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DESCOMPLICA UNIAMÉRICA CENTRO UNIVERSITÁRIO

BRUNA VON SCHARTEN, KESIA DHEIN

Projeto análise de ambiência e bem-estar animal em uma ONG em Foz do Iguaçu

Foz do Iguaçu/PR
2023
BRUNA VON SCHARTEN, KESIA DHEIN

Projeto análise de ambiência e bem-estar animal em uma ONG em Foz do Iguaçu

Portfólio da matéria de projeto de análise de


ambiência e bem-estar, apresentado ao curso de
Medicina Veterinária, Descomplica Uniamérica
Centro Universitário, Foz do Iguaçu, Paraná.

Docente: Evelyn Priscila


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................9

2 REVISÃO DE LITERATURA.............................................................................10

5 DISCUSSÃO ..........................................................................................................47

6 CONCLUSÃO .......................................................................................................49

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA .......................................................................50


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1 INTRODUÇÃO

A ambiência e bem-estar animal referem-se às condições ambientais e ao estado


geral de conforto físico e mental dos animais em diferentes contextos, como fazendas,
zoológicos, laboratórios e outros locais. Garantir um ambiente adequado é crucial para
promover a saúde e o comportamento natural dos animais, além de contribuir para a produção
sustentável e ética.
A análise de ambiência e bem-estar animal envolve a avaliação de fatores como
espaço, ventilação, iluminação, temperatura, nutrição, saúde e interação social. Indicadores
comportamentais, fisiológicos e ambientais são utilizados para medir o nível de bem-estar.
Os projetos nessa área geralmente seguem etapas como revisão da legislação,
desenvolvimento de indicadores, coleta de dados, análise e interpretação, elaboração de
recomendações, implementação de melhorias e monitoramento contínuo. Educação e
conscientização são componentes essenciais, visando envolver cuidadores, proprietários e a
comunidade em geral.
A busca por condições ideais de ambiência e bem-estar animal não apenas atende a
padrões éticos, mas também contribui para a produtividade sustentável, a saúde dos animais e
o equilíbrio ecossistêmico, promovendo uma abordagem mais holística e responsável na
interação entre humanos e animais.
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2 FUNÇÕES DOS ABRIGOS

Os centros de acolhimento animal possuem três metas principais: servir como um


refúgio seguro para os animais, em consonância com uma estratégia de captura extremamente
seletiva; operar como um espaço temporário para facilitar a realocação desses animais para
casas permanentes; e atuar como um centro de referência em iniciativas de cuidado, controle e
bem-estar animal.
Esses locais são tanto de domínio público quanto privado, não têm fins lucrativos ou
comerciais, e funcionam como abrigos para animais abandonados, que são selecionados de
seus locais de origem por razões específicas. Se gerenciados pelo município, são consideradas
instituições jurídicas de direito público; no entanto, se pertencem a organizações sem fins
lucrativos, configuram-se como entidades jurídicas de direito privado.
Tanto as entidades jurídicas de direito público quanto as de direito privado, definidas pelo
Código Civil Brasileiro e regulamentações complementares, devem ser devidamente
registradas no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ), conforme estipulado no Artigo
3° da Instrução Normativa RFB nº 1.470/2014.
O desempenho eficaz do abrigo e o bem-estar dos animais depende, de maneira direta, da
atuação do médico veterinário. As responsabilidades desse profissional são definidas no item
28 do Manual de Orientação e Procedimentos do Responsável Técnico (em apêndice) e na
Resolução CFMV no 1069/14 (em apêndice), que estabelecem as diretrizes gerais para a
Responsabilidade Técnica em estabelecimentos comerciais relacionados à exposição,
manutenção, higiene, estética, venda ou doação de animais, e também regulamentam outras
práticas. Em conformidade com o Artigo 28 da Lei Federal nº 5.517/1968 e o Artigo 1º da
Resolução CFMV nº 683/2001, é obrigatória a presença de um Responsável Técnico, com
formação em Medicina Veterinária, para supervisão do estabelecimento, devendo essa
supervisão ser formalizada por meio da Anotação de Responsabilidade Técnica.
Além disso, o Artigo 27 da Lei Federal nº 5.517/1968 estipula a obrigatoriedade de
registro desses abrigos no Conselho Regional de Medicina Veterinária. Entretanto, entidades
filantrópicas reconhecidas como de utilidade pública são isentas do pagamento dos impostos
de registro e das anuidades, conforme o § 2º do Artigo 27 da Resolução CFMV n°1.041/2013.
As regulamentações municipais podem determinar a quantidade máxima de animais
permitida, com base na área física disponível. Recomenda-se entrar em contato com a
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Vigilância Ambiental e Sanitária do município para esclarecimentos sobre esses pontos


