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AULA 2

Email: adrianosnow@gmail.com
Aluno: ADRIANO DUARTE DE MELO

FUNDAMENTOS DE
EDUCOMUNICAÇÃO

Prof. Rodrigo Otávio dos Santos


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TEMA 1 – ARTES GRÁFICAS, HISTÓRIAS EM QUADRINHOS E FOTOGRAFIA

A Educomunicação, como já foi falado, se vale de estruturas da indústria


cultural ou da cultura de massa para tentar passar informações aos alunos. Por
meio dessas obras, pode-se problematizar uma série de questões pertinentes às
disciplinas e também ao próprio entorno da realidade do aluno. Nesta aula
traremos um breve apanhado das principais formas educomunicacionais que
serão vistas com muito mais detalhamento nas disciplinas específicas no restante
do curso.
Neste primeiro tema, trataremos das artes gráficas, das histórias em
quadrinhos e da fotografia.
As artes gráficas, ou seja, o uso gráfico para a expressão humana, existe
praticamente desde que o mundo é mundo, ou desde que o ser humano evoluiu
para ser Homo sapiens. Como diz Janson (1996), desde o Paleolítico o ser
humano já exprime o que pensa em forma de gráficos. Isso é uma constante na
espécie e, obviamente, permanece assim até hoje.
A questão é como utilizar as estruturas gráficas para melhorar o
entendimento de nossos alunos acerca de conteúdos. Nesse caso, o professor
pode se valer demais das estimulações gráficas. A primeira experiência se dá já
na mais tenra idade, quando professores ou pais mostram à criança que ela pode
fazer pintura com seus dedos ou carimbar sua mão em uma folha de papel. Ora,
isso é uma arte gráfica, e é produzida pela criança. O professor do ensino infantil
está ensinando uma série de conceitos acerca de cores quando explica à criança
o nome de cada uma delas; química, quando mostra a ela que as cores se
misturam e viram outra; matemática, quando explica distâncias etc. Então, em
uma atividade aparentemente lúdica e ingênua, muitos conceitos podem ser
transmitidos e não apenas para crianças em seus primeiros anos, mas também
para crianças mais velhas, pois jovens e adultos podem se valer das artes
gráficas.
Primeiramente, como explica Munari (2001), estamos constantemente
sendo bombardeados por inúmeros estímulos visuais gráficos. Experimente olhar
ao seu lado agora. Com toda certeza, há algum elemento gráfico proeminente em
um breve virar de pescoço. Temos símbolos das empresas nos equipamentos que
usamos, nas roupas que vestimos, nos sapatos que usamos. Ao sairmos na rua,
vemos cartazes, outdoors e uma miríade de publicidades nos mais diferentes

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pontos e locais. O professor então pode chamar atenção para isso e fazer com
que relações entre essas produções gráficas e o conteúdo da aula sejam
problematizados. Praticamente todas as disciplinas podem se valer de cartazes
para a problematização de questões. Basta a criatividade do professor e a
colaboração dos alunos, pois a publicidade estática está hoje quase onipresente
nas cidades.
Um pouco mais difícil em muitas cidades, mas muito satisfatória, caso se
consiga, é uma breve excursão ao museu. Como Santos (2016) afirma, uma ida
ao museu pode ser de extrema valia aos alunos, que tomarão contato com
inúmeras peças gráficas, organizadas de determinada forma e que podem alterar
a percepção deles em relação aos mais diversos conteúdos. Professores de artes
e de história, em geral, são os que mais aproveitam essas excursões. Mas não
precisamos nos focar apenas neles. Por exemplo, por meio de uma visita ao
museu, um professor de química pode explicar muito sobre cores, da mesma
forma que um professor de matemática ou desenho geométrico pode se valer das
artes ali expostas para problematizar e ensinar.
Caso seja complicado ir a um museu, os professores podem se valer da
parte gráfica de revistas, por exemplo, para exemplificar ou problematizar diversos
elementos curriculares. Pensemos, por exemplo, numa discussão sobre o tipo de
cor usado nesta ou naquela revista, bem como o tipo de papel. Isso é um ótimo
meio de debater sobre química ou física, além de toda a questão ambiental ou
biológica. É importante lembrar sempre que as revistas podem ser entendidas
também do ponto de vista da sua diagramação. A parte visual da revista,
descartando seu texto, pode muito bem ser estudada. Pensemos na perspectiva
política de uma revista como Caras ou como Veja. A diagramação – sem precisar
ler os textos ali contidos – já informam sobre seu caráter político (entretenimento
ou jornalismo semanal). O mesmo podemos dizer dos manuais técnicos de
equipamentos, que podem ser trabalhados por diversos professores em diversas
disciplinas.
Já as histórias em quadrinhos, como informam Santos Neto e Silva (2015)
podem ser utilizadas de diversas formas. As duas mais óbvias são a alfabetização
e o letramento. Já que as histórias em quadrinhos são uma forma híbrida de arte,
misturando imagem e texto, o docente pode mostrar as múltiplas formas de leitura
em uma mesma obra, da mesma forma que pode ajudar os alunos a
compreenderem questões de história e geografia.

