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Disciplina: Direito Administrativo

Professor: Celso Spitzcovsky


Aula: 11| Data: 28/09/2020

ANOTAÇÃO DE AULA

SUMÁRIO

SERVIDORES PÚBLICOS
Acumulação de cargos
3. Exceções
3.2. Hipóteses de acumulação
4. Mandatos eletivos
5. Sanções

Direito de greve atribuído aos servidores


1. Fundamento
2. Destinatários
3. Extensão
4. Descontos

Aposentadoria
1. Critério
2. Extensão
3. Modalidades

SERVIDORES PÚBLICOS

Acumulação de cargos

3. Exceções

3.2. Hipóteses de acumulação


(Continuação)

d) Juiz com uma de magistério: (Artigo 95, parágrafo único, da CF/88) é permitida apenas uma de magistério na
área pública, desde que comprovada a compatibilidade de horários.

Os ministros do STF podem acumular, inclusive, dos onze, três ministros acumulam o cargo de ministro do STF
com o cargo de ministro no TSE.

A presidência do STF também acumula com o cargo com a presidência do CNJ (Conselho Nacional de Justiça).

A mesma situação envolve os ministros do STJ que, embora não recebam pelo teto, dois deles acumulam com
cargos no TSE.

Essa questão perdeu importância a partir da orientação do STF em abril de 2017, pois não é mais a soma das
remunerações que não pode ultrapassar o teto, mas a remuneração percebida em cada cargo acumulado.

Art. 95. CF/88 – “(...)

CARREIRAS JURÍDICAS
Damásio Educacional
Parágrafo único. Aos juízes é vedado:
I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função,
salvo uma de magistério;
II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em
processo;
III - dedicar-se à atividade político-partidária.
IV - receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições
de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as
exceções previstas em lei; (Incluído pela Emenda Constitucional nº
45, de 2004)
V - exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes
de decorridos três anos do afastamento do cargo por aposentadoria
ou exoneração. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)”

e) A mesma situação vale para o Ministério Público


(Artigo 128, § 5º da CF/88)

Art. 128 CF/88 – “(...)


§ 5º Leis complementares da União e dos Estados, cuja iniciativa é
facultada aos respectivos Procuradores-Gerais, estabelecerão a
organização, as atribuições e o estatuto de cada Ministério Público,
observadas, relativamente a seus membros:
I - as seguintes garantias:
a) vitaliciedade, após dois anos de exercício, não podendo perder o
cargo senão por sentença judicial transitada em julgado;
b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, mediante
decisão do órgão colegiado competente do Ministério Público, por
voto de dois terços de seus membros, assegurada ampla defesa;
b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, mediante
decisão do órgão colegiado competente do Ministério Público, pelo
voto da maioria absoluta de seus membros, assegurada ampla
defesa; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
c) irredutibilidade de vencimentos, observado, quanto à
remuneração, o que dispõem os arts. 37, XI, 150, II, 153, III, 153, § 2º,
I;
c) irredutibilidade de subsídio, fixado na forma do art. 39, § 4º, e
ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 150, II, 153, III, 153, § 2º,
I; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
II - as seguintes vedações:
a) receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários,
percentagens ou custas processuais;
b) exercer a advocacia;
c) participar de sociedade comercial, na forma da lei;
d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função
pública, salvo uma de magistério;
e) exercer atividade político-partidária, salvo exceções previstas na
lei.

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e) exercer atividade político-partidária; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
f) receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de
pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as
exceções previstas em lei. (Incluída pela Emenda Constitucional nº
45, de 2004)”

Observação: com relação a acumulação de cargos, a legislação infraconstitucional não pode estabelecer limite de
horas, pois se revela inconstitucional. A tese já ficou consolidada no STF e STJ.