específicos e procedimentos para a obtenção do Alvará de Funcionamento.

3 ESTRUTURA MINIMA PARA UM ABRIGO


A adequação da estrutura física é fundamental para atender às necessidades diárias
do canil e garantir o bem-estar dos animais abrigados. É necessário que o local possua
recursos financeiros e financeiros para sua construção e conservação.
A escolha do local deve ser cuidadosa, evitando proximidade com escolas, hospitais
ou áreas industriais de alimentos, e buscando um ambiente receptivo às atividades do canil.
Conforme recomendação da World Animal Protection (WSPA), o número máximo ideal de
cães em um canil é de 100 animais, com uma área aproximada de 5 m² por animal. Além
disso, é crucial que a localização esteja em conformidade com as regulamentações de
zoneamento municipal, pois em alguns municípios a criação de animais pode não ser
permitida em áreas sem caráter rural.
 RECEPÇÃO
Local para chegada, cadastro e saída de animais. O certificado de regularidade do
estabelecimento deve estar exposto neste local. Na fachada externa deve constar o nome do
Responsável Técnico e seu CRMV-PR.
 QUARENTENA
Deve haver um espaço designado para receber animais recém-chegados que serão instalados
no abrigo. As áreas de quarentena devem ter cobertura, devem ser posicionadas de forma a
evitar a exposição direta ao vento e devem ser separadas das demais áreas por uma distância
mínima de quatro metros. Cada área reservada deve ter, no mínimo, 2,5 metros quadrados
disponíveis por animal. O revestimento do chão deve ser à prova d'água e reforçado, enquanto
as paredes devem ser revestidas com azulejos ou outro material impermeável, alcançando, no
mínimo, 1,2 metros de altura. O piso deve permitir uma limpeza eficiente dos cantos
formados.
 BAIAS
As instalações deverão incluir uma área interna coberta, preferencialmente
construída em alvenaria, oferecendo um espaço mínimo de 1,5 metros quadrados por cão. A
altura das paredes pode variar entre 2,5 e 2,7 metros, com uma cobertura preferencialmente
composta por telhas de barro e um forro de PVC ou gesso. Esse forro é essencial para regular
a temperatura do ambiente, especialmente em regiões de clima mais quente.
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O piso deve ser de fácil limpeza, impermeável e restaurador. Se o piso é de cimento, é


recomendado aplicar uma tinta resistente à água (como o Epóxi) específica para pisos. As
paredes deverão possuir uma superfície impermeável, com altura mínima de 1,2 metros.
Dentro dessas áreas, é necessário fornecer recipientes com água e um leito ou outro item
confortável para o descanso dos animais. É de extrema importância manter esses objetos
limpos e higienizados, garantindo o bem-estar dos animais e condições sanitárias adequadas.

