Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
SISTEMAS DIGITAIS II
Manaus - Amazonas
2007
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
SUMÁRIO
ASSUNTO PÁG.
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
i
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
ASSUNTO PÁG.
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
ii
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
ASSUNTO PÁG.
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
iii
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
CAPÍTULO 1
RECAPITULAÇÃO DE ALGEBRA BOOLEANA
1) CIRCUITOS LÓGICOS
CIRCUITO E (AND)
AB S S =A.B
00 0
01 0
11 1
10 0
CIRCUITO OU (OR)
AB S S=A+B
00 0
01 1
11 1
10 1
A saída será baixa se a entrada for alta e será alta se a entrada for baixa.
A S S=A
0 1
1 0
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
1
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
AB S S = A.B
00 1
01 1
11 0
10 1
AB S S= A+B
00 1
01 0
11 0
10 0
A saída será alta somente quando suas duas entradas forem diferentes (Porta da desigualdade).
AB S S= A⊕B
A 00 0
S 01 1
B 11 0
10 1
A saída será alta somente quando suas duas entradas forem iguais (Porta da igualdade).
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
2
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
AB S S= A⊗B
A 00 1
S 01 0
B 11 1
10 0
Os teoremas que serão abordados a seguir são utilizados para simplificação de expressões lógicas e para
obtenção de expressões equivalentes.
4a) X. X =0 4b) X+ X =1
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
3
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
Observações:
a) O teorema 16a) estabelece que se uma variável X é multiplicada por uma expressão contendo
ocorrências e X e X , então todos os X na expressão podem ser substituídos por 1, e todos X
por 0. Isto é permitido porque : X.X=X.1=X e X. X =X.0=0.
Exemplo:
B[ B (A+C)+B A +B( A + B CD)]=
B[0(A+C)+1 A +1( A +0CD)]=
B[0+ A + ( A )]=
B[ A + A ]=
B[ A ]=B A
b) O teorema 16b) estabelece que se uma variável X é somada a uma expressão contendo
ocorrências de X e X , então todos os X na expressão podem ser substituídos por 0, e todos
X por 1. Isto é permitido porque: X+X=X+0=X e X+ X =X+1=1.
Exemplo:
X+ X A+ X A + X DU+XAD=
X+[ X A+ X A + X DU+XAD]=
X+[1A+1 A +1DU+0AD]=
X+[A+ A +DU]=
X+[1+DU]=
X+1=1
O teorema terá sido demonstrado se para todas as combinações possíveis das variáveis, as duas
expressões ligadas pela igualdade apresentarem o mesmo resultado. Isto atende o conceito de
expressões equivalentes, portanto as duas expressões são equivalentes.
Para o teorema 14a) XY+ X Z+YZ= XY+ X Z, a tabela verdade que demonstra a validade do teorema
será:
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
4
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
O teorema 14b) é o dual do teorema 14a), portanto para demonstra-lo basta fazer o dual da tabela
verdade anterior, ou seja, os valores 0 na tabela serão substituídos pelo seu dual 1 e vice-versa.
Para o teorema 14b) (X+Y)( X +Z)(Y+Z)=(X+Y)( X +Z), a tabela verdade que demonstra a validade do
teorema será:
Observações:
a) Nos teoremas 14a) e 14b) respectivamente, os termos YZ e Y+Z são comumente chamados de
termos fantasmas, pois pode-se constatar que no segundo lado da igualdade das expressões dos
teoremas estes termos simplesmente desaparecem sem nada alterar, ou por outra, simplesmente
aparecem no primeiro lado da igualdade sem também nada alterar.
“O complemento de uma função f pode ser obtida da seguinte forma: substituindo-se cada variável
por seu complemento e todos os conectivos E por OU e vice-versa.”
Exemplo:
a) A B + A BD + ABC + ABD
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
5
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
Esta fórmula é uma ferramenta muito útil na solução de problemas lógicos, e será aplicada em circuitos
lógicos seguindo o seguinte Teorema:
“Qualquer função de n variáveis, cada uma das quais assumindo somente um dos dois valores lógicos 0
ou 1, e a própria função também assumindo de cada vez um dos dois valores lógicos 0 ou 1, é igual ao
polinômio dado pela fórmula de interpolação de Lagrange”.
Isto é:
Exemplos:
a) Para n=1 (uma variável), número de combinações é 2n=21=2, achar a expressão f(X).
b) Para n=2 (duas variáveis), número de combinações é 2n=22=4, achar a expressão f(X,Y).
A expressão lógica expressa pela tabela é a função lógica OU entre duas variáveis.
A expressão lógica expressa pela tabela é a função lógica OU entre duas variáveis.
Esta tabela já foi apresentada no exemplo c), entretanto observa-se que a quantidade de valores
de resultado da função igual a 0 é muito menor que igual a 1. Desta forma, torna-se mais prático
retirar o valor da expressão “por zeros”. Tirando-se “por zero” pode-se tomar o valor do
complemento da função f e depois complementa-la a fim de obter a expressão da função. Esta
solução está expressa abaixo:
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
7
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
4) MAPA DE KARNAUGH
a) AB 00 01 11 10
1 1 S=B
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
8
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
b) AB 00 01 11 10
1 1 S=A
c) AB 00 01 11 10
1 1 S=B
d) AB 00 01 11 10
1 1 S = AB + A B
e) AB
C 00 01 11 10
0 1 S = AB
1 1
f) AB
C 00 01 11 10
0 1 1 S= B+C
1 1 1 1 1
g) AB
C 00 01 11 10
0 1 1 S = AB + BC
1 1
h) AB
C 00 01 11 10
0 S = BC + AC
1 1 1 1
i) AB
C 00 01 11 10
0 1 1 S = BC + A B
1 1
j) AB
C 00 01 11 10
0 1 1 S=B
1 1 1
k) AB
CD 00 01 11 10
00 1 1 S = AD
01
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
9
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
11
10 1 1
l) AB
CD 00 01 11 10
00 1 1 S = BD
01
11
10 1 1
m) AB
CD 00 01 11 10
00 1 1 S=B
01 1 1
11 1 1
10 1 1
n) AB
CD 00 01 11 10
00 1 1 1 1 S=D
01
11
10 1 1 1 1
o) ABC
DE 000 001 011 010 110 111 101 100
00
01 1 1 S = BCDE + BCD E
11
10 1 1
É possível complementar uma expressão lógica através dos mapas. Na complementação, os quadrados 0
são agrupados ao invés dos quadrados 1. Os agrupamentos de quadrados 0 definem a expressão
complementada.
a) AB
C 00 01 11 10
0 0 0 0 0 S=C e S=C
1 1 1 1 1
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
10
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
b) AB
C 00 01 11 10
0 0 1 1 0 S = B + C e S = BC
1 1 1 1 1
1º) Olha-se primeiro para quaisquer quadrados 1 que não combinam com quaisquer outros, estas
entradas devem ser computadas por elas próprias.
2º) Olha-se em seguida para qualquer quadrado 1 que combina com somente um outro quadrado 1.
Estes grupos devem ser assim computados.
3º) Olha-se então para um quadrado 1 que combina com exatamente dois outros quadrados 1, verifica-
se se há um quarto quadrado 1 que combina com estes três para formar um grupo de quatro:
a) se houver um quarto quadrado, a saída será computada como um grupo de quatro,
b) se não houver, haverá um escolha que deverá ser deixada para o fim.
Exemplos:
a) AB
C 00 01 11 10
0 1 1 1 S = A B + BC
1 1
b) AB
CD 00 01 11 10
00 1 1 1 S = BCD + A BD + ABD + BCD
01 1 1 1
11 1
10 1
Observação:
O grupo tracejado AC é muito atrativo, porque é o único grupo de quatro quadrados adjacentes no
mapa. Entretanto, todas as entradas neste grupo podem combinar em mais de um jeito. É melhor
considerar primeiro as entradas que não podem combinar-se em mais de um jeito. Quando os quatro
grupos de dois quadrados foram formados, verifica-se que todos os quadrados 1 no mapa foram
computados, e o termo AC (tracejado) é redundante.
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
11
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
Exercícios:
AB
C 00 01 11 10
0 1 S = AB + BC + AC
1 1 1 1
b) S = BC + AB + BC + AC + C
AB
C 00 01 11 10
0 1 1 S= B+C
1 1 1 1 1
c) S = A BC + ABC + A BC + ABC
AB
C 00 01 11 10
0 S=C
1 1 1 1 1
AB
CD 00 01 11 10
00 1 1 S = BCD + CD
01
11 1 1 1 1
10
Achar a expressão booleana mais simplificada definida pela tabela abaixo, utilizando o Mapa de
Karnaugh:
ABC S AB
0 0 0 0 C 00 01 11 10
0 0 1 1 0 1 1 1
0 1 0 1 1 1
0 1 1 0
1 1 1 0 S = A BC + BC + AC
1 1 0 1
1 0 1 0
1 0 0 1
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
12
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
CAPÍTULO 2
DISPOSITIVOS DE MEMÓRIA
Em muitas aplicações lógicas, exige-se que as saídas de determinados circuitos sejam mantidas por
tempo indefinido, ou seja, que seja memorizado. A função de circuitos de memória pode ser executada
por diversos dispositivos. Os mais comumente utilizados são os circuitos denominados Flip-Flop.
1) CIRCUITO FLIP-FLOP
O Flip-Flop, ou elemento biestável, tem dois estados estáveis de operação, que correspondem aos níveis
lógicos 0 e 1. A saída muda de um estado para outro em função da entrada.
O Flip-Flop pode ser definido como um dispositivo que guarda informação binária na forma de 0 e 1, e
pode ser mantido indefinidamente em qualquer dos dois estado, podendo também ser chaveado de um
estado para outro.
2) FLIP-FLOP SR
A entrada R do Flip-Flop SR também pode ser denominada C ou “CLEAR”. Entretanto, nada altera em
seu funcionamento esta designação, ou seja, a função de R é idêntica à função de C, quando esta
designação é utilizada. Assim o Flip-Flop SR pode ser também designado de Flip-Flop SC.
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
13
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
Denominando-se Q a saída antes da aplicação das entradas S e R, e Qf a saída após a atuação das
entradas após a atuação das entradas S e R, a Tabela verdade para o Flip-Flop está representada a
seguir.
Qf = SR Q + SRQ + SR Q + SR Q + SRQ
Qf = S(R Q + RQ + R Q) + S(R Q + Q)
Qf = S(Q + R ) + SR = SQ + SR + SR
Qf = SQ + R
Para obtenção do circuito utilizando-se somente portas lógicas NÃO-OU obteremos as expressões
abaixo:
Qf = S + RQ = S + RQ = S + R + Q
Qf = SQ + R = SQ + R = S + Q + R
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
14
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
1 2
S1 = S + R + Q
S Q
S2 = S + R + Q = Q
3 4
S3 = Q
R
S4 = Q + R
S5 = S + Q
5 6 7
S _
Q
S6 = R + S + Q
8
S7 = R + S + Q = Q
R
S8 = Q
Dos circuitos anteriores verificamos que as portas NOR 2 e 3 e 6 e 7, por se constituírem dem uma
simples dupla negação, podem ser excluídas dos seus respectivos circuitos. Estes circuitos então, ficam
assim representados:
1 5
S _ S
Q
4 6
Q
R R
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
15
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
Dos circuitos acima observa-se que os blocos 1 e 5 geram Q e os blocos 4 e 6 geram Q. O circuito mais
simplificado do Flip-Flop SR implementado com portas NOR, tabela verdade e simbologia estão abaixo
representados em (a), (b) e (c), respectivamente.
Reset
Abaixo está representada a carta de tempo para oFF SR implementado com portas NOR.
Qf = S + RQ = S + RQ = S.RQ
Qf = SQ + R = SQ + R = SQ.R
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
16
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
_
S S
Q Q
_ _ _
R Q R Q
O circuito mais simplificado do Flip-Flop SR implementado com portas NAND, sua tabela verdade e
simbologia estão a seguir representados em (a), (b) e (c) respectivamente.
Abaixo está representada a carta de tempo para o FF SR implementado com portas NAND.
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
17
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
Este Flip-Flop é idêntico ao FF SR no que diz respeito à lógica de funcionamento e tabela verdade.
Porém, as informações de entrada somente são transferidas ao FF quando na entrada CLOCK ou GATE
ou STROBE houver um nível lógico 1. Os termos GATED, STROBED e SYNCHRONOUS são
frequentemente utilizados em substituição a CLOCKED na designação deste tipo de FF.
O circuito Detector de transição possibilita que ao invés de dar-se a permissão de acesso ãs entradas SC
por nível lógico 1, essa permissão seja dada por transição do nível de tensão do sinal de clock. Há duas
possíveis transições de sinal, a positiva ou borda de subida do pulso e a negativa ou borda de descida do
pulso de clock.
O nível 1 de habilitação das entradas S e C é fornecido pelo circuito Detector de transição na saída
CLK* tanto para a borda de subida, conforme esquematizado na figura (a) que se segue, ou para borda
de descida, conforme esquematizado na figura (b).
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
18
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
19
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
3) FLIP-FLOP TIPO T
O Flip-Flop tipo T ou Toggle FF muda de estado após um pulso na entrada T (Trigger) ou Clock. A sua
tabela verdade é representada abaixo, sendo QA a saída Q antes da atuação do clock e Q a mesma saída
Q após atuação do pulso de clock.
Pelo exame da tabela verifica-se que antes da aplicação do pulso de clock Q=QA. Após a aplicação do
clock Q= Q A, ou seja, que houve uma mudança de estado da saída Q.
Para implementação do circuito do Flip-Flop tipo T, será utilizado o FF SR com portas NAND já visto
anteriormente. A tabela verdade abaixo relaciona a nova entrada T, o estado atual da saída Q, ou seja
QA, e os níveis de saída necessários ao FF RS para implementação da função T, ou função de
comutação.
_
S
Q
_
Q
_
R
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
20
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
Pode-se observar que para dois períodos do sinal T (clock) há um período do sinal de saída Q, ou seja, o
FF tipo T pode ser utilizado para realizar a divisão de freqüência do sinal de clock por 2.
4) FLIP-FLOP TIPO JK
O Flip-Flop JK tem duas linhas de entrada, linha J com efeito similar ao da linha S do FF SR, e linha K
com efeito similar ao da linha R do FF SR. A grande diferença entre o FF JK e o FF SR diz respeito a
quando ambas as entradas J e K são ativas ao mesmo tempo. No FF SR esta situação gera saída
ambígua, já no FF JK ela tem o mesmo efeito da entrada T do FF T, ou seja, após a atuação conjunta
das entradas J e K, a saída Q terá sido complementada no FF JK.
A tabela verdade do FF JK é então assim definida, sendo QA a mesma saída Q antes da atuação das
entradas J e K:
Para implementação do circuito do Flip-Flop tipo JK, será utilizado o FF SR com portas NAND já visto
anteriormente. A tabela verdade abaixo relaciona as entradas J e K, o estado atual da saída Q, ou seja
QA, e os níveis de saída necessários ao FF RS para implementação da função JK.
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
21
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
_
k Q
_
R
De forma análoga ao FF RS o FF JK também pode ser disparado por borda de pulso de clock. Uma
versão simplificada do circuito interno de um FF JK disparado por transição de pulso de clock é
mostrada na figura abaixo.
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
22
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
A simbologia e tabela verdade para o FF JK disparado por transição de subida de pulso de clock está
mostrada na figura (a) que se segue. A carta de tempo para esse FF está representado na figura (b).
Para o FF JK chaveado por transição de descida de pulso de clock a figura que se segue demonstra a
simbologia e carta de tempo.
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
23
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
5) FLIP-FLOP TIPO D
Diferentemente dos FF RS e JK anteriormente estudados, o Flip-Flop tipo D tem apenas uma entrada de
controle síncrona, entrada D, que representa a palavra data (dados). A operação do FF D consiste em
que a saída Q irá para o mesmo estado lógico presente na entrada D quando ocorrer uma transição do
pulso de clock. Em outras palavras, o nível lógico presente na entrada D será armazenado no FF no
instante em que ocorrer a borda do clock. Eles podem ser chaveados por borda positiva ou por borda
negativa do pulso de clock.
A simbologia e tabela verdade para o FF D disparado por transição de subida de pulso de clock está
mostrada na figura (a) que se segue. A carta de tempo para esse FF está representado na figura (b).