No STF a tese foi fixada num agravo em recurso extraordinário, portanto, com repercussão geral (Ag RExt
1.246.685 – julgado em março 2020), que resultou na seguinte tese de repercussão geral: “as hipóteses
excepcionais, autorizadoras de acumulação de cargos sujeitam-se unicamente a existência de compatibilidade de
horários e verificada no caso concreto, ainda que haja norma infraconstitucional que limite a jornada semanal.”

Se houver norma constitucional limitando jornada semanal, que não pode ser superior a 60h (sessenta horas)
normalmente, essa regra é inconstitucional. A mesma orientação foi dada ao nível do STJ.

4. Mandatos eletivos

Como regra geral, proíbe-se a acumulação de cargo com mandato eletivo.

Há uma exceção: o artigo 38, III, da CF/88 autoriza a acumulação apenas com mandato de vereador e se houver
compatibilidade de horários.

Exemplos: município do porte de São Paulo, que é o maior de todos, em que a Câmara funciona todos os dias, o
dia inteiro, não é possível a acumulação.

Município pequenos, como Serra da Boa Esperança em MG (com pouco mais de oitocentos habitantes), Águas de
São Pedro no interior de SP, em que Câmara funciona uma vez na semana ou a cada quinze dias, em horários
alternativos, será possível a acumulação.

Art. 38. CF/88 – “Ao servidor público da administração direta,


autárquica e fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-
se as seguintes disposições: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará
afastado de seu cargo, emprego ou função;
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo,
emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua
remuneração;
III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de
horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função,
sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo
compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior;
IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de
mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos os
efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;

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V - para efeito de benefício previdenciário, no caso de afastamento,
os valores serão determinados como se no exercício estivesse.”

5. Sanções

A sanção que será aplicada em caso de acumulação ilegal de cargos não aparece ao nível constitucional, mas na
Lei 8.112/90, no artigo 132, XII, que prevê a pena de demissão dos dois cargos acumulados.

Art. 132. Lei 8.112/90 – “A demissão será aplicada nos seguintes


casos:
(...)
XII - acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas;”

Essa mesma lei, nos artigos 132 e 133, prevê para aplicação dessa pena, como de qualquer outra, a abertura de
processo administrativo, assegurados o contraditório e ampla defesa.

Art. 133. Lei 8.112/90 – “Detectada a qualquer tempo a acumulação


ilegal de cargos, empregos ou funções públicas, a autoridade a que se
refere o art. 143 notificará o servidor, por intermédio de sua chefia
imediata, para apresentar opção no prazo improrrogável de dez dias,
contados da data da ciência e, na hipótese de omissão, adotará
procedimento sumário para a sua apuração e regularização imediata,
cujo processo administrativo disciplinar se desenvolverá nas
seguintes fases: (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
I - instauração, com a publicação do ato que constituir a comissão, a
ser composta por dois servidores estáveis, e simultaneamente indicar
a autoria e a materialidade da transgressão objeto da
apuração (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
II - instrução sumária, que compreende indiciação, defesa e
relatório; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
III - julgamento. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
§ 1o A indicação da autoria de que trata o inciso I dar-se-á pelo nome
e matrícula do servidor, e a materialidade pela descrição dos cargos,
empregos ou funções públicas em situação de acumulação ilegal, dos
órgãos ou entidades de vinculação, das datas de ingresso, do horário
de trabalho e do correspondente regime jurídico. (Redação dada pela
Lei nº 9.527, de 10.12.97)
§ 2o A comissão lavrará, até três dias após a publicação do ato que a
constituiu, termo de indiciação em que serão transcritas as
informações de que trata o parágrafo anterior, bem como promoverá
a citação pessoal do servidor indiciado, ou por intermédio de sua
chefia imediata, para, no prazo de cinco dias, apresentar defesa
escrita, assegurando-se-lhe vista do processo na repartição,
observado o disposto nos arts. 163 e 164. (Redação dada pela Lei nº
9.527, de 10.12.97)
§ 3o Apresentada a defesa, a comissão elaborará relatório conclusivo
quanto à inocência ou à responsabilidade do servidor, em que
resumirá as peças principais dos autos, opinará sobre a licitude da

