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Direito Ambiental
Janaina Mascarenhas
2023
Sumá rio
DIREITO AMBIENTAL - INTRODUÇÃO.....................................................................3
MEIO AMBIENTE...........................................................................................................5
PRINCIPIOS E OBJETIVOS DA PNMA......................................................................10
REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS..........................................................................16
LEI 6.938/81 POLITICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE...................................20
POLÍTICA NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS (Lei nº 9.433/1997).................27
RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA AMBIENTAL......................................29
RESPONSABILIDADE CIVIL AMBIENTAL..............................................................36
SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO (L. 9985/00)............40
CÓDIGO FLORESTAL (Lei 12.651/12)........................................................................44
FLORESTAS PÚBLICAS (Lei 11.284/2006)................................................................48
LEI DE BIODIVERSIDADE (L. 13.123/2015)..............................................................50
CRIMES AMBIENTAIS (L. 9605/98)...........................................................................53
DIREITO AMBIENTAL - INTRODUÇÃO
Evolução histórica
No Estado Liberal
Rule of law, juiz como mera mera boca da lei, a atividade jurídica era subsuntiva. O
Estado liberal tinha postura passiva, de abstenção para garantir os direitos de
liberdade. Após a Segunda Guerra Mundial ficou evidenciado que o positivismo era
insuficiente para a proteção dos direitos fundamentais, sendo necessária uma postura
mais ativa do Estado.
Estado Social.
Postura mais ativa do executivo e dos juízes na tutela dos direitos. A crise de 1929
dos EUA também foi paradigma para o crescimento do Estado Social. A primazia deixa
de ser do Legislativo e passa a ser do Executivo.
Por fim, no séc XXI tem-se o Estado Constitucional Ecológico que busca otimizar a
relação entre desenvolvimento e meio ambiente (desenvolvimento sustentável). Não
basta tutelar direitos fundamentais mas também garantir condições de vida digna.
Essa é a ideia do socioambientalismo, ou seja, proteger o meio-ambiente para garantir
a vida digna do homem, corrente que se opõe ao preservacionismo, referente à
preservação do ambiente como fim em si mesmo, sem utilidade ao homem.
Três fases do direito ambiental
a) Individualista – Propriedade individual absoluta, não há preocupação com meio
ambiente.
b) Fragmentária – proteção pela utilidade econômica, época do Código de Aguas,
de Minas e Florestal (1965).
c) Holística – não há preocupação unicamente com valor econômico, mas uma
proteção sistemática, visando garantir condições dignas de vida dessa e das
próximas gerações.
Classificação dos juízes de Garapon:
a) Juízes boca da lei/ oráculos Diálogo da economia com direito ambiental
b) Juiz descentralizado, trabalhador social, que tem Dumping social -praticas desumanas no MA
que atingir metas. do trabalho; debate entre nacionalistas x
c) Justiça participativa (sociedade aberta de globalistas;
interpretes - Haberle) trabalha outras formas de Diálogo com direito tributário
resolução de conflitos como conciliação.
ICMS ecológico, isenção de ITR para
Relação com outros ramos Reserva Particular do Patrimônio Natural,
sanções premiais (atuação do estado sobe
a economia por meio de indução), aumento
de tributos nos produtos que trazem danos
ao ambiente.
Com a economia – Preservacionismo x Socioambientalismo. Preservação do ambiente
como um estorvo era a visão clássica, superada pela ideia de preservação do ambiente
para garantir a vida digna do homem e a sustentabilidade da economia para essa e
futuras gerações.
Com a política – Globalistas (ex: Macron, França) x Nacionalistas (ex: Trump, EUA)
Os nacionalistas rechaçam o grande intervencionismo na economia, enquanto os
globalistas entendem que todos os Estados devem agir criando normas para proteger o
ambiente.