A utilização mais comum do FF D é a transferência paralela de dados. Um exemplo desta aplicação está
na figura seguinte que representa a transferência de dados de um circuito combinacional para
memorização, em um tempo determinado pela ocorrência do pulso TRANSFER. No exemplo é
utilizado FF D chaveado por transição negativa do pulso de clock.
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
24
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
O FF tipo D visto, possui um circuito detector de borda, que se encontra no FF JK utilizado para sua
implementação, o que garante que a saída responda à entrada D somente quando ocorre uma transição
ativa do pulso de clock. Se esse detector de borda não for usado, o circuito resultante é denominado
Latch D.
A sua implementação do circuito do Latch D é demonstrada na figura (a) seguinte. Sua tabela verdade
está representada em (b) e sua simbologia em (c)
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
25
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
Para os FFs com clock estudados até agora, as entradas de controle R, S (ou C), J , K e D também
podem ser denominadas entradas síncronas, porque seu efeito na saída do FF é sincronizado com a
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
26
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
entrada clock (CLK). A maioria dos FFs com clock também tem uma ou mais entradas assíncronas, que
operam independentemente das entradas síncronas e da entrada de clock. Essas entradas assíncronas
podem ser utilizadas para colocar o FF no estado 1 ou 0 em qualquer instante, independentemente das
condições das outras entradas.
A figura seguinte mostra a simbologia e tabela verdade relacionando a saída e as entradas assíncronas
de um FF JK, por exemplo.
A próxima figura demonstra como um FF JK com clock e entradas assíncronas responde à atuação das
entradas assíncronas.
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
27
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
6) TEMPORIZAÇÃO DE FLIP-FLOPS
O tempo de setup, tS, de um FF é o intervalo de tempo que precede imediatamente a transição ativa do
sinal de clock durante o qual as entradas de controle síncronas tem que ser mantidas nos níveis
adequados.
O tempo de hold, tH, de um FF é o intervalo de tempo que segue imediatamente após a transição ativa
do sinal de clock durante o qual as entradas de controle síncronas tem de ser mantidas nos níveis
adequados. As figuras (a) e (b) demonstram esses parâmetros.
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
28
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
7) FLIP-FLOP MESTRE-ESCRAVO
Em muitos circuitos digitais, a saída de um FF é conectada, diretamente ou por meio de portas lógicas,
à entrada de outro FF, e ambos são disparados pelo mesmo pulso de clock. Isso representa um problema
potencial de temporização.
A próxima figura apresenta um exemplo de um circuito com essa situação. O problema potencial de
temporização é que Q1 muda de estado na borda negativa do pulso de clock, então, a entrada J2 de Q2
estará mudando de estado quando recebe a mesma borda de descida do pulso de clock. Isto pode
conduzir a uma resposta imprevisível de Q2.
Na figura anterior, considerando-se Q1=1 e Q2=0, assim o FF Q1 possui J1=K1, e Q2 possui J2=Q1=1 e
K2=0 antes da borda de descida do pulso de clock. Quando ocorre a borda de descida de clock, Q1
comuta para o estado 0, mas isso só ocorre depois de decorrido o tempo de propagação tPHL. A mesma
borda negativa dispara Q2 de modo confiável para o estado 1 desde que tPHL seja maior que o tempo de
hold de Q2.
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
29
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
Todos FFs recentes disparados por borda tem um tempo de hold de 5 ns ou menos. A maioria possui tH
= 0, o que significa que eles não necessitam de tempo de hold. Para estes FFs não há o problema
potencial de temporização.
Antes do desenvolvimento dos FFs disparados por borda que requerem um tempo de hold pequeno ou
nulo, os problemas de temporização acima relatados eram frequentemente tratados usando uma classe
de FFs denominada FF Mestre-Escravo.
Ent. S
Ent. R
CLK
QM
QE=QFF
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
30
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
CAPÍTULO 3
CIRCUITOS CONTADORES
Os circuitos contadores são uma finalidade especial dos circuitos digitais, compostos de FFs, que têm a
função de contar o número de eventos de um determinado sistema. Um contador de N, que é capaz de
contar até um especificado número N de eventos, irá necessitar de K Flip-Flops, onde 2K ≥ N.
Em computadores e outros sistemas lógicos binários, a informação e os dados são tratados na forma de
representação binária. Entretanto, para o homem, o sistema de representação numérica decimal é a
forma mais conveniente. Assim, a codificação e decodificação de números decimais em binários se
torna necessária para conciliar as quantidades tratadas pelos circuitos digitais, na forma binária, e a
representação de melhor entendimento para o homem, ou seja, a decimal.
A seguir estão representados alguns dos mais conhecidos códigos de representação de Decimal
Codificado em Binário (BCD) de 4 bits. Nestes códigos são necessários 4 bits, ou dígitos binários, para
representação de um dígito decimal.
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
31
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
1) CONTADORES ASSÍNCRONOS
Esse contador recebe a designação de Contador Assíncrono, porque os FFs de seus diversos estágio
não mudam de estado em sincronismo com o clock de entrada, apenas o primeiro estágio está
sincronizado com o clock de entrada.
Nos sistemas assíncronos de contagem existe um determinado tempo para que todas as mudanças nos
diversos FFs que compõem o sistema ocorram. O atraso ocorrido em cada FF é na ordem de 5 a 20 ns.
O tempo gasto para a realização de uma contagem de evento depende do número total de FFs
envolvidos.
Esse circuito recebe outras designações alternativas. Por exemplo, como a saída de cada FF aciona a
entrada de clock do FF seguinte, dá-se o nome de Contador Série, que se refere à forma de
propagação do clock pelos diversos FFs de seus estágios. Ele também é frequentemente denominado de
Contador Ondulante (Ripple Counter), devido a maneira dos FFs responderem um após o outro de
modo análogo à propagação de uma onda. Finalmente, em função das contagens apresentadas nas
saídas dos seus FFs apresentarem a mesma seqüência do sistema de numeração binário, ele também
pode ser denominado de Contador Binário Puro.
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
32
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
Os contadores UP-DOWN são aqueles que podem contar diretamente ou inversamente, bastando para
isso que sejam assim comandados.
As tabelas anteriores expõem as saídas dos quatro estágios de um contador em binário puro e os
sentidos das contagens. Nas tabelas anteriores a saída D representa o dígito binário (bit) mais
significativo e a saída A representa o bit menos significativo.
Da tabela de contagem direta, pode-se observar que o dígito imediatamente mais significativo muda de
estado toda vez que a saída do estágio anteriormente menos significativa muda de 1 para 0. Quanto ao
dígito menos significativo do conjunto, saída A, ele muda de estada a cada pulso de entrada. Essas
condições são satisfeitas pelo FF tipo T, chaveado na descida do pulso de clock.
O circuito do contador assíncrono de 0 a 15, contagem direta, utilizando FFs JK, com as entradas J=1 e
K=1 para implementar a função FF tipo T, e a sua respectiva carta de tempo se encontram mostrados na
figura seguinte.
Da tabela de contagem inversa anteriormente vista pode-se observar que o dígito imediatamente mais
significativo muda de estado toda vez que a saída do estágio anteriormente menos significativa muda
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
33
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
de 0 para 1. Quanto ao dígito menos significativo do conjunto, saída A, ele muda de estada a cada pulso
de entrada.
Essas condições são satisfeitas pelo FF tipo T, chaveado na subida do pulso de clock, excetuando-de o
FF A que ainda tem que ser comutado na transição negativa do pulso de clock de entrada. Assim, em
contador inverso cada FF, exceto o primeiro tem de comutar quando o FF decrescente passa do nível 0
para o nível 1.
Para implementar-se esse contador faz-se necessário que ao invés de se utilizar a saída Q para alimentar
a entrada clock do FF do próximo estágio mais significativo, utiliza-se então a saída negada ( Q ), o que
vai satisfazer a necessidade de comutação nas transições de 0 para 1.
O circuito do contador assíncrono de 7 a 0, contagem inversa, utilizando FFs JK, com as entradas J=1 e
K=1 para implementar a função FF tipo T, e a sua respectiva carta de tempo se encontram mostrados na
figura seguinte.
MÓDULO DE UM CONTADOR
O contador síncrono direto visto anteriormente tem 16 estados de saída distintos (de 0000 a 1111). Ele é
um contador série de módulo 16. O módulo é sempre igual ao número de estados que o contador
percorre em cada ciclo completo de contagem antes de retornar ao estado original.
O módulo é limitado pelo número de FFs do contador , ou seja: Módulo ≤ 2N, onde N é o número de
FFs do contador.
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
34
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
O contador básico pode ser utilizado para gerar um módulo menor que 2N. Isto ocorre fazendo-se que
contador não exiba estados de saída, contagens, que normalmente fazem parte da seqüência de
contagem. O circuito e a sua correspondente carta de tempo mostrados na figura a seguir é de um
contador de 3 FFs, portanto seu módulo ≤ 23 ≤ 8.
Para reduzir seu módulo está demonstrada a utilização de uma porta lógica para decodificação das
saídas e utilização das entradas assíncronas CLR para alteração da seqüência de contagem. A porta
NAND é utilizada para forçar a mostragem de contagem 0, através da ativação da entrada CLR toda
vez que o contador apresentar a contagem 6, ou seja B e C=1. Assim o contador mostrará somente as
contagens 000,001,010,011,100,101, e retornará a 000, repetindo o ciclo. Como o contador apresenta
somente 6 estados diferentes de contagem, ele é um contador módulo 6.
Deve ser observado que a forma de onda na saída B contém um spike ou glitch causado pela ocorrência
momentânea do estado 110 antes de ir para 000.
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
35
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
assim a freqüência de saída será N vezes menor que a freqüência de entrada do evento de entrada. Tal
ocorrência pode ser verificada na forma de onda da saída C do contador módulo 6 visto acima, ou seja,
a freqüência do sinal de saída em C é a freqüência de clock dividida por 6.
Os sistemas digitais às vezes são requeridos para gerar um pulso quando um contador alcança um
contagem previamente determinada. Nesse caso é necessário um decodificador para realizar essa
função. O decodificador é obtido com portas lógicas AND ou NAND, cujas entradas são as saídas Q e
Q dos FFs do circuito contador, conforme a necessidade de geração do pulso de sinalização.
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
36
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
O circuito visto anteriormente, contador decádico ou BCD, mostra um contador assíncrono de módulo
16 com um decodificador para detecção de contagem 10. Em outras palavras a saída da porta NAND
deverá apresentar um nível lógico 0 a cada vez que o contador apresentar a contagem 10 nas saídas dos
seus FFs. No caso deste circuito o resultado da detecção da contagem 10 é utilizada para retorna-lo à
contagem 0 toda vez que a contagem 10 é alcançada.
Existem vários CIs contadores assíncronos das famílias TTL e CMOS. Como exemplo será ilustrado o
CI TTL 74LS293. O diagrama lógico deste CI é mostrado na figura (a) seguinte. A figura (b) exibe o
símbolo lógico e respectiva pinagem.
O CI 74LS293 possui quatro FFs JK com as saídas Q0(LSB), Q1, Q2 e Q3(MSB). As entradas de clock,
ativas na transição negativa, para o FF1 e o FF2, são respectivamente, os pinos CP 0 (clock pulse) e
CP 1. Os pinos MR1 (master reset) e MR2 alimentam as entradas CLEAR (CD) de cada FF, através de
uma porta lógica NAND.
Os FF1, FF2 e FF3 já estão conectados como um contado série de três bits. O FF0 não está conectado
na série dos demais FFs. Para formar um contador série de 4 bits é necessário se conectar externamente
a saída Q0 à entrada CP 1.
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
37
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
Neste circuito, contador de 60 eventos, cabe ressaltar que ambos os contadores de módulo 10 e módulo
6, foram construídos com CI 74LS293, onde foi utilizada a decodificação das contagens 10 e 6,
respectivamente, e a saída mais significativa do primeiro contador, ou seja saída dividida por 10, ou
com sinalização de contagem 10 alimenta a entrada de clock do segundo contador, de módulo 6 ou
divisor por 6.
Como visto nos contadores assíncronos o tempo gasto para contar um evento é dependente do número
total de estágios componentes do contador. Nos contadores síncronos, ou paralelos, as entradas de clock
são alimentadas em paralelo pelo mesmo clock, e as mudanças dos estado dos FFs ocorrem
simultaneamente.
Como o sinal de clock é aplicado simultaneamente em todos os FFs, é necessátrio que as entradas
síncronas de cada FF estejam preparadas para que cada FF mude no instante apropriado. Esse efeito é
obtido utilizando-se a decodificação dos próprios sinais de saída dos FFs para alimentação das entradas
sícronas de cada estágio.
As próximas figuras (a) e (b) exibem respectivamente o circuito de um contador síncrono módulo 16 e a
tabela contendo cada um das contagens que ele exibe, entre 0 e 15.
Pode-se observar na tabela de contagem que a saída do FF do estágio imediatamente mais significativo
só muda do estado O para o estado 1, quando todos os estágios anteriormente menos significativos
estão em nível 1. Assim a decodificação, efetuada pelas portas AND do circuito, das saídas anteriores
alimenta as entradas J e K do estágio imediatamente mais significativo com um nível alto,
possibilitando que o estágio mude de estado, nesse caso de 0 para 1, na ocorrência da próxima
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
38
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
ocorrência de transição ativa do pulso de clock. O estágio menos significativo, FF A, muda de estado a
cada pulso de clock.
No contador síncrono todos os FFs mudam de estado simultaneamente. Assim, diferentemente dos
contadores assíncronos, os atrasos de propagação dos FFs não são somados para se obter o atraso total.
Em vez disso, o tempo total de resposta de um contado síncrono, como o anteriormente mostrado, é o
tempo de resposta de um FF para comutar mais o tempo para os novos níveis lógicos se propagarem por
uma única porta lógica AND. Então no contador síncrono:
Um contador síncrono pode operar com uma frequência de entrada muito maior que um contador
assíncrono. Por exemplo, se num determinado circuito contador de módulo 16, estiverem sendo
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
39
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
utilizados FFs com tempo de propagação de 50 ns e portas lógicas (somente no contador síncrono) com
tempo de propagação 20 ns, a máxima frequência de clock de entrada a ser contada é :
Muitos contadores síncronos (paralelos) disponíveis em CIs podem ser carregáveis (presettable), ou
seja, podem ser inicializados com qualquer valor inicial antes do início da contagem. Essa operação de
inicialização também é denominada de carga paralela. A figura seguinte mostra o circuito lógico de um
contador up de três bits com carga paralela.
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
40
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
A maioria dos contadores conta os eventos numa seqüência binária normal, embora suas seqüências
possam ser alteradas utilizando métodos já vistos. Existem situações, entretanto, que um contador deve
seguir uma seqüência diferente da seqüência de numeração binária, como por exemplo, quando utiliza
códigos de 4 bits diferentes do BCD 8421.
Para ilustrar uma situação dessas, será abordado o projeto de um contador síncrono decádico módulo
10, utilizando FFs JK cuja contagem dos eventos deve ser mostrado utilizando-se o código BCD 2421.
O contador desejado é de módulo 10 (N), portanto o número (K) de FFs a serem utilizados deve
atender a equação 2K ≥ N . Então K=4, ou seja, o contador precisa de 4 FFs.
Decimal Contagem
DCBA
0 0 0 0 0
1 0 0 0 1
2 0 0 1 0
3 0 0 1 1
4 0 1 0 0
5 0 1 0 1
6 0 1 1 0
7 0 1 1 1
8 1 1 1 0
9 1 1 1 1
10-15 - - - -
Nas tabelas e mapas utilizados no projeto, para qualquer combinação de entradas ou resultado na saída
que não interesse ou que nunca deva ocorrer será utilizada a notação “ - ” em substituição aos níveis
lógico 0 e 1.
DC
BA 00 01 11 10
00 0 4 - -
01 1 5 - -
11 3 7 9 -
10 2 6 8 -
Em contadores paralelos, as saídas de todos os FFs mudam simultaneamente. Por isso, todos os FFs
após mostrarem um contagem já devem estar com as entradas síncronas preparadas para mostrar a
próxima contagem. Neste projeto está sendo utilizado o FF JK. É então necessária a construção de uma
tabela relacionando as mudanças do estado da saída e as entradas J e K.