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Uma história em quadrinhos como as de Asterix, criadas por Goscinny e


Uderzo, tem inúmeras aplicações. Primeiramente, como já dissemos, o
letramento. Mas além de saber ler, o professor pode apontar questões químicas,
como o processamento das cores, geográficas, como os povos com os quais
Asterix se relaciona (suíços, ingleses, espanhóis, alemães etc.), históricas, já que
os personagens sempre estão metidos em alguma aventura histórica. Além disso,
números específicos também podem problematizar problemas específicos, como
na aventura “O papiro de César”, em que o vazamento de informações foi feito
por um funcionário-correio chamado Wikilikis, em clara alusão à organização que
publica documentos confidenciais de nações.
Note o professor que utilizamos aqui apenas uma das inúmeras histórias
existentes. Novamente, basta criatividade por parte do docente.
Do ponto da fotografia, com explica Webb (2014), temos a mesma relação.
Desde os compostos químicos que eram utilizados para a revelação dos filmes
até a relação matemática dos terços no momento do enquadramento, muitas
coisas podem ser utilizadas pelos docentes. Além disso, com a proliferação dos
smartphones com câmeras, professores podem propor diversas atividades de
produção fotográfica, auxiliando conteúdos de linguagens, geografia, física e até
biologia. O professor de biologia, por exemplo, pode ensinar como fazer um diário
científico auxiliado pelo registro fotográfico. Ou o professor de física pode pedir
que os alunos encontrem em revistas ou na internet fotografias que expliquem a
relação das leis de Newton.
Uma boa pesquisa também pode trazer relatos históricos por parte das
imagens fotográficas, bem como o professor de geografia pode se valer de
fotografias como as da revista/site National Geographic para problematizar um
sem número de conteúdos em sua disciplina. Como sempre dissemos aqui, o
professor criativo pode fazer muito conhecendo os mecanismos fotográficos (que
estarão em aula subsequente).

Saiba mais

JANSON, H. W. História da arte. São Paulo: Martins Fontes, 1996.

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TEMA 2 – CINEMA

Após a fotografia, o cinema ganha os holofotes do mundo. As pessoas


amaram aquela invenção dos irmãos Lumière que fazia sonhos se materializarem
em uma tela em movimento.
O cinema, ou melhor, os filmes podem e devem ser utilizados pelos
professores para a provocação, para a problematização de assuntos e para a
melhor compreensão dos alunos acerca de conteúdos complexos, inclusive para
assuntos complexos, pois uma breve explicação com a ajuda de uma obra
cinematográfica pode ser reveladora aos discentes.
Posteriormente você vai aprender mais sobre a gramática dos filmes, sobre
a linguagem cinematográfica, mas aqui, nesta aula, o importante é deixar claro
como a educomunicação compreende o cinema. Iniciamos dizendo que há
basicamente quatro formas de utilização do cinema em sala de aula.

2.1 O filme como subterfúgio

Uma delas, detestável e já apontada por Napolitano (2010), é usar um filme


como subterfúgio para um problema de alguma ordem do professor ou mesmo
porque o professor não se preparou adequadamente. Nesse caso, claramente o
cinema é mal utilizado, e conhecemos essa prática como “matar aula” ou “matar
tempo”. Não é sobre isso que falaremos aqui.