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acumulação em exame, indicará o respectivo dispositivo legal e
remeterá o processo à autoridade instauradora, para
julgamento. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
§ 4o No prazo de cinco dias, contados do recebimento do processo, a
autoridade julgadora proferirá a sua decisão, aplicando-se, quando
for o caso, o disposto no § 3o do art. 167. (Incluído pela Lei nº 9.527,
de 10.12.97)
§ 5o A opção pelo servidor até o último dia de prazo para defesa
configurará sua boa-fé, hipótese em que se converterá
automaticamente em pedido de exoneração do outro cargo. (Incluído
pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
§ 6o Caracterizada a acumulação ilegal e provada a má-fé, aplicar-se-á
a pena de demissão, destituição ou cassação de aposentadoria ou
disponibilidade em relação aos cargos, empregos ou funções públicas
em regime de acumulação ilegal, hipótese em que os órgãos ou
entidades de vinculação serão comunicados. (Incluído pela Lei nº
9.527, de 10.12.97)
§ 7o O prazo para a conclusão do processo administrativo disciplinar
submetido ao rito sumário não excederá trinta dias, contados da data
de publicação do ato que constituir a comissão, admitida a sua
prorrogação por até quinze dias, quando as circunstâncias o
exigirem. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
§ 8o O procedimento sumário rege-se pelas disposições deste artigo,
observando-se, no que lhe for aplicável, subsidiariamente, as
disposições dos Títulos IV e V desta Lei. (Incluído pela Lei nº 9.527, de
10.12.97)”

A lei prevê a possibilidade de se notificar o servidor antes da abertura de processo de que está acumulando de
forma ilegal. Se o servidor responder de forma positiva, ele pode abrir mão de um dos cargos acumulados e pedir
a sua exoneração desse cargo. Nesse caso, a situação se resolve assim, será exonerado de apenas um dos cargos.

Contudo, se não reconhecer, abre-se um processo administrativo disciplinar. Até o término do prazo para defesa
ele também terá nova oportunidade para abrir mão de um dos cargos. Se não o fizer e ao término do processo
administrativo for condenado, perde os dois cargos, será demitido dos dois.

Direito de greve atribuído aos servidores

1. Fundamento
(Artigo 37, VII da CF/88)

Art. 37 CF/88 – “(...)


VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites
definidos em lei específica; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)”

O direito de greve está assegurado aos servidores nos termos e limites fixados em lei específica (lei ordinária).

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Em 1988 a Constituição estabeleceu que os termos e limites seriam fixados em lei complementar. A partir de
1998 passou-se a exigir apenas lei ordinária, com o objetivo de facilitar a aprovação. Contudo, até hoje não há lei
disciplinando o assunto.

Nesse sentido, o Judiciário decidiu que, enquanto não fosse aprovada a lei de greve para os servidores, se
aplicará, no que couber, as regras previstas na Lei 7.783/89 (Lei de greve para a iniciativa privada).

2. Destinatários

São os servidores públicos, mas nem todos.

A CF/88, no artigo 142, § 3º, IV, dispõe que o servidor militar está proibido de deflagrar movimento grevista por
trabalhar com a questão relacionada a preservação da soberania do Estado.

Art. 142. CF/88 – “As Forças Armadas, constituídas pela Marinha,


pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais
permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na
disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e
destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes
constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.
(...)
§ 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares,
aplicando-se-lhes, além das que vierem a ser fixadas em lei, as
seguintes disposições: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de
1998)
(...)
IV - ao militar são proibidas a sindicalização e a greve; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 18, de 1998)”

Por interpretação a regra constitucional, o STF, em abril de 2017, quando da análise de um agravo em recurso
extraordinário (Ag RExt 654.432/GO), estendeu a proibição de greve para servidores civis integrantes de carreiras
ligadas à segurança pública, que são aquelas relacionadas ao longo do artigo 144 da CF/88 (policial civil, policial
rodoviário, corpo de bombeiros, polícia penal [antigos agentes penitenciários]).