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
41
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
Observa-se que pela seqüência de contagens na tabela de contagem, que o FF C após a contagem 3
deverá estar preparado para a próxima contagem, 4, onde irá de 0->1 e que na contagem 4 deverá estar
preparado para a próxima contagem, 0, onde irá de 1->0. Essas mudanças devem ser descritas no Mapa
de Mudanças do FF C. Isso deverá ser feito para todos os FFs do contador.
Os mapas de mudança de cada FF devem ser associados às condições de J e K para mudança de saída
do FF JK.
Os mapas de mudança de cada FF devem ser associados às condições de J e K para mudança de saída
do FF JK. As expressões de saída são lidas para cada J e K do respectivo FF.
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
43
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
Mapa JD Mapa KD
DC DC
BA 00 01 11 10 BA 00 01 11 10
00 0 0 - - 00 - - - -
01 0 0 - - 01 - - - -
11 0 1 - - 11 - - 1 -
10 0 0 - - 10 - - 0 -
JD=CBA KD=A
Mapa JC Mapa KC
DC DC
BA 00 01 11 10 BA 00 01 11 10
00 0 - - - 00 - 0 - -
01 0 - - - 01 - 0 - -
11 1 - - - 11 - 0 1 -
10 0 - - - 10 - 0 0 -
JC=BA KC=DA
Mapa JB Mapa KB
DC DC
BA 00 01 11 10 BA 00 01 11 10
00 0 0 - - 00 - - - -
01 1 1 - - 01 - - - -
11 - - - - 11 1 0 1 -
10 - - - - 10 - 0 0 -
JB=A KB=DA+ C A = A( D + C )
Mapa JA Mapa KA
DC DC
BA 00 01 11 10 BA 00 01 11 10
00 1 1 - - 00 - - - -
01 - - - - 01 1 1 - -
11 - - - - 11 1 1 1 -
10 1 1 1 - 10 - - - -
JA=1 KA= 1
As expressões lógicas para as entradas síncronas J e K de cada FF, estão reunidas a seguir:
JD=CBA KD=A
JC=BA KC=DA
JB=A KB=DA+ C A = A( D + C )
JA=1 KA= 1
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
44
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
O circuito do contador síncrono decádico em código BCD 2421 se encontra implementado na figura a
seguir. No circuito não estão expostas as portas lógicas que codificam as impressões assinaladas nas
entradas J e K dos FFs a partir das saídas Q dos diversos estágios. As entradas assíncronas não são
utilizadas e devem ser conectadas ao nível lógico 1.
D C B A
_ _ _ _
S S S S
CBA J Q BA J Q A J Q 1 J Q
CK FFD _ CK FFC _ _ CK FFB _ CK FFA _
A K _ Q DA K _ Q A(D+C) K _ Q 1 K _ Q
C C C C
CLK
Nesta parte será demonstrado um projeto de contador síncrono bidirecional. O projeto será para um
contador com saídas de contagem em binário puro de módulo 4 utilizando FFs JK.
O projeto de contador up-down torna necessária a realização em duas etapas, a primeira para o contador
up e a segunda para o contador down.
Mapas de Mudanças
FF B FF A
BA 00 01 11 10 BA 00 01 11 10
0->0 0->1 1->0 1->1 0->1 1->0 1->0 0->1
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
45
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
Mapas JK
FF B FF A
BA 00 01 11 10 BA 00 01 11 10
0 - 1 - - 1 - 0 1 - - 1 - 1 1 -
Mapas J
FF B FF A
BA 00 01 11 10 BA 00 01 11 10
0 1 - - 1 - - 1
JB=A JA=1
Mapas K
FF B FF A
BA 00 01 11 10 BA 00 01 11 10
- - 1 0 - 1 1 -
KB=A KA=1
Mapas de Mudanças
FF B FF A
BA 00 01 11 10 BA 00 01 11 10
0->1 0->0 1->1 1->0 0->1 1->0 1->0 0->1
Mapas JK
FF B FF A
BA 00 01 11 10 BA 00 01 11 10
1 - 0 - - 0 - 1 1 - - 1 - 1 1 -
Mapas J
FF B FF A
BA 00 01 11 10 BA 00 01 11 10
1 0 - - 1 - - 1
JB = A JA=1
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
46
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
Mapas K
FF B FF A
BA 00 01 11 10 BA 00 01 11 10
- - 0 1 - 1 1 -
KB= A KA=1
C- PROJETO DO CONTADOR SÍNCRONO UP-DOWN
As entradas lógicas para o contador up-down são obtidas combinando-se logicamente as entradas
lógicas do contador up com as entradas lógicas do contador down. Para permitir o chaveamento entre os
dois modos de operação será utilizada uma linha lógica F, que será 1 para a contagem up e 0 para a
contagem down. A tabela a seguir expõe a combinação lógica desejada.
Levando-se em conta que quando selecionada a contagem up (F=1), a contagem down ( F =0) estará
desabilitada pois a lógica comandada por F não permitirá que as entradas do FF B receba os níveis
projetados para o contador down; ao contrário somente será permitido o acesso ao FF B dos níveis
projetados para o contador up. A situação inversa também é verdadeira.
Como visto na tabela anterior, as entradas JB e KB do contador Up-Down possuem a mesma expressão
lógica F.A+ F . A , e as entradas JA e KA possuem níveis lógicos 1. O circuito implementado para o
contador Up-Down está exposto a seguir.
_
F
F
F=1 - CONT UP
F=0 - CONT DOWN
_ _
S S 1
B FFD J A FFD J
CK CK
_ _ K _ _ K
B C A C 1
CLOCK
Como visto anteriormente em contadores em código binário diretos (crescentes ou Up) e inversos
(decrescente ou Down) a diferença entre Up ou Down reside somente em que transição do pulso de
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
47
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
clock, positiva ou negativa, provenientes das saídas dos estágios anteriores, se alimenta as entradas
síncronas dos estágios posteriores.
No contador Up, o FF imediatamente mais significativo muda de estado toda vez que a saída do estágio
anteriormente menos significativa muda de 1 para 0, ou seja, sofre uma transição positiva. Nesse
contador, para alimentação das entradas síncronas do estágio sucessor, utiliza-se as transições ocorridas
nas saídas Q dos estágios antecessores.
No contador Down, o FF imediatamente mais significativo muda de estado toda vez que a saída do
estágio anteriormente menos significativa muda de 0 para 1, ou seja, sofre uma transição negativa.
Nesse contador, para alimentação das entradas síncronas do estágio sucessor, utiliza-se as transições
ocorridas nas saídas Q dos estágios antecessores.
A figura a seguir exibe um contador síncrono de módulo 8 Up/Down. A lógica adicional OU no circuito
permite o chaveamento pelas saídas Q, no modo Up, ou Q , no modo Down. O sinal de seleção
Up/ Down chaveia a opção desejada.
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
48
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
No projeto de contadores síncronos com FFs JK verificamos ser possível construir circuitos contadores
para executar a contagem em qualquer seqüência de códigos binários estipulado previamente. Se
comparado o código BCD 8421 com uma contagem binária em quatro bits, o código BCD 8421 é uma
contagem truncada. Os circuitos digitais às vezes necessitam de contagens irregulares, fora da
sequência natural de grandeza das quantidades decimais, ou truncadas, ou seja, contagens encerradas
em determinada grandeza decimal retornando, após essa grandeza à contagem desde o início.
Para exemplificação dessa possibilidade em projetos de contadores pelo método dos Mapas de
Karnaugh, será ilustrado o projeto de um contador para uma saída de contagem irregular e truncada.
Para o FF tipo D, deve-se levar em conta que quando o contador estiver exibindo a contagem presente,
as entradas D dos FFs devem estar com os estados a serem apresentados pela próxima contagem a ser
exibida, pois quando houver a ocorrência do próximo evento contado, ou seja, o próximo pulso de
clock, os FFs mudarão de estado apresentando em suas saídas os estados atuais de suas respectivas
entradas D.
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
49
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
CB CB CB
A 00 01 11 10 A 00 01 11 10 A 00 01 11 10
0 0 1 1 0 0 1 0 1 1 0 0 0 1 1
1 - 1 0 - 1 - 1 0 - 1 - 0 0 -
_ _ _ _ _ _
CB+BA B+CA+CA CA
0 0 0
S S S
D C D B D A
FF C _ FF B _ FF A _
CLK C CLK B CLK A
R R R
0 0 0
Como exemplo será visto o CI 74LS193. Este CI é descrito como contador crescente/decrescente
(up/down) síncrono de módulo 16 com carga paralela e reset assíncronos. As figuras abaixo exibem: (a)
símbolo lógico do CI 74LS193, (b) descrição de suas entradas e saídas e (c) a tabela de seleção dos seus
modos de operação.
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
50
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
51
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
Exemplificando a funcionalidade do CI 74 LS193 como contador crescente estão as figuras acima (a)
representando a interconexão do CI ao circuito, onde as entradas de dados paralelos estão
permanentemente conectadas aos níveis 1011 e (b) a carta de tempo do circuito, considerando-se que o
contador está inicialmente em 0000.
No próximo exemplo, o CI 74LS193 está sendo utilizado como contador decrescente, sendo que a
figura (a) mostra sua interligação ao circuito, onde as entradas de dados paralelos estão
permanentemente conectadas aos níveis 0111 e (b) a carta de tempo do circuito, considerando-se que o
contador está inicialmente em 0000.
Os contadores que permitem carga paralela podem ser conectados para se obter módulos diferentes sem
a necessidade de utilização de portas lógicas adicionais para decodificação.
As lógicas para geração dos pulsos TC U e TC D no CI 74LS193 são as mostradas nas figuras (a) e (b)
respectivamente.
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
52
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
O circuito da figura (a) abaixo expõe a implementação de um contador de módulo 5 pelo CI 74LS193,
que é de módulo 16. O contador em questão é decrescente, e apresenta em sua saída as contagens de 5
a 0. A carta de tempo do circuito exposta na figura (b) demonstra que o contador é decrementado nas
transições positivas de CPD nos instantes de t1 até t5. Em t5 o contador está no estado 0000. Quando CPD
vai para 0 em t6 ele força TC D a ir para 0. Isto imediatamente ativa a entrada PL que coloca o contador
de volta no estado 0101. Deve ser observado que o pequeno intervalo de tempo de permanência em 0 de
TC D se deve ao fato de que a saída do contador ao apresentar brevemente este estado 0000 é
recolocada em 0101 por atuação de PL , gerando portanto um pulso estreito em TC D.
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
53
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
54
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
CAPÍTULO 4
CIRCUITOS MULTIVIBRADORES
Os circuitos multivibradores se dividem em três tipos: multivibradores biestáveis, ou seja, os FFs, que
possuem dois estados estáveis; os monoestáveis, que somente possuem um estado estável; e os astáveis,
que não possuem nenhum estado estável. A seguir uma definição mais detalhada dos três tipos
anteriormente definidos.
MULTIVIBRADOR BIESTÁVEL
Apresenta os dois estados lógicos estáveis em sua saída, ou seja, a cada pulso de comando de entrada há
uma comutação no estado da saída. O estado da saída somente será novamente alterado se outro pulso
de comando de entrada ocorrer.
MULTIVIBRADOR MONOESTÁVEL
Apresenta somente um estado lógico estável em sua saída. O outro estado é instável. Se por aplicação
de um pulso de comando na entrada a saída for levada ao estado instável, após decorrido um
determinado tempo a saída voltará automaticamente ao estado estável.
MULTIVIBRADOR ASTÁVEL
A saída desse circuito não apresenta nenhum dos estados lógicos estáveis em sua saída. Isto significa
que a saída permanecerá por um determinado tempo em um estado lógico, e logo após, há uma
comutação para o outro estado lógico. Após um tempo determinado tempo no segundo estado lógico,
voltará automaticamente a apresentar o primeiro estado, automaticamente, sem que tenha havido
qualquer comando de entrada, executando dessa forma, uma oscilação própria entre os dois estados
lógicos.
Este circuito digital está de algum modo relacionado com o Flip-Flop, que é um multivibrador
biestável. Da mesma forma que o FF, o multivibrador monoestável possui duas saídas Q e Q , que são o
inverso uma da outra. Ao contrário do FF, o monoestável possui apenas um estado de saída estável,
normalmente Q=0 e Q =1, onde assim permanece até que seja comutado por um sinal de entrada. Uma
vez comutado, o monoestável vai para o estado quase-estável, normalmente Q=1 e Q =0, e assim
permanece neste estado por um período fixo de tempo tp, que geralmente é determinado por uma
constante de tempo RC, calculada a partir dos valores dos componentes de temporização externos RT e
CT. Após o tempo tp as saídas Q retornam ao seu estado de repouso.
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
55
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
MONOESTÁVEL NÃO-REDISPARÁVEL
Nas formas de onda de resposta pode-se observar que as transições positivas nos pontos d e f não tem
efeito na resposta porque o circuito é não-redisparável e não sofre a influência do comando de entrada
enquanto estiver no estado quase-estável.
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
56
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
MONOESTÁVEL REDISPARÁVEL
Um monoestável redisparável começa um novo intervalo de tempo tp a cada vez que um pulso de
disparo é aplicado à entrada, independente do estado em que se encontrar a sua saída Q no momento do
disparo. Se os pulsos de disparo forem aplicados à uma taxa alta suficiente podem fazer com que o
monoestável seja constantemente redisparado antes do término do intervalo de tempo tp em curso,
fazendo assim, que a saída Q permaneça em nível alto.
As figuras seguintes expõem em (a) a resposta comparativa entre os dois tipos de monoestáveis com
tp=2 ms e (b) a resposta de um monoestável redisparável com tp=2ms sendo disparado por uma série de
pulsos na entrada com intervalo de 1 ms.
DISPOSITIVOS SCHMITT-TRIGGER
Um dispositivo que possui uma entrada Schmitt-trigger, possui características de memória que torna
possível sua utilização em situações especiais. Ele é projetado para receber sinais com transições lentas
e produzir saídas com transições livres de oscilações. A saída de um dispositivo Schmitt-trigger
geralmente tem um transição rápida (normalmente de 10 ns) que é independente das características do
sinal de entrada.
A funcionalidade das entradas com Schmitt-trigger reside em que suas mudanças decorrem de níveis
fixos de tensão para transição, assim eliminando as oscilações decorrentes durante a passagem do pulso
pelas regiões de tensão para as quais não há a definição de entendimento de nível lógico pela entrada
que está sendo alimentada. No caso da porta inversora, a saída não muda do nível alto para baixo até
que a entrada ultrapasse a tensão limiar superior, VT+. Uma vez que tenha havido essa transição, mesmo
que a tensão de entrada retorne a um nível inferior a VT+ não haverá alteração (característica de
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
57
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
memória) até que a tensão na entrada caia abaixo da tensão limiar inferior VT-. Os valores das tensões
de limiar variam de uma família lógica para outra, mas VT- sempre é menor que VT+.
As figuras próximas exibem em (a) a resposta de uma porta inversora comum que está recebendo em
sua entrada um sinal com tempo de transição lento e (b) uma porta inversora Schmitt-trigger e sua
resposta a uma entrada com transição lenta. O inversor Schmitt-trigger e todos os outros dispositivos
com esse tipo de entrada usam um símbolo especial mostrado na figura (b).
Vários CIs monoestáveis estão disponíveis nas versões redisparável e não-resdisparável: CI 74121 - um
monoestável não-redisparável; CIs 74221, 74LS221 e 74HC221 - duplos monoestáveis não-
redisparáveis; CIs 74122 e 74LS122 - um monoestável redisparável; CIs 74123, 74LS123 e 74HC123 –
duplos monoestáveis redisparáveis.
A figura seguinte mostra o símbolo lógico para o CI monoestável não-redisparável 74121. Ele possui
internamente portas lógicas que possibilitam diversas formas de disparo do monoestável através das
entradas A1, A2 e B. A entrada B é uma entrada Schmitt-trigger que permite um disparo confiável por
sinais de transição lenta. Para disparo do monoestável é necessário uma combinação nessas entradas de
tal forma a gerar uma transição positiva na entrada T do monoestável. Por exemplo, as entradas A1 e A2
devem estar em nível 0 quando uma transição positiva ocorrer na entrada B.
