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Saúde do Adulto
e do Idoso
Ana Fernandes
2019/2020
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Aula T1
ICN, 2017 = a saúde das pessoas e das populações podem ser melhorados de
muitas formas: na prática clínica, trabalhando com as pessoas e as famílias, através
de programas de apoio e de desenvolvimento comunitário, de iniciativas e de
políticas nacionais de saúde ou compromissos e acordos internacionais para
melhorar o acesso e a qualidade dos cuidados de saúde;
Uma das prioridades da estratégia Health 2020 (OMS, 2014) = investir na saúde ao
longo do ciclo de vida, capacitando os cidadãos;
Vida adulta produtiva (25-64 anos);
Envelhecimento ativo (65 e mais anos);
Morrer com dignidade
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Determinantes de Saúde
Meio ambiente – fatores ambientais (ex.: sociais, físicos…);
Estilo de vida; Lalonde (1974)
Biologia humana;
Sistema de cuidados – fatores dos serviços de saúde
Tarlov, 1999 = atribui um peso
a cada um dos fatores, sendo
que os sociais e ambientais
pesam mais;
Grande parte destes fatores são
alteráveis – conseguimos
mudá-los, se assim o
desejarmos
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Mortalidade – tempo de vida – 50%;
Morbidade – qualidade de vida – 50%
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Fatores intermediários – surgem a partir da configuração da estratificação
social subliminar, e determinam as diferenças na exposição vulnerabilidade
a condições comprometedoras da saúde:
- Condições de vida;
- Condições de trabalho;
- Disponibilidade de alimento;
- Comportamentos da população
- Barreiras para a adoção de um estilo de vida saudável;
- Serviços de saúde (influenciam, mas não são essenciais)
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Aula T2
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Cuidados Continuados Integrados de Saúde Mental (Decreto-lei nº 8/2010, de
28 de janeiro)
2011 – Prescrição eletrónica (Portaria nº 198/2011, de 18 de maio);
2014 – Fundo para a investigação em saúde (Decreto-lei nº110/2014, de 10 de junho);
Princípios e o enquadramento da atividade do enfermeiro de família, no âmbito das
unidades funcionais de prestação de cuidados de saúde primários (Decreto-lei nº
118/2014, de 5 de agosto);
2015 – UCC pode ser criada por municípios, ficando sob a administração do
município responsável pela sua criação e vinculada aos objetivos do ACES
respetivo e às regras relativas à sua execução (Decreto-lei nº 239/2015);
2019 – Lei nº 95/2019 aprova a Lei de Bases da Saúde e revoga a Lei nº 48/90, de
24 de agosto e o Decreto-lei nº 185/2002, de 20 de agosto
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A equipa da URAP é composta por médicos de várias especialidades, que
não de medicina geral e familiar e de saúde pública, bem como assistentes
sociais, psicólogos, nutricionistas, fisioterapeutas, dentistas e outros
profissionais não afetos totalmente a outras unidades funcionais;
O coordenador da URAP é designado de entre profissionais de saúde com
pelo menos cinco anos de experiência na respetiva área profissional
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A equipa da UCC é composta por enfermeiros, assistentes sociais, médicos,
psicólogos, nutricionistas, fisioterapeutas, terapeutas da fala e outros
profissionais, consoante as necessidades e a disponibilidade de recursos
O ACES participa, através da UCC, na Rede Nacional de Cuidados
Continuados Integrados, integrando a equipa coordenadora local — à UCC
compete constituir a ECCI (prevista no Decreto -Lei n.º 101/2006, de 6 de Junho)
Pelo menos uma em cada centro de saúde componente de um ACES;
O coordenador da UCC é designado de entre enfermeiros com pelo menos
a categoria de enfermeiro especialista e com experiência efetiva na
respetiva área profissional;
O que diferencia as UCC das USF? As UCC atuam nas escolas, juntas de
freguesia, entre outros. O seu âmbito não é o indivíduo em si, mas grupos;
UCC só abre se tiver uma ECCI
Órgãos do ACES:
Diretor executivo;
Conselho executivo;
Conselho clínico;
Conselho da comunidade
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Abordagem pelo ciclo de vida;
Foco na equidade;
Determinantes Sociais;
Empowerment dos cidadãos;
Health Impact Assessment;
Foco no sistema de saúde
Promoção de saúde
Carta de Ottawa para a promoção da saúde – 1ª conferência internacional sobre a
promoção da saúde, 1986;
É o processo que visa aumentar a capacidade dos indivíduos e das comunidades
para controlarem a sua saúde, no sentido de a melhorar;
Para atingir um estado de bem-estar físico, mental e social, o indivíduo/grupo
devem estar aptos a identificar e realizar as suas aspirações, a satisfazer as suas
necessidades e a modificar ou adaptar-se ao meio;
Pré-requisitos para a saúde:
Paz;
Abrigo;
Educação;
Alimentação;
Recursos económicos
Prevenção primária, em conjunto com outos níveis
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Adulto maduro = entre os 40-65 anos;
Vida adulta = período da vida entre os 25-64 anos;
Desenvolvimento físico:
Aos 20 anos, as pessoas entram numa etapa de plenitude física; O sistema
muscoloesquelético está totalmente desenvolvido e coordenado; Todos os outros
sistemas do corpo funcionam no pico da sua eficiência;
Aos 40 anos, a maioria das pessoas funcionam tão eficazmente como aos 20 anos;
Entre os 40-64 anos, sucedem-se diversas modificações – aparecem rugas, a massa
muscular esquelética diminui, mudanças hormonais…
James Marcia
Vem operacionalizar a teoria de Erik Erikson;
Diz que uma personalidade definida afeta muito o nível de saúde devido à escolha
de modo de vida;
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Os indivíduos são constituídos a nível político, religioso, profissional e das
relações de intimidade – podem ser:
Realizada;
Exploração;
- Ocorre na adolescência;
- Explora-se todos os constituintes do indivíduo e é-se capaz de
escolher ideias – nesse caso ocorre a realização
Difusão;
- Não exploram, nem investem, não procuram saber;
- Estes são altamente influenciáveis, não havendo segurança a nível
da saúde;
Moratória;
- Não exploram, mas há investimento;
- São influenciados pelas pessoas significativas para eles;
- Seguem as opiniões alheias e depois culpam os outros se algo corre
mal;
- Também são influenciáveis, não havendo segurança a nível de
saúde
Outorgada;
- Não tomam decisões, só exploram;
- Estes indivíduos não inspiram segurança a nível de saúde
Ao longo do tempo, é possível que haja uma mudança de identidade: passar de
realizados para exploração, ou ao contrário.
Saúde do homem
Têm medo de descobrir doenças;
Pensam que nunca vão adoecer e por isso não cuidam de si;
Não procuram os serviços de saúde e não seguem os tratamentos recomendados;
Estão mais expostos aos acidentes de trânsito/trabalho;
Apresentam vulnerabilidades específicas que contribuem para uma maior
suscetibilidade à infeção de DST/SIDA;
Utilizam álcool e outras drogas em maior quantidade;
Estão envolvidos na maioria das situações de violência;
Não praticam atividade física com regularidade
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Aula T3
Transição
Passagem ou movimento de um estado, condição ou lugar para outro;
Desenvolvimental;
Situacional;
Saúde/doença;
Organizacional
(Meleis, 2010)
Transição epidemiológica
Mudanças ocorridas no tempo nos padrões de morte, morbilidade e invalidez que
caracterizam uma população específica e que, em geral, ocorrem em conjunto com
outras transformações demográficas, sociais e económicas;
Passagem de doenças infeciosas a crónicas – devido a mudança de
comportamentos, vacinação, melhoria da qualidade de vida; permitiu que crianças
chegassem a adultos; hoje em dia, as doenças crónicas atingem principalmente os
adultos/idosos;
Doenças que matam mais em Portugal = as cérebro-cardiovasculares, o cancro, as
doenças respiratórias e a diabetes
Indicadores de saúde
É uma medida que reflete uma característica/aspeto particular, em geral não sujeito
a observação direta;
Propósito principal = elucidar a situação de saúde de um indivíduo ou de uma
população;
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Medidas de morbilidade
Incidência
Representa a frequência com que surgem novos casos de uma determinada
doença, num intervalo de tempo;
𝑛º 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑠𝑜𝑠 𝑛𝑜𝑣𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑢𝑚𝑎 𝑑𝑜𝑒𝑛ç𝑎 𝑛𝑢𝑚 𝑑𝑎𝑑𝑜 𝑙𝑜𝑐𝑎𝑙 𝑒 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜
= × 10𝑛
𝑛º 𝑑𝑒 𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑠 𝑒𝑥𝑝𝑜𝑠𝑡𝑎𝑠 𝑛𝑜 𝑚𝑒𝑠𝑚𝑜 𝑙𝑜𝑐𝑎𝑙 𝑒 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜
Prevalência
Proporção de indivíduos de uma população que é acometida por uma
determinada doença ou agravo, num determinado momento;
Engloba os casos novos que ocorreram no período e os casos pré-
existentes;
𝑛º 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑠𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑑𝑒𝑡𝑒𝑟𝑚𝑖𝑛𝑎𝑑𝑎 𝑑𝑜𝑒𝑛ç𝑎 𝑒𝑚 𝑑𝑎𝑑𝑜 𝑙𝑜𝑐𝑎𝑙 𝑒 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜
= × 10𝑛
𝑛º 𝑑𝑒 𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑠 𝑑𝑜 𝑚𝑒𝑠𝑚𝑜 𝑙𝑜𝑐𝑎𝑙 𝑒 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜
Indicadores demográficos
Indicam, por exemplo, a distribuição da população segundo sexo e idade;
Indicadores socioeconómicos
Indicam, por exemplo, escolaridade, renda, condições de moradia;
Vacinação
É a principal medida de prevenção de doenças específicas;
Algumas vacinas administradas na infância não fornecem imunidade permanente;
É necessário administrar doses de reforço, em alguns casos ao longo da vida;
A vacinação proporciona proteção pessoal e da comunidade, pois quando a maior
parte da população está vacinada, interrompe-se a transmissão da doença
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Vacinas
= Conjunto de métodos terapêuticos destinados a conferir ao organismo um estado
de resistência, isto é, de imunidade, contra determinadas doenças infeciosas;
Têm por finalidade principal a redução da morbilidade e da mortalidade por
doenças imunopreviníveis;
1ª vacina = varíola;
Primovacinação = primeira vacinação (depois da vacina deve-se ficar cerca de 30 minutos
no centro de saúde para o caso de fazer uma reação alérgica)
Previnem o aparecimento da doença nos primeiros anos de vida;
Vacinas vivas = tomam-se todas no mesmo dia ou passado 4 semanas (gripe, anti-
sarampo, papeira, rubéola); Produzem febre e cansaço;
Vacinas mortas = apenas estimulam a produção de anticorpos e não estimulam
outras células do sistema imunitário adaptativo, tais como os linfócitos T com
memória imunológica. Assim, para manter a imunidade, são necessárias injeções
periódicas de reforço.