2.2 Produção cinematográfica com os alunos

A outra forma de utilização, muito nobre e que pode produzir fantásticos


resultados, é a produção cinematográfica com os alunos. Atualmente, com a
profusão de smartphones, muitas comunidades já possuem equipamentos com
câmera filmadora. Então fazer um filme com os alunos pode ser realmente muito
interessante. Com breves noções da linguagem cinematográfica e instruções aos
alunos, muita coisa boa pode surgir.
Para criar um filme, mesmo que limitado a apenas um minuto, há que se
fazer um roteiro, talvez um storyboard, diálogos, posicionamento de câmeras,
sonorização... Uma turma inteira, a partir dos 8 ou 9 anos, já é capaz de produzir
um filme com qualidade.
É interessante também dizer ao docente que não é muito interessante fazer
um filme com mais de cinco minutos. Isso porque filmar cinco minutos leva muito
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tempo, e talvez ele não tenha esse tempo. Também porque a capacidade de
síntese pode e deve ser enfatizada quando trabalhamos o audiovisual. Por último,
porque atualmente, com a facilidade de divulgação de vídeos em plataformas
como Youtube, Vimeo ou Dailymotion, as pessoas se acostumaram a assistir a
vídeos pequenos, e todos os alunos querem que seus vídeos sejam vistos.
Talvez a parte mais complexa seja o trabalho de edição. Fazer uma edição
simples de um vídeo não é exatamente uma tarefa difícil, mas com certeza é muito
trabalhosa. Essa parte, a menos que a escola tenha um bom laboratório de
informática e alunos aplicados, terá que ser feita pelo professor. Existem vários
softwares para isso. Os principais são o Adobe Premiere e o Apple Final Cut. Mas
ambos muito caros. Entretanto, há diversos softwares – não tão completos quanto
os pagos, mas que certamente darão conta do recado – gratuitos. Podemos aqui
indicar o Lightworks, Shotcut ou Jahshaka. De acordo com Neckel (2016), pode-
se utilizar também aplicativos de edição de vídeo no próprio celular. O pesquisador
salienta o uso do aplicativo VivaVideo, mas salienta que existem outros, como
Magistro ou Animoto.

2.3 Explorando o enredo do filme

A terceira forma de utilização do cinema em sala de aula é a utilização do


enredo do filme. Também é muito interessante, principalmente com crianças mais
novas. Buscar a compreensão da ideia do filme pode ser muito produtivo, porque
além de ilustrar, o cinema pode ser capaz de, com a devida mediação do
professor, ser fonte ótima para a problematização de conceitos. Basta que o
docente consiga focar o que deseja que os discentes percebam com o filme em
questão. A grande dificuldade é justamente esse oposto, ou seja, a dispersão dos
alunos. Muitas vezes, como indica Santos (2016), o interessante é recortar apenas
um ou dois trechos do filme para análise e problematização.

2.4 Explorando a linguagem cinematográfica

A quarta e última forma de utilização normalmente é utilizada em salas de


aula com pessoas mais velhas, notadamente a partir do ensino médio. Nesse
caso, o professor pode trabalhar a linguagem do cinema em sala de aula, como
faz Nepomuceno (2018), que promove o uso da linguagem cinematográfica para
ir além do mero enredo nas aulas de Teoria Geral da Administração. A autora

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busca entender conceitos como posição de câmera, montagem, cortes, som,


iluminação entre muitos outros. Para Nepomuceno (2018 p. 14), não basta
conhecer apenas enredo e diálogos, mas é importante “promover a
problematização e a reflexão por meio das obras cinematográficas, colaborando
com o desenvolvimento do pensamento crítico do aluno”.
De qualquer forma, como coloca Gómez (2014), o cinema é tão presente
na vida cotidiana dos nossos alunos que não usar filmes em sala de aula é algo
além do retrógrado. Com a utilização do cinema, os alunos normalmente se
empenham mais nas tarefas, se propõem a estudar mais e, em última instância,
aprendem mais.

Saiba mais

NAPOLITANO, M. Como usar o cinema em sala de aula. São Paulo:


Contexto, 2010.

TEMA 3 – TELEVISÃO

A televisão é o principal foco de estudo de vários estudiosos da


Educomunicação, como Orozco Gómez ou Maria Lourdes Motter, e não é por
acaso. Esses e outros tantos estudiosos percebem que os alunos estão
intimamente ligados à televisão ou à programação desta. Mais do que isso, basta
um breve olhar superficial na sociedade atual para percebermos a hegemonia da
televisão no cotidiano das pessoas, seja em conversas animadas sobre o
resultado do futebol no domingo, seja na trama da nova vilã da novela das oito,
seja nos rumos do país. Gómez (2014, p. 25) chega a dizer que

as aprendizagens estão em concorrência, e as instituições que buscam


influenciar a educação, também. O resultado é uma luta para formar os
cidadãos. Às vezes ganha a escola, outras vezes a família, outras ainda
a religião. Contudo, faz tempo que quase sempre ganham os meios de
comunicação

Nesse caso, o principal deles é a televisão.