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
58
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
Os pinos RINT, REXT/CEXT e CEXT são usados para conexão do resistor e capacitor externos calculados
para obter-se a duração do pulso de saída desejada. A largura aproximada do pulso de saída de um
monoestável 74121 é dado por tp=0,7 RTCT. O valor de RT pode variar entre 2 a 40 k Ω e CT pode
variar até 1000 microfarads.
A figura seguinte expõe três monoestáveis não-redisparáveis que produzem três pulsos de saída
seqüências com durações tp diferentes e os pulsos gerados. A notação 1 antes dos pulsos no interior dos
blocos moestáveis indica que eles são não-regatilháveis.
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
59
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
DETECÇÃO DE FREQUÊNCIAS
Um monoestável redisparável pode ser usado como detector de freqüência de pulsos que detecta
quando a freqüência dos pulsos de entrada estiver abaixo de um valo predetermindado. Para limpar-se o
circuito para liberação para operação é necessário o acionamento momentâneo da chave SW1. Como o
monoestável é redisparável, para freqüências iguais ou superiores a 1 KHz, cujo período é igual ou
menor que 1 ms, conectadas à entrada, o circuito regatilhável permanecerá no estado quase-estável
enquanto o sinal estiver presente. Isto não permitirá o cloqueamento do FF, pois o sinal na entrda CLK
estará em nível permanentemente alto. Caso a freqüência na entrada do multivibrador caia à valores
inferiores a 1 KHz, permitirá que a saída Q=1 do monoestável volte ao estado estável, ou seja, Q=0,
gerando uma transição positiva na entrada de clock, o que levará a saída X do circuito para 1.
A saída dos multivibradores astáveis oscila entre dois estados instáveis. Eles são bastante úteis para
gerar sinais de clock em sistemas digitais síncronos. Vários multivibradores astáveis são de uso comum.
A seguir exemplificaremos dois tipos de astáveis utilizando CIs.
OSCILADOR SCHMITT-TRIGGER
A figura seguinte mostra como uma porta inversora com entrada Schmitt-Trigger pode ser conectado
como um oscilador. O sinal de saída VOUT é aproximadamente uma forma de onda quadrada com uma
freqüência que depende dos valores de R e C. A relação entre a freqüência e os valores de RC para três
diferentes inversores Schmitt-trigger também constam da figura. Deve ser observado que o circuito para
de oscilar se o valor de R não estiver abaixo doslimites estabelecidos para cada CI.
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
60
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
A figura a seguir demonstra as formas de ondas desenvolvidas na entrada da porta inversora Schmitt-
trigger, ou seja, a tensão sobre o capacitor (Vc) e na saída da porta inversora.
inversor
O Circuito Integrado Temporizador 555 é um dispositivo compatível com TTL que pode operar em
diferentes modos, tanto como multivibrador monoestável como astável. Ele é composto de
internamente por cinco circuitos básicos: 1) comparador inferior; 2) comparador superior; 3) FF
interno; 4) transistor de descarga e 5) driver de saída. A próxima figura expõe seus principais
componentes internos.
VCC RESET
8 4
5K 6
2/3
VCC
5 7
COMP.
SUPERIOR S TRANSISTOR
DESCARGA
5K FF
COMP. R
INFERIOR
1/3 DRIVER
VCC 3
2 DE SAÍDA
5K TIMER 555
1
GND
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
61
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
O comparador inferior compara a voltagem na sua entrada (pino 2) com 1/3 de VCC. A tensão de VCC
pode ser de 4,5 a 18 V. Se a voltagem no pino 2 é menor que 1/3 de VCC o comparador inferior produz
uma voltagem de saída baixa, o que libera uma entrada RESET para o FF interno.
O Comparador superior compara a volatagem na entrada do pino 6 com 2/3 de VCC. Se a voltagem no
pino 6 for maior que 2/3 de VCC, ele libera um entrada SET para o FF interno. O pino 5 pode ser
utilizado para mudar a voltagem de threshold do comparador superior de 2/3 de VCC para outro valor.
Normalmente esse artifício não é utilizado e o pino 5 é conectado à terra através de um capacitor de
0,01 µ F.
Se o FF interno está ligado, ele satura o transitor de descarga e também causa a produção de uma saída
alta através do driver de saída. Consequentemente, se o FF está desligado, o transistor de descarga está
em corte e a saída do driver de saída é zero.
A figura seguinte mostra como componentes externos podem ser conectados ao CI de forma que ele
opere como multivibrador astável. A sua saída será uma forma de onda retangular repetitiva que comuta
entre os dois níveis lógicos, sendo a duração em cada nível, t1 e t2, determinada pelos valores de R e C.
A freqüência de oscilação é o inverso do período T.
Sua operação se dá na seguinte forma: a) assumindo no instante inicial que o transistor de descarga esta
cortado (V no pino 2 é menor que 1/3 de VCC), o capacitor se carrega atavés de RA e RB; b) Quando a
voltagem no capacitor atinge 2/3 de VCC o comparador superior vai para saída zero (V no pino 6 tende
a ser maior que 2/3 de VCC) e sua saída satura o transistor de descarga levando o pino 7 para o
potencial de VCE saturado. Então o capacitor se descarrega através de RB; c) Quando a voltagem sobre o
capacitor tende a ser inferior a 1/3 de VCC o FF é resetado, levando o transistor de descarga ao corte, e
assim o capacitor começa a se carregar novamente e, d) o processo se repete indefinidamente,
resultando na forma de saída astável desejada.
As fórmulas para o cálculo dos intervalos de tempo t1 e t2, e do período total de oscilação, T, também
constam da figura. Como as fórmulas indicam, os intervalos t1 e t2 não podem ser iguais a não ser que
RA seja zero. Isso não pode acontecer pois geraria uma corrente excessiva através do dispositivo. Isso
significa que é impossível produzir uma onda quadrada na saída com um ciclo de trabalho de 50 %.
Entretanto, é possível conseguir um ciclo de trabalho bem próximo de 50 % fazendo RB >> RA (desde
que RA seja maior que 1 K Ω ), de forma que t1 ≈ t2.
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
62
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
A figura a seguir demonstra as formas de ondas desenvolvidas nos pinos de entrada 2 e 6, ou seja, a
tensão sobre o capacitor (Vc) e na saída da porta inversora.
Tensão do FF Vcc
interno e de saída do
CI (pino 5)
0
Para exemplificar, será calculada a freqüência e o ciclo de trabalho da forma de onda de saída do
multivibrador astável implementado com CI 555 para C=0,001 µ F, RA=2,2K Ω e RB=100 K Ω :
RELÓGIO DIGITAL
Uma das mais comuns aplicações de contadores é o relógio digital. Para construção de um relógio
digital é necessária uma freqüência básica bastante controlada, denominada base de tempo. Em relógios
digitais que operam com bateria, a base de tempo é obtida normalmente de um oscilador a cristal.
Aqueles que trabalham com tensão AC da rede de energia elétrica, podem se utilizar da freqüência de
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
63
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
60 Hz da própria rede. Em qualquer caso, a base de tempo deverá ser de 1Hz ou 1 pulso por segundo
(pps).
A figura seguinte exibe o diagrama de blocos básico de um relógio digital que opera com 60 Hz. Uma
amostragem do sinal de 60 Hz é enviada para um circuito Schmitt-trigger para produzir pulsos
quadrados a uma taxa de 60 pps. Um contador de módulo 60 é utilizado para obtenção da base de
tempo de 1 pps. O sinal de base de tempo alimenta um contador que conta de 0 a 59. Transcorrida a
contagem de 60 segundos, ou 60 pulsos de 1s (base de tempo), o contador de segundos vai para 1 e
fornece um pulso para o contador de minutos, que conta eventos de um pulso por minuto. Da mesma
forma que o contador de segundos, o contador ao atingir a 60a contagem, volta a zero e envia um pulso
ao próximo contador, contador de horas. O contador de horas, visto em detalhes mais adiante, é um
contador de 0 a 12, que mostra a contagem 01 ao invés de exibir a contagem 13. Ele recebe pulsos de
clock do contador de minutos a taxa de 1 pulso por hora (60 minutos).
O contador de horas está detalhado na próxima figura. Ele constituído de um contador BCD decádico
(para as unidades de hora e um único FF para a dezena de horas). Quando o contador estiver exibindo a
contagem 12 e receber um próximo pulso de clock, a seguinte situação ocorre Q1 e Q0 tenderiam a ir
para 1 (3 unidades). Entretanto, nesse momento a saída do FF X se encontra em 1, e isso estabelece que
as três entradas da porta NAND que alimenta o pino de carga paralela ( PL ) receba todas as entrada em
1 (X, Q1 e Q0), gerando um nível baixo em sua saída. Esse nível zero na saída da NAND faz a carga
paralela no CI com valor de 0001 presentes em suas entradas paralelas ao mesmo tempo que reseta o FF
para X=0. Assim, o contador que mostraria 13, é ajustado para mostrar 01.
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
64
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
FREQUENCÍMETRO
Um frequencímetro é um circuito que pode medir a freqüência de um sinal. Um dos métodos mais
diretos para construir o medidor de freqüência é mostrado na próxima figura.
As entradas da porta AND se destinam aos pulsos de freqüência desconhecida, a ser medida, fx, e ao um
pulso de amostragem (SAMPLE), que controla por quanto tempo os pulsos de fx podem passar pela
porta AND da entrada para o contador. O contador é constituído de contadores em código BCD em
cascata, e a unidade de decodificador/display converte as saídas BCD para apresentação no display de
sete segmentos.
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
65
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
A exatidão desse método reside na duração do intervalo de amostragem. O circuito da próxima figura é
comumente utilizado para obtenção de diversos tempos de amostragem. O circuito é constituído de um
oscilador a cristal de 100 KHz, cuja a forma de onda é transformada em pulsos quadrados pelo
conformador de pulsos (Schmitt-trigger). Após, essa freqüência é sucessivamente dividida por 10 por
circuitos contadores decádicos (binários ou Johnson), fornecendo em suas respectivas saídas pulsos de
saída com períodos multiplicados por 10, a cada contador. A chave rotativa é utilizada para selecionar
uma dessas freqüências para a entrada do FF JK. A saída do FF será a freqüência selecionada dividida
por 2. Por exemplo, se a chave estiver na posição 1, os pulsos de 1 Hz aplicados ao FF, estarão
presentes em sua saída Q coma freqüência de 0,5 Hz, ou período (T) de 2 segundos. Como a duração do
pulso de saída do FF em nível 1 (tp) é T/2, tp será de 1s. Na posição 2, o intervalo de amostragem será
de 0,1 s, e assim por diante.
A figura seguinte exibe o esquema de um frequencímetro mais completo e suas formas de onda. O
circuito contém um monoestável e um FF JK, e a porta AND possui três entradas, uma das quais é a
saída X do FF.Os pulsos de amostragem (SAMPLE), gerados pelo circuito visto anteriormente, estão
conectados na porta AND e também na entrada clock do FF.
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
66
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
67
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
CAPÍTULO 5
CIRCUITOS REGISTRADORES DE DESLOCAMENTO
As figura a seguir (a) mostra uma forma de organizar os FFs JK como um registrador de deslocamento
de quatro bits, e (b) mostra os dados da entrada deslocados para a direita de acordo com a quantidade de
pulsos de clocks aplicados.
Deve ser observado que os FFs estão conectados de maneira que o valor da saída X3 é transferido para
X2, o valor de X2 para X1 e o de X1 para X0. Isso faz com que a cada borda ativa do pulso de
deslocamento o FF da direita receba o valor que estava armazenado previamente no FF da esquerda. O
FF X3recebe o valor determinado pela entradas J e K , neste caso os valores de DATA IN. Na carta de
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
68
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
tempo das saídas é assumido que antes do primeiro pulso de deslocamento todos os FFs estavam
resetados.
O último FF do registrador X está conectado à entrada D do registrador Y2, e assim quando os pulsos de
deslocamento são aplicados a transferência da informação acontece da seguinte forma: X2->X1>X0-
>Y2->Y1->Y0.
Os FFs da figura anterior podem ser facilmente conectados de maneira que o deslocamento de
informações seja da direita para a esquerda, isto é, caso se deseje um deslocamento para direita a saída
a saída Y0 seria conectada a entrada D de Y1, a saída Y1 seria conectada a entrada D de Y2, e assim
sucessivamente. Deve ser observado que neste caso a entrada D de Y0 deveria ser alimentada com nível
0.
Registradores de deslocamento que usem realimentação, ou seja, aqueles cuja saída do último FF é
conectada à entrada do primeiro FF, podem ser utilizados na construção de circuitos contadores.
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
69
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
CONTADOR EM ANEL
A figura (b) mostra os diversos estados dos FFs do contador à medida que são aplicados os pulsos de
clock, admitindo o estado inicial Q3=1 e Q2=Q1=Q0=0.
Esse contador funciona como um contador de módulo 4, uma vez que apresenta quatro estados distintos
antes que a seqüência se repita. Ele não segue a seqüência de contagem binária, mas é um contador
porque possui 4 estados de saída distintos. A saída de cada FF tem uma freqüência igual a 1/4 da
freqüência do clock. A tabela a seguir demonstra a seqüência de contagem desse contador.
Contadores em anel podem ser construídos para qualquer módulo desejado. Um contador em anel de
módulo N utiliza N FFs. De modo geral, um contador em anel necessitará de mais FFs do que um
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
70
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
contador binário de mesmo módulo. Por exemplo, um contador em anel de módulo 8 necessita de 8
FFs, enquanto um contador binário de módulo requer apenas 3 FFs.
Apesar de menos eficiente no uso de FFs, um contador em anel é útil porque pode ser decodificado sem
uso de portas decodificadoras. Sua utilização é especialmente útil em aplicações em que o contador é
usado para controlar as seqüências de operações em um sistema.
Para funcionar corretamente, o contador em anel tem que iniciar com apenas um FF no estado 1 e todos
os demais no estado 0. Assim, o contador deve ser colocado no estado inicial desejado antes da
aplicação dos pulsos de clock. Um método para se obter esse efeito é a utilização do circuito a seguir
exposto. Ao se energizar o circuito, o capacitor será carregado de maneira relativamente lenta. A saída
do inversor Schmitt-trigger 1 permanecerá em nível alto e a saída do inversor 2 permanecerá baixa até
que a tensão do capacitor exceda a tensão de limiar positivo VT+ da entrada do inversor 1 (em torno de
1,7 V). Isso mantém a entrada PRÉ de Q3 e as entradas CLR de Q2,Q1 e Q0 em nível baixo pelo tempo
suficiente para que seja inicializado em 1000.
CONTADOR JOHNSON
O contador Johnson ou contador em anel torcido é construído exatamente como um contador em anel,
exceto pelo fato de que a saída invertida do último FF é que está conectada à entrada do primeiro. A
figura seguinte exibe um contador Johnson de três bits.
A cada transição positiva do pulso de clock o nível de Q2 é deslocado para Q1, o de Q1 para Q0, e o
inverso do nível de Q0 é deslocado de volta a Q2. A carta de tempo a seguir exibe as formas de onda de
saídas do contador anterior, considerando-se que todos os FFs estão inicialmente em 0.
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
71
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
Pelo exame das formas de onda de saída do contador Johnson visto observa-se que: a) este contador
possui seis estados distintos: 000, 100, 110, 111, 011,001. Portanto, seu módulo é 6; b) a forma de onda
da saída de cada FF é uma onda quadrada (50 % de taxa de ciclo) com um sexto da freqüência de clock;
c) as formas de onda de duas saídas sucessivas estão deslocadas de um período de clock.
Concluindo, o módulo de um contador Johnson será sempre igual a duas vezes o número de FFs do
contador, ou seja, um contador Johnson de módulo N (onde N é um número par) é constituído por N/2
FFs, e todas as saídas dos FFs apresentarão a freqüência do clock dividida por N.
No contador em anel somente um FF apresentará uma saída alta para cada estado da contagem. No
contador Johnson, entretanto, existe uma combinação única de duas saídas para cada contagem. Por
exemplo, nas contagens de saídas do contador Johnson de 3 FFs, módulo 6, existirão as seguintes
combinações únicas Q2Q0=00, Q2Q1=10, Q1Q0=10, Q2Q0=11, Q2Q1=10 e Q1Q0=01. Seja qual for
número de FFs do contador Johnson sempre haverá uma combinação única de estados de duas saídas
presentes em cada contagem. Assim, sempre poderão ser utilizadas portas AND de duas entradas para
decodificação de cada estado de contagem. As portas de decodificação e a tabela de contagem para um
contador Johnson de 3 FFs estão exibidas na próxima figura.