 AREAS DE LAZER

É crucial estabelecer um ou dois piquetes que possuam grama e árvores, permitindo que os
cães realizem comportamentos naturais e se exercitem diariamente, mesmo que seja em um
sistema rotativo. Os animais devem ter acesso a essa área pelo menos uma hora diariamente.
Além de promover estímulos físicos e mentais para os animais, a utilização de piquetes ou
cercados incentiva a interação positiva entre pessoas e cães, o que é fundamental para
socializar e reabilitar os animais, facilitando assim o processo de adoção. Essa área de
atividade deve ter uma estrutura telada com pelo menos 4 metros quadrados disponíveis por
cão. É crucial implementar um programa de controle de parasitas externas e internas para
evitar a propagação de parasitas, sendo importante ressaltar que apenas animais saudáveis
devem ser permitidos nessa área.
 DEPOSITO DE ALIMENTOS
Os alimentos devem ser armazenados em um espaço coberto e fechado, construído com
alvenaria, garantindo uma boa circulação de ar e iluminação adequada. As janelas devem ser
protegidas por telas e a porta deve permanecer sempre fechada. Os pacotes de ração devem
ser colocados em estradas ou sobre bancadas. É crucial evitar a presença de materiais e
produtos não locais que possam causar contaminação química, física ou microbiológica.
 AMBULATORIO

De acordo com a Resolução CFMV nº 1.015/2012, os ambulatórios veterinários são áreas


designadas para o atendimento de animais pertencentes exclusivamente a estabelecimentos
adjacentes, com foco em exames clínicos e tratamentos curativos. É obrigatório que esses
espaços possuam, no mínimo, os seguintes itens: uma mesa impermeável, pias destinadas à
higienização, um sistema de arquivamento médico, um armário para armazenamento de
medicamentos e materiais, além de uma geladeira com toxicidade. Todos os procedimentos
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devem ser orientados por médicos veterinários. Vale ressaltar que nestes ambulatórios não é
permitida a realização de procedimentos anestésicos e/ou cirúrgicos, tampouco a realização de
internação de animais.

4 MEDIDAS SANITARIAS

O Médico Veterinário Responsável Técnico é encarregado de implementar um Manual de


Boas Práticas que inclui Procedimentos Operacionais Padrão (POP's) e protocolos de higiene
específicos para o cão, como procedimentos de limpeza das baías, práticas de alimentação e
outros cuidados essenciais. A uniformização e a estruturação desses procedimentos
significativamente para melhorar o desempenho e o funcionamento eficaz do canal.

 HIGIENE DAS INSTALAÇÕES

A higienização dos cães deve ocorrer, no mínimo, duas vezes ao dia, seguindo o
Procedimento Operacional Padrão elaborado e detalhado pelo Médico Veterinário
Responsável Técnico. Durante a limpeza, os animais devem ser removidos das baias e
manuseados com mobília adequada, como coleira e guia.
Recomendamos adotar um sistema rotativo, onde os animais são soltos em um piquete
enquanto suas respectivas baias são limpas. É crucial garantir que a limpeza não resulte em
um ambiente muito úmido, especialmente em regiões de clima frio, pois pode causar
desconforto aos animais.
Em alguns abrigos internacionais, observe a implementação de um sistema de limpeza
contínua e eficaz, sem a necessidade de equipamentos de alta pressão ou limpeza intensiva.
Isso é um sucesso com uma equipe de limpeza adequada em número, utilizando materiais de
revestimento para piso e paredes devidamente impermeáveis e simples de higienizar. Esses
locais adotam uma abordagem sequencial e regular para limpar cada baía, resultando em
instalações permanentemente limpas, garantindo conforto máximo e melhoria substancial do
bem-estar animal.

 DISPOSIÇÃO DOS ALIMENTOS


Os recipientes de água podem ser compartilhados, porém devem ser confeccionados em
material impermeável e de fácil limpeza e assepsia. Sua higienização deve seguir as
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orientações do Médico Veterinário Responsável Técnico. É fundamental que a água fornecida


aos animais seja potável e em quantidade suficiente para atender a todos os animais abrigados.
Quanto à alimentação, esta deve ser distribuída individualmente, levando em
consideração os escores corporais e as necessidades específicas de cada animal. Os recipientes
utilizados para a alimentação devem ser feitos de material impermeável e fácil de limpar,
sendo recomendada a limpeza desses recipientes pelo menos uma vez ao dia.