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A prescrição da vacina deve ser criteriosa, prioritariamente para as pessoas que
mais dela beneficiam e de acordo com os critérios definidos;
Esta vacina é comparticipada (37%) e deve ser administrada no princípio do
Outono
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Aula T4
Enfoque epidemiológico
Estudo da frequência e distribuição dos eventos de saúde e dos seus determinantes
nas populações humanas e a aplicação deste estudo na prevenção e controle dos
problemas de saúde
Tríade epidemiológica
Modelo tradicional de causalidade das doenças
transmissíveis;
Doença = resultado da interação entre o agente, o
hospedeiro suscetível e o ambiente;
Agentes – necessários, mas nem sempre suficientes
para causar a doença:
Infeciosos
Não infeciosos – químicos ou físicos
Fatores do hospedeiro = determinam a exposição de um indivíduo, sua
suscetibilidade e capacidade de resposta e suas características de idade, grupo
étnico, constituição genética, gênero, situação socioeconômica e estilo de vida;
Fatores do ambiente - englobam o ambiente social, físico e biológico
Período pré-patogénico
Promoção da saúde (ex.: informar);
Proteção específica (ex.: vacinação) Prevenção primária
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Período patogénico
Diagnóstico precoce (ex.: rastreios) e tratamento imediato; Prevenção secundária
Limitação do dano;
Reabilitação Prevenção terciária
Doença transmissível
Qualquer doença causada por um agente infecioso ou pelos seus produtos tóxicos,
que ocorre pela transmissão deste agente ou produtos, desde o hóspede infetado ou
um reservatório inanimado a um hóspede suscetível;
Período de latência = tempo que decorre desde a infeção até que a pessoa se torne
infetada;
Período de incubação = tempo que decorre desde a infeção até à apresentação dos
sintomas;
Epidemia
Ocorrência numa região ou comunidade de um número de casos em
excesso, em relação ao que normalmente seria esperado;
Ao descrever uma epidemia, deve ser especificado o período, a região
geográfica e outras particularidades da população em que os casos
ocorreram;
Endemia
Quando uma área geográfica ou grupo populacional apresenta um padrão
de ocorrência relativamente estável com elevada incidência ou prevalência;
Pandemia
Acontece quando uma epidemia se espalha por diversas regiões do planeta;
Ex.: em 2009, a gripe A passou de epidemia para pandemia, quando a OMS
começou a registar casos nos 6 continentes do mundo
Febre puerperal
Ocorria desde a antiguidade, mas aumentou muito a partir do séc. XVII, quando os
médicos começaram a participar dos trabalhos de parto;
Percebeu-se que a doença só ocorria quando os partos eram feitos em maternidades
e em hospitais – não ocorria quando os partos eram feitos em casa, por parteiras;
1846, Hospital Allgemeine Krankenhaus, em Viena Mortalidade das mulheres
= ± 15%;
Semmelweis descobre a verdadeira razão da transmissão da febre puerperal
aquando da morte de um colega que se tinha cortado durante uma autópsia e, antes
de morrer, apresentou os mesmos sintomas das mulheres vítimas da doença;
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Semmelweis fez com que fossem tomadas medidas básicas de higiene, como lavar
as mãos com cloreto de cálcio antes de começar o expediente e, entre uma
puérpera e outra, com sabão;
Mortes diminuíram para ± 2%
Infeção nosocomial
Infeção que ocorre num doente internado num hospital, ou noutra instituição de
saúde, e que não estava presente, nem em incubação, à data da admissão;
Estão incluídas as infeções adquiridas no hospital que se detetam após a alta, assim
como infeções ocupacionais nos profissionais de saúde
Cadeia de infeção
Descreve como a doença é transmitida de um ser
vivo para outros;
Elo 1: Agente causal
Agente patogénico ou microrganismo que
causa a doença (ex.: bactérias, fungos, vírus…);
Pode viver de matéria orgânica morta e
invadir ocasionalmente o organismo
humano, denominando-se saprófita;
Pode depender do ser superior, sem, no entanto, o prejudicar, beneficiar ou
invadir, designando-se comensal;
Quando causa doença infeciosa, designa-se patogénico;
Elo 2: Reservatório
Local animado ou inanimado, onde o agente patogénico vive e se
multiplica;
Os seres humanos, os animais e fontes ambientais podem funcionar como
reservatórios;
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Ex.: água – pseudomonas; intestino – E. coli; nariz – Staph. aureus;
galinhas – Salmonella
Elo 3: Porta de saída (via de eliminação do hospedeiro)
Qualquer orifício do corpo na pessoa infetada que permita a saída dos
agentes patogénicos (ex.: nariz, boca, olhos, cortes na pele)
Elo 4: Modos de transmissão do agente
Mecanismos através dos quais o agente patogénico é transportado do
reservatório para um hospedeiro humano suscetível através do ar, contacto
direto (ex.: gotículas – gripe, meningite, rubéola, caxumba, coqueluche…)
ou indireto (ex.: aérea – tuberculose pulmonar e laríngea, sarampo,
varicela…)
Elo 5: Porta de entrada
Qualquer abertura no corpo de uma pessoa não infetada que permite a
entrada de agentes patogénicos (ex.: nariz, boca, outras membranas
mucosas, incisões cutâneas, fissuras na pele…)
Elo 6: Hospedeiro suscetível
Pessoas não infetadas que podem tornar-se doentes;
Todos os profissionais de saúde e qualquer outro cuidador que ainda não
esta infetado com determinada doença
Material contaminado
Material que tenha sido usado/exposto a uma situação clínica e esteja poluído com
matéria orgânica, microrganismos ou outras substâncias inorgânicas indesejáveis,
como pó, resíduos químicos, entre outros
Descontaminação
Destruição ou remoção da contaminação microbiana de modo a tornar o material
seguro para ser manipulado;
Implica limpeza e desinfeção ou simplesmente limpeza
Limpeza
Remoção mecânica da sujidade (matéria orgânica ou inorgânica) usando água e
sabão ou detergente;
Com uma eficácia de cerca de 80% na remoção de microrganismos
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Desinfeção/antissepsia
Processo do qual resulta a redução, eliminação ou inativação momentânea de
microrganismos indesejáveis, com uma eficácia de 90-99%;
Ordem de lavagem: iniciar distalmente, terminar ao nível do cotovelo; nunca
retornar para área já sem germes;
Dispositivos de enxaguamento: automáticos, acionados pelo pé, acionado pelo
cotovelo
Esterilização
Processo que resulta na completa eliminação e destruição de todas as formas vivas
de microrganismos incluindo esporos bacterianos (100%);
Podemos usar o calor húmido, calor seco, óxido de etileno e agentes químicos
Assepsia
Eliminação de microrganismos patogénicos na forma vegetativa, presentes em
superfícies inertes, mediante aplicação de agentes químicos e físicos;
Uso de equipamento
esterilizado – sapatos, touca,
máscara, bata;
Uso de material esterilizado
O enfermeiro na prevenção de
uma infeção
Antes de iniciar qualquer técnica, é necessário retirar joias – anéis, pulseiras,
relógio – pois sob tais objetos podem acumular-se microrganismos;
5 momentos de higienização das mãos: antes de contacto com o paciente, antes da
realização do procedimento, após a exposição a fluídos corporais, após contacto
com o paciente, após contacto com as áreas próximas ao paciente;
Precaução padrão = aquela que deve ser utilizada para todos os pacientes,
independentemente da suspeita ou não de infeções. Consiste em:
Higienização das mãos;
Luvas e avental;
Óculos e máscara;
Caixa perfuro-cortante
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Fatores de risco modificáveis = tabagismo, alimentação inadequada, álcool,
inatividade física;
Determinantes macro = condições socioeconómicas, culturais e ambientais;
Fatores de risco intermédios = hipertensão, dislipidemia, obesidade, intolerância à
glicose;
Desfechos = ex.: doença coronária, cerebrovascular, vascular periférica,
DPOC/enfisema, diabetes, cancro…
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Aula T5
Saúde no trabalho
O esforço organizado da sociedade para proteger a saúde dos trabalhadores
Saúde ocupacional
Tem como finalidade a prevenção dos riscos profissionais e a proteção e promoção
da saúde do trabalhador;
Importante o papel do enfermeiro numa empresa deve procurar o melhor para
os trabalhadores e não para a empresa;
Os enfermeiros, com ações autónomas e interdependentes, podem contribuir para a
saúde dos colaboradores
Através de estratégias de:
Identificação, avaliação e controlo dos riscos existentes no local de
trabalho, ou deles emergentes;
Ações de vigilância da saúde dos trabalhadores;
Promoção da saúde no local de trabalho