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
72
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
Existem muito poucos contadores em anel ou contadores Johnson disponíveis como circuitos
integrados. A razão para isso é que é relativamente simples pegar um CI registrador de deslocamento e
conectá-lo como contador em anel ou como contador Johnson. Alguns dos CIs contadores Johnson
CMOS (74HC4017, 74HC4022) incluem o circuito de decodificação completo no mesmo chip do
contador.
Os vários tipos de registradores podem ser classificados de acordo com a maneira pela qual os dados
podem ser apresentados ao registrador para armazenamento e pela qual os dados são fornecidos pelo
registrador, a saber:
- Entrada paralela/saída paralela
- Entrada serial/saída serial
- Entrada paralela/saída serial
- Entrada serial/saída paralela
CI 74174
As figuras seguintes exibem: (a) o diagrama lógico do CI 74LS174 (também o 74HC174) e (b)
seu símbolo lógico. Ele é um registrador de 6 bits com as entradas paralelas D5 a D0, e saídas paralelas
Q5 a Q0. Os dados paralelos são carregados na subida do sinal de entrada de clock CP. Um entrada de
reset geral, MR pode ser usada para resetar assincronamente todos os FFs.
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
73
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
O 74ALS174 é normalmente usado para transferência síncrona paralela de dados. Entretanto, este CI
pode ser conectado para uma transferência serial de dados. Para tal, as saídas Q5, Q4, Q3, Q2 e Q1 devem
ser conectados respectivamente às entradas D4, D3, D2, D1 e D0. O circuito assim constituído tem a
entrada D5 como entrada serial e a saída Q0 como a saída serial do registrador de deslocamento a direita
de 6 bits.
CI 74178
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
74
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
A próxima figura exibe o CI 74178 conectado para funcionar como um contador em anel de 4 bits. A
saída Q3 é conectada de volta à entrada DS. As entradas paralelas de dados estão permanentemente
configuradas com 0001, e a entrada PE está permanentemente em alto. A entrada SE está inicialmente
em 0. Isto permite que cada descida do clock CP faça uma carga paralela de 0001 no registrador. Então
SE é chaveada para 1 (modo deslocamento), onde permanece, permitindo o deslocamento circular do
único nível 1. Para formar um contador Johnson basta acrescentar uma porta inversora entre a saída Q3
e a entrada DS.
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
75
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
CI 4731B
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
76
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
por 64 pulsos de clock, aparecendo finalmente em sua saída somente após o tempo de atraso de 64
períodos de clock.
CI 74165/74LS165/74HC165
O CI 74LS165 é um registrador de 8 bits com entrada paralela e saída serial. Ele também possui uma
entrada de dados serial DS, além das entradas paralelas P0 a P7. O registrador possui oito FFs, Q0 a Q7,
conectados internamente como registrador de deslocamento, mas as únicas saídas disponíveis são Q7
e Q 7. A entrada CP, ativa nas transições positivas, é usada para os clocks de deslocamento. A entrada
CP INH, quando em 1, permite a inibição de clock, ou seja, é usada para anular o efeito dos pulsos em
CP, permitindo que os FFs mantenham seu estado atual. A entrada deslocamento/carga, SH/ LD ,
determina qual das operações de deslocamento (SH/ LD =1), ou de carregamento paralelo (SH/ LD =0)
está sendo realizada. Uma observação importante é que as funções das entradas CP e CP INH podem
ser invertidas, conforme demonstra a tabela de funções do dispositivo. Isto é possível porque ambas as
entradas passam por uma porta OR no interior do chip. A próxima figura exibe a tabela de funções e o
símbolo lógico do CI 74LS165.
Entradas Operação
SH/ LD CP CP INH
L X X Carga paralela
H H X Não muda
H X H Não muda
H ↑ L Deslocamento
H L ↑ Deslocamento
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
77
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
CI 74164 é um registrador de deslocamento de oito bits com entrada serial e saída paralela. Em vez de
uma entrada serial simples, uma porta AND combina as entradas A e B para produzir uma entrada
serial para o FF Q0. A operação de deslocamento ocorre nas transições positivas da entrada de clock
CP. A entrada MR , quando está em nível 0 proporciona o reset assíncrono de todos os FFs. As figuras
seguintes exibem em (a) o diagrama lógico do CI 74164 e em (b) seu símbolo lógico.
Como exemplo de aplicação, um contador módulo 8 construído com o CI 74164. A figura a seguir em
(a) exibe o circuito e em (b) a seqüência das 8 contagens na saída.
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
78
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
É assumido que o estado inicial do registrador do circuito anterior é 00000000. Com A=B=1, a entrada
serial é 1, e, 1s serão deslocados pelo registrador em cada transição positiva de CP. Como Q7 está
inicialmente em 0, a entrada MR está inativa. No oitavo pulso, o registrador tenderia a ir para
11111111. Esse estado ocorre apenas momentaneamente, pois Q7 em 1 gera um nível 0 em MR , o que
imediatamente reseta o registrador, iniciando então, a repetição da seqüência para os oito próximos
clocks.
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
79
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
CAPÍTULO 6
CIRCUITOS DE MEMÓRIA
A maior vantagem dos sistemas digitais sobre os sistemas analógicos é a habilidade de armazenar
facilmente grandes quantidades de informações digitais e dados por períodos curtos ou longos. Essa
capacidade reside nos circuitos de registradores e nos circuitos de memórias.
1) TERMINOLOGIA DE MEMÓRIAS
Célula de memória – Um dispositivo ou circuito elétrico usado para armazenar um único bit de dado.
Exemplos: Flip-Flop, capacitor, ponto magnético em fita ou disco magnético, etc.
Palavra de memória – Um grupo de bits, ou células, em uma memória envolvidos numa única
transferência. O tamanho de palavras de computadores modernos varia de 4 a 64 bits.
Byte - Um termo especial para um tamanho de palavra de 8 bits. Uma palavra de 16 bits, por exemplo,
também pode ser denominado de duplo byte.
Capacidade – Uma forma de especificar quantos bits podem ser armazenados em determinado
dispositivo ou sistema de memória. Por exemplo, uma memória que possa armazenar 4096 palavras de
20 bits, possui uma capacidade de 81.920 bits.
Densidade - Outro termo para capacidade. Por exemplo, um determinado chip de memória
semicondutora especificado como 2 Kbytes tem uma densidade de 16.384 bits.
Leitura de memória – Operação segundo a qual uma palavra armazenada em uma posição específica
(endereço) da memória é detectada e transferida para outro dispositivo.
Escrita de memória – Operação segundo a qual uma nova palavra é armazenada em uma posição
particular de memória. Sempre que uma palavra é escrita num determinado endereço de memória ela
substitui a palavra que estava previamente armazenada naquele endereço.
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
80
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
Memória volátil – Qualquer tipo de memória que perca seus dados se a alimentação elétrica for
removida. Muitas memórias semicondutoras são voláteis, enquanto todas as memória magnéticas são
não-voláteis.
Memória de Acesso Aleatório (RAM- Randon Access Memory) – Memórias de leitura e escritura
em tempo de operação norma do sistema. O tempo de acesso é o mesmo para qualquer endereço na
memória.
Memória de Acesso Seqüencial (SAM – Sequential Access Memory) – O tempo de acesso não é
constante para todos os endereços. A fita magnética é um exemplo desse tipo de memória.
Memória de Leitura e Escrita (RWM - Read/Write Memory) – Qualquer memória que pode ser lida
ou escrita de modo igualmente fácil.
Memória Somente de Leitura (ROM – Read Only Memory) – Tipo de memória cuja gravação é
realizada fora do dispositivo de operação normal. Todas as ROMs são não-voláteis.
Memória Auxiliar – Também chamada memória de massa porque armazena grande quantidade de
informações externas à memória principal. Discos magnéticos e CDs são dispositivos de memória
auxiliar comuns.
2) OPERAÇÃO DE MEMÓRIAS
Basicamente, todo sistema de memória requer diversos tipos diferentes de linhas de entrada e de saída
para realização das seguintes funções:
a) Seleção de endereço de memória para escritura ou leitura.
b) Fornecimento dos dados a serem escritos na memória ou manutenção dos dados lidos da
memória.
c) Habilitação do chip de memória que contém o endereço selecionado.
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
81
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
As figuras seguintes exibem em (a) um diagrama básico simplificado de uma memória de 32 x 4 (32
endereços de palavras de 4 bits) e em (b) a configuração virtual das células dessa memória. Pode-se
visualizar essa memória como um arranjo de 32 registradores, no qual cada registrador mantém uma
palavra de quatro bits. Cada endereço contém quatro células de memória que mantém os 1s e 0s que
constituem a palavra de dados daquele endereço.
LINHAS DE DADOS
Durante uma operação os dados a serem armazenados devem ser aplicados às linhas de entrada de
dados (I0 a I3). Durante a leitura, os dados da palavra lida aparecem nas linhas de saída de dados (O0 a
03).
LINHAS DE ENDEREÇOS
Como esta memória possui 32 palavras, ela possui 32 endereços diferentes para armazenamento de
dados. O número de linhas de endereços necessários devem ser K, onde 2K deve ser igual a N
endereços ( 2K ≥ N). Assim para essa memória há necessidade de 5 linhas de endereços, A0 a A4. Para
acessar uma das posições de memória contidas entre os endereços 00000 a 11111. Por exemplo, na
figura (b) a palavra de dados 0110 está armazenado no endereço 00000.
Essa linha de entrada controla a operação a ser realizada na memória: leitura (R – Read) ou escritura
(W – Write). Para realizar uma operação de leitura dos dados do endereço selecionado a linha
R/ W deve ser igual a 1; para realizar uma escritura dos dados no endereço selecionadoa linha
R/ W deve ser igual a 0. As ilustrações seguintes mostram em (a) a palavra 0100 sendo escrita no
endereço 00011 e em (b) a palavra 1101 sendo lida do endereço 11110.
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
82
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
Considerando que num banco de memória constituído de diversos CIs ou Chips de Memória, que estão
conectados aos barramentos de endereço, dados e controle comuns a todos os CIs de memória, o
endereço selecionado para acesso se encontra num único Chip, ou seja, aquele que contém a locação
selecionada, deve ser ligado, enquanto todos os outros CIs devem ser virtualmente desligados para não
interferirem na operação. A figura seguinte demonstra CIs de memória interligados para compor um
sistema de memória.
Em memórias de apenas leitura, ou Read Only Memory (ROM), durante operações normais, nenhum
dado novo pode ser escrito, apenas seus dados pré-gravados podem ser lidos.
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
83
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
As ROMs são usadas para armazenar dados que não mudam durante as operações normais de um
sistema. Por exemplo, um uso amplo das ROMs é normalmente armazenar de forma não-volátil
programas dos sistemas operacionais de microcomputadores, tal como o programa BIOS (Basic Input e
Output Services). ROMs também são muito utilizadas para armazenamento de programas ou dados em
equipamentos controlados por microprocessador, tais como caixas registradoras eletrônicas, aparelhos e
sistemas de segurança.
As figuras seguintes exibem em (a) um diagrama em bloco típico de uma ROM, em (b) uma tabela
mostrando os dados binários de cada endereço e em (c) a mesma tabela em representação hexadecimal.
A arquitetura (estrutura interna) simplificada de uma ROM de 16 endereços x 8 bits está exibida na
figura seguinte. A matriz de registradores armazena os dados que são programados na ROM. Os
decodificadores de endereços das linhas A3A2A1A0 determinam qual dos registradores interno de 8 bits
colocará sua palavra de dados no barramento de dados.
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
84
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
As ROMs se dividem em tipos em conformidade com a maneira como são programadas, apagadas e
reprogramadas.
A ROM programada por máscara tem suas posições escritas (programadas) pelo fabricante de acordo
com as especificações do cliente. Um negativo fotográfico denominado máscara é usado para controlar
as interconexões elétricas no chip. ROMs programadas por máscara são normalmente conhecidas
apenas por ROMs. Uma vez que o termo ROM é utilizado para designar uma classe de memórias que
englobam diversas sub-classes, a designação MROM pode também ser usada para designação de ROMs
programadas por máscara.
A figura seguinte exibe um exemplo de uma estrutura interna de uma MROM MOS utilizando
MOSFET para cada célula de memória, contendo os dados gravados mostrados na tabela. Um conexão
de fonte aberta armazena 0 e uma conexão fechada armazena 1.
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
85
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
O CI TMS 47256 é uma versão NMOS de MROM que tem capacidade de 32 K x 8. Seu símbolo é
mostrado na próxima figura. Ela possui duas entradas de habilitação, E e S . Ambas tem que estar em
nível baixo para habilitar as saídas da MROM. A entrada E também é responsável por realizar a função
power-down (redução de consumo). Quando essa entrada é mantida em nível alto, os circuitos internos
do chip são colocados em standby, consumindo apenas um quarto de corrente que consumiria em
operação normal. O tempo de acesso desse CI é 200 ns e uma potência standby de 82,5 mW. A versão
CMOS desse CI, o TMS 47C256 tem um tempo de acesso de 100 ns e uma potência standby de apenas
2,8 mW.
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
86
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
A PROM (Programmable Read Only Memory) é uma ROM com conexões a fusíveis que são
programáveis pelo usuário. Da mesma forma que a MROM, a PROM uma vez programada não poderá
ser apagada e reprogramada.
A estrutura da PROM com conexões a fusíveis é muito similar a da MROM, onde no processo de
programação, determinadas conexões são deixadas intactas ou são abertas para programar as células de
memória como nível 1 ou 0, respectivamente. As PROMs são fornecidas pelo fabricante com todas as
conexões com um fusível intacto, fechado, ou nível 1. A próxima figura exibe mostra exibe um
exemplo dessas conexões que podem ser programadas, onde o MOSFET Q0 está programado para ser 1
(fusível intacto) e Q1 está programado para ser 0 (fusível aberto por uma alta corrente no processo de
gravação).
Uma EPROM (Erasable Programmable Read Only Memory) é uma ROM que pode ser programada,
apagada e reprogramada pelo usuário quantas vezes for necessário. A programação de uma EPROM
envolve a aplicação de níveis especiais de tensão nas entradas apropriadas do chip durante um intervalo
de tempo específico. Suas células de armazenamento são constituídas de transistores MOS com uma
porta de silício sem conexão. No seu estado normal, cada transistor está desligado e cada célula
armazena um nível lógico 1. Um transistor pode ser ligado permanentemente durante o processo de
programação, a célula estará gravada então com nível 0.
A UVPROM é uma EPROM que pode ser apagada pela aplicação de luz ultravioleta (UV). Uma vez
programada uma célula da UVEPROM ela pode ser apagada pela exposição à luz ultra-violeta (UV)
aplicada através de uma janela transparente no chip. A luz ultravioleta produz uma foto-corrente que
remove a carga armazenada, desligando o transistor e restaurando o valor lógico da célula para 1. Não
há possibilidade de apagar apenas células selecionadas, e o processo de apagamento ocorre em todas as
células ao mesmo tempo. Uma vez a pagada a EPROM pode ser reprogramada.
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
87
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
O CI 2732 é uma UVEPROM CMOS de pequena capacidade, 4 K x 8, que durante a operação normal
opera com +5 V. As figuras seguintes exibem em (a) o símbolo lógico do 2732, em (b) seu
encapsulamento típico com a janela para apagamento por UV e em (c) sua tabela funcional.
Ela apresenta 12 linhas de endereços (212=4096=4K), 8 linhas de dados, uma entrada de controle de
habilitação CE (chip enable), uma habilitação de saída de dados OE (output enable), que em operação
normal deixa o dispositivo em estado de alta impedância se estiver em nível alto (desligamento virtual
do barramento). Quando em modo de programação o pino OE /Vpp recebe uma tensão especial
necessária para gravação de dados.