Art. 144. CF/88 – “A segurança pública, dever do Estado, direito e


responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem
pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos
seguintes órgãos:
I - polícia federal;
II - polícia rodoviária federal;
III - polícia ferroviária federal;
IV - polícias civis;
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.
VI - polícias penais federal, estaduais e distrital. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 104, de 2019)
(...)”

3. Extensão

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Por conta de previsões estabelecidas ao longo dos artigos 10, 11 e 12 da Lei 7.783/89 fica proibida greve total no
serviço público.

Um percentual dos serviços tem que permanecer à disposição da população, principalmente em serviços de
caráter essencial.

Qual é o percentual que deve ser mantido?

O parâmetro envolve a situação julgada em 2014, envolvendo a greve do metrô às vésperas da abertura da Copa
do Mundo. Em junho de 2014 as ruas próximas ao estádio que sediou a abertura da Copa do Mundo foram
interditadas. Criou-se uma linha de metrô específica para atender de forma direta as pessoas que assistiriam ao
jogo. Foi feita toda uma mobilização para que o acesso ao estádio fosse feito através de transporte público
(metrô). Contudo, às vésperas do evento, o metrô entrou em greve. Em razão disso, foi determinado que nos
horários de pico 100% (cem por cento) da atividade deveria ser mantida à disposição da população. Contudo, nos
intervalos esse percentual poderia baixar.

O que é período de pico em São Paulo?

É o horário que o trabalhador vai de casa para o trabalho e do trabalho para casa.

Art. 10 Lei 7.783/89 – “São considerados serviços ou atividades


essenciais:
I - tratamento e abastecimento de água; produção e distribuição de
energia elétrica, gás e combustíveis;
II - assistência médica e hospitalar;
III - distribuição e comercialização de medicamentos e alimentos;
IV - funerários;
V - transporte coletivo;
VI - captação e tratamento de esgoto e lixo;
VII - telecomunicações;
VIII - guarda, uso e controle de substâncias radioativas,
equipamentos e materiais nucleares;
IX - processamento de dados ligados a serviços essenciais;
X - controle de tráfego aéreo e navegação aérea; e (Redação dada
pela Medida Provisória nº 866, de 2018)
XI compensação bancária.
XII - atividades médico-periciais relacionadas com o regime geral de
previdência social e a assistência social; (Incluído pela Lei nº 13.846,
de 2019)
XIII - atividades médico-periciais relacionadas com a caracterização
do impedimento físico, mental, intelectual ou sensorial da pessoa
com deficiência, por meio da integração de equipes
multiprofissionais e interdisciplinares, para fins de reconhecimento
de direitos previstos em lei, em especial na Lei nº 13.146, de 6 de
julho de 2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiência); e (Incluído pela
Lei nº 13.846, de 2019)

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XIV - outras prestações médico-periciais da carreira de Perito Médico
Federal indispensáveis ao atendimento das necessidades inadiáveis
da comunidade. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019)”

Art. 11. Lei 7.783/89 –Nos serviços ou atividades essenciais, os


sindicatos, os empregadores e os trabalhadores ficam obrigados, de
comum acordo, a garantir, durante a greve, a prestação dos serviços
indispensáveis ao atendimento das necessidades inadiáveis da
comunidade.
Parágrafo único. São necessidades inadiáveis, da comunidade aquelas
que, não atendidas, coloquem em perigo iminente a sobrevivência, a
saúde ou a segurança da população.”

Art. 12. Lei 7.783/89 – No caso de inobservância do disposto no


artigo anterior, o Poder Público assegurará a prestação dos serviços
indispensáveis.”

4. Descontos

Quanto aos descontos, a data-base é 27/10/2016. Até esta data o STF tinha o entendimento quanto a proibição
da incidência de descontos sobre os dias de paralisação.