Por absorção
Atuação no domínio
econômico
Por participação
STF decidiu que lei estadual não pode determinar casos de exclusão de EIA,
pois essa determinação é exercício do poder de polícia, que cabe ao executivo.
Tambem não pode lei estadual retirar hipótese de licenciamento de minério
nuclear, competência da União.
Art. 3º
O princípio do poluidor-pagador determina que aquele que causa a poluição deve arcar
com os custos da prevenção, mitigação e compensação dos danos advindos dela,
internalizando as externalidades negativas e utilizando recursos econômicos para
promover a compensação do dano.
Informativo nº 574 do STJ – Não tem direito ao dano moral pescadores artesanais
profissionais que sofreram consequências com a instalação lícita de hidrelétrica.
É cumulável obrigação de fazer com obrigação de pagar pelo período em que o meio
ambiente ficou desmatado (dano interino). Também é cumulável com dano moral. Essa
discussão surgiu pela prevalência do princípio da restitutio in integrum, e a lei da ação
civil pública usa conjunção alternativa, fala em “ou” (art. 3º), que virou aditivo pela
interpretação sistemática e teleológica da lei. Pode ser cumulada recomposição com
dano moral coletivo, reflorestamento com pagamento por danos materiais.
Se a reparação for imediata não cabe indenização, em regra REsp 1.328.753-MG STJ,
2013, pelo dano interino, mas pode ser condenada nos casos em, no futuro, se verifica
que aquela recomposição não foi suficiente para colmatar todas as facetas do dano
ambiental, que há um dano reflexo/residual.
Degradação transitória/dano interino – o tempo que fica sem recompor, entre o dano e a
recuperação natural.
Dano moral coletivo – também deve estar incluído na indenização. Auferido in re ipsa
pelo dano atingir de modo sensível toda a comunidade.
A pessoa jurídica de direito publico interno também pode ser responsabilizada por
omissão na fiscalização quando a falha do dever de fiscalizar for determinante para a
concretização ou o agravamento do dano causado (Tese 8 STJ). O Estado pode ajuizar
ação regressiva contra o agente privado e nesta fazer uso da desconsideração da
personalidade jurídica se comprovar confusão patrimonial ou desvio de finalidade.
STJ REsp 1.114.398-PR, 2012 – Dano moral individual ao pescador por ato ilícito
(vazamento de óleo em rio). Exclui da reparação o período de defeso, porque já é
coberto pelo seguro-defeso.
Informativo nº 574 do STJ – Não tem direito ao dano moral pescadores artesanais
profissionais que sofreram consequências com a instalação lícita de hidrelétrica. [mas
material sim]
STJ REsp 1.373.788-SP, 2014, Info 544 – Responsabilidade objetiva pelo risco integral
de pessoa que coloca lixo tóxico ao céu aberto expondo a risco aqueles que manuseiam
o lixo.
STJ, AgRg no REsp 1.365.277-RS, 2014 – Prescrição para cobrança do dano privado
tem como termo inicial o conhecimento do dano e da autoria. Dano decorrente de
tratamento dos postes que contamina lençóis freáticos é dano ao consumidor
(bystandards), podendo ser usado diretamente o prazo do CDC.
STF, TEMA 999, 2020 – É imprescritível a pretensão de reparação civil por dano
ambiental. Esse caso era de um dano ocorrido ANTES DA CF eo STF entendeu que
mesmo para atos anteriores a 1988 aplica-se a imprescritibilidade e não o prazo de 5
anos de Ação Popular.
Há dano moral coletivo (reparação coletiva) mas esse em regra é prescritível. Apenas
será imprescritível nos casos em que for dano difuso, à toda a coletividade,
considerando-se a extensão do dano. Não precisa haver abalo psíquico ou dor, basta a
violação objetiva dos direitos da personalidade e coletivos.
OBS: Ecocídio (Valérie Cabanes): interpretação ampliada dos crimes contra
humanidade, para abarcar os crimes ambientais que atingem as pessoas de modo difuso.