A EEPROM (Eletrically Erasable Programmable Read Only Memory) é uma PROM apagável pela
aplicação de tensões elétricas apropriadas ao seu pinos. A EEPROM mantém a mesma estrutura de
porta flutuante da EPROM, mas com o acréscimo de uma região muito fina de óxido acima do dreno do
MOSFET da célula de memória. Aplicando-se uma tensão alta entre a porta do MOSFET e o dreno,
uma carga pode ser induzida na porta flutuante, onde permanece de forma não volátil. A aplicação de
uma tensão reversa de uma tensão de mesmo nível faz com que a carga contida na porta flutuante seja
removida, apagando-se assim a célula.
Como esse mecanismo de transporte de carga requer correntes muito baixas, o apagamento e a
programação de uma EEPROM podem ser feitos no próprio circuito, sem a necessidade de dispositivos
externos para essa finalidade. As primeiras EEPROMs necessitavam de circuitos de suporte externos
apropriados para geração da tensão de programação (Vpp) de 21 V e controle de temporização e
sequenciamento das operações de apagamento e programação. Os componentes mais recentes, como o
CI 2864 da Intel, integram esses circuitos de suporte no mesmo chip que a matriz de memória, e assim
requerem apenas um pino de alimentação de + 5 V.
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
88
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
O símbolo lógico da EEPROM 2864 é mostrado na figura (a) a seguir, e seus modos de operação estão
na tabela da figura (b). Esse CI é organizado em uma matriz de 8 K x 8 (13 linhas de endereço) e 8
pinos de entrada/saída de dados (I/O). Os sinais de controle determinam o modo de operação da
EEPROM. O sinal OE (Output Enable)em nível alto mantém o chip em estado de espera em baixa
potência. Para ler o conteúdo de uma posição de memória, as linhas de endereços são estabelecidas e a
linha de controle CE (Chip Enable) é colocada em nível baixo, e as linhas de dados que estavam
virtualmente desconectadas do circuito externo, voltam a se conectar aos barramentos.
A operação de gravação ocorre pelo estabelecimento do endereço a ser gravado, acionamento em nível
baixo dos sinais CE e WE (Write Enable). Os dados devem estar disponíveis nas linhas de I/0 antes
que os sinais de habilitação de chip e habilitação de escrita retornem ao nível alto. Os dados são
efetivamente internados na EEPROM na borda de subida de WE . A operação de internação de dados
tipicamente consome 200 ns. Após a internação dos dados em buffers internos, circuitos em seu interior
realizarão operações de apagamento do endereço selecionado na matriz da EEPROM e escritura com o
novo dado dos buffers. Essas operações de apagamento e gravação consomem normalmente 5 ms.
MEMÓRIA FLASH
As EPROMs oferecem tempos de acesso reduzidos (normalmente 120 ns), tem alta densidade e baixo
custo por bit. As EEPROMs, possuem rápido acesso, mas tem baixa densidade e custo muito maior do
que o das EPROMs. As memórias flash tem a capacidade da EEPROM de apagamento no próprio
circuito, e possui densidades e custo muito próximos daqueles apresentados pelas EPROMs, mantendo
a alta velocidade de leitura de ambos os tipos. Estruturalmente uma célula de memória flash é
semelhante à célula com um único transistor da EPROM.
As memórias flash são assim chamadas em função dos seus curtos tempos de apagamento e de escrita.
A maioria dos chips flash possui uma operação de apagamento total, com um tempo de centenas de
milissegundos para essa operação. Algumas memórias flash mais recentes oferecem modo de
apagamento por setor, evitando-se a necessidade de apagar e reprogramar todas as células quando
apenas uma parte da memória precisa ser atualizada. Uma memória flash típica tem um tempo de
escrita de 10 microsegundos por byte (na EPROM esse tempo de 100 microssegundos, e na EEPROM é
de 5 milissegundos).
As figuras seguintes mostram em (a) o símbolo lógico do chip de memória flash 28F256A da Intel e em
(b) sua tabela de modos de operação. A capacidade desse chip é de 32 K x 8 linhas de endereços de A0
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
89
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
a A14 e linhas bidirecionais de dados DQ0 a DQ7. Os pinos de dados entram em estado de alta
impedância (flutuação) quando o chip não está selecionado ( CE =1) ou quando as saídas estão
desabilitadas ( OE =1). A linha WE é utilizada para permitir operações de escrita na memória. Este CI
requer duas tensões de alimentação, Vcc= + 5 V usado para o circuito lógico e Vpp = 12 V para
apagar/programar. Chips mais recentes geram Vpp internamente a partir de uma única fonte de
alimentação externa de 1,8 V.
Para o CI 28F256A se o pino de Vpp não receber tensão superior a 6,5 V, a operação de escrita não pode
ser realizada e o chip apenas pode ser lido; portanto, ele atua como uma memória apenas de leitura
(ROM).
A figura a seguir mostra a arquitetura simplificada de uma RAM de 64 palavras de 4 bits. É possível
idealizar uma memória como um conjunto de tantos registradores quanto forem seus endereços. No
modelo e estudo, para seleção do registrador a ser usado, o código binário de 6 bits de entrada é
decodificado, fornecendo uma única linha ativa em sua saída, que vai ligar o registrador endereçado.
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
90
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
As células da memória RAM estática (SRAM - Static RAM) são essencialmente Flip-Flops. As SRAMs
estão disponíveis nas tecnologias bipolar, MOS e BiCMOS. A maioria das aplicações usa RAMs
NMOS ou CMOS. As memórias bipolares têm a vantagem de serem mais rápidas e os dispositivos
MOS têm maior capacidade e menor consumo. A figura a seguir mostra uma célula típica de uma RAM
nas tecnologias bipolar e NMOS
Um exemplo de CI SRAM comercial é a RAM CMOS MCM 6264C de 8 K x 8 com tempos de ciclo de
leitura e de ciclo de escritura de 12 ns e um consumo, em espera, de 100 mW. O seu símbolo lógico e
tabela de modo de operação são mostrados na próxima figura.
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
91
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
Essa memória possui 13 linhas de entrada de endereços e 8 linhas bidirecionais de dados. As quatro
entrada de controle determinam o modo de operação do dispositivo. O símbolo “&” é usado para
denotar que ambas as entradas de seleção de chip ( CS 1 e CS 2) tem que estar ativas para habilitarem o
chip.
As memórias RAMs dinâmicas ( DRAM – Dinamic RAM) são fabricadas usando tecnologia MOS e
possuem altas capacidades, baixo consumo de potência e velocidade moderada de operação.
Diferentemente das SRAMs, que armazenam informações em FFs, as DRAMs armazenam suas
informações como cargas em pequenos capacitores MOS. Devido à tendência de fuga dessas cargas
após um período de tempo, as DRAMs requerem recargas periódicas de suas células de memória. Esse
processo é denominado refrescamento (refresh). Em chips modernos de DRAM, cada célula tem que
ser recarregada a cada 2, 4 ou 8 ms.
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
92
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
A figura seguinte mostra uma representação simbólica de uma célula de memória dinâmica e seus
circuitos associados. Esse circuito simplificado pode ser usado para descrever as idéias essenciais
relacionadas à leitura e escrita de uma DRAM. As chaves SW1 e SW2 representam MOSFETs
controlados pelas diversas saídas do decodificador de endereços e pelo sinal R / W . O capacitor
representa a célula de armazenamento.
Na leitura do dado da célula, as chaves SW2, SW3 e SW4 são fechadas e somente SW1 é mantida
aberta. Isso conecta a tensão armazenada no capacitor ao amplificador sensor. Esse amplificador
compara os níveis de tensão no capacitor com valores de referência e gera uma tensão de saída bem
definida de 0 V ou 5 V, respectivamente para os níveis 0 ou 1 armazenados no capacitor. A saída do
amplificador também está conectada ao capacitor por meio das chaves SW4 e SW2, o que permite a
restauração da carga originariamente contida no capacitor. Em outras palavras, o bit de dado da célula
de memória é restaurado toda vez que é lido.
Para ilustrar a multiplexação de linhas de endereço, será utilizado a DRAM TMS44100 da Texas
Instruments, de capacidade 4 M x 1. A figura seguinte exibe seu diagrama de blocos funcional interno.
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
93
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
Funcionalmente essa DRAM é uma matriz de células organizada como 2048 linhas por 2048 colunas.
Para acessar 4 M de endereços seriam necessários 22 pinos de endereços para as linhas (A0 a A21). Seus
decodificadores de endereços internos podem ser vistos como 2 decodificadores de 11 entradas binárias
para 2048 saídas decimais (211=2048), um para endereços de colunas e outro para endereços de linha.
Como as linhas de endereços são multiplexadas, somente existe 11 pinos para entrada de endereços, ao
invés de 22 necessários para o acesso a 4 M. As 11 linhas de endereços A0/A10 a A11/A21 são conectadas
às entradas de ambos os decodificadores de endereços. O registrador de endereços de linhas armazena
a metade superior (A10 a A21) das 22 linhas de endereços necessárias, e o registrador de endereços de
colunas a metade inferior (A0 a A11). Duas entrads importantes de sinais de strobe controlam quando a
informação de endereço é capturada. O strobe de endereço de linha ( RAS - Row Address Strobe) é o
clock do registrador de 11 bits de endereço de linha. O strobe de endereço de coluna ( CAS - Column
Address Strobe) é o clock do registrador de 11 bits de endereço de coluna.
Um endereço de 22 bits é aplicado na DRAM em duas etapas usando as entradas RAS e CAS . A
temporização da aplicação desses comandos de entrada para a DRAM é vista na figura que se segue.
Inicialmente esses sinais estão em nível alto, inativos. No instante t0, os 11 bits do endereço de linha
(A10 a A21) são aplicados nas entradas A0/A10 a A11/A21 da DRAM. Depois de decorrido o tempo de
setup (tRS) do registrador de endereços de linha, a entrada RAS é acionada para o nível baixo em t1.
Nesse instante, os dados presentes nos pinos de endereços são internalizados no Registrador de
endereços de linha e sua decodificação é feita para acionamento da linha selecionada. No instante t2, os
11 bits do endereço de linha (A0 a A11) são aplicados nas entradas A0/A10 a A11/A21 da DRAM. Depois
de decorrido o tempo de setup (tCS) do registrador de endereços de coluna, a entrada CAS é acionada
para o nível baixo em t3. Nesse instante, os dados presentes nos pinos de endereços são internalizados
no Registrado de endereços de coluna e sua decodificação é feita para acionamento único da coluna
selecionada. Após isso, as duas partes do endereço foram decodificadas e a operação de leitura ou
escrita pode ser realizada no endereço selecionado.
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
94
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
Essa DRAM não possui uma entrada de chip select (CS). Os sinais RAS e CAS realizam a função de
seleção do chip, já que ambos devem estar ativos em nível baixo para que os decodificadores
selecionem uma célula para leitura ou escritura.
Em DRAMs cada célula de memória deve ser refrescada periodicamente. Os fabricantes projetam chips
de DRAM de modo que sempre que uma operação de leitura for realizada em uma célula, todas as
células daquela linha são refrescadas.
Existem dois tipos de refresh: o refresh em rajada (burst) e o refresh distribuído. No modo de refresh
de rajada, a operação normal de memória é suspensa e cada linha da DRAM e refrescada
sucessivamente até que todas as linhas tenham sido reavivadas. No modo de refresh distribuído, o
refrescamento é da linha é intercalado com as operações normais de memória.
O método mais universal para refrescamento de uma DRAM é o refresh apenas com RAS . Ele é
realizado habilitando-se o endereço da linha com RAS enquanto CAS e R/ W permanecem em nível
alto. No CI TMS44100, devido à sua arquitetura interna, como há dois bancos enfileirados numa
mesma linha, ambos os bancos podem ser refrescados ao mesmo tempo, o processo então ocorre como
se somente houvesse 1024 linhas, ao invés das 2048. Um contador de refresh é usado para fornecer os
10 bits de endereço para as 1024 linhas, começando em 0000000000 (linha 0). A entrada RAS é
pulsada em nível baixo para carregar o endereço de linha na DRAM, e isso refresca a linha 0 nos 2
bancos. O contador é incrementado e o processo é repetido até o endereço 1111111111 (linha 1023).
Para o TMS 44100, um refresh por rajada pode ser completado em pouco mais de 113 microssegundos
e tem que ser repetido a cada 16 milissegundos, ou menos. A figura a seguir ilustra como esse processo
apenas com RAS para o CI TMS44100 ocorre.
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
95
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
5) BANCOS DE MEMÓRIA
A figura a seguir ilustra um banco de memória RAM de 1 K x 8 bits constituído de diversos CIs 2125 A
(1 K x 1). Cada chip armazena um dos bits das 1024 palavras de 8 bits. As entradas R/ W e CS de todos
os CIs devem ser conectadas em paralelo. As 10 linhas de endereçamento de cada CI também estão
conectadas em paralelo e ao barramento de endereços do sistema. Somente as linhas de entrada e saída
de dados de cada chip estão conectadas no barramento de dados cada um em uma linha.
O esquema seguinte exibe a associação de 2 módulos de memória de 16 endereços x 4 bits para formar
um banco de 16 endereços por 8 bits.
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
96
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
A próxima figura ilustra um banco de RAM de 32 palavras de 4 bits implementados com 2 chips de
memória RAM de 16 palavras de 4 bits.
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
97
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
98
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
CAPÍTULO 7
CIRCUITOS LÓGICOS PROGRAMÁVEIS
No presente estudo já foram examinados vários circuitos básicos de sistemas digitais. A medida que
cada circuito foi estudado, circuitos integrados disponíveis eram citados como meio de se implementar
o circuito em questão. Muitos sistemas em operação são combinações de diversos desses circuitos
integrados. A possibilidade de agrupar vários componentes em um único circuito integrado,
programado para executar as funções de um sistema, está disponível pela utilização de Dispositivos de
Lógica Programável (PLD – Programmable Logic Devices).
A figura seguinte representa uma matriz de portas AND e outra de portas OR utilizada por CIs de
lógica programável.
Nos circuitos PLD baseados em PROM todos os produtos das diversas entradas (matriz AND
permanente) estão conectados permanentemente às portas OR de saída (arranjo OR programável).
Um dos tipos de circuitos PLD é o Arranjo Lógico Programável (PAL – Programmable Array Logic),
onde há a possibilidade de se programar os produtos necessários (arranjo AND programável) para a
formação da soma de produtos (matriz OR permanente) das expressões lógicas a serem implementadas.
Para o estudo de um dispositivo GAL (Generic Array Logic), que é baseado em PAL, mas possui muito
mais que portas AND e OR com entradas programáveis, será visto o dispositivo GAL 16V8A, que é um
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
99
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
dispositivo apagável e reprogramável compatível com todos os dispositivos PAL. O diagrama lógico
completo do GAL 16V8A é visto na figura seguinte.
O dispositivo GAL 16V8A foi introduzido pela Lattice Semiconductor. Sua arquitetura é bem similar à
dos dispositivos PAL. Entretanto, ao invés de utilizar ligações que são programáveis uma única vez,
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
100
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
para produzir os termos produtos apropriados, os dispositivos GAL usam uma matriz EEPROM. Certas
posições dessa memória são designadas para controlar as conexões programáveis para a matriz de
entrada. Cada bit na matriz de entrada representa uma conexão entre uma linha e uma coluna da matriz
de entrada. Para sua programação não é necessário saber os endereços de cada bit na matriz, os
softwares específicos para programação de dispositivos GAL tratam dessa questão de forma
transparente ao usuário.
Os conceitos aplicados a este dispositivo são igualmente aplicáveis a outros tipos de PLD. Os
componentes principais de dispositivos GAL são a matriz de entrada, as portas AND, que geram os
produtos das entradas, e as macro células da lógica de saída (OLMC – Output Logic Macro Cells).
O dispositivo GAL 16V8A é constituído de: 8 pinos exclusivos de entrada (pinos 2 a 9); 2 pinos de
entrada com funções especiais (pinos 1 e 11); 8 pinos que podem ser usados como entradas ou saídas
(pinos 12 a 19).