A partir desta data, o STF através da apreciação do Recurso Extraordinário 693.456, autorizou o desconto dos dias
de paralisação. Há duas exceções:

- a menos que as partes entrem num acordo quanto a compensação dos dias;

- se a greve resultou de uma atitude ilegal do poder público. Exemplo: não pagamento de remuneração ou
pagamento com atraso.

Aposentadoria

1. Critério

Há alguns detalhes importantes resultantes da EC nº 103/2019.

O critério é o tempo de contribuição. Esse critério vem desde EC nº 20/98. A emenda substituiu o critério do
tempo de serviço pelo tempo de contribuição.

Só é possível comprovar esse critério através de provas documentais, pré-constituídas. Prova testemunhal não
resolve.

2. Extensão

No artigo 40, § 9º, a Constituição autoriza a utilização de qualquer tempo de contribuição na esfera pública. O
servidor que trabalhar em uma esfera de Governo, ao mudar para outra esfera leva o tempo de contribuição.
Qualquer tempo de contribuição na área pública será considerado para aposentadoria.

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Art. 40 CF/88 – “(...)
§ 9º O tempo de contribuição federal, estadual, distrital ou municipal
será contado para fins de aposentadoria, observado o disposto nos
§§ 9º e 9º-A do art. 201, e o tempo de serviço correspondente será
contado para fins de disponibilidade. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 103, de 2019)”

Já com relação àquele que trabalhar na iniciativa privada e contribuir para o regime geral da previdência social, o
artigo 201, § 9º da CF/88 permite que se utilize o período de contribuição da área privada para o setor público e
vice e versa. Os regimes de aposentadoria vão se compensar financeiramente entre si.

Art. 201 CF/88 – “(...)


§ 9º Para fins de aposentadoria, será assegurada a contagem
recíproca do tempo de contribuição entre o Regime Geral de
Previdência Social e os regimes próprios de previdência social, e
destes entre si, observada a compensação financeira, de acordo com
os critérios estabelecidos em lei. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 103, de 2019)”

3. Modalidades
(Artigo 40, § 1º, da CF/88)

Art. 40 CF/88 – “(...)


§ 1º O servidor abrangido por regime próprio de previdência social
será aposentado: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103,
de 2019)
I - por incapacidade permanente para o trabalho, no cargo em que
estiver investido, quando insuscetível de readaptação, hipótese em
que será obrigatória a realização de avaliações periódicas para
verificação da continuidade das condições que ensejaram a
concessão da aposentadoria, na forma de lei do respectivo ente
federativo; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de
2019)
II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de
contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta e
cinco) anos de idade, na forma de lei complementar; (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 88, de 2015) (Vide Lei Complementar
nº 152, de 2015)
III - no âmbito da União, aos 62 (sessenta e dois) anos de idade, se
mulher, e aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e, no
âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, na idade
mínima estabelecida mediante emenda às respectivas Constituições
e Leis Orgânicas, observados o tempo de contribuição e os demais
requisitos estabelecidos em lei complementar do respectivo ente
federativo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de
2019)”

Há três modalidades em caráter meramente exemplificativo:

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i) aposentadoria compulsória;
ii) aposentadoria por incapacidade permanente para o trabalho (despareceu o rótulo aposentadoria por
invalidez);
iii) aposentadoria voluntária.

a) Aposentadoria compulsória

Fato gerador: atingimento do limite máximo de idade previsto na Constituição, que é de 75 (setenta e cinco)
anos.

É um ato vinculado, pois o administrador não tem espaço para juízo de valor, se o servidor completou a idade tem
que aposentar. Juízes e promotores estão incluídos nessa regra.

b) Aposentadoria por incapacidade permanente para o trabalho

Incapacidade temporária não leva a aposentadoria.

É um ato discricionário, pois a junta médica tem liberdade para fazer um juízo de valores de conveniência e
oportunidade.

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