Identificar; Avaliar; Controlar/Eliminar Objetivo do enfermeiro de saúde
ocupacional = minimizar riscos (promoção/proteção de saúde)
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Mão-de-obra constituída principalmente por mulheres e crianças;
Excesso na jornada de trabalho (por vezes 18 horas)
1833 – Inglaterra – Publicação da 1ª legislação eficiente na proteção da saúde do
trabalhador;
1877 – Suíça – e 1897 – Alemanha – surgem leis responsabilizando os
empregadores pelos acidentes e doenças ocupacionais;
1906 – 1º Congresso Internacional de Doenças Do Trabalho, Milão;
Evolução da SO em Portugal
1850-1950 – 1ª Fase – Foram criados os serviços médicos em algumas empresas
industriais, por iniciativos dos empregadores;
1960-1980 – 2ª Fase – Os serviços de saúde ocupacional tornam-se orientados para
a prevenção de riscos específicos na população trabalhadora;
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A partir de 1990 – 3ª Fase – As alterações legislativas e a integração europeia
obrigaram os serviços de saúde ocupacional a centrarem-se na promoção da saúde
e na manutenção da capacidade de trabalho
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Danos derivados do trabalho
Doenças ou lesões sofridas motivadas ou originadas pelo trabalho
Acidente de trabalho
Aquele que se verifique no local e no tempo de trabalho e produza, direta ou
indiretamente, lesão corporal, perturbação funcional ou doença de que resulte a
redução na capacidade de trabalho ou de ganho ou a morte;
Todos os anos, + de 4 000 trabalhadores europeus morrem devido a AT;
+ de 3 milhões são vítimas de um AT grave, resultando numa ausência do trabalho
superior a 3 dias;
Dois tipos:
Acidente sem afastamento;
Acidente com afastamento
- Incapacidade temporária;
- Incapacidade parcial e permanente;
- Incapacidade total ou permanente
Doença profissional
Doenças diretamente resultantes do trabalho constantes da lista oficial de doenças
profissionais;
Segurança no trabalho
Tem como função prevenir os acidentes de trabalho, eliminando as condições
inseguras do ambiente e educar os trabalhadores a utilizarem medidas preventivas
Higiene no trabalho
Tem como função prevenir, de um ponto de vista não médico, as doenças
profissionais, identificando os fatores que podem afetar o ambiente do trabalho e o
trabalhador, visando eliminar ou reduzir os riscos profissionais
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Equipamento de proteção individual (EPI)
Todo o equipamento, bem como qualquer complemento ou acessório
destinado a ser utilizado pelo trabalhador para proteger a sua saúde e
prevenir os riscos profissionais, danos por acidente ou doença ligada ao
trabalho;
Ex.: capacete de segurança, óculos de segurança, abafador de ruído, cinto
de segurança, luvas de aço, máscara…
Papel do enfermeiro
Vigilância do local de trabalho e identificação de riscos para a saúde;
Vigilância de saúde, com base na avaliação ambiental com exposições avaliadas e
documentadas;
Promoção e proteção da saúde através de estratégias dirigidas à modificação de
comportamentos e a encorajar a responsabilidade em matéria de saúde – promover
o uso de equipamentos de proteção individual e coletiva;
Analisar e estabelecer critérios para a escolha de EPI;
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Conhecer e aplicar a legislação e
normas técnicas de segurança do
trabalho;
Colher e organizar dados relativos à
sua área de atuação;
Doenças Podem contribuir para
atualizar a lista das doenças
profissionais;
Papel educador (quer seja a nível da
prevenção primária, secundária ou
terciária)
Visão/missão da empresa
Ouvir os trabalhadores;
Progressão financeira;
Organização;
Boas relações;
Ética
NOTA
Absentismo = ausência física do
trabalhador no local de trabalho;
Presentismo = trabalhador está
fisicamente presente no local de
trabalho, mas não apresenta a
produtividade normal (ex.: está doente)
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Aula T6
Objetivos específicos
Promover a vigilância da saúde dos
trabalhadores;
Fomentar a organização e qualidade
os Serviços de SST/SO;
Reforçar o desempenho dos
profissionais de SO;
Impulsionar a promoção de saúde no
local de trabalho;
Robustecer a gestão do
conhecimento em SO
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adaptativo implica sucessivas reorganizações do estilo de vida, tendo em vista
manter ou até melhorar o bem-estar psicológico e social;
Idade legal – de acesso à pensão s/ penalizações – = 66 anos e 5 meses, em 2019
Sentimentos experimentados
Libertação e bem-estar (ex.: “tinha ânsia de me ver livre de…”);
Desorientação (ex.: “foi um choque tão grande, no dia seguinte não sabia o que
fazer”);
Insatisfação (ex.: “sente-se um certo vazio”);
Em alguns casos as expectativas são atingidas, mas noutros não, pois a realidade
sobrepôs-se ao idealizado
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Aula T7
Risco psicossocial
Quando ocorre um desequilíbrio entre as interações entre:
Por um lado, o trabalho, o seu ambiente, a satisfação no trabalho e as
condições da sua organização;
Por outro lado, a capacidade do trabalhador, as suas necessidades, a sua
cultura e a situação pessoal fora do trabalho;
Violência, bullying, stress, burnout;
Fatores indutores:
Cultura organizacional;
Organização do trabalho;
Autonomia nas decisões;
Ritmos de trabalho;
Novas formas de contratação;
Envelhecimento ativo;
A carga de trabalho;
Conciliação da vida familiar com a profissional;
Exigências emocionais;
Relações interpessoais;
Desenvolvimento profissional
Trabalho do enfermeiro:
Intensificação do trabalho;
Competitividade;
Insegurança e precarização de trabalho;
Tecnologia, atualização tecnológica
Desafios de enfermagem a nível mundial:
Disponibilidade;
Qualidade;
Competências
Stress
Desequilíbrio entre os recursos
existentes para dar respostas às
exigências da situação;
Sensação de que ainda consegue
controlar a situação, e se o fizer, o stress
diminui ou desaparece;
Ideia de “demasiado” (demasiadas
exigências, pressões…) e de algo
temporário;
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Resposta fisiológica: sudorese; PA alta; queda de cabelo; cansaço; dores
musculares (// tensão muscular)
Sintomas individuais: doenças psiquiátricas, cardiovasculares Impacto na saúde
e qualidade de vida;
Sintomas organizacionais: absentismo, acidentes de trabalho, apatia Impacto
financeiro e carreira profissional
Pontos de stress de enfermagem:
Preocupe-se pelo bem-estar do paciente;
Exposição a substâncias perigosas;
Dor na região lombar da transferência de pacientes da cama para a casa de
banho;
Problemas de pernas por ficar de pé a maioria do turno;
Turnos de 12 horas;
Transtornos músculo-esqueléticos;
Risco de queda;
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Gerir o stress
Reconhecer os sintomas;
Tomar consciência do problema;
Identificar fontes de stress e definir estratégias de coping;
Autoavaliação e autoconhecimento;
Adoção de comportamentos saudáveis e de expectativas realistas no local de
trabalho;
Comunicar, desabafar, partilhar o que sente (suporte social);
Ter um estilo de vida saudável (sono, alimentação, atividade física, lazer…);
Evitar isolamento;
Ter uma rede de suporte social (ex.: amigos) e um hobby;
Partilhar com o “outro” permite clarificar sentimentos e ter uma visão externa;
Distinguir sintomas normais de patológicos e procurar ajuda especializada
Burnout (≠ Stress)
Reação ao stress contínua no tempo – situações stressoras, se não tratadas, podem
conduzir a burnout;
Processo que ocorre ao longo do tempo e que culmina num estado do qual é difícil
sair e que depende do modo de enfrentar o stress no trabalho;
Não é o acumular de situações stressoras, mas a diminuição das estratégias de
coping;
Ex.: “ao longo das situações, deixei de ter capacidades de resistir”; “situações vão
se acumulando, mas já não tenho capacidade de gerir” Deixa de ter capacidade
de resposta
Bullying
Comportamentos que visam causar dano (físico/psicológico/emocional);
Intencionalidade; continuidade; repetição; progressão;
Pelo menos 1 vez por semana durante 6 meses – no entanto, a taxa de violência
pode não permitir que se espere 6 meses;
≠ Conflito (o conflito é transitório e tem solução) – o processo de bullying pode
emergir de um conflito;
Processo crescente;
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Pode ser:
Vertical: vítima de um superior hierárquico;
Ascendente: categoria inferior;
Horizontal: da mesma categoria (começa a ser mais frequente);
Misto: por um superior (muito menos frequente)
Associado a:
Vítima;
Agressor;
Testemunhas
Tipos:
Abuso verbal;