Por isso, pode haver a jurisdição do TPI sobre causas ambientais porque seriam crimes
contra a humanidade. Os precedentes da utilização desse termo foi o uso pelo
americanos do agente laranja na Guerra do Vietnã.
A procuradoria do TPI faz uma interpretação extensiva para abranger no termo a
devastação da Amazônia, emissão de gases na atmosfera, rompimento de barragens e
rejeitos de mineração. O passo mais recente para a persecução criminal daqueles, fora
do contexto de guerra, ocorreu em setembro de 2016, quando o Escritório da Promotoria
do TPI reconheceu a possibilidade de cooperar com os países signatários do Estatuto de
Roma na eventual apuração de delitos ambientais10. Não é, entretanto, uma adesão
formal do ecocídio à competência da Corte
REsp 1.107.219-SP, STJ, 2010 - A tutela ambiental é de natureza fungível, de modo que
a área objeto da agressão ambiental pode ser de extensão maior do que a referida na
inicial e, uma vez que verificada pelo conjunto probatório, não importa julgamento
ultra ou extra petita.
Sumula 629 STJ! - Admite-se a condenação simultânea e cumulativa das obrigações
de fazer, de não fazer e de indenizar na reparação integral do meio ambiente.
É sempre cumulável obrigação de fazer com obrigação de pagar pelo período em que o
meio ambiente ficou desmatado. Também é cumulável com dano moral. Reparação é
gênero do qual são espécies, em ordem de preferência: (i) restauração ao estado
anterior; (ii) compensação por equivalente; (iii) indenização em pecúnia.
Se a reparação for imediata não cabe indenização, em regra REsp 1.328.753-MG STJ,
2013, mas pode ser condenada nos casos em, no futuro, se verifica que aquela
recomposição não foi suficiente para colmatar todas as facetas do dano ambiental, que
há um dano reflexo.
Degradação transitória – o tempo que fica sem recompor, entre o dano e a recuperação
natural.
Degradação remanescente – aquela que perdura, ainda que haja a recomposição, ex:
extinção de alguma espécie ou poluição do lençol freático, radioatividade.
STJ, 2018 – Assinatura de TAC com órgão ambiental (esfera administrativa) não
impede ajuizamento de ação penal pelo MP, pela independência de esferas. O TAC é
proteção mínima.
MPF 4 CCR Enunciado 7 - O MPF tem atribuição para atuar, na área cível, buscando a
prevenção ou reparação de danos ambientais decorrentes da atividade de mineração,
quando:
a) o dano, efetivo ou potencial, atingir bem do domínio federal ou sob a gestão/proteção
de ente federal, tais como unidades de conservação federais e suas respectivas zonas de
amortecimento, rios federais, terras indígenas, terrenos de marinha, bens tombados pelo
IPHAN e seu entorno, sítios arqueológicos e pré-históricos, cavidades naturais
subterrâneas;
b) o dano, efetivo ou potencial, atingir mais de uma unidade da federação ou países
limítrofes;
c) o licenciamento ambiental da atividade se der perante o IBAMA; ou
d) for possível responsabilizar a União, o DNPM, o IBAMA, o ICMBio, o IPHAN ou
outro ente federal pela omissão no dever de fiscalização da atividade.
SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO (L. 9985/00)
Um dos deveres do poder público determinados pela CR/88 é a determinação de
espaços territoriais especialmente protegidos, que podem ser criados por lei ou ato mas
só podem ser suprimidos por lei.
Art. 225 §1º CF
III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus
componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão
permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a
integridade dos atributos que justifiquem sua proteção;
ADI 4717/DF, 2018, Informativo 896 do STF - Impossibilidade de diminuição ou
supressão ou recategorização de espaços territoriais especialmente protegidos por meio
de medida provisória. Requisitos de urgência e relevancia não estão presentes,
necessidade de participação popular. Lei em sentido formal. Proteção deficiente do MA.