 CONTROLE DE PRAGAS E VETORES

É fundamental que o canal mantenha um plano abrangente para controlar as regras e os


vetores, previsto pelo Responsável Técnico e colocado na prática por ele ou por uma empresa
especializada.
Este plano de controle é essencial para garantir a saúde e o bem-estar dos animais, bem
como a manutenção das condições sanitárias adequadas no ambiente do canil. Ele pode incluir
uma série de medidas preventivas, como inspeções regulares para identificar possíveis
infestações, a utilização de métodos de controle seguros e seguros, e a implementação de
práticas de limpeza e higienização específicas.
Além disso, é importante ressaltar que o controle de leis não se restringe apenas aos
animais alojados, mas também abrange a estrutura física do local, incluindo áreas externas,
armazenamento de alimentos, descarte de resíduos, entre outros. Manter um ambiente livre de
regras e vetores é crucial não apenas para a saúde dos animais, mas também para a prevenção
de doenças transmissíveis e a promoção de um ambiente seguro e saudável para todos os
envolvidos no cuidado e manutenção do canal.

5 MEDIDA REFERENTES AOS FUNCIONARIOS

É raro que os funcionários designados como tratadores sejam contratados


especificamente para essa função, evitando alta rotatividade. Essa prática também abre
oportunidades para investir em treinamentos específicos, como o curso de Formação de
Oficiais de Controle Animal (FOCA), fornecido pelo Instituto Técnico de Educação e
Controle Animal (ITEC) - disponível em. Esse curso capacita os profissionais a manejar os
animais em cães de forma segura e humanitária.
Nos ambientes de abrigos, algumas zoonoses relevantes podem estar presentes, como
raiva, leptospirose, dermatofitose (fungos), escabiose (sarna sarcóptica), larva migrans
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detectada (bicho geográfico) e larva migrans visceral. É crucial orientar os colaboradores e


voluntários do canal sobre o uso adequado de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e
práticas de higiene pessoal. Para prevenir a propagação dessas e outras doenças, é essencial
disponibilizar EPIs, como luvas e botas de proteção, para uso durante as atividades de limpeza
do local.

6 MEDIDAS REFERENTES AO CUIDADO COM OS ANIMAIS

É fundamental implementar um controle preventivo contra endoparasitas,


ectoparasitas e doenças infectocontagiosas em abrigos para animais. As endoparasitoses,
causadas por parasitas internas, representam um risco à saúde dos animais, podendo ocasionar
quadros como gastroenterite e anemia, principalmente em filhotes. A aplicação regular e
controlada de vermífugos, sob orientação veterinária, é essencial para preservar a saúde dos
animais, dos funcionários e da comunidade em geral.
Os ectoparasitas, tais como ácaros, carrapatos e pulgas, afetam diretamente o bem-
estar dos animais, ocasionando transtornos físicos e psicológicos, além de atuarem como
vetores de doenças graves. Por exemplo, as pulgas podem transmitir Dipylidium caninum,
uma parasita intestinal canina. A vacinação contra raiva e outras doenças deve ser realizada
por um médico veterinário, em conformidade com o plano de vacinação previsto pelo
responsável técnico, com base na avaliação clínica profissional. É crucial a aplicação rigorosa
de um programa de quarentena para novos animais, a fim de evitar a propagação de doenças
infecciosas, sempre sob supervisão veterinária.
Este programa de controle de parasitas e doenças infecciosas deve ser contínuo e
detalhadamente documentado, disponível para consulta de funcionários e proprietários do
estabelecimento.
Todos os animais abrigados ou recém-chegados devem ser identificados e ter uma
ficha individual registrada, incluindo histórico, origem, estado de saúde, medicamentos e
vacinas aplicadas. A identificação por microchip é altamente recomendada, pois oferece
diversas vantagens em comparação com outros métodos, facilitando a identificação do tutor, o
controle de roubo ou abandono, além de não exigir manutenção.
É essencial que os animais passem por consulta clínica, com avaliação descrita em
sua ficha individual. Esta avaliação deve orientar a distribuição dos animais por baías.
Animais doentes devem ser isolados e tratados por um médico veterinário. A saúde dos
animais deve ser avaliada periodicamente por um profissional da área.
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A avaliação comportamental é crucial para identificar o manejo adequado e