Criticar excessivamente;
Ser ignorado ou isolado;
Estar a ser fornecido uma carga de trabalho não-gerenciável;
Fofocas e rumores;
Ridículo publico, pressão e humilhação;
Agressão física Menos frequente, pois mais visível
Diagnóstico
Três critérios adotados por um grande número de investigadores europeus:
1. A existência de 1 ou mais condutas internacionalmente reconhecidas pela
investigação como tal;
2. A duração do processo ocorre no mínimo há mais de seis meses;
3. A frequência dos comportamentos é 1 ou mais vezes por semana
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Diferentes níveis e alguns exemplos de intervenções no bullying
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Aula T8
Envelhecimento ativo
Processo de otimização das oportunidades para a saúde, a participação e a
segurança, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida à medida que as
pessoas envelhecem;
Pilares: participação em qualquer atividade que dê prazer à pessoa; saúde;
segurança;
Determinantes económicos/pessoais/comportamentais/sociais;
Serviços/cuidados de saúde;
Ambiente físico
Pessoa idosa
Homem/mulher com mais de 65 anos, desligados de atividades profissionais
formais, que mantêm as suas capacidades;
São independentes, saudáveis e ativos, abrangendo em termos etários 3 década,
dos 65 aos 95 anos
Subtipos:
Idosos muito dependentes – com idades acima dos 85 anos e com
dependência, que resulta ou do envelhecimento natural ou de doença;
Idosos dependentes – cuja dependência resulta, sobretudo, de doença
crónica, que obriga a tratamentos médicos constantes;
Idosos independentes – são os que mantêm as suas capacidades, mas estão
inativos
Envelhecimento
Processo sequencial, individual, acumulativo, irreversível, universal, não
patológico, de deterioração de um organismo maduro;
Próprio a todos os membros de uma espécie, de maneira que o tempo os torne
menos capazes de fazer frente ao stress do meio ambiente e, portanto, aumente a
sua possibilidade de morte;
Contínuo, complexo, multifatorial e individual, envolvendo modificações do nível
molecular ao morfofisiológico, que ocorrem em cascata, principalmente após o
período pós-reprodutivo;
Alterações que ocorrem:
Biológicas;
- Altera os sentidos (visão, audição, paladar…);
- Tende a diminuir a estatura;
- Altera o sistema cardiovascular;
- Ocorre menor desempenho durante o exercício;
- Após 40 anos o corpo consume menos 120 calorias;
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- O cérebro demora na transmissão de impulsos;
- Menor número de neurotransmissores;
Psicológicas;
- Refere-se à evolução dos processos cognitivos: ao desenvolvimento
de competências comportamentais e emocionais que permitam à
pessoa ajustar-se às modificações que ocorrem com a idade;
- Raciocínio; memória; aprendizagem; criatividade
Social
- Mudança nos papéis;
- Mudanças nas posições sociais;
- Perdas de relações próximas
38
Aula T9
Mitos do envelhecimento
As pessoas devem esperar deterioração mental e física na velhice;
A maioria dos idosos tem as mesmas necessidades;
Produtividade e criatividade é da esfera dos jovens;
A experiência dos idosos tem pouca relevância para a sociedade moderna;
Muitos idosos o que querem é estar sossegados;
Enfermeiros e camas no hospital é que são necessários;
A utilização de recursos para os idosos, retira aos jovens;
Gastar com idosos é um desperdício de recursos;
Os idosos não estão preparados para empregos modernos;
Não podemos ensinar novos truques a um velho;
Os idosos esperam que os marginalizam;
As coisas acabam por se resolver por elas próprias
Sexualidade
É um aspeto fulcral da vida do ser humano que compreende o sexo, identidade,
género, orientação sexual, erotismo, prazer, intimidade e reprodução;
A vivência e expressão da sexualidade é subjetiva e traduz-se em pensamentos,
fantasias, desejos, crenças, atitudes, valores, comportamentos, práticas e
relacionamentos;
Está presente em todas as fases da vida: antes do nascimento, enquanto bebés, em
criança, na adolescência, na juventude, na vida adulta, na velhice;
A sexualidade é universal;
É influenciada pela interação de fatores biológicos, psicológicos, sociais,
económicos, políticos, culturais, éticos, legais, fatores históricos, religiosos e
espirituais;
UCSP + USF = unidades às quais as pessoas mais recorrem com questões de
sexualidade; deviam promover mais iniciativas
UCC Uma vez que abordam a população, deviam ter mais impacto do que têm;
Saúde sexual
É um estado de bem-estar físico, emocional, mental e social em relação à
sexualidade, não apenas a ausência da doença, disfunção ou enfermidade;
Requer uma abordagem positiva e respeitosa da sexualidade e das relações sexuais,
bem como a possibilidade de ter experiências sexuais agradáveis e seguras, livres
de coerção discriminação e violência;
Para que a saúde sexual seja alcançada e mantida, os direitos sexuais de todas as
pessoas devem ser respeitados, protegidos e cumpridos;
É um aspeto vital da saúde e bem-estar geral;
Esta resulta do fácil acesso a informações de qualidade e a serviços de saúde
sexual;
39
Existe num continuum dinâmico, de acordo com necessidades que mudam ao
longo do ciclo de vida, características individuais, ambiente cultural,
socioeconómico, geopolítico e jurídico
Sexualidade na velhice
1. Dimensão biológica
Na mulher:
Menopausa;
ο Aumento do peso (mulher + relaxada come +; – exercício);
ο Osteoporose (pela diminuição do estrogénio);
ο Sintomas existem, mas também dependem de outros fatores externos
Diminuição progressiva dos níveis de estrogénio;
Involução progressiva da genitália, com estreitamento e escurecimento
vaginal;
Aumento da fragilidade das paredes vaginais;
Diminuição da lubrificação vaginal
No homem:
Andropausa – (termo não está totalmente correto, mas também existem mudanças no
homem) ocorre por volta dos 50 anos, devido à diminuição do tamanho dos
testículos e à consequente queda da produção de testosterona;
A capacidade de ereção torna-se mais lenta;
A quantidade ejaculada é menor;
40
Os orgasmos podem ser mais curtos e menos intensos
2. Dimensão psicológica
Insatisfação com a própria imagem corporal relacionado com o aumento do peso,
principalmente nas mulheres;
Depressão
3. Dimensão social
Educação;
Cultura;
Estado civil;
Institucionalização
41
O processo de envelhecimento natural dos indivíduos não impede o desenvolvimento
de uma vida sexual na velhice
42
Prevenção de lesão por úlcera
A senescência é um processo natural do envelhecimento; abrange um somatório de
modificações fisiológicas; alterações orgânicas que podem gerar morbidades;
As alterações fisiológicas, quando associadas às doenças crónicas Fragilidade e
Dependência Idosos vulneráveis ao aparecimento de feridas Evolução
crónica
Fatores de risco
Extrínsecos
Pressão;
Cisalhamento;
Fricção;
Imobilização;
Humidade
Intrínsecos
Alterações cutâneas relacionadas à idade;
Processos patológicos;
Fatores nutricionais;
Estado mental;
Incontinência urinária e fetal
Cuidados diários
Observar a pele em busca de áreas com eritema e outras alterações da coloração;
Hidratar a pele com cremes sem fragrâncias;
Não massajar regiões de proeminência eritema, coloração arroxeada ou com
bolhas;
Evitar o excesso de humidade e aplicar creme protetor de pele nas áreas sob fraldas
descartáveis
Plano de cuidados
Mudar de posição a cada 2 horas, exceto se houver contraindicações;
Utilizar técnica adequada para transferir o paciente da cama para a cadeira;
Não arrastar o paciente pelo colchão;
Movimentos contínuos para aliviar as áreas sob pressão;
Colchões e almofadas para evitar lesão por pressão;
Avaliação de pele regularmente;
É aconselhável oferecer uma dieta saudável e equilibrada
Posicionamento
Elevar os calcâneos utilizando coxins de posicionamento sob a barriga da perna;
Utilizar almofadas de espuma para evitar o contacto direto entre as proeminências
ósseas;
Manter a cabeceira na posição elevada em 30 graus, por períodos curtos
44
Aula T10
Pessoa idosa saudável = capaz de funcionar sozinha, mesmo que tenha doenças;
Saúde da pessoa idosa = determinada pelo funcionamento harmonioso de 4
domínios funcionais: cognição, humor, mobilidade e comunicação;
Perda destas funções = grandes síndromes geriátricas (7)
Síndromes geriátricas
Conjunto de quadros habitualmente originados pela conjunção de doenças com alta
prevalência nas pessoas idosas e que frequentemente originam incapacidade
funcional ou social na população;
São a manifestação/sintomas de muitas doenças, mas também são o princípio de
muitos outros problemas que devemos ter em conta desde a sua deteção para os
prevenir
1. Imobilidade
