2 Os benefícios do relacionamento entre empresa e cliente
As empresas devem ser capazes de competir local e globalmente. Há
algum tempo, as empresas que ofereciam produtos de alta qualidade garantiam uma vantagem competitiva sobre a concorrência. Como resultado, as empresas que competem nesse mercado estão começando a perceber a importância dos relacionamentos como um diferencial. Portanto, elas devem construir relacionamentos duradouros com os clientes para se protegerem da concorrência (GONÇALVES; MACHADO; MARQUES, 2012). Uma das coisas mais valiosas para a empresa são seus relacionamentos com os clientes, empregados, fornecedores, distribuidores, revendedores e varejistas. O capital de relacionamento é a soma de conhecimento, experiência e confiança de que a empresa desfruta perante os clientes, empregados, fornecedores e parceiros de distribuição. Esses relacionamentos geralmente valem mais do que os ativos físicos da empresa. Os relacionamentos determinam o valor futuro do negócio (KOTLER, 2003, p. 132 apud AUGUSTO; JÚNIOR, 2015). Segundo Oliveira (2008), muitas organizações, ao invés de priorizar investimentos na captação de novos clientes, têm ampliado cada vez mais suas alternativas de produtos e serviços, oferecendo soluções diferenciadas. A tendência não é apenas oferecer soluções financeiras, mas agregar valores e facilidades não-financeiras aos consumidores. Em torno disso, verifica-se a necessidade de se atuar com estratégias de aproximação dos clientes.
O marketing de relacionamento é um dos seguimentos do
marketing tradicional, porém trazendo uma inovada forma de interagir com o cliente, sendo caracterizado como um processo que começa desde a pré-venda de um produto/serviço e não se finaliza no fim da compra, com objetivo de manter um contato em longo prazo (CARDOSO; SILVA, 2020, p. 96).
“O marketing de relacionamento constitui um esforço integrado das
empresas para identificar, construir, manter e aprimorar relacionamentos individuais com clientes em um processo de troca de benefícios voltado para o longo prazo” (BERRY, 2002 apud D'ANGELO; SCHNEIDER; LARÁN, 2009, p. 74). Segundo Oliveira (2008), sob o enfoque de agregação de valor ao produto e serviço prestado, essa aproximação é de competência de toda a organização. Compete a todos, desde a alta administração, desenvolver estratégias, envolvendo todos os colaboradores. A missão de fazer com que os clientes sintam e percebam a qualidade dos serviços é o principal diferencial competitivo da empresa no mercado. Sob o ponto de vista do cliente, Sheth e Parvatiyar (1995 apud HENZ, 2003) consideram que os motivos para os clientes ingressarem em um relacionamento estão associados a fatores de ordem pessoal, influências sociológicas e influências institucionais. Dentre os fatores pessoais, identifica- se a intenção de reduzir as escolhas disponíveis, buscando simplificar as tarefas de compra. Neste caso, os clientes são impulsionados também pela: procura de maior eficiência em seu processo de tomadas de decisões; redução da tarefa de processamento de informações; obtenção de maior consciência cognitiva em suas decisões e redução dos riscos associados com futuras escolhas. Lima (2006 apud Augusto; Almeida Júnior, 2015) explana que é importante destinar tempo e dinheiro para uma boa estrutura de atendimento, pois é aqui que se constrói uma imagem positiva da empresa e se solidifica a conquista do cliente, além de ser um lugar fundamental para fazer negócios. Diz-se que o bom atendimento é o que está preparado para atender as exigências dos clientes e é baseado na responsabilidade, na iniciativa e na transparência.
É essencial que, antes mesmo de iniciar as ações que
promovem o relacionamento com os clientes externos, todos os colaboradores estejam cientes de seu papel no processo de satisfação daqueles e no reflexo de seu trabalho no resultado final, ou seja, na percepção do cliente quanto à qualidade do serviço recebido (AUGUSTO; JÚNIOR, 2015, p. 9).
A orientação com ênfase na satisfação dos clientes pregada pelo
marketing tem levado muitas empresas a atingirem seus objetivos. Esta orientação busca produzir o que os clientes querem e precisam. Com o amadurecimento do conceito de marketing, gestores e acadêmicos começaram a dar importância ao marketing de relacionamento (CLARO, 2006).