1. Conceito de Unidade de conservação (UC)
Lei. 9985/00 Art. 2° Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por:
I - unidade de conservação: espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as
águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituído pelo
Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial
de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção
Para que servem os espaços protegidos? Para proteger os biomas e biodiversidade.
Tem precedentes na reserva de Yellowstone, que tinha como objetivo manter a
biodiversidade mas com caráter antropocêntrico, para o uso pelo homem.
No Brasil, os primeiros foram Parque Nacional de Itatiaia (1937) e o Parque Nacional
de Iguaçu (1939), em Foz do Iguaçu.
2. Classificação
a) Unidades de Proteção Integral (art. 8° SNUC): [EEREBIPANAMONAREVIS]
Estação Ecológica;
o Tem domínio e posse públicos.
o Não precisa de consulta pública para criar
o Só pode visitação para fins educacionais.
Reserva Biológica;
o Tem domínio e posse públicos.
o Não precisa de consulta pública para criar.
o Só pode visitação para fins educacionais
Parque Nacional;
o Tem domínio e posse públicos.
Monumento Natural;
Refúgio de Vida Silvestre;
São as que só admitem uso indireto dos recursos naturais, ou seja, não envolve
consumo, coleta ou dano (art. 7º§1° L. 9.985/00).
OBS: As unidades de conservação em áreas privadas não configuram desapropriação
indireta (demanda a retirada da posse), mas sim limitação administrativa, que só
implica em indenização se retirar total ou parcialmente o conteúdo econômico do bem
(interdição do uso da propriedade). O prazo prescricional para reclamar indenização
pela limitação administrativa é de 5 anos, enquanto que o prazo para reclamar
desapropriação indireta é de 10 anos.
STJ, 1 TURMA, 2020 – Se o proprietário ajuíza ação de desapropriação indireta
quando na verdade era limitação administrativa, estando dentro do prazo de 5
anos, o juiz deve julgar o mérito e não extinguir sem resolução, pelo principio da
instrumentalidade das formas.
OBS2: POPULAÇÕES TRADICIONAIS EM UNIDADES DE PROTEÇÃO
INTEGRAL
Artigo 42 da L. 9985/00 e art. 39 do Dec.4340/2002 determina a realocação das
comunidades tradicionais. Porém o art. 16 da Convenção 169 da OIT afirma que esta
deve ser a última opção (pode ser precedida de desafetação, de recategorização de dupla
afetação). Assim, faz-se juízo de convencionalidade e constitucionalidade para que se
garanta a sobrevivência das culturas tradicionais (at. 68 ADCT)
MPF 6 CCR Enunciado 25 - Os direitos territoriais dos povos indígenas,
quilombolas e outras comunidades tradicionais têm fundamento constitucional
(art. 215, art. 216 e art. 231 da CF 1988; art. 68 ADCT/CF) e convencional
(Convenção nº 169 da OIT). Em termos gerais, a presença desses povos e
comunidades tradicionais tem sido fator de contribuição para a proteção do meio
ambiente. Nos casos de eventual colisão, as categorias da Lei 9.985 não podem
se sobrepor aos referidos direitos territoriais, havendo a necessidade de
harmonização entre os direitos em jogo. Nos processos de equacionamento
desses conflitos, as comunidades devem ter assegurada a participação livre,
informada e igualitária. Na parte em que possibilita a remoção de comunidades
tradicionais, o artigo 42 da Lei 9.985 é inconstitucional, contrariando ainda
normas internacionais de hierarquia supralegal.
Enunciado 22 - Em casos de sobreposição territorial entre comunidades
tradicionais e/ou unidades de conservação, é necessária a realização de estudo
antropológico para contextualizar a dinâmica sociocultural.