No diagrama do componente deve ser observado que cada um dos oito pinos de entrada (2 a 9), e seu
correspondente complemento estão conectados a uma coluna da matriz de entrada. Também, um nível
lógico e seu complemento são realimentados de cada OLMC para uma coluna da matriz de entrada. A
fonte desses níveis lógicos é determinada pela configuração de cada OLMC. Isso totaliza 32 variáveis
de entrada (colunas na matriz de entrada) que podem ser conectadas às 64 portas AND de múltiplas
entradas. Qualquer coluna mostrada como estando conectada (conexão designada como X) a uma linha
é uma entrada de uma porta AND, juntamente com qualquer outra coluna que esteja conectada a esta
mesma linha. Durante a programação do GAL, qualquer coluna pode ser conectada à entrada de uma
porta AND.
A flexibilidade do CI GAL 16V8A reside em que sua OLMC (Output Level Macro Cells) é
programável. Oito diferentes produtos (saídas das portas AND) são fornecidos como entradas de cada
macro célula. Dentro de cada OLMC é gerada uma expressão na forma da soma de produtos, fazendo
uma operação OR com esses produtos. Qualquer função lógica pode ser expressa numa soma de
produtos. Dentro da OLMC a soma de produtos resultante pode ser direcionada para um pino de saída
para implementação de um circuito combinacional, ou pode ser sincronizada com auxílio de um FF tipo
D para implementação de um circuito seqüencial.
A operação de uma OLMC está exemplificada na figura seguinte. A figura mostra a estrutura da
OLMC(n), onde n representa um número entre 12 e 19. Observe-se que sete dos produtos estão
incondicionalmente conectados às entradas da porta OR.
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
101
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
Cada um desses multiplexadores é controlado por bits programáveis na EEPROM. Um outro bit que
pode ser programável é o da entrada da porta XOR. Esse bit possibilita que a porta XOR possa ser
usada para complementar ou não o sinal lógico aplicado à sua entrada A, conforme demonstrado a na
próxima figura.
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
102
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
MODOS DE CONFIGURAÇÃO
O GAL 16V8A possui três modos de configuração: (1) modo simples, (2) modo complexo e (3) modo
registrador.
Os bits SYN e AC0 são usados para especificar um dos três modos de configuração para todo o chip.
Os bits AC1(n), um para cada OLMC, determinam a operação de cada OLMC naquele modo. Os bits
XOR (n) são usados para complementar seletivamente as respectivas saídas da OLMCs. Os 64 bits de
desabilitação de termos de produtos (PTD) são usados para desabilitar as portas AND que não estão
sendo usadas.
MODO SIMPLES
O modo simples, usado para implementar expressões na forma de soma de produtos, sem saídas
tristate. O chip é programado no modo simples fazendo SYN=1 e AC0=0 na palavra de controle. Nesse
modo duas configurações são possíveis para cada macro célula:
- Entrada dedicada [AC1(n)=1]
- Saída combinacional dedicada [AC1(n)=0].
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
103
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
Um exemplo prático na utilização desse modo é a utilização do GAL 16V8A para implementar-se um
circuito que atenda à expressão lógica y = AC + BC + ABC . Como essa é uma expressão lógica
combinacional representada por uma soma de produtos simples, sem a necessidade de saídas tristate, o
modo simples é utilizado (SYN=1, AC0=0). A próxima figura exibe a configuração do hardware para
implementação da expressão.
A OLMC 19 está configurada como saída dedicada [AC1(19)=0]. Os produtos estão implementados
através das conexões indicadas no circuito, ou seja, colunas A e C conectadas à linha de entrada da
primeira AND, colunas B e C conectadas à linha de entrada da segunda AND e colunas A , B e C
conectadas à linha de entrada da terceira AND.
Aqui cabe observar que as linhas de entrada de todas as portas AND não utilizadas estão originalmente
conectadas à todas as colunas. Isso assegura que a saída de qualquer porta AND não usada seja 0, uma
vez ela tem como entradas todas as variáveis e seus respectivos complementos. Os símbolos de
conexão (X) das linhas de entrada das portas AND não usadas a todas as colunas foram omitidos no
diagrama para maior clareza. Na realidade, nas três primeiras linhas, as únicas conexões entre colunas
e linhas que permanecem ativas são aquelas assinalas com o X.
MODO COMPLEXO
O modo complexo, usado na implementação de expressões na forma soma de produtos com saídas tipo
tristate habilitadas por um produto AND. Ele é definido por SYN=1 e AC0=1. O bit AC1 para cada
OLMC está em nível lógico 1.
Como já afirmado, nesse modo o inversor tristate que aciona o pino de saída é habilitado por uma
expressão produto. Em outras palavras, uma expressão lógica tem que ser especificada para habilitar a
saída.
Um exemplo prático na utilização desse modo é a utilização do GAL 16V8A para implementar-se um
latch D transparente com saídas tristate habilitadas por CS1 e CS2, conforme exibido na figura
seguinte.
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
104
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
Uma vez que saídas síncronas não são necessárias, mas saídas tristate estão especificadas, o modo
complexo deve ser utilizado. As equações que definem o circuito são:
- habilitação de saída = CS1.CS2
- saída = Q = D.EN + Q.EN
A configuração do GAL 16V8A correspondente está mostrada na figura anterior. A OLMC 17 é usada
para gerar o sinal Q. As conexões necessárias para realização das somas de produtos estão assinaladas
na matriz.
MODO REGISTRADOR
O modo registrador, permite que as OLMCs individuais operem em uma configuração combinacional
com saídas tristate, ou em modo síncrono com FFs D com clocks sincronizados por um sinal comum.
Ele é definido por SYN=0 e AC0=1. Existem duas configurações possíveis para cada OLMC nesse
modo:
- Configuração registradora (quando AC1=0)
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
105
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
A configuração síncrona usa um FF D em cada OLMC para sincronizar todos os dados de saída
armazenados em uma borda de clock comum. O pino 1 é o pino de entrada dedicado para o sinal de
entrada de clock. Todas os inversores tristate para as OLMCs configuradas como saídas memorizadas
são controladas pelo pino 11 ( OE ). As saídas memorizadas tem até oito termos produto em uma
expressão lógica de soma de produtos que aciona a entrada D do FF.
Um exemplo prático na utilização desse modo é a utilização do GAL 16V8A para implementar-se um
contador crescente de módulo 4 (dois bits) com uma saída decodificada alta para o estado QB.QA=1,
conforme exibido na figura seguinte.
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
106
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
3 ) PROGRAMAÇÃO DE PLD
São necessários os elementos para projetar e construir circuito usando PLDs: um computador, software
de desenvolvimento para PLD, programador de dispositivo, software para acionar o programador e o
próprio dispositivo de lógica programável.
O Software de Desenvolvimento para PLD traduz o projeto inicial em arquivo chamado “mapa de
fusíveis”. Este mapa indica quais fusíveis devem permanecer abertos e quais devem ficar intactos. Este
arquivo é então encaminhado para o software de programação. O software de programação é que se
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
107
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
Em função da intensificação de uso dos componentes programáveis, foi criado o Conselho Unificado de
Engenharia de Dispositivos Eletrônicos - JEDEC (Joint Electronic Engineering Council), que
estabeleceu o padrão JEDEC3, um formato para transferência de dados de programação para PLDs,
independentemente do fabricante ou software de programação. Assim, o software que permite ao
projetista especificar a configuração para um PLD precisa simplesmente produzir um arquivo de saída
segundo o padrão JEDEC, que será aceito por qualquer programador PLD compatível JEDEC.
SOFTWARE DE DESENVOLVIMENTO
Muitos pacotes de softwares foram desenvolvidos para permitir aos usuários um modo conveniente para
projetar seus circuitos e gerar automaticamente o arquivo JEDEC. O mercado atualmente tem
produzido software para projeto com PLDs muito poderosos, denominados Compiladores Lógicos.
Tanto compiladores, como montadores são programas que rodam em computadores pessoais. Um
programa montador necessita de um arquivo de entrada que defina de um modo bastante específico a
operação do dispositivo em termos mais próximos ao hardware que está sendo programado, como por
exemplo, as equações lógicas booleanas. Um programa compilador pode aceitar uma representação
mais abstrata do mesmo projeto e traduzi-la em termos mais próximos ao hardware a ser programado.
Para fornecer um exemplo real de desenvolvimento simples com PLD, será abordado um compilador
lógico fornecido pela Logical Devices, denominado CUPL (Compilador Universal para Lógica
Programável). O CUPL produz arquivos para programação de grande variedade de dispositivos e possui
muitos modos de entradas de dados.
O arquivo de entrada contém um cabeçalho padrão que é usado pelo software para produzir o arquivo
de saída e para fornecer a documentação do projeto. A próxima figura exibe um modelo para um
arquivo de entrada típico, incluindo o cabeçalho. As sintaxes /* e */ são usadas para delimitar
comentários. Toda linha de comando é delimitada por ponto-e-írgula (;).
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
108
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
O CUPL permite que a declaração de cada pino seja fornecida de modo individual ou para um conjunto
de pinos. As entradas e saídas ativas em nível baixo podem ser especificadas na seção de definição dos
pinos, precedidas por um ponto de exclamação (!). A tabela seguinte exibe exemplos de declaração de
pinos feita de modo individual e no modo de conjunto.
As operações lógicas que definem a operação do circuito devem ser apresentadas, no seguinte formato
geral: variável = expressão lógica. A sintaxe dos operadores lógicos utilizados na expressão está
exposta na tabela abaixo.
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
109
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
O CUPL e outros sistemas de desenvolvimento permitem o uso de extensões numa variável de saída
para identificar sua aplicação. Por exemplo, o sinal DECODE.OE no circuito da figura seguinte, define
que o sinal será aplicada como controle de habilitação (Output Enable) do buffer tristate de saída do
GAL 16V8A. Como exemplo de expressões lógicas de definição das funções de circuito temos aquelas
do circuito de exemplo abaixo: DECODE=A&!B, ou seja, (DECODE= A.B ) e DECODE.OE=!C, ou
seja, (DECODE.OD= C ). Caso se quisesse definir o nível da entrada de habilitação do driver de saída
permanentemente em alto, ou seja, saída habilitada a seguinte expressão seria usada
DECODE.OE=”b”1, a expressão “b” notifica ao compilador que o valor 1 em seguida é binário.
O segundo passo consiste na criação de um arquivo fonte no formato exigido pelo compilador. A seguir
é dado ao compilador o comando para processar o arquivo fonte. O processo de compilação resulta
vários arquivos de saída diferentes, dentre eles o arquivo de documentação extensão .DOC e o arquivo
de mapa de fusíveis que mostra os fusíveis que serão queimados no PL. Este último é convertido no
arquivo JEDEC para ser utilizado pelo programador.
Como exemplo do resultado do primeiro passo do ciclo de desenvolvimento, a tabela seguinte exibe as
relações estabelecidas para o resultado da descrição de um problema e da especificação do escopo de
um determinado projeto.
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
110
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
Como visto no segundo passo, é necessária a criação de um arquivo fonte (de entrada) usando um editor
de texto. A figura a seguir é um exemplo de um arquivo fonte gerado para o circuito da tabela acima.
Ao final do arquivo está descrita a expressão na forma de soma de produtos para especificar a operação
do pino de saída. Os símbolos usados na equação são aqueles definidos na sintaxe aceita pelo
compilador.
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
111
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
Finalmente, a figura a seguir mostra as primeiras duas colunas do mapa de fusíveis superposto ao
diagrama interno do GAL 16V8A para este projeto. O mapa de fusíveis mostra as conexões na matriz
de entrada, identificando cada bit programável por um endereço. Cada posição marcada com um
“x”indica uma conexão da linha com a coluna na matriz (fusível não deve ser aberto). Cada posição
marcada com um “-“ indica um fusível aberto e que, portanto, não há conexão entre a linha e a coluna.
Os bits de seleção de modo (SYN=1, AC0=0) estão configurados para o modo simples, e AC1=0 para a
OLMC19 faz com que a saída seja combinacional.
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
112
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
CAPÍTULO 8
CIRCUITOS CONVERSORES A/D E D/A
Uma quantidade digital é um valor especificado entre duas possibilidades, tais como, 0 ou 1, alto ou
baixo, falso ou verdadeiro, etc. Na prática, uma quantidade digital como tensão pode ter dois valores,
cada um, dentro de uma faixa especificada. Cada faixa então representa um dos dois possíveis valores
digitais. Uma quantidade analógica pode assumir qualquer valor de uma faixa contínua de valores,
sendo que seu valor exato é significativo.
1) INTERFACE ANÁLOGICA-DIGITAL-ANALÓGICA
A maioria das quantidades físicas é analógica e qualquer informação a ser processada por um sistema
digital deve estar na forma digital. Assim o controle de sistemas do mundo real por computadores, por
exemplo, necessitam da conversão de valores analógicos de entrada para o processamento digital e, por
fim a conversão dos valores digitais processados para valores analógicos de saída para controle. A
figura seguinte ilustra esta situação.
O transdutor (1) é dispositivo que converte uma variável física em uma variável elétrica. Alguns
transdutores comuns são termistores, fotocélulas, fotodiodos, medidores de fluxo, transdutores de
pressão e tacômetros.
O conversor analógico-digital (A/D) (2) é alimentado pela saída analógica do transdutor e converte os
valores de sua entrada analogia em valores proporcionais de saída digital.
O conversor digital-analógico (D/A) (4) recebe os valores digitais processados pelo computador e os
converte em valores analógicos de saída de corrente ou tensão proporcionais ao valor de suas entradas
digitais.
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
113
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
O atuador (5) é o dispositivo que irá realizar o controle da variável física que está sendo tratada.
Considerando que muitos métodos de conversão A/D utilizam o processo de conversão D/A
internamente, os primeiros conversores a serem abordados serão os D/A. Basicamente, a conversão
D/A é o processo em que um valor representado em código digital (binário puro ou BCD) é convertido
em uma tensão ou corrente proporcional ao valor digital. A figura seguinte exibe um conversor D/A
típico de 4 bits.
Para o conversor D/A, cada entrada digital contribui de forma diferente para a saída analógica. As
contribuições de cada entrada digital são ponderadas de acordo com a sua posição no número binário.
Assim, no conversor visto anteriormente, A que o LSB tem peso de 1 V, B tem peso de 2 V, C tem peso
de 4V e D, o MSB, tem o maior peso , 8 V. Os pesos são sucessivamente dobrados a cada bit,
começando com o LSB. Logo, a saída VOUT é soma ponderada das entradas digitais. Por exemplo, para
determinar VOUT para a entrada digital 0111, pode-se somar os pesos dos bits C, B e A para obter 4 V +
2 V + 1 V = 7 V.
Saída de fundo de escala – é o máximo valor de saída analógica do conversor D/A. Este valor é
controlado pela tensão de referência (Vref).
Para cada um dos 16 possíveis números binários de entrada a tensão analógica de saída (VOUT) terá um
valor único. A tabela seguinte exibe um exemplo destes valores.
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
114
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
Naturalmente, a saída analógica pode ser uma corrente ou uma tensão. Quando for uma tensão, K estará
em unidades de tensão, e quando for uma corrente, K estará em unidades de corrente. Para o conversor
D/A do exemplo, K=1V, de modo que VOUT= (1V) x entrada digital. Por exemplo, uma entrada digital
de 1100 = 12 (10), redundará em VOUT=1V x 12 = 12 V.
Resolução – a resolução de um conversor D/A é definida como a menor alteração que pode ocorrer na
saída analógica em resposta a uma mudança na entrada digital.
A resolução é sempre igual ao peso do LSB, e é também chamada de tamanho do degrau. Em geral,
para um conversor D/A de N bits, o número de níveis de saída analógicas será 2N, e o número de
degraus será 2N-1. A resolução é o mesmo fator de proporcionalidade K visto anteriormente.
Considerando que K é a quantidade de tensão (ou corrente) por degrau, e a saída analógica é o produto
da entrada digital pelo valor do degrau, vem que o valor de K para o D/A é:
A figura a seguir exibe um conversor D/A de 4 bits alimentado por um contador e sua forma de onda na
saída. A sua resolução = K= 15 V/ (24-1)=15 V/15=1V. A saída do conversor D/A para a contagem
1010= 10(10) é 10 x K = 10 V.
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
115
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
Para ilustrar, a resolução % do conversor D/A anterior é (1 / 2n-1) x 100 % = (1/15) x 100% = 6,67 %.
Isto significa que somente o número de bits determina a resolução percentual. Aumentando-se o
número de bits, diminui-se o valor do degrau. A maioria dos fabricantes de conversores especifica a
resolução como sendo o número de bits do D/A.