Perda da capacidade de realizar movimentos autónomos empregados no
desempenho de atividades de vida diária (AVD), devido à diminuição das funções
motoras;
Compromete a independência do indivíduo e, por fim, leva ao estado de
incapacidade/fragilidade;
Fatores:
Físicos – artrites, osteoporose, fraturas, sequelas de AVC, dor crónica,
desnutrição grave…;
Psicológicos;
Ambientais;
Medicamentos – os sedativos e os hipnóticos, ao causarem sonolência,
podem prejudicar a mobilidade
Diagnóstico
Critério maior
- Deficit cognitivo médio a grave;
- Múltiplas contraturas
Critério menor (pelo menos 2 características)
- Sinais de sofrimento cutâneo/úlcera de pressão;
45
- Dificuldade na deglutição (disfagia) leve ou grave;
- Incontinência urinária e fecal;
- Alterações na fala
Consequências
Sistema cardiovascular (ex.: hipotensão ortostática);
Pele (ex.: dermatite amoniacal pelo uso de fralda, úlcera de decúbito);
Sistema gastrointestinal (ex.: risco de aspiração, falta de apetite, obstipação);
Sistema respiratório (ex.: redução do volume corrente, tosse ineficaz, hipersecreção
brônquica);
Sistema geniturinário (ex.: aumento do volume residual de urina na bexiga);
Psicológico (ex.: ansiedade, depressão, insónia, agitação, irritabilidade, desorientação
no tempo e no espaço, diminuição da concentração e da tolerância à dor) ;
2. Instabilidade postural
Mobilidade = das principais funções corporais; O seu comprometimento = afeta
diretamente a independência do indivíduo e traz consequências gravíssimas;
A instabilidade postural, por exemplo, leva o idoso à queda, o que representa um
dos maiores temores em geriatria
Quedas:
30% dos indivíduos com mais de 65 anos caem pelo menos 1 vez por ano;
Metade cai de forma recorrente;
Maior prevalência para mulheres na mesma faixa etária;
Idosos de 75-84 anos com dependência para as AVD têm risco 14 vezes maior
para queda;
Fatores de risco:
Intrínsecos:
- Idade;
- História de quedas recorrentes;
- Doenças crónicas - osteoartrose, Parkinson, sequelas de AVC,
diabetes…;
- Uso de muitos medicamentos – antidepressivos, ansiolíticos;
- Hipotensão ortostática;
- Deficiência visual
Extrínsecos:
- Superfície escorregadias;
- Tapetes;
- Cadeiras sem braço/encosto;
- Cama e assentos muito baixos ou altos;
- Iluminação deficiente;
- Ausência de barras de apoio;
- Calçado e bengalas inadequados
Consequências
Fraturas;
Aumento da dependência;
Medo de novas quedas;
46
Restrição de atividades;
Institucionalização;
Aumento da morbilidade e altos índices de mortalidade
Prevenção
Medidas para reduzir riscos ambientais;
Medidas de terapia física, orientadas e prescritas por profissionais visando
a conservação e aumento da força muscular, a redução da dor, o aumento
da mobilidade articular e correção das deformidades articular e dos vícios
de postura corporal;
Treino da marcha reforço dos músculos e o uso adequado de instrumentos
de auxílio (bengalas, andadores, muletas);
Medidas educativas viando a maior capacidade do idoso para enfrentar
problemas de saúde
3. Incontinência urinária
Qualquer perda de urina involuntária;
Tipos:
Esforço – perda de urina durante exercício físico, tosse ou espirro, a mais
frequente;
Urgência – perda urinária acompanhada por um forte desejo de urinar;
Mista – quando as anteriores ocorrem simultaneamente;
Paradoxal – quando o volume de urina ultrapassa a capacidade vesical
máxima;
Total – quando a perda é contínua
Fatores de risco
Idade avançada;
Paridade;
Parto vaginal;
Queda dos níveis de estrogénio na menopausa;
Ser do sexo feminino;
Tratamento do cancro da próstata;
Incapacidades físicas e mentais;
Algumas doenças podem agravar a IU – AVC, Parkinson, diabetes
mellitus, insuficiência cardíaca;
Medicação e cirurgias, capazes de provocar a diminuição do tónus
muscular pélvico ou gerar danos nervosos
Consequências
Económicas – medicação, fraldas;
Físicas – irritação da pele e úlceras;
Psicossociais – isolamento, depressão, vergonha, diminuição da
autoestima, problemas conjugais, familiares
4. Incapacidade cognitiva
Designa o comprometimento das funções encefálicas superiores capaz de
prejudicar a funcionalidade da pessoa;
47
As alterações nas funções superiores que não apresentam prejuízo na
funcionalidade do paciente não podem ser classificadas como incapacidade
cognitiva;
Baixo performance nos testes cognitivos; dependência nas AVD;
Cognição:
Memória – capacidade de armazenamento de informações;
Linguagem – capacidade de compreensão e expressão da linguagem oral e
escrita;
Função executiva – capacidade de planeamento, antecipação,
sequenciamento e monitorização de tarefas complexas;
Gnosia – capacidade de reconhecimento de estímulos visuais, auditivos e
táteis;
Praxia – capacidade de executar um ato motor;
Função visuoespacial – capacidade de localização no espaço e perceção das
relações dos objetos entre si
Os 4 “D”s da incapacidade cognitiva
Delirium;
- aka Estado Confusional Agudo;
- Alteração cognitiva definida por início agudo, curso flutuante,
distúrbios da consciência, atenção, orientação, memória, pensamento,
perceção e comportamento;
- Causas: dor, infeção, medicamentos, hidratação, obstipação, ambiente
(hospitalização);
- Causas reversíveis;
- Tratamentos gerais: corrigir distúrbios hidroeletróliticos e ácidos
básicos; promover a nutrição; retirar contenção; estimular a
mobilidade e a mudança de decúbito; proteger as vias aéreas;
promover a orientação espacial e temporal do doente;
- Tratamento específico: remoção da causa básica/fatores
predisponentes;
Depressão;
- Distúrbio de natureza multifatorial da área afetiva ou do humor, que
exerce forte impacto funcional e envolve inúmeros aspetos de ordem
biológica, psicológica e social;
- Principais sintomas: humor deprimido, perda de interesse/prazer em
quase todas as atividades;
- Afeta 6-10% da população idosa em Portugal;
- Causas reversíveis;
- Mais no sexo masculino;
Demência;
- Síndrome caracterizada pela deterioração considerável da cognição,
resultando em problemas comportamentais e em prejuízo nas AVD;
- Declínio cognitivo = abrangente, afetando múltiplos domínios da
capacidade intelectual;
- Prevalência: 1% aos 60 anos e duplica a cada 5 anos, atingindo 30-
50% dos indivíduos por volta dos 85 anos;
48
- Muitas pessoas com demência têm anomalias cerebrais associadas a
mais que uma causa de demência:
- Causas irreversíveis;
- NOTA: ex.: Pessoa perde-se em locais habituais Pode ser um
sintoma de uma depressão, em vez de demência (possibilidade de
diagnóstico errado);
Doença mental
- Esquizofrenia, parafrenia, oligofrenia
5. Iatrogenia
Qualquer alteração patogénica provocada pela prática médica (malefícios
provocados por profissionais de saúde);
A maior parte resulta do desconhecimento das alterações fisiológicas do
envelhecimento e das peculiaridades da abordagem ao idoso;
Trata-se uma síndrome geriátrica potencialmente reversível/curável;
Causas:
Palavra;
Silêncio;
Internamento hospitalar;
Subdiagnóstico – ex.: envelhecimento imediatamente associado a doença;
Distanásia – não saber parar; perceber que àquela pessoa não é possível
fazer mais nada, seja em que idade for;
Iatrofarmacogenia;
Prescrição de intervenções fúteis e/ou sem comprovação científica;
Excesso de intervenções reabilitadoras
Iatrofarmacogenia: intervenção
Medicina baseada na evidência;
Sempre que possível usar medidas não farmacológicas;
Iniciar o com doses menores e aumentar progressivamente;
Usar o estritamente necessário;
Definir um supervisor para administrar o medicamento;
Escolher o esquema terapêutico mais simples possível;
Filtração glomerular: diminui 40% nas pessoas maiores de 70 anos, mesmo
que os valores de ureia e creatinina sejam normais;
Maior risco de intoxicação (Diazepan – jovem a vida média de 20h e no
idoso 60h)
49
6. Comunicação
A possibilidade de estabelecer um relacionamento produtivo com o meio, trocar
informações, manifestar desejos, ideias, sentimentos;
É através dela que o indivíduo compreende e expressa o seu mundo;
Visão, audição, fala/voz
Motricidade oral – desordens de carácter anatomo-morfo-fisiológico dos
órgãos fonoarticulatórios que acarretam um distúrbio de funcionamento
oral;
Respiração bucal; deglutição atípica; disfunção têmporo-mandibular;
disfagia;
Disfagia – desordem na deglutição que pode ter como causa uma obstrução
mecânica e/ou uma doença neurológica;
Disfonia – voz alterada, produzida com esforço e que causa desconforto ao
ouvinte e ao falante, dificultando uma comunicação efetiva;
7. Insuficiência familiar
Família = principal instituição cuidadora das pessoas idosas frágeis, devendo ser
privilegiada nessa função;