Caso CORTE IDH – POVOS KALINA LOKONO X SURINAME – falou
sobre dupla afetação
OBS3: Conselho consultivo: UPI TODAS TEM. Nas UUS: RPPN não tem. Reserva
extrativista e de Desenvolvimento sustentável tem conselho DELIBERATIVO. Reserva
de fauna e Área de Relevante Interesse Ecológico: facultativo.
b) Unidades de Uso Sustentável (art. 14 SNUC)
Area de Proteção Ambiental
o importantes para a qualidade de vida e o bem- RESERVA LEGAL é como se fosse
estar das populações humanas, e tem como UUS.
objetivos básicos proteger a diversidade APP é como se fosse UPI.
biológica, disciplinar o processo de ocupação e
assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos Nenhuma delas é UC de verdade.
naturais. (art. 15 SNUC)
Área de Relevante Interesse Ecológico - pequena
Floresta Nacional
o Tem domínio e posse públicos.
o Pode ter concessão de uso às comunidades tradicionais (tutela do
meio ambiente cultural)
Reserva Extrativista
o Pode ter concessão de uso às comunidades tradicionais
o Tem domínio e públicos.
Reserva de Desenvolvimento Sustentável
o Pode ter concessão de uso às comunidades tradicionais
o Tem domínio públicos.
Reserva de Fauna
o Tem domínio públicos
Reserva Particular do Patrimônio Natural.
o Só em área particular.
o Perpetuidade
o Recreação, turismo, educação, pesquisa.
Permitem o uso direto dos recursos naturais, mas de forma sustentável (art. 7º§2° L.
9985/00).
Podem haver outros espaços atípicos estaduais ou municipais, a critério do CONAMA
(art. 6° §único).
OBS: Pantanal e planícies pantaneiras são Áreas de Uso Restrito, no qual pode haver
exploração ecologicamente sustentável. É vedada a conversão de novas áreas, exceto
por utilidade pública e interesse social. A supressão de vegetação nativa deve ser
autorizada pelo órgão estadual de fiscalização (arts 10 e 11 da L. 12.651/12 – Cod.
Florestal). Tambem é patrimônio nacional (art. 225 §4º CF)
OBS2: Apicuns e salgados (mangues e áreas salgadas) (art. 11-A da L. 12.651/12) são
patrimônio nacional mas não significa que são bens da União. Não atraem a
competência automática da JF.
OBS3: APA E RPPN são exceções para: zona de amortecimento (únicas UC que não
tem, art. 25 SNUC); pesquisa científica com aprovação previa do órgão que administra
(não precisam de aprovação prévia, art. 32 §2° SNUC)
3. Organização do SNUC (art. 6° L. 9985/00)
Se aproxima da organização do PNAMA.
a) Órgão consultivo e deliberativo – CONAMA
o Acompanha a implementação do sistema
b) Órgão central – Ministerio do Meio Ambiente
o Coordena o sistema
c) Órgãos executores: ICMBio e IBAMA (supletivo) e órgãos municipais e
estaduais.
o Implementa o sistema, subsidia as propostas de criação e administra as
UC em suas respectivas áreas de atuação.
4. Requisitos para criação
Lei ou ato normativo
Estudos técnicos
Consulta pública
o Não é deliberação pública, não há votação, mas discussão.
o Parecer do conselho consultivo não equivale a consulta pública.
o Exceções: EEREBI (Estação ecológica e Reserva Biológica)
5. Limitação administrativa provisória
Pode ser criada por até 7 meses, improrrogáveis (art. 22-A) para não desnaturar a razão
de ser da unidade de preservação enquanto são feitos os estudos técnicos para a criação
da UC. Exceção à limitação: atividade agropecuárias, atividades econômicas em
andamento e obras públicas licenciadas.
6. Alteração e supressão de UC
ADI 4717/DF, 2018, Informativo 896 STF – Inconstitucionalidade de MP que diminui
ou suprime UC, por ausência dos requisitos de urgência e relevância e materialmente
porque feriu, no caso, o principio da vedação ao retrocesso (atingiu o núcleo essencial
de proteção do meio ambiente). Só é possível supressão por meio de lei formal (at. 225
§1° , III CF/88), questão ambiental é limite constitucional material implícito para
edição de MP. Julgamento com efeitos ex nunc.
