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DENIS MARTINHO
SÃO PAULO
2022
DENIS MARTINHO
SÃO PAULO
2022
RESUMO
A Finclass é uma marca do Grupo Primo que oferece cursos de educação financeira por meio
de assinatura em sua plataforma. Tendo como modelo de negócio a receita recorrente e uma
vez que o crescimento sustentável da empresa só pode ser garantido através da manutenção e
fidelização da base de clientes, é fundamental que esteja atenta ao customer success, conceito
que diz respeito à lealdade dos clientes e que pode ser fortalecido através do CRM e do
marketing de relacionamento. Clientes fiéis proporcionam lucros incrementais para as empresas
e saber diferenciá-los e segmentá-los também é fundamental para que o valor que gastam com
a empresa seja maior do que o custo para conquistá-los. Neste sentido, os conceitos serão
apresentados e correlacionados, a fim de buscar um entendimento sobre a real importância
destes para empresas na atualidade.
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 5
CONCLUSÃO......................................................................................................................... 10
INTRODUÇÃO
O CX, acrônimo do termo em inglês Customer Experience e como vem sendo tratada as
questões relacionadas à percepção de uma marca pelos clientes, possui diversos conceitos que
passaram a ser utilizados como indicativos de sucesso de uma empresa. Entre eles, pode-se
destacar o lucro gerado pelos clientes em contraponto ao valor gasto para conquistá-los. Kotler
(1999) já afirmava que a conquista de novos clientes pode ser entre 5 à 7 vezes mais cara do
que manter os atuais.
Com base no projeto de CX apresentado para a empresa Finclass, este artigo apresentará
um aprofundamento nestes temas a fim de proporcionar um melhor entendimento sobre os
conceitos, a relação entre eles e servir como base para projetos futuros para organizações de
todos os segmentos.
Benchimol, entre outros, além de contar com produções documentais com personalidades
como: Fernando Henrique Cardoso, Michel Temer, Guido Mantega, e os influenciadores
digitais: Bruno Perini, Breno Perrucho, Nathalia Arcuri e Thiago Nigro, fundador da empresa,
entre outros.
Steinman, Murphy e Mehta (2017, pág. 20), definem que “o sucesso do cliente tem a
ver, basicamente, com lealdade”. Conforme já pontuado anteriormente, segundo os autores, a
conquista de novos clientes é demasiadamente onerosa e ineficiente para cobrir a evasão de
usuários e, portanto, o sucesso do cliente é parte fundamental de qualquer negócio baseado no
modelo de assinaturas, exigindo investimentos e atenção da liderança. Destacam ainda que,
para o consenso geral, há dois tipos de lealdade, a comportamental e a atitudinal, sendo que a
primeira diz respeito à necessidade do cliente em fazer ou consumir algo, enquanto a segunda
tem a ver com sua paixão ou preferência por determinada marca. O customer success tem como
função desenvolver a lealdade atitudinal, a qual tende a ser altamente preferível pelas empresas,
uma vez que culmina em clientes mais propensos a pagar preços maiores, tornarem-se
defensores das marcas e menos suscetíveis à competição (STEINMAN; MURPHY; MEHTA,
2017).
Barreto e Crescitelli (2013, pág. 71-73), reforçam que a fidelidade pode ser representada
pela repetição da compra por um cliente, mas que ela deve ter um significado maior. A
satisfação é uma condição necessária para que a fidelidade ocorra e que, além disso, é necessário
que ele se sinta comprometido com a marca, percebendo que é inconveniente a mudança de
fornecedor. Corroborando com os autores supracitados, também ressaltam que há dois tipos de
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O sucesso do cliente não é uma proposta de tamanho único e está evoluindo no mesmo
ritmo acelerado da tecnologia que lhe serve de base. Promover o sucesso dos clientes
exige interação constante com os clientes e adaptação contínua dos produtos e
serviços para atender às necessidades dos clientes (2017, pág. 12).
Sabin (2020, pág. 10-11) define que CRM, iniciais de Customer Relationship
Management, podendo ser traduzido para a língua portuguesa como Gestão de Relacionamento
com o Cliente, é um termo que se refere às práticas e estratégias de negócios, apoiadas por
tecnologia, que grandes e pequenas empresas podem utilizar para gerenciar e analisar as
interações com os clientes, antecipar necessidades e desejos e aumentar e rentabilizar as vendas.
Complementa, ainda, que CRM não é somente uma lista de contatos bem estruturada, mas sim
o agrupamento de dados valiosos para atualizar gestores, empreendedores e equipes de venda
com informações pessoais, histórico e preferências de compra dos clientes, possibilitando um
atendimento diferenciado e exclusivo. Por fim, conclui que
O que torna a solução de CRM uma das tecnologias corporativas mais importantes e
inovadoras disponíveis é o modo como ela irá usar as informações dos clientes para
gerenciar esse relacionamento e transformá-lo em oportunidades de vendas, em
aumento no grau de lealdade do consumidor num único local, além de tornar essas
informações disponíveis internamente para a equipe que mantém contato com esses
clientes.
É importante reforçar que tecnologia somente não basta. Antes de pensar em adotar
uma ferramenta tecnológica, é necessário adorar uma “filosofia” de trabalho e de
gerenciamento do relacionamento com o cliente (2020, pág. 11-12).
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Isso posto, também é válido atentar-se ao CRM como uma estratégia de marketing.