O autor (Gómez, 2014) deixa claro que há um preconceito na escola em
relação à televisão e, em muitos casos, mais do que preconceito, censura. Os
alunos não podem sob pena de admoestação, conversar assuntos “bobos” que
trouxeram da televisão para dentro da sala de aula, como se o aparelho fosse um
grande vilão, esquecendo-se de uma das maiores lições de Paulo Freire (2013),
quando dizia que o professor deveria se valer das experiências dos alunos, da
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vida fora dos muros da escola, para conseguir explicar com maior vigor, sem
perpetuar a mera educação bancária.
Isso posto, pensamos que você não tem problemas com a televisão em
sala de aula porque é importante conhecer a TV. Ela é, ao mesmo tempo, um
meio de comunicação, um aparato tecnológico, uma dimensão linguística, um
canal estético próprio e uma instituição. Isso porque o que temos nas nossas salas
são aparelhos eletroeletrônicos chamados televisão. Mas a Rede Globo, o SBT
ou a Record também são assim chamados. Além disso, a própria forma de falar
da televisão é única. Em um único exemplo, podemos dizer que no cinema, salvo
em raras exceções, o maior pecado é olhar para a câmera.
Na televisão, apresentadores de programas dominicais e âncoras de
programas de entrevistas olham o tempo inteiro para a câmera. A estética da
televisão também é muito própria, basta prestar atenção nas cores, nos dizeres e
na forma como os programas são apresentados. A TV possui pelo menos duas
linguagens que se sobrepõem: a sonora e a visual. E não precisamos ir muito
longe para percebermos a capacidade estética de uma televisão. Quando você
entra em um restaurante, por exemplo, sem escutar o som e sem assistir a um
comercial sequer, você consegue identificar se está assistindo à Rede Globo ou
à SBT, por exemplo. Isso porque cada uma tem uma estética própria.
Essa estética está muito ligada à instituição à qual se pertence. Um
programa exibido no SBT é muito diferente de um exibido na Rede Globo. A
instituição, a qualidade da transmissão, a forma como se portam os jornalistas ou
o apuro gráfico indicam se é uma emissora ou outra. Por isso também causa uma
estranheza quando assistimos a uma transmissão da televisão norte-americana,
sul-africana ou chinesa.
O professor então pode se valer de tudo isso para se apoiar ao transmitir
algum conteúdo. E pode fazê-lo de várias formas. A primeira delas seria a criação
de um programa de TV com os alunos. Nesse caso, não importa muito a idade
dos educandos, desde que eles consigam manejar um aparelho celular e
consigam utilizar algum aplicativo de edição de vídeo, ou que o professor faça
essa parte. Mesmo assim, não é recomendado que nenhum programa exceda
cinco minutos, pois, como já foi dito em relação ao cinema, é grande a demanda
de trabalho em um projeto desses.
Outra proposta que o professor pode fazer aos seus alunos, nesse caso os
mais velhos, seria que eles prestassem atenção à estética de determinado tipo de

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programa. Isso ajudaria a problematizar uma série de questões, por exemplo, o


uso das cores ou a projeção sonora, no caso de ensino de física. Para a geografia
ou a biologia, também é interessante, pois podemos perceber como a estética
trata questões da natureza.
Mas mais do que apenas a estética, há também a questão do discurso.
Alunos mais velhos podem se valer da apreensão de discursos telejornalísticos
para problematizar questões de suma importância não só em sua caminhada
acadêmica mas para o próprio país. O professor pode pedir que os discentes
percebam as diferenças de discurso em diferentes programas, desde os mais
popularescos, como os de assassinatos e “mundo cão”, até os mais sofisticados,
como as entrevistas da TV Cultura. Como isso afeta o espectador, de que forma
percebemos o mundo, assistindo a um ou a outro programa?
Também com alunos mais velhos, pode-se trabalhar a questão da
programação, pois, como já diz Jost (2010), uma emissora de televisão só
consegue ser definida por meio de toda a sua programação. Um ou dois
programas não conseguem explicar como funciona aquela emissora.
Desmistificar a televisão, e trazê-la para sala de aula, como uma aliada,
como uma forma problematizadora da sociedade e dos mais diversos conteúdos
pode ser muito interessante para professores que desejam travar um contato mais
próximo com seus alunos uma vez que, como diz Orozco Gómez (2014, p.43), “os
professores não outorgam à televisão legitimidade para educar, mas nem por isso
deixam de reconhecer sua mediação na aprendizagem de seus alunos”.

Saiba mais

JOST, F. Compreender a televisão. Porto Alegre: Sulina, 2010.