OBS: A conversão da MP em lei não convalida vícios. Pode, portanto, o STF analisar
se seguiu os requisitos de relevância e urgência ainda que já tenha sido convertida.
Informativo 579 do STF - pode ser criada mais de uma UC através de um único
processo administrativo, desde que respeite os requisitos de cada uma delas.
7. Institutos paralelos às UCS
Zona de amortecimento (art. 25 SNUC): é o entorno de uma unidade de conservação,
onde as atividades humanas estão sujeitas a normas e restrições específicas, com o
propósito de minimizar os impactos negativos sobre a unidade. Não tem ZA: APP E
RPPN
Outros: Corredor ecológico, mosaico de UC.
CÓDIGO FLORESTAL (Lei 12.651/12)
Protege não só florestas, como também outros biomas (cerrado, caatinga) e áreas
urbanas. As UC da Lei 9.985/00 são consideradas áreas rurais.
Um dos pontos polêmicos do Código foi o PRA (Programa de Regularização
Ambiental), que permitiu que aqueles que poluíram até o Decreto nº 6.514/2008, 22 de
jul de 2008, que determinou o procedimento para infrações administrativas ambientais,
pudessem, pela segurança jurídica, regularizar a situação e ficar isentos das penalidades
administrativas e criminais.
Houve também a consolidação de áreas usadas em APP e RL(arts. 61-A e 66). Para
APP, a Lei prevê algumas exigências de manter área mínima ao redor de olhos dagua,
curso dagua, lagoas e lagos.
Para a RL não precisa aderir ao PRA, basta escolher entre recompor a área de RL,
permitir a regeneração natural ou compensar (aquisição de cota de reserva ambiental,
arrendamento sob servidão ambiental, doação ao poder publico de área que esteja no
interior de UC, cadastramento de outra área em imóvel de sua propriedade no mesmo
bioma.)
Requisitos do PRA:
CAR (cadastro ambiental rural) + Plano de regularização agrária + recompor toda a
vegetação
O STF afirmou ser constitucional o PRA e que durante o cumprimento dos termos a
prescrição não corre.
Pode haver códigos florestais estaduais e municipais, porque a competência para legislar
é concorrente e a material para proteger é comum. Mas as normas estaduais devem ser
mais protetivas, a lei federal é o piso mínimo.
1. Conceitos importantes (art. 3°)
IV - área rural consolidada: área de imóvel rural com ocupação antrópica preexistente
a 22 de julho de 2008, com edificações, benfeitorias ou atividades agrossilvipastoris,
admitida, neste último caso, a adoção do regime de pousio.
O STF julgou constitucional a recomposição em níveis inferiores nessas áreas rurais
consolidadas.
VII - manejo sustentável: administração da vegetação natural para a obtenção de
benefícios econômicos, sociais e ambientais, respeitando-se os mecanismos de
sustentação do ecossistema objeto do manejo e considerando-se, cumulativa ou
alternativamente, a utilização de múltiplas espécies madeireiras ou não, de múltiplos
produtos e subprodutos da flora, bem como a utilização de outros bens e serviços
II - Área de Preservação Permanente - APP: área protegida, coberta ou não por
vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a
paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna
e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas;
III - Reserva Legal: área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural,
delimitada nos termos do art. 12, com a função de assegurar o uso econômico de modo
sustentável dos recursos naturais do imóvel rural, auxiliar a conservação e a
reabilitação dos processos ecológicos e promover a conservação da biodiversidade,
bem como o abrigo e a proteção de fauna silvestre e da flora nativa;
A obrigação de demarcar, averbar e restaurar reserva legal é um dever jurídico de
natureza real, propter rem, e por isso acompanha a coisa independentemente de nexo ou
culpa do atual proprietário no desmatamento.