Santos (2015, pág. 3-4) afirma que o marketing de relacionamento se consolidou na década de
1980, baseado no conceito de que é mais barato manter um cliente do que conquistar um novo,
em contraponto ao chamado marketing transacional, que buscava o atingimento de diversos
públicos por meio de ofertas padronizadas. Com a necessidade de crescimento e sobrevivência
em um mercado globalizado e desafiador, as empresas passaram a ter a necessidade de
personalizar as ofertas conforme necessidades individuais, embora isso não tenha acabado com
o marketing transacional, mas sim criado o entendimento de continuum de marketing, com os
dois conceitos em lados opostos, intermeadas por uma gama de opções estratégicas que, por
certas vezes, podem envolver as duas abordagens.
Barreto e Crescitelli (2013, pág. 10-11) destacam três pontos principais do marketing
de relacionamento sendo eles: a personalização do relacionamento, a partir de uma
comunicação contínua e de duas vias com o cliente; a oferta de benefícios extras, com o intuito
de estabelecer uma relação duradoura com os consumidores por meio de vantagens para a
permanência do mesmo; e a comunicação com funcionários, já que o marketing de
relacionamento não pode ser satisfatoriamente implementado sem que estes estejam envolvidos
no processo. Destacam ainda que
[...]Tal esforço procura estimular a fidelidade dos clientes por meio da satisfação de
suas necessidades e, desse modo, garantir o lucro (2013, pág. 11-12).
Lovelock e Wirtz (2006, pág. 294-297) abordam um estudo que analisa o lucro por
cliente em diversas empresas de serviço e onde constatou-se que quanto mais tempo os clientes
permaneciam com vínculo, mais lucratividade era gerada para atendê-los. Destacam também,
quatro fatores que contribuem para a criação de lucros incrementais com o passar do tempo: o
aumento do número de compras, quando os clientes se concentram em um único fornecedor
que presta um serviço de qualidade; a redução de custos operacionais, já que clientes antigos
passam a exigir menos assistência; a indicação a outros clientes, poupando a empresa de uma
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parcela da verba que ela teria que dispender com propaganda; e os preços mais elevados, já que
clientes fiéis tem maior propensão a pagar mais por uma marca na qual confiam.
Duas métricas que têm sido muito utilizadas para analisar a lucratividade dos clientes
de uma organização e o quão sustentável é o seu crescimento são o CAC (Custo de Aquisição
de Clientes) e o LTV (Life Time Value). O CAC é um indicador que mostra o quanto uma
empresa investe para conquistar um cliente, desde o primeiro contato até a finalização de uma
compra. Por outro lado, o LTV se refere a uma estimativa de lucro líquido que uma pessoa deixa
para uma empresa ao longo de seu período como cliente. A relação LTV:CAC é o que vai
indicar a lucratividade de um negócio, vindo justamente do quanto a retenção vai superar o
investimento despendido com a aquisição de clientes (LOPES, 2021).
Outro ponto importante a ser considerado é o fato de que nem todos os clientes são
lucrativos e é importante para as organizações saberem diferenciá-los. Lovelock e Wirtz (2006,
pág. 302) afirmam que “[...]em termos gerais, grandes usuários compram com mais frequência
e em maiores volumes e são mais lucrativos do que usuários ocasionais”.
Já para Barreto e Crescitelli (2013, pág. 43), para ampliar o LTV da base de clientes,
além de saberem identificar os clientes de maior valor, é necessário também que as empresas
descubram os de maior potencial, com o intuito de buscar nestes também uma alta lucratividade.
Os autores abordam também um método de segmentação de clientes denominado RFV,
representando as iniciais das palavras Recente, Frequente e Valor. Neste método é analisado
quando ocorreu a última compra, o quão frequente elas são e qual seu valor médio a fim de
encontrar padrões de comportamento que possibilitem às empresas realizar ações
antecipadamente com base nestes dados (2013, pág. 80-81).
Por fim, também é válido destacar o conceito de classes de clientes trazido por Lovelock
e Wirtz (2006, pág. 306), o qual consiste em separá-los em diferentes níveis que podem se
basear na lucratividade ou em outras características identificáveis e comuns a estes segmentos.
Neste sentido, é possível oferecer um atendimento customizado a cada um deles com base em
seu valor para a empresa, além de realizar esforços de marketing com o objetivo de fomentar a
migração para um nível superior ou que se concentrem no cultivo, defesa e retenção dos clientes
pertencentes às classes mais valiosas.
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CONCLUSÃO
Os conceitos aqui apresentados fornecem uma importante base para a criação de ações
que visem a aquisição de clientes fiéis e lucrativos para empresas de todos os segmentos, em
especial àquelas provedoras de serviços e com modelos de negócios baseados na recorrência,
como é o caso da Finclass.
Dessa maneira, entende-se que a Finclass passará a ter uma percepção de valor superior
a atual, tornando mais fácil a tarefa de gerar fidelidade e lealdade em sua base de clientes.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
KOTLER, Philip; ARMSTRONG, Gary. Princípios de Marketing. São Paulo: Atlas, 1999.
LOPES, Bernardo. LTV e CAC: como calcular e melhorar os resultados. Meet Time, 2021.
Disponível em https://meetime.com.br/blog/vendas/ltv-e-cac-como-calcular-e-melhorar-os-
resultados/. Acesso em: 20 jul. 2022.
SAMBRANA, Carlos. Exclusivo: Grupo Primo, de Thiago Nigro, compra três empresas e
avança no mundo das finanças. Neofeed, 2022. Disponível em https://neofeed.com.br/blog
/home/exclusivo-grupo-primo-de-thiago-nigro-compra-tres-empresas-e-avanca-no-mundo-
das-financas/. Acesso em: 30 jul. 2022