desenvolver estratégias para reduzir comportamentos indesejáveis, aumentando o bem-estar
individual e coletivo dos animais, além de facilitar a adoção. Técnicas de treinamento podem
estimular mentalmente os animais e contribuir para mudanças comportamentais positivas,
favorecendo a interação com possíveis propostas. A avaliação da personalidade individual é
igualmente importante para direcionar a escolha de cães compatíveis com o perfil do adotante.
A eutanásia é uma medida indicada por médicos veterinários apenas em casos de
sofrimento irreversível do animal, quando não é possível controlar a dor ou quando o
tratamento se torna financeiramente inviável para o tutor. O procedimento deve seguir as
normas legais e éticas condicionais. O extermínio de animais para controle populacional não é
aceitável segundo as leis vigentes.
Em caso de morte de um animal, é imprescindível comunicar imediatamente ao
responsável técnico para avaliar a necessidade de necropsia ou outros exames. Os animais
falecidos deverão ter um destino adequado, podendo ser selecionados por empresas
especializadas ou pelo serviço público municipal.

7 BEM-ESTAR DOS ANIMAIS


O cuidado com o bem-estar dos animais é uma responsabilidade contínua. Do ponto
de vista científico, a avaliação desse bem-estar pode ser conduzida através das cinco
liberdades fundamentais: a liberdade em termos nutricionais, ambientais, sanitários,
comportamentais e psicológicos.

1. Liberdade nutricional: É crucial fornecer alimentação adequada em quantidade e


qualidade suficiente, considerando o estado de saúde, idade e porte de cada animal. A
alimentação individual, monitorada pelos cuidadores, garante que todos sejam
atendidos corretamente. A água limpa deve estar sempre disponível.
2. Liberdade ambiental: A loteação das baías deve respeitar o espaço disponível. Ao
separar os animais, deve-se considerar não apenas as condições sanitárias, mas
também o temperamento individual. Estruturas adequadas para proteger os animais
intempéries devem ser fornecidas. A implementação de um projeto de enriquecimento
ambiental pode ser de baixo custo e proporcionar grandes melhorias no bem-estar dos
animais. Estratégias incluem brinquedos caseiros e métodos alternativos de
alimentação para estimular o entretenimento e o desafio mental, sempre orientados
pelo responsável técnico.
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3. Liberdade sanitária: Manter a higiene dos cães é essencial. Além disso, a aplicação
de vacinas e vermífugos e a implementação de um programa de controle de previsões
e vetores são medidas fundamentais para prevenir doenças e manter o bem-estar dos
animais. A realização de exames clínicos periódicos pelo Médico Veterinário
Responsável Técnico é crucial para detectar precocemente problemas de saúde em
cães.
4. Liberdade mental: Uma observação constante do comportamento dos animais é
essencial para identificar problemas comportamentais, como estereotipias e
agressividade, e tratá-los. Programas de treinamento podem ser implementados para
fornecer enriquecimento cognitivo, aumentar a adotabilidade e melhorar a interação
com possíveis modelos. O contato social é relevante, porém deve ser monitorado para
garantir que não cause medo ou angústia aos animais.
5. Liberdade psicológica: Observar comportamentos dóceis, tranquilos e receptivos
pode indicar um bom estado psicológico nos animais. Estratégias como caminhadas
diárias e atividades voluntárias podem suprir as necessidades de exercício e interação
social dos cães. A disciplina deve envolver reforços positivos e respeitosos, jamais
medidas repressivas ou de agressão. A busca por orientação de profissionais
especializados em comportamento canino é recomendada devido à complexidade
dessas disciplinas.