2. Limitações ao direito de propriedade
2.1 Área de Preservação Permanente (APP)
É uma área protegida, que pode ser criada por lei ou ato, com o objetivo de preservar a
paisagem, os recursos hídricos, estabilizar a biodiversidade. Ainda que seja devastada
continua sendo APP.
Pode ser em área rural ou urbana
Criada por lei ou ato.
Não incide ITR
Incide IPTU
Em regra não pode sofrer intervenção
Pelo Código Florestal (art. 4º) são APPs:
Margens de curso d’água - entre 30 e 500 metros, contados do leito regular.
Entornos dos lagos naturais – faixa de 30 metros para zona urbana e 100 m para
zona rural.
o Exceção: lagos e rios naturais menores que 1 hectare– não precisa APP
mas não pode nova supressão de vegetação nativa.
o reservatórios artificiais que não são barramento de agua natural
Entorno dos lagos artificiais (barramento) na faixa definida no licenciamento.
Entorno as nascentes na faixa mínima de 50 metros.
Restingas como fixadoras de dunas (e a próprias dunas).
Manguezais
Bordas de tabuleiros e chapadas – faixa mínima de 100 metros.
Áreas mais altas que 1800 metros.
Por ato do executivo são criadas APPs quando declarado o interesse social, com
finalidade de (art. 6º):
Conter erosão do solo.
Proteger várzeas, restingas e veredas.
Abrigar fauna e flora ameaçados.
Proteger áreas úmidas, especialmente as de importância internacional.
Proteger sítios de excepcional beleza, valor histórico, científico.
Proteger faixas ao longo de rodovias e ferrovias.
Auxiliar a defesa do território nacional
Assegurar o bem-estar público.
Intervenção, supressão e responsabilidade
A vegetação deve ser preservada pelo proprietário, possuidor ou ocupante, porque é
obrigação propter rem o dever de recompor.
No entanto, pode ser removida a vegetação em casos excepcionais de:
utilidade pública (art. 3º, VIII) ou
o O STF julgou inconstitucional a expressão “gestão de resíduos” e
“instalações necessárias à realização de competições esportivas
estaduais, nacionais ou internacionais”.
o Nascentes, dunas e restingas somente por utilidade publica
interesse social (art. 3º, IX) ou
baixo impacto ambiental (art. 3º, X).
O STF entendeu deve também não ter alternativa técnica ou locacional para os
casos de utilidade publica e interesse social.
OBS: é possível a supressão sem autorização no caso de urgência, para atividade de
segurança nacional e defesa civil, prevenção e mitigação de acidentes em áreas urbanas.
1 - PROCESSUAL
AUTUAÇÃO
Numeração Ementa Enunciado
(Adequação do Enunciado nº 27 –
4ªCCR, de 11 de fevereiro de 2014.)
COMPETÊNCIA
Numeração Ementa Enunciado
(Adequação do Enunciado nº 9 –
4ª CCR, de 3 de setembro de
2009.)
(Adequação do Enunciado nº 10 –
4ª CCR, de 3 de setembro de
2009.)
c) o licenciamento ambiental da
atividade se der perante o IBAMA;
ou
ATUAÇÃO EM GERAL
Numeração Ementa Enunciado
(Adequação do Enunciado nº 4 – 4ª
CCR, de 17 de setembro de 2013.)
PA DE ACOMPANHAMENTO
Numeração Ementa Enunciado
TAC
Numeração Ementa Enunciado
(Adequação do Enunciado nº 1 – 4ª
CCR, de 15 de dezembro de 2005.)
OCUPAÇÃO DE DUNAS
Numeração Ementa Enunciado
(Adequação do Enunciado nº 20 –
4ª CCR, de 12 de novembro de
2013.)
ENUNCIADOS DE COORDENAÇÃO