Apoio familiar = reduz o stress, oferece maior segurança e autoestima à pessoa
idosa, estando relacionada com a sua qualidade de vida;
Cuidador familiar = pessoa que presta cuidados à pessoa idosa que apresenta
dependência em maior/menor grau. As suas tarefas envolvem o acompanhamento
nas AVD, tais como, auxílio na alimentação, higiene pessoal, medicação de rotina
entre outros, auxiliando na recuperação e na qualidade de vida dessa pessoa;
Ato de cuidar = voluntário e complexo, tomado por sentimentos diversos e
contraditórios como raiva, culpa, medo, angústia, confusão, cansaço, stress,
tristeza, nervosismo, irritação choro;
Os sentimentos podem ser simultâneos e devem ser compreendidos, fazendo parte
da relação entre o cuidador e a pessoa cuidada;
Causas da insuficiência familiar:
A redução da taxa de fertilidade;
O aumento da participação da mulher no mercado de trabalho;
A valorização do individualismo;
Os conflitos intergeracionais
50
Aula T11
Doenças crónicas
Têm uma ou mais das seguintes características:
São permanentes;
Produzem incapacidade/deficiências residuais;
São causadas por alterações patológicas irreversíveis;
Exigem uma formação especial do doente para a reabilitação;
Exigem longos períodos de supervisão, observação ou cuidados
Doenças crónicas não transmissíveis = doenças multifatoriais que se desenvolvem
no decorrer da vida e são de longa duração;
Em Portugal
Hipertensão arterial – é um dos fatores de risco cardiovascular, que afeta
36% dos portugueses entre os 25 e os 74 anos (entre os 65-74 anos =
71,3%);
Diabetes – afeta 10% dos portugueses com idade entre 25-74 anos,
sobretudo os homens e os grupos etários com mais idade (entre os 65-74
anos = 23,8%);
Doenças cérebro-cardiovasculares – continuam a ser a 1ª causa de morte,
apesar de se situarem abaixo dos 30% pela 1ª vez;
Doenças oncológicas – têm tido um aumento significativo
Cancro
A palavra é utilizada genericamente para identificar um vasto conjunto de doenças
que são os tumores malignos;
Tumores malignos = são muito diversos, havendo causas, formas de evolução e
tratamentos diferentes para cada tipo. Há, porém, uma característica comum a
todos eles = a divisão e o crescimento descontrolado das células;
Sintomas que acompanham a maioria dos cancros:
Nódulo ou dureza anormal no corpo;
Dor persistente no tempo, que não desaparece com analgésicos;
Sinal ou verruga que se modifica;
Perda anormal de sangue ou outros líquidos;
Tosse ou rouquidão persistente (deve ter especial atenção se for fumador);
Alteração nos hábitos digestivos, urinários ou intestinais;
Perda de peso não justificada – a perda de peso sem dieta e sem aumentar a
atividade física deve ser valorizada;
Rastreios:
Cancro do colo do útero – entre os 25-60 anos;
Cancro da mama – realização de mamografia nas mulheres com idades
entre os 50-69 anos;
51
Cancro colorectal – homens e mulheres entre os 50-74 anos
Recomendações para mitigar a atual epidemia do cancro:
Prevenção primária, que promova comportamentos saudáveis –
modificação de estilos de vida e programas de vacinação;
Prevenção secundária – diagnóstico precoce
Doenças cardiovasculares
Constituem a causa de morte mais relevante em toda a europa, incluindo Portugal e
englobam um vasto conjunto de situações clínicas, afetando o sistema circulatório
em diferentes localizações;
Doenças isquémica do coração – enfarte agudo do miocárdio;
EAM = diminuição/interrupção de forma brusca e grave do fluxo
sanguíneo que irriga o coração e, consequentemente, ocorre a necrose de
uma região do músculo cardíaco por falta de nutrientes e O2;
Sintomas:
- Dor prolongada no peito, muitas vezes em repouso, que se estende
na direção das costas, do queixo ou do braço esquerdo;
- Arritmia;
- Ansiedade, sudação, falta de força, vómitos
1 em cada 5 doentes que sofrem um enfarte tem apenas sintomas ligeiros
ou não apresentam nenhum tipo de sintoma;
Nas mulheres, os sintomas são menos característicos que nos homens,
incluindo a dor abdominal, náusea, vómito, cansaço e falta de ar – por esse
motivo, procuram a ajuda dos profissionais de saúde mais tarde que os
homens;
As pessoas idosas, em vez de dor, frequentemente, apresentam os
chamados “equivalentes isquémicos”, como dispneia, mal-estar, confusão,
síncope ou edema pulmonar – recorrem ao médico mais tardiamente após o
início dos sintomas;
Diagnóstico:
- Quadro clínico;
- Alterações do ECG;
- Doseamento de enzimas cardíacas
Doença cerebrovascular – incluindo o AVC isquémico
AVC = desenvolvimento rápido de sintomas/sinais clínicos de um distúrbio
focal (ocasionalmente global) das funções cerebrais, com duração superior
a 24 horas ou que conduzam à morte, sem outra causa aparente para além
da vascular;
AVC isquémico = fluxo interrompido; mais comum; responsável por 80%
dos casos; sintomas surgem de repente e dependem da área afetada;
AIT (acidente vascular transitório) – tipo de obstrução passageira, que não
apresenta lesão neurológica definitiva, nem sequelas; os sintomas são
passageiros;
AVC hemorrágico = rompimento de um vaso sanguíneo; representa
apenas 20% dos casos; os seus sintomas incluem dor de cabeça muito forte,
52
que surge de repente e pode vir acompanhada de perda de força e
sonolência;
Sintomas:
- Dificuldade súbita em mexer uma perna ou braço ou ambos os
membros de um dos lados do corpo
- Desvio da boca para um dos lados;
- Dificuldade em falar, com início súbito;
- Perda súbita de visão;
- Diminuição da sensibilidade ou sensação de encortiçamento de uma
perna, de um braço ou de ambos os membros de um dos lados do
corpo
Diagnóstico:
- Solicitar ao doente para sorrir, levantar os dois braços e repetir uma
frase, ex.: “trinta e três”;
- Tomografia computadorizada ou ressonância magnética
Fatores de risco cardíaco
Falta de atividade física;
Obesidade;
Tabagismo;
Níveis séricos elevados de colesterol e triglicéridos;
Diabetes;
Períodos prolongados de tensão, frustração ou hostilidade;
Idade – a incidência aumenta depois dos 30 anos;
Sexo masculino;
Uso de contracetivo oral por mulheres com mais de 40 anos
53
Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados
É constituída por um conjunto de instituições, públicas ou privadas, que prestam
cuidados continuados de saúde e de apoio social a pessoas em situação de
dependência, tanto na sua casa como em instalações próprias;
Cuidados continuados integrados
= Conjunto de intervenções sequenciais de saúde e/ou de apoio social,
decorrente de avaliação conjunta, centrado na recuperação global entendida
como o processo terapêutico e de apoio social, ativo e continuo, que visa
promover a autonomia, melhorando a funcionalidade da pessoa em situação
de dependência, através da sua reabilitação, readaptação e reinserção
familiar e social;
Características comuns:
Dependência permanente moderada ou severa, com presença de várias
incapacidades;
Associada a uma doença ou multi-patologias;
Evolução progressiva e oscilante, com grande necessidade de cuidados de
saúde ou sociais;
Impacto emocional e social na pessoa e no seu meio;
Tendência a uma elevada necessidade e procura do conjunto dos recursos
da saúde e sociais;
Grupos alvo:
Pessoas idosas com dependência funcional;
Pessoas com doenças crónicas evolutivas e dependência funcional grave
por doença física ou psíquica, progressiva ou permanente;
Pessoas que sofrem de uma doença em situação terminal;
Pessoas que sofrem de uma síndrome de demência;
Pessoas com situações transitórias de dependência
A. Unidades de internamento:
Unidades de convalescença – até 30 dias; prolongamento mais económico
do cuidado imediato; doentes dependentes por perda transitória de
autonomia; ex.: pós-operatório, doença crónica com descompensação;
Unidades de média duração e reabilitação – entre 30 a 90 dias; doentes com
uma doença de base aguda/crónica, que se encontram em fase de
recuperação: necessitam continuação de um tratamento ou supervisão
clínica continuada; ex.: AVC, fraturas de fémur;
Unidades de longa duração e manutenção – mais de 90 dias; pessoas com
doenças/processos crónicos que apresentam diferentes níveis de
dependência e diversos gruaus de complexidade clínica e que não podem
ser atendidas no domicílio por falta de apoio social, dificuldades de apoio
familiar ou descanso familiar; ex.: Alzheimer;
Unidades de cuidados paliativos – doentes em situação clínica complexa e
de sofrimento; doença severa e/ou avançada, incurável e progressiva
B. Equipas hospitalares
EGA = Equipas de gestão de altas; verificam se clientes cumprem critérios
dos CCI e se existem vagas;
EIHSCP = Equipas intra-hospitalares de suporte em cuidados paliativos
54
C. Unidades de dia para cuidados continuados