8 RESPOSABILIDADES DO RESPONSAVEL TECNICO DA PROPRIEDADE

De acordo com o Manual de RT (Resolução CRMV-PR n° 12/2014), nas suas atuações o


profissional Responsável Técnico deve se orientar por:
 Garantir a sanidade dos animais, incluindo o uso correto de vacinas e vermífugos.
 Implementar medidas profiláticas nos animais e garantir a higiene das instalações,
elaborando Procedimentos Operacionais Padrão (POP) para limpeza, sanitização e
tratamento de detritos.
 Utilização de microchips para identificação adequada dos animais.
 Garantir a procedência dos cães provenientes dos estabelecimentos.
 Trabalhar na melhoria do padrão genético dos animais assistidos.
 Assegurar procedimentos de isolamento e remoção imediata de animais com
problemas de saúde que possam comprometer outros animais hospedados.
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 Orientar sobre o manejo e loteação adequados para cada espécie, buscando garantir o
bem-estar animal.
 Orientar sobre a alimentação adequada para cada espécie, além de garantir o
armazenamento e a qualidade dos insumos.
 Adotar medidas adequadas à área de isolamento para evitar o contato de animais
doentes com outros.
 Observar e interferir para solucionar irregularidades, mantendo a conduta ética.
 Auxiliar no cumprimento das normas de segurança e saúde do trabalhador.
 Manter os funcionários cientes dos riscos de acidentes e zoonoses, promovendo a
preocupação com a higiene e profilaxia individual.
 Garantir o bem-estar dos animais em todas as fases da criação, considerando aspectos
nutricionais, ambientais, sanitários, comportamentais e psicológicos.
 Garantir que o local ofereça abrigo contra o vento, insolação direta e chuva, bem como
acesso a um ambiente alternativo, permitindo a realização de seu comportamento
natural.
 Proporcionar medidas de enriquecimento ambiental e exercício adequado ao grau de
energia, espécie, raça, idade e tamanho do animal.
 Fornecer orientação sobre educação sanitária, bem-estar animal e guarda responsável,
que deve ser oficializada por meio de Termo de Responsabilidade recebido pelo
comprador.
 O procedimento de notificação deve ser feito junto às autoridades competentes, tanto
de defesa sanitária animal quanto de saúde pública, da ocorrência de zoonoses de
notificação compulsória.
 CARGA HORÁRIA - Mínimo 06 (seis) horas semanais.
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9 LOCAL

Escolhemos a ONG Vida Animal em Foz do Iguaçu para o presente


trabalho.

Localização: localizada em uma chácara alugada, no Bairro Três Lagoas.