Precisão – A precisão de conversores D/A possui dois modos mais comuns de serem especificada, que
são erro de fundo de escala e erro de linearidade, normalmente expressos como uma porcentagem da
saída de fundo de escala.
• Erro de fundo de escala – é o máximo desvio da saída do conversor D/A em relação ao valor
esperado (ideal). Por exemplo, um conversor D/A que possua uma saída de fundo de escala de
10 V e que tenha uma precisão de ± 0,01 %, pode estar a qualquer momento com ± 100 mV
fora da tensão esperada na saída.
Erro de Offset – idealmente, a saída de um conversor D/A estará com zero volts quando a entrada
binária é formada apenas por 0s. Na prática, pode existir uma tensão de saída muito pequena nesta
situação, e isto é denominado de erro de offset.
Tempo de estabilização – é o tempo necessário para que a saída de um conversor D/A ir de zero até o
fundo de escala quando sua entrada binária varia de todas as entradas em 0 para todas as entradas em 1.
Monotonicidade – Um conversor D/A é monotônico se sua saída aumenta conforme a entrada binária é
incrementada de um valor para o próximo.
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
116
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
A figura (a) seguinte mostra o circuito básico para um tipo de conversor D/A de quatro bits. As entradas
A, B, C e D são as entradas binárias com valores de 0 V ou 5 V. O amplificador operacional é utilizado
como amplificador somador, ou seja, produz a soma ponderada das tensões presentes na entrada. O
amplificador somador multiplica cada tensão de entrada pela razão entre o resistor de realimentação
(RF) e o correspondente resistor de entrada (RIN). No circuito RF=1K Ω , o resistor na entrada D é RIN=
1K Ω , portanto a tensão da entrada D à saída sem nenhuma atenuação. A entrada C tem RIN= 2 K,
portanto a saída será multiplicada por RF/RIN=1/2. Analogamente a entrada C terá sua saída
multiplicada por ¼ e a entrada A por 1/8. Logo a saída do amplificador será expressa por:
Por exemplo, se a entrada digital for 1010, a tensão de saída VOUT= -(5V + 0V + 1/4 x 5V + 0V) = -
6,25 V. A tabela a seguir relaciona as possíveis 16 entradas digitais e seu valor correspondente de saída.
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
117
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
Neste tipo de conversor D/A os valores de resistores de entrada para este circuito devem aumentar na
razão de 2 vezes para cada entrada. Sua precisão depende da precisão dos resistores e dos valores de
entrada de cada bit, que deve ser 5 V ou 0 V.
O circuito da figura seguinte mostra um esquema básico para gerar-se uma corrente analógica de saída
proporcional à entrada binária de 4 bits. Os resistores são ponderados na razão binária.
O circuito utiliza quatro ramos paralelos de corrente, sendo cada um dos quatro controlado por uma
chave semicondutora, tal como uma porta de transmissão CMOS. O estado de cada chave é controlado
pelo nível lógico da correspondente entrada binária. A corrente de cada ramo é determinada por uma
tensão precisa de referência VREF, e um resistor de precisão. As correntes nos ramos terão valores que
variam numa razão de 2 desde do ramo do MSB até o ramo LSB. A corrente total IOUT na entrada
inversora do amplificador operacional será a soma das correntes de cada ramo. A corrente de saída do
amplificador operacional pode ser levada a fluir sobre um resistor de carga RL, que deverá ter um valor
muito menor que R, para não afetar o valor da corrente.
Os circuitos conversores D/A vistos anteriormente utilizavam resistores ponderados para produzir o
peso apropriado de cada bit de entrada. Isto pode trazer dificuldades para a obtenção dos valores
apropriados de resistores. O conversor D/A, exibido na figura seguinte, usa uma rede R/2R que
somente necessita de resistores de dois valores diferentes, na proporção de 2 para 1.
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
118
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
A corrente IOUT depende da posição das quatro chaves, que são controladas pelas entradas binárias
B3B2B1B0. Esta corrente flui através do conversor corrente-tensão baseado em amplificador operacional
para gerar a tensão de saída VOUT. Um resistor 2R está em série com cada chave de bit, enquanto o
outro resistor R está na linha de soma de corrente. Isto faz com que a impedância das três ramificações
de qualquer nó seja igual, e que uma corrente I fluindo em um nó através de uma ramificação passe
para a outra ramificação com valor de I/2. Em outras palavras, uma corrente produzida ao se fechar a
chave do bit é reduzida à metade na sua passagem por cada nó, até à entrada do amplificador
operacional. O valor da tensão de saída é dado por:
VOUT= -VREF/8 x B
Para exemplificar, considere que VREF= 5 V para o conversor visto. A sua resolução é o peso do LSB,
ou seja, B3B2B1B0=0001= 1(10), então VOUT=-(5V/8) x 1= -0,625 V. A saída do fundo de escala será
para B3B2B1B0= 1111= 15(10), VOUT=-(5V/8) x 15= -9,375 V.
O AD7524 é um CI CMOS conversor D/A de 8 bits que utiliza uma rede R/2R. Seu símbolo está
exibido na próxima figura. Sua entrada digital de 8 bits pode ser armazenada internamente sob o
comando das entradas de Seleção do Chip (Chip Select - CS ) e de escrita (Write - WR ). Quando essas
duas entradas estão em nível baixo, as entradas digitais de dados, D7 a D0, produzem uma corrente de
saída analógica em OUT 1 (o pino OUT 2 normalmente é aterrado). Quando uma das entradas de
controle vai para o nível alto, o dado digital de entrada é armazenado, e a saída analógica permanece no
nível correspondente ao sinal digital armazenado.
O tempo máximo de estabilização para esse CI é de 100 ns, e sua precisão de fundo de escala é ± 0,2 da
tensão de fundo de escala. VREF pode variar de tensões positivas ou negativas de 0 a 25 V.
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
119
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
Um conversor analógico-digital recebe uma tensão analógica de entrada e após certo tempo fornece um
valor digital de saída proporcional à entrada analógica. O processo de conversão A/D é geralmente mais
complexo e mais demorado que o processo de conversão D/A.
Muitos tipos importantes de conversores A/D utilizam um conversor D/A como parte de seus circuitos.
A figura a seguir é um diagrama em blocos geral para essa classe de conversor A/D. A temporização é
fornecida pelo sinal de clock de entrada. A unidade de controle contém os circuitos lógicos para gerar a
seqüência apropriada de operações em resposta ao comando de START (inicia o processo de
conversão). O amplificador operacional comparador recebe duas tensões analógicas em suas entradas e
fornece uma um nível digital de acordo com que entrada possui a tensão analógica maior.
As diversas variações deste esquema de conversão A/D diferem principalmente na maneira pela qual a
seção de controle modifica continuamente os números no registrador.
Algumas versões de conversor A/D geral vista anteriormente serão a seguir mais detalhadas.
O conversor A/D de rampa digital utiliza um contador binário como o registrador e permite que o clock
incremente o contador, uma contagem a cada clock, até que VAX seja maior ou igual a VA. Esse
conversor é assim chamado porque a forma de onda de VAX é uma rampa passo a passo, e também
conhecido como conversor A/D tipo contador.
A figura a seguir exibe o diagrama para o conversor A/D de rampa digital. Ele é composto por um
contador, um conversor D/A, um comparador analógico e uma porta AND de controle.A saída do
comparador serve como sinal de fim de conversão, ativo em nível baixo, EOC . A tensão analógica a
ser convertida é VA.
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
121
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
1- Um pulso de START zera o contador. O nível alto de START inibe que os pulsos de clock passem
para o contador pela porta AND.
2- Com todas as entradas em 0, a saída do conversor D/A será VAX= 0 V.
3- Como VA > VAX, a saída do comparador , EOC , estará em nível alto.
4- Quando START retorna para nível baixo, a porta AND habilita a passagem pela porta AND dos
pulsos de clock para o contador.
5- A saída do conversor D/A, VAX, aumenta à medida que a contagem é incrementada.
6- Quando VAX alcança um valor (degrau) que excede VA, EOC vai para nível baixo e inibe o fluxo
de pulsos ao contador, e o contador fica parado na última contagem, conforme exposto na próxima
figura.
7- O processo de conversão está concluído, e o valor digital apresentado pelo contado é o valor
correspondente ao valor analógico VA de entrada. Nova conversão será iniciada somente pela
aplicação de um novo pulso de START.
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
122
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
Este conversor é um dos tipos mais utilizados. O conversor A/D de aproximação sucessiva utiliza
componentes mais complexos que o conversor A/D de rampa digital, mas apresenta as vantagens de
possuir um tempo de conversão muito menor e fixo, independente do valor da entrada analógica.
A sua configuração básica mostrada na próxima figura é similar ao conversor de rampa digital,
entretanto utiliza um registrador ao invés de um contador.
A lógica de controle modifica o conteúdo do registrador bit a bit até que o dado do registrador seja
equivalente digital da entrada analógica VA. O fluxograma a seguir representa a seqüência básica de
operação.
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
123
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
Para exemplificar a operação do conversor D/A de aproximação sucessiva será visto o conversor D/A
de quatro bits com um tamanho de degrau de 1V esquematizado na figura seguinte.
Como visto anteriormente, os quatro bits de entrada do conversor D/A possuem os pesos 8, 4, 2 e 1,
respectivamente. Deve-se assumir que a entrada analógica é VA= 10,4 V. A operação do circuito se dá
da seguinte:
1- A lógica de controle inicialmente, instante t0, zera todos os bits do registrador, de modo que
Q3=Q2=Q1=Q0=0. Esta condição é representada como [Q]=0000. Essa condição leva a saída do
conversor D/A, VAX, a 0 V. Com VAX menor que VA, a saída do comparador está em nível alto.
2- No instante t1 a lógica de controle ajusta o MSB do registrado para 1, de modo que [Q]=1000. Isto
produz VAX= 8 V. Como VAX é menor que VA, a saída do comparador (COMP) ainda está em nível
alto. Este nível alto informa à lógica de controle que o ajuste do MSB não fez VAX exceder VA, e
portanto o MSB deve ser mantido em nível alto.
3- No instante t2, a lógica de controle atua sobre o próximo bit mais significativo, Q2, Ela faz
[Q]=1100, e então VAX= 12 V. Como VAX é maior que VA, a saída COMP vai para o nível baixo.
Este nível sinaliza à lógica de controle que o valor VAX esta mais alto que a entrada VA, e portanto,
Q2 deve voltar a 0. Então em t3, o conteúdo do registrador volta à [Q] =1000.
4- Em t4 o próximo bit mais significativo Q1 é levado para 1, de modo que [Q]=1010 e VAX = 10 V.
Com VAX menor que VA, COMP é alto e Q1 é mantido em 1.
5- Em t5, o próximo bit mais significativo que é o último, Q0, vai para 1, de modo que [Q]=1011 e VAX
= 11 V. Como VAX é maior que VA, o bit Q0 é retornado a 0 em t6.
6- Neste momento, todos os bits do registrador foram processados, a conversão está concluída, e a
lógica de controle ativa EOC para sinalizar que o equivalente digital para a entrada analógica de
10,4 V está no registrador.
O conversor A/D flash é o conversor de maior velocidade, mas requer muito mais circuitos que os
outros. Por exemplo, um conversor A/D flash de 6 bits necessita 63 comparadores, o de 8 bits necessita
de 255 comparadores e o de 10 bits requer 1023 comparadores. De modo geral, um conversor flash de
N bits, requer 2N-1 comparadores.
Como exemplo, o princípio de operação desse conversor D/A será descrito para um conversor de três
com uma resolução de 1 V exposto na figura seguinte.
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
124
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
O divisor de tensão fornece os níveis de referência de cada comparador, de modo que existem sete
níveis correspondentes a 1 V (peso do LSB), 2 V, 3 V, ..., 7 V (fundo de escala). A entrada analógica a
ser convertida, VA, está conectada à outra entrada de cada comparador.
Com VA < 1 V, todas as saídas dos comparadores, C1 até C7, estarão em nível alto. Com VA > 1 V, uma
dos comparadores estarão em nível baixo. As saídas dos comparadores são conectadas são conectadas
num codificador de prioridade de entradas ativas em nível baixo, que gera uma saída binária
correspondente à saída do comparador de mais alta ordem que estiver em nível baixo.
Por exemplo, quando VA está em 3 e 4 V, as saídas C1, C2 e C3 estarão em nível baixo e todas as demais
em nível alto. O codificador de prioridade responderá apenas ao nível baixo da entrada C3 e produzirá
uma saída CBA=011, que representa o equivalente digital de VA, dentro da resolução de 1 V. A tabela
seguinte mostra as respostas para todos os valores possíveis de entrada analógica.
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
125
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
Erro de Quantização
Em conversores A/D de rampa a tensão de saída do conversor D/A interno, VAX é uma forma de onda
do tipo escada, que aumenta em degraus discretos até exceder a tensão de entrada VA. Quanto menor o
tamanho do degrau, ou seja, quanto maior seja a resolução, menor será o erro potencial entre o valor de
VA e degrau próximo de valor mais alto. Por isso, sempre haverá uma diferença entre a quantidade real
analógica e o valor digital associado a ela. Esse erro é denominado erro de quantização. A figura abaixo
demonstra a faixa aproximada de tensões analógicas de entrada que produzirá o mesmo resultado
digital 0101110101(2)= 373 (10).
No exemplo anterior, onde considerou-se que a resolução do D/A interno de um conversor A/D é 10
mV , o erro esperado é de 10 mV, ou seja, um erro de + 1 LSB, indicando que o erro de quantização
pode ser no máximo o peso do LSB.
O valor do erro de quantização pode ser modificado de modo que VAX fique dentro de ± 1/2 LSB de
VA. O circuito da figura seguinte demonstra que isso pode ser obtido adicionando-se uma tensão igual
a 1/2 LSB ao valor de VA. No circuito, uma tensão fixa de 5 mV no conversor com resolução de 10
mV, é somada com a saída do conversor D/A pelo amplificador somador, e o resultado , VAY é que é
levado para o comparador.
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
126
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
Tempo de Conversão
O tempo de conversão, tc, é o intervalo de tempo entre o fim do pulso de START e ativação da saída
EOC .
Para um conversor A/D tipo rampa de N bits , tc (max) = (2N-1) ciclos de clocks.
Como exemplo será visto o CI ADC0824, de 20 pinos, que realiza a conversão A/D utilizando o
método de aproximação sucessivas. Sua configuração de pinos está exposta na figura seguinte.
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
127
Sistemas Digitais II
Professor Paulo Cesar de Souza Cavalcante
_________________________________________________________________________________________
Este CI possui duas entradas analógicas VIN(+) e VIN(-) para permitir entradas diferenciais. Converte a
tensão analógica de entrada de oito bits e sua resolução é 5 V / 255 = 19,6 mV. Possui um circuito
gerador de clock interno que produz uma freqüência f= 1/(1,1 RC), onde R e C são componentes
externos. Opcionalmente, pode-se utilizar um sinal externo de clock conectando-o no pino CLK IN.
Utilizando uma freqüência de clock de 606 KHz, o tempo de conversão é de aproximadamente 100
microssegundos. Além do pino de terra digital comum ao restante do circuito, possui uma entrada de
terra analógico, que é conectada ao ponto de referência comum do circuito analógico que está gerando a
tensão a ser convertida.
- CS (Chip Select) – Com essa entrada em nível alto as saídas estão no estado de alta impedância.
- RD (Read) – Esta entrada é usada para habilitar os buffers de saída.
- WR (Write) – Um pulso baixo é aplicado nessa entrada para iniciar uma nova conversão.
- INTR (Interrupt) – Este sinal vai para o nível alto no início da conversão e retorna ao nível baixo para
sinalizar o fim da conversão.
- Vref/2 – É uma entrada opcional que pode ser usada para reduzir a tensão de referência interna e
portanto para mudar a faixa analógica de entrada que o conversor pode tratar. Quando esta entrada esta
desconectada, a tensão de referência é VCC/2.
- CLK OUT – Um resistor é conectado nesse pino para utilização do clock interno. O sinal de clock
aparece neste pino.
- CLK IN – Usado como entrada do clock externo, ou para a conexão de um capacitor quando se utiliza
clock interno.
__________________________________________________________________________
Escola Superior de Tecnologia - Universidade do Estado do Amazonas
128