Serviços de reabilitação e promoção da autonomia – pessoas doentes
idosas, doentes crónicos que requerem cuidados de apoio integrais e
reabilitação em regime diurno ambulatório durante a permanência no seu
domicílio
D. Equipas domiciliárias
Equipas de suporte comunitárias em cuidados paliativos (RNCP) – pessoas
com doenças terminais ou doentes crónicos complexos que estejam no
domicílio e não requeiram internamento;
ECCI = Equipas de cuidados continuados integrados – pessoas idosas, com
doenças crónicas ou terminais e com dependência funcional, que não
possam sair do domicílio e requeiram cuidados continuados periódicos
(saúde e apoio social); ex.: acamados com úlceras de pressão,
pluripatologia…
Cuidados Paliativos
= Cuidados ativos, coordenados e globais, prestados por unidades e equipas
específicas, em internamento ou no domicílio a doentes em situação de sofrimento
decorrente de doença incurável ou grave, em fase avançada e progressiva, assim
como às suas famílias, com o principal objetivo de promover o seu bem-estar e a
sua qualidade de vida, através da prevenção e alívio do sofrimento físico,
psicológico, social e espiritual, com base na identificação precoce e no tratamento
rigoroso da dor e outros sintomas físicos, mas também psicossociais e espirituais;
Atualmente, cerca de 40 milhões de pessoas necessitam deles, 78% delas vivem
em países de rendimentos baixos/médios;
Apenas cerca de 14% das pessoas que precisam deles os recebem;
Regulamentos excessivamente restritivos negam o acesso a alívio adequado da dor
e outros cuidados paliativos;
A falta de treino e consciencialização dos profissionais de saúde constitui uma
barreira para melhorar o acesso aos cuidados
paliativos;
A necessidade global de cuidados paliativos
continuará a aumentar face à carga crescente de
doença não transmissíveis e envelhecimento;
Os cuidados paliativos precoces reduzem
internamentos desnecessários e o uso de serviços
de saúde;
Para que sejam verdadeiros cuidados holísticos, devem ser evidentes:
Comunicação adequada – absolutamente vital, facilita as más notícias,
negação, conluio, perguntas difíceis, reações emocionais;
Coordenação;
Controlo sintomático – escada analgésica; o alívio total da dor implica a
atenção para todos os aspetos da dor (física, zanga, depressão, ansiedade);
55
falta de ar, tosse, hemoptise, estridor, dor pleural, náuseas e vómitos,
obstipação, anorexia, diarreia, fraturas, doenças do cuidador)
Continuidade;
Formação contínua;
Apoio aos cuidadores;
Cuidados especiais na fase de agonia;
Suporte e apoio emocional;
Espiritual e religioso;
Apoio no luto;
SPIKES = uma estratégia para a partilha de maus prognósticos ou diagnósticos
sérios
Público-alvo:
Crianças e adultos com malformações congénitas ou outras situações que
dependam de terapêuticas de suporte de vida e/ou apoio de longa duração
para as AVD;
Pessoas com qualquer doença aguda grave e ameaçadora de vida, cujo
tratamento diminui a qualidade de vida (ex.: traumatismo grave, leucemia);
Pessoas com doença crónica progressiva (ex.: neoplasia, insuficiência renal
ou hepática) e independentemente do tratamento com intencionalidade
curativa em curso/instituída;
Pessoas com doença ameaçadora da vida, que escolheram não fazer
tratamento orientado para a doença;
Fases:
56
Doentes em fase terminal
São denominados doentes terminais aqueles doentes sem possibilidades de cura e
que se sabe que a sua morte está próxima;
“Face às características que conhecemos do doente e da sua doença, é possível
dizer que não irá viver mais de 6 meses”;
Critérios:
Presença de uma doença crónica, avançada e incurável;
Não responde ao tratamento curativo;
Presença de numerosos problemas ou sintomas, multifatoriais e em
mudança;
Prognóstico de vida inferior a 6 meses;
Grande impacto emocional no doente, família e equipa
Fontes de sofrimento:
Perda de autonomia e dependência de terceiros;
Sintomas mal controlados;
Alterações da imagem corporal;
Perda de sentido da vida;
Perda da dignidade;
Perda de papéis sociais e estatuto;
Perda de regalias económicas;
Alterações nas relações interpessoais;
Modificações de expectativas e planos futuros;
Abandono;
Necessidades: biológicas, psicológicas, espirituais, sociais, da família;
Estádios de Kubler-Ross:
Os pacientes e as suas famílias normalmente passam pelos mesmos
estádios quando recebem uma má notícia:
1. Negação e isolamento;
2. Raiva;
3. Negociação;
4. Depressão;
5. Aceitação
57
Morte
= Perda irreversível da função cerebral, acompanhada dos sinais mais tradicionais;
Sinais de morte iminente:
Incapacidade de falar e deglutir;
Náuseas, flatulência e distensão abdominal;
Incontinência urinária e fecal;
Perda de movimento, sensibilidade e reflexos;
Redução da temperatura corporal, com pele fria e húmida;
Pulso fraco e irregular;
PA baixa;
Respiração ruidosa, irregular ou de Cheyne-Stokes;
Inquietação e/ou agitação;
Extremidades e áreas dependentes frias, manchas e cianose;
Ortotanásia = morte em boas condições, com alívio dos sintomas físicos e
psicológicos que provocam sofrimento;
Distanásia = morte em más condições, com dor, incómodos e sofrimento. A morte
com mau tratamento da dor e de outros sintomas ou associada a encarniçamento
terapêutico;
Eutanásia = morte intencionalmente provocada por um profissional de saúde; é
legal: na Noruega, Bélgica, Luxemburgo, alguns estados dos EUA, Canada,
Colômbia; na Suíça, permitido o suicídio assistido;
Testamento vital
Documento onde o cidadão pode inscrever os cuidados de saúde que pretende ou
não receber e permite também a nomeação de um procurador de cuidados de
saúde;
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Familiares = devem ser tratados como doente secundário, atendendo às suas
necessidades, visto que, muitas vezes, chegam ansiosos, angustiados, agitados e
inseguros ao hospital; deve-se esclarecer as suas dúvidas sobre a doença e medos acerca
da possível morte do familiar.
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Aula T12
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Avaliação clínica: exame clínico e exames complementares de diagnóstico;
Avaliação física: capacidade física, marcha e equilíbrio e estado
nutricional;
- Visão
ο Perguntar à pessoa idosa se sente dificuldade para ler, ver
televisão, conduzir ou para executar qualquer outra atividade da
vida cotidiana;
ο As respostas positivas devem ser avaliados com o cartão de
Jaeger a uma distância de 35cm com os seus óculos ou lentes
habituais;
ο Fazer o teste com cada olho individualmente e em seguida em
conjunto;
ο Resultados no nível 20/40 serão considerados sem disfunção
- Audição – Teste do sussurro
ο A uma distância de aproximadamente 33 cm, fora do campo
visual da pessoa idosa, sussurrar uma frase simples como
“como se chama?”;
ο Fazê-lo em ambos os ouvidos separadamente;
ο Caso a pessoa idosa não responda, examinar o canal auditivo
para verificar a presença de obstáculos
Avaliação mental: cognitiva e afetiva;
- MEEM – Mini Exame do Estado Mental
Avaliação simples e rápida;
Consiste em dizer o nome de três objetos à pessoa idosa, solicitar
que ela os repita imediatamente e três minutos depois;
A incapacidade de relembrar os nomes indica a necessidade de
realização do teste completo (Pontuação total = 30 pontos. As notas
de corte sugeridas são: analfabetos = 19; 1 a 3 anos de escolaridade
= 23; 4 a 7 anos de escolaridade = 24; > 7 anos de escolaridade =
28);
- A combinação do MEEM com o Questionário de Pfeiffer indicam
uma maior especificidade para a medida de declínio cognitivo mais
grave;
Avaliação funcional: autonomia e independência;
Avaliação social: família, habitat, recursos económicos e rede social
Instrumentos – simplicidade, fiabilidade, validade, de execução fácil, pouco
demorados, bem aceites pela pessoa idosa
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Escala de Depressão Geriátrica = questionário de 15 perguntas com
respostas dicotómicas (sim/não) que avalia como a pessoa idosa se tem
sentido durante a última semana; não substitui uma entrevista de
diagnóstico com profissionais da área da saúde mental; é uma ferramenta
útil de rastreio para facilitar a avaliação da depressão em pessoas idosas
Avaliação da mobilidade
Função dos MMSS;
Função dos MMII;
Avaliação de equilíbrio e marcha – através do protocolo de Mary Tinneti, 1986 –
quanto menor a pontuação maior o problema (< 19 indica um risco de queda 5
vezes maior)
Avaliação funcional
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- Integra numa só escala, itens relativos às várias dimensões da
qualidade de vida e bem-estar do idoso
Lembrar o cuidador!
