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A Lei 13.

467/2017, chamada “reforma” trabalhista ainda nos exigirá


muita reflexão e debate quanto a sua aplicação. Até agora, por exemplo,
não temos um entendimento pacífico de quando devemos aplicar as
novas regras para contratos anteriores a lei. E a confusão não para por aí.
Não há dúvidas que existem diversos pontos controversos entre as
novidades trazidas e os princípios constitucionais e trabalhistas, a própria
Constituição Federal, a legislação previdenciária, súmulas e outros
dispositivos do nosso ordenamento jurídico. Muitos entendem que as
falhas na redação são propositais, já outros sustentam que a rapidez com
que a “reforma” foi montada e aprovada pelo Congresso Federal não nos
possibilitava esperar outro resultado senão essa colcha de retalhos em
que a CLT se transformou com as novidades trazidas.

O fato é que foram feitas alterações que realmente confundiram a cabeça


de muito consultor jurídico, profissional de RH, dos próprios
empregados e empregadores. Um caso claro disso é quanto
aos acidentes de trajeto, que abordaremos no nosso texto hoje.
Mas primeiro, vamos definir o seu conceito.

O acidente de trajeto, também chamado de Acidente in Itinere, é aquele


que acontece durante o deslocamento do empregado, seja da sua
residência para o local de trabalho ou do local de trabalho para sua
residência. Caso ocorra um acidente durante o horário de almoço,
também será considerado como acidente de trajeto.

Esse tipo de acidente era equiparado ao acidente de trabalho, porém,


com a nova legislação trabalhista, isso não seria mais válido.
O antigo texto definia que o período de deslocamento do trabalhador
entre residência-trabalho-residência poderia ser considerado como
jornada de trabalho, já que o empregado ainda estaria à disposição do
seu empregador, mas a nova redação é clara e define que durante seu
deslocamento para ir ao trabalho ou para casa, o empregado NÃO está à
disposição do empregador.

Com a Lei 13.467/2017, o art. 58 passa a ter a seguinte redação:

Art. 58 – § 2º O tempo despendido pelo empregado desde a sua


residência até a efetiva ocupação do posto de trabalho e para o seu
retorno, caminhando ou por qualquer meio de transporte, inclusive o
fornecido pelo empregador, não será computado na jornada de
trabalho, por não ser tempo à disposição do empregador.

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