar a cabeceira da cama cerca de 44-90º
Podem ser:
• Se não consegue estar sentada:
- Crepitações - São sons de estalidos e cliques
- decúbito dorsal para a auscultar a parede anterior do
semelhantes a uma rádio fora da estação e podem ser devido
tórax
a quadros de hiperinsuflação alveolar ou a secreção com
- decúbito lateral para a parede posterior bolhas em vias aéreas inferiores.

• Retirar a roupa evitando a exposição - Roncos - São sons grosseiros e ásperos que ocorrem
desnecessária quando o ar está bloqueado por muco, podendo ocorrer tanto
• Auscultar os sons respiratórios. No adulto na inspiração como na expiração.
colocar o diafragma do estetoscópio na parede
- Sibilos - Som agudo produzidos por vias aéreas estreitas,
torácica nos espaços intercostais. Mover
melhor ouvidos na expiração. Os chiados e sibilos de uma crise
sistematicamente o estetoscópio desde o ápex
de asma ou DPOC podem ser ouvidos mesmo sem um
do pulmão até aos lobos inferiores.
estetoscópio.
• Ouvir um ciclo respiratório completo a cada
- Atrito Pleural - som contínuo, de baixa frequência, ouvido
movimento do estetoscópio. Comparar os sons
ao inspirar e ao expirar, causado pela fricção entre
ouvidos à esquerda e à direita.
a pleura parietal e visceral
Ana Figueiredo

Atitudes dos profissionais de saúde


• Insuficientes conhecimentos de neurofisiologia
da dor, avaliação da dor, técnicas utilizadas
para sua redução e dos fármacos analgésicos.
A prevalência da dor nas doenças e epidemiologia leva • Falsos conceitos sobre a dor (é psicológica…é
a que seja considerada como o 5.º sinal vital. normal…, não tem consequências
negativas…é importante)
• Experiência sensorial e emocional
desagradável associada a lesão tecidual real ou • Não têm em conta a individualidade de cada

potencial, … utente e as várias dimensões da dor


(exagera…testam usando placebos)
• “Dor é aquilo que a pessoa diz que é, existindo
sempre que a pessoa diz senti-la” (MacCaffery, • Medo dos efeitos secundários dos analgésicos

1989) (doses e frequência)

• Perceção comprometida: aumento de sensação Atitudes dos Doentes e Famílias (que condicionam a
corporal desconfortável, referência subjetiva de intervenção dos enfermeiros)
sofrimento, expressão facial caraterística,
• Dor é normal
alteração do tónus muscular, comportamento
• Sentimento de ter de sofrer em dadas
de autoproteção, limitação do foco de atenção,
situações
alteração da perceção do tempo, fuga do
• Medo dos analgésicos
contacto social, processo de pensamento
• Não querer incomodar
comprometido, comportamento de distração,
inquietação e perda de apetite. • Receio de ser considerado “piegas”

• Função protetora e de sinal de alarme • Demitir-se do seu papel de interveniente


principal na equipa
• Principal motivo para a procura de cuidados de
saúde • Desvalorizar a dor em detrimento de
outras ocupações
• Receio que a dor esconda um problema
mais grave
Ana Figueiredo

INDICADORES DE DOR Fatores influenciadores da experiência dolorosa

RESPOSTA FISIOLÓGICA

• Dor Superficial, de Baixa ou Moderada


Intensidade

Taquicardia, taquipneia, aumento da pressão arterial,


diaforese, dilatação das pupilas... (resposta fisiológica
simpática)

• Dor Intensa e Profunda Palidez, diminuição da


frequência cardíaca, diminuição da tensão
arterial, náuseas, vómitos, cansaço... (resposta ESCALA VISUAL ANALÓGICA (EVA)
fisiológica parassimpática)
Escala de referência na avaliação da dor (padrão de
RESPOSTA COMPORTAMENTAL ouro). Aconselha-se o seu uso a partir dos 6 anos.
Existem vários tipos destas escalas, sendo as
Antecipação Sensação – Repercussão
correlações entre elas elevadas. Cerca de 10 a 15% das
• Expressões vocais com relato de dor pessoas não a conseguem utilizar. Avalia a dor aguda e
• Choro o Ranger dos dentes persistente e consiste numa régua com 10 cm com início
• Gemidos e fim (sem ancoras). A metodologia de aplicação deve:
• Esgares respeitar a apresentação da régua (vertical para adultos
• Proteção do local doloroso / horizontal para crianças) e definir as extremidades e
• Alteração do sono deslocar o cursor durante a explicação.
• Agitação
ESCALA NUMÉRICA (EN)
• Hipersensibilidade ao toque
Existem vários tipos destas escalas. É utilizada como
• Isolamento social
segunda opção (depois da EVA) para dor aguda ou
INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO DA DOR
crónica, podendo ser apresentada oralmente ou com

• Instrumentos Unidimensionais - Destinados instrumento físico. Consiste numa escala com 10


a quantificar a severidade ou intensidade da dor números discretos (0,1,2…10). Pode ser utilizada a partir

• Instrumentos Multidimensionais - Avaliam e dos 8 anos, embora algumas crianças a possam utilizar

medem as diferentes dimensões da dor a partir mais cedo desde que interpretem os números. Muito fácil

de diferentes indicadores de resposta e suas de aplicar. Como desvantagem em relação à EVA tem o

interações. efeito de memória e uma escala que não é contínua, mas


discreta.
Ana Figueiredo

ESCALA DE FACES (EF)

As escalas que usam desenhos animados ou


representações ilustradas com gravuras de faces
descrevendo os vários graus da dor.

ESCALA DESCRITIVA OU QUALITATIVA

Última opção para uso entre as escalas de


autoavaliação. Classificação com termos descritivos de
dor

A dor com base na causa e local de origem:

Nociceptiva - provocada por uma lesão ou dano tecidual

Somática - emana da pele, músculos, articulações,


ossos ou tecido conjuntivo. É de natureza cortante e
habitualmente fácil de localizar. Inclui a dor visceral
(apendicite), que é uma dor vaga, contínua difícil de
localizar

Neuropática - lesão ou perturbação funcional de um


nervo. Sensação de queimadura, dor cortante, tipo
choque elétrico

Psicossomática - não é baseada em causas orgânicas.


Provocada por problemas psicológicos.

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