80% dos cuidados prestados a pessoas idosas são informais/gratuitos;
O elevado stress do cuidador está correlacionado com o aumento do risco de
institucionalização, mortalidade do cuidador, abuso e negligência;
A educação e apoio ao cuidador = fundamentais para manter o doente em casa e
seguro;
Aplicação da Zarit Caregiver Burden Interview
Avaliar o stress do cuidador de idosos com dificuldade no desempenho das
ATV;
Entrevista deve ser realizada com o cuidador principal e na ausência do
idoso;
Lista de afirmações que refletem como as pessoas, algumas vezes, se
podem sentir quando cuidam de outra pessoa;
Depois de cada afirmação, deve ser indicado com que frequência o
cuidador se sente em relação ao que se pergunta (nunca, raramente,
algumas vezes, frequentemente ou sempre)
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Scores altos indicam stress dos cuidadores e, nestes casos, a equipa deve
discutir o planeamento das intervenções mais adequadas
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Preparar o corpo para a morte
Objetivo = garantir que o corpo apresenta aparência natural;
Material:
Luvas não esterilizadas;
Lençol;
Bata descartável (de acordo com as normas do serviço);
Saco de sujos – um branco (risco biológico), um preto (comum) e um
vermelho (anatómico/sangue); contentores – objetos cortantes;
Saco de roupa suja;
Fralda descartável;
Algodão/compressas;
Adesivo;
Ligaduras;
Material para higiene do corpo (água, toalhetes ou esponja de banho,
compressas e toalhas);
Etiquetas de identificação;
Lista dos objetos pessoais;
Tesoura de pontas redondas;
Pente/escova de cabelo
Adotar atitudes e comportamentos, tanto passivos como ativos, adequados à
manifestação de respeito e com a maior dignidade e sensibilidade
Proporcionar à família a oportunidade de ver o corpo – forma de despedida. Deve-
se: preparar e arrumar o quarto, para minimizar a intensidade da experiência;
adequar a iluminação – a iluminação mais ténue suaviza os traços – e proporcionar
cadeiras; assistir os familiares e despender o tempo necessário à família em luto. A
família também pode querer participar nos cuidados ao corpo;
Ter em conta os aspetos relacionados com as Crenças, a Fé, a Religião e a
Espiritualidade – da pessoa que morreu e da sua família.
Se existem indícios legais para doação de órgãos, devem ser imediatamente
tomadas as medidas adequadas.
A preparação do corpo deve ser iniciada com a maior brevidade possível e
executada com o melhor, para se evitarem danos nos tecidos, tendo em conta as
alterações fisiológicas do corpo após a morte
Livor mortis
60-90 após a morte;
Aparecimento de manchas arroxeadas/azuladas na pele devido à rutura dos
glóbulos vermelhos – associado ao efeito da gravidade sobre o sangue;
Colocar uma almofada sob a cabeça de forma a preveni-lo
Algor mortis
Redução gradual da temperatura do corpo, com consequente perda de
elasticidade cutânea
Rigor mortis
Rigidez do corpo resultante da contração dos músculos por falta do
trifosfato de adenosina;
Inicia-se 2-4 horas após a morte;
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Primeiro, músculos do maxilar e progride até aos pés, estando completo
após 6-8 horas da morte;
Desaparece após 96 horas
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Violência
Uso intencional de força física/emocional/social ou poder, ou como ameaça contra
si próprio, outra pessoa, um grupo ou uma comunidade, que resulte ou tem grande
probabilidade de resultar em ferimentos, mortes, danos psicológicos,
desenvolvimento prejudicado ou privação;
NOTA: Unidade responsável por conhecer os seus indivíduos e as suas famílias:
USF. Caso não haja: UCP
Violência Física
Qualquer comportamento que implique agressão física, por exemplo, crimes de
ofensa à integridade física, maus tratos físicos, sequestro, intervenções e
tratamentos médicos arbitrários;
Sinais de possível violência física:
Lesões sem explicação como feridas, arranhões, nódoas negras ou
cicatrizes recentes;
Fraturas ósseas, luxações ou rutura de ligamentos;
Relato de excesso de medicamentos ou aparente incapacidade para aderir à
terapêutica (as embalagens estão mais cheias do que o esperado);
Lentes ou armações de óculos partidas;
Sinais de ter sida amarrado, isto é, marcas de cordas nos pulsos
Violência Psicológica/Verbal
É a segunda causa mais comum de violência sobre pessoas idosas, imediatamente
a seguir à negligência;
Provocar intencionalmente na pessoa idosa dor, angústia através de ameaças,
humilhações ou intimidação de forma verbal ou não verbal, por exemplo, insultos,
ameaças, humilhação, intimidação, isolamento social, proibição de atividades;
Sinais de possível violência psicológica/verbal:
A pessoa idosa encontra-se emocionalmente perturbada;
Aparenta isolamento;
Insónias;
Medo das outras pessoas;
Depressão não habitual;
Manifesta uma recusa inexplicável em participar nas atividades normais;
Depreciação e/ou ameaças por parte dos membros da família
Violência Sexual
Violência na qual o agressor abusa do poder que tem sobre vítima para obter
gratificação sexual, sem o seu consentimento, sendo induzida ou obrigada a
práticas sexuais com ou sem violência;
Sinais de possível violência sexual:
Nódoas negras nos seios ou genitais;
Doenças venéreas ou infeções genitais inesperadas;
Hemorragia genital ou anal sem explicação;
Roupa interior rasgada, manchada ou com sangue
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Negligência e Abandono
É o ato de omissão de auxílio do responsável pela pessoa idosa em providenciar as
necessidades básicas, necessárias à sobrevivência;
Ex.: crime de omissão de auxílio e não providenciar acesso a cuidados de saúde;
Sinais de possível Negligência e Abandono:
Perda de peso, má nutrição, desidratação;
Falta de condições de higiene do quarto;
Encontrar-se sujo ou sem ter tomado banho;
Roupa ou agasalhos inadequados para a estação do ano;
Falta de condições de segurança da habitação (aquecimento, material
elétrico sem proteção);
Desaparecimento do idoso em local público
Violência Financeira/Económica
Qualquer prática que visa a apropriação ilícita do património de uma pessoa idosa
e pode ser realizada por familiares, profissionais e instituições;
Práticas de violência financeira/económica:
Forçar a pessoa a assinar um documento, sem lhe explicar para que fim se
destina;
Forçar a pessoa idosa a celebrar um contrato ou a alterar o seu testamento;
Forçar a pessoa idosa a fazer uma procuração ou ultrapassar os poderes de
mandato;
Tomar decisões sobre o património de uma pessoa sem a sua autorização;
Mudanças suspeitas de beneficiários de testamentos, seguros ou de bens;
Forçar a pessoa idosa a fazer uma doação
Violência Doméstica
Infligir, de forma continuada ou não, maus tratos físicos ou psíquicos, a pessoa
particularmente indefesa em razão da sua idade ou dependência económica que
consigo coabite;
Ex.: castigos corporais, privações da liberdade e ofensas sexuais;
O crime de violência doméstica é público, isto é, qualquer pessoa que saiba ou
suspeite que uma pessoa idosa está a ser vítima deste crime tem a obrigação de
denunciar;
Local onde ocorrem os maus tratos:
Na casa do próprio idoso;
Na casa do possível agressor;
Na rua;
Nas instituições de longa permanência
Situações de risco para atos de violência
Dependência física – sem condições de desenvolver as suas AVD;
Dependência psíquica – associada a transtornos mentais;
Dependência emocional – associada a carência afetiva;
Isolamento social da pessoa idosa
Riscos associados
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Ao agressor:
- É principalmente o filho;
- Único cuidador;
- Vive na mesma casa que a pessoa idosa;
- É financeiramente dependente da pessoa idosa;
- É consumidor de álcool e/ou drogas;
- Vínculos afetivos fragilizados;
- Submete o idoso a isolamento social;
- É agressivo nas suas relações familiares;
- Foi vítima de violência perpetrada pelo idoso;
- Foi vítima de violência doméstica
A questões estruturais:
- Baixos rendimentos;
- Discriminação etária;
- Não cumprimento das leis que protegem os idosos
A questões institucionais:
- Profissionais sem competências na área;
- Baixos salários;
- Sobrecarga de trabalho ou número insuficiente de profissionais;
- Escassez de recursos materiais;
- Normas de funcionamento inadequadas;
- Falta de controlo e fiscalização
Recomendações
Aos profissionais:
Avaliar periodicamente o nível de dependência da pessoa nas suas AVD
(quanto maior a dependência, maior será o risco da ocorrência de
violência);
Incentivar que os idosos participem em atividades sociais e lazer;
Detetar situações e fatores de risco e a efetiva intervenção;
Criar uma relação de confiança e recetividade – profissional e idoso para
propiciar um diálogo aberto face às possíveis situações de violência;
Orientar os familiares sobre o processo do envelhecimento
Às pessoas idosas:
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Ter amigos que o possam visitar;
Participar em atividades físicas, sociais e da comunidade (ex: centros de
convivência, voluntariado…)
Ter o controlo do seu cartão bancário, não fornecendo o código a estranhos
ou a pessoas que não dão a sua confiança;
Ter alguém a quem recorrer quando se sentir maltratado
À família e sociedade:
Sensibilizar e consciencializar a família e a sociedade quanto a violência
praticada contra a pessoa idosa através de campanhas educativas, média e
materiais educativos;
Educar a sociedade sobre o processo de envelhecimento
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