Espécies: cães, felinos, equinos, suíno e bovino.
Raças: todos os animai são SRD.
Número de animais: cerca de 475 caninos; 35 felinos; 3 equinos; 1 suíno e 1 bovino.
Tutores/proprietários: Noely Cassini.
Análise de ambiente: Os animais desfrutam de liberdade para viverem juntos, exceto
aqueles que apresentam comportamento agressivo, os quais são mantidos separadamente.
Toda a propriedade dispõe de áreas designadas para que os animais possam encontrar abrigo
quando necessário. A única exceção são os gatos, que são mantidos em ambientes distintos.
Fotos:
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2 ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL
O enriquecimento ambiental para cães refere-se a estratégias e práticas destinadas a
proporcionar um ambiente mais estimulante, desafiador e satisfatório para esses animais. Essa
abordagem reconhece que os cães, como seres sencientes, possuem necessidades físicas e
mentais que vão além da simples alimentação e abrigo. Ao incorporar elementos que
estimulam seus sentidos, promovem atividade física e desafiam suas habilidades cognitivas, o
enriquecimento ambiental visa melhorar a qualidade de vida dos cães e prevenir
comportamentos indesejados.
O objetivo do enriquecimento ambiental é fornecer situações onde os animais
possam se sentir estimulados a desenvolver seus sentidos, por isso podemos separar os
enriquecimentos em cinco tipos: alimentar, sensorial, ambiental, social e cognitivo.
Existem diversas maneiras de implementar o enriquecimento ambiental para cães.
Uma delas é através de brinquedos interativos, que desafiam o animal a resolver problemas
para obter recompensas, estimulando assim sua mente. Brinquedos que dispensam comida,
quebra-cabeças e objetos que emitem sons são exemplos de recursos que podem ser
utilizados.
Outra prática comum é a introdução de diferentes texturas e superfícies no ambiente
do cão, como tapetes, grama artificial e áreas com pedras, proporcionando variedade
sensorial. Passeios regulares e a exploração controlada de novos ambientes também são
essenciais para o enriquecimento físico e mental.
Além disso, atividades que estimulam os sentidos olfativos, como jogos de busca por
alimentos ou a introdução de odores novos, contribuem para o enriquecimento cognitivo dos
cães. Socialização com outros animais, pessoas e exposição a diferentes estímulos sonoros são
aspectos importantes a serem considerados.
O enriquecimento ambiental não apenas previne o tédio e comportamentos
indesejados, mas também promove a saúde mental do animal, reduzindo o estresse e a
ansiedade. Ao adotar práticas que enriqueçam o ambiente dos cães, os tutores fortalecem a
relação com seus pets e contribuem para uma vida mais feliz e equilibrada para esses
companheiros leais.

2.1 ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL: ALIMENTAR


O enriquecimento ambiental alimentar para cães é uma prática essencial que vai além
da simples alimentação diária, buscando proporcionar uma experiência mais completa e
estimulante durante as refeições. Reconhecendo o instinto natural de busca por alimentos e a
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importância de desafios cognitivos para a saúde mental dos cães, essa abordagem visa tornar o
ato de se alimentar mais interessante e envolvente.
Uma das estratégias mais comuns é o uso de brinquedos interativos que dispensam
comida. Esses dispositivos desafiam o cão a encontrar maneiras de extrair a comida do
interior do brinquedo, estimulando sua capacidade cognitiva e proporcionando entretenimento
prolongado. Exemplos incluem brinquedos de recheio, nos quais o cão precisa manipular o
objeto para acessar os petiscos ou a ração.
Além disso, a distribuição da comida em diferentes locais da casa ou do quintal, ou
mesmo escondida em áreas específicas, incentiva o cão a explorar o ambiente em busca de
sua refeição, simulando um comportamento mais próximo de sua natureza selvagem.
O uso de jogos de busca, nos quais o cão é encorajado a encontrar pequenas porções
de comida escondidas em diversos lugares, também é uma prática eficaz de enriquecimento
alimentar. Essa atividade não apenas estimula o olfato, mas também proporciona exercício
físico e mental.
Ao adotar estratégias de enriquecimento ambiental alimentar, os tutores não apenas
tornam o momento da refeição mais estimulante, mas também promovem uma abordagem
mais saudável para a ingestão de alimentos. Isso é especialmente relevante para cães que têm
uma tendência a comer rapidamente, ajudando a prevenir problemas digestivos e promover
um comportamento alimentar mais equilibrado.

3 PRODUTO - ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL


Para a produção dos petiscos, foi utilizado 6kg de fígado de frango, 4,5kg de farinha de
aveia e 12 ovos. Para a preparação do mesmo, foi batido o fígado e os ovos no mixer, e em
seguida misturado com a farinha de aveia, após a massa ficar homogênea foi colocado em
formas retangulares, onde foram assados em forno comum, pré aquecido na temperatura de
140º durante 20 minutos.

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