TEMA 4 – MÚSICA

Assim como as artes gráficas, a música também está presente da raça


humana desde seu início, com batucadas e harmonias ouvidas na natureza, como
enfatiza Benett (1986). No mundo contemporâneo, essa onipresença da música
está ainda mais evidente. Em todos os lugares escutamos música, seja nos
nossos fones de ouvido, que nos acompanham em nossas travessias ao trabalho,
no rádio do carro ou nas festas. Nossos alunos são iguais. O tempo todo ouvem
música. E o professor pode muito bem se valer disso para problematizar questões
interessantes e promover a reflexão de seus estudantes.

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Antes, porém, precisamos destacar que o professor pode se valer de


músicas, mas, para isso, é mais indicado que ele seja músico, já que o
conhecimento da linguagem musical não é algo que se aprenda da noite para o
dia. Entretanto, se o professor quiser explicar sobre canções, a coisa muda de
figura.
Isso porque canções são a junção de música (os sons e silêncios
produzidos por instrumentos musicais) e letra (poesias declamadas em formato
harmônico). Nesse caso, apresentar canções aos alunos é sempre muito
interessante, como coloca Ferreira (2001). Existem várias formas de que o
professor pode se valer para melhor explicar algumas questões. Nas aulas de
matemática, por exemplo, um professor pode explicar conceitos de fração a
alunos muito pequenos, valendo-se do estudo dos tempos de uma canção. Por
exemplo, essa nota (nem professor nem alunos precisam saber qual é) dura o
dobro do que essa outra. Ou dura ¾ daquela. Os alunos, com base na percepção
sonora, podem compreender questões matemáticas com base no ritmo.
No que se refere à sociologia ou à história, por exemplo, o professor pode
indagar a respeito dos motivos que levaram o artista a escrever esta ou aquela
letra. Pode discutir com os alunos sobre o que estava ocorrendo no momento da
produção musical. Se havia uma tensão social iminente ou um tédio exacerbado
na juventude. Pode também tentar identificar, junto aos alunos, qual é o público-
alvo daquela canção e verificar se esse público ainda se mantém, se produz novo
público ou se ela foi esquecida. Para cada uma dessas questões há respostas, e,
mais do que isso, há problematizações que o professor pode utilizar.

Saiba mais

FERREIRA, M. Como usar a música em sala de aula. São Paulo: Contexto, 2001

TEMA 5 – REDES SOCIAIS

Um dos temas mais relevantes da sociedade atual são as redes sociais, ou


seja, websites ou aplicativos de celular por meio dos quais as pessoas se
conectam umas às outras. Notadamente, esse é um dos maiores problemas
relatados pelos professores em suas salas de aula. Praticamente todo professor
que encontramos na rua ou em uma sala de aula nos revela que se irrita com seus
alunos que não saem das redes sociais quando deveriam estar prestando atenção
na aula. Isso é verdadeiro, e não daremos as costas a esse problema, mas talvez
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seja interessante irmos um pouco além e tentarmos puxar essas redes para nosso
lado, ou melhor dizendo, para o lado da aprendizagem.
Devemos lembrar que, assim como a maioria dos alunos, a maioria dos
professores também se utiliza dessas redes, como explica Lorenzo (2013). E, se
bem utilizadas, podem ser ótimas para trazer problematizações. Uma passada na
timeline da maior rede social do mundo, o Facebook, pode revelar muito sobre
uma pessoa, além de ajudar professores a debater sobre todas as questões
prementes na sociedade brasileira e mundial. O professor de matemática também
pode usar essa rede social para explicar noções de algoritmo, conjuntos ou
probabilidades.
Indo para outra rede social, o Instagram, professores de artes podem
trabalhar com conjuntos inteiros de obras de artistas consagrados ou artistas
iniciantes, com estilos de desenhos, de fotografias ou representações pictóricas.
O YouTube, rede social de vídeo, como comenta Stadler (2019), pode também
ser muito útil para a busca de informações com outra roupagem, com a qual o
professor pode conjugar o conteúdo a ser trabalhado. A estética youtuber e a
função de educação não formal podem ser muito úteis não apenas para os alunos
buscarem outras formas de entendimento do mesmo conteúdo, mas também para
que haja discussões e problematizações sobre o conteúdo em sala de aula. E
nesse caso, todos os conteúdos são válidos, haja vista que a plataforma de vídeos
contempla uma miríade de assuntos e ideias.
Ao fim e ao cabo, podemos dizer que utilizar redes sociais hoje pode ser
uma das maiores armas do professor para fazer com que seus alunos
efetivamente aprendam os conteúdos propostos.

Saiba mais

LORENZO, E. M. A utilização das redes sociais na educação: a


importância das redes sociais na educação. São Paulo: Clube de Autores, 2013.

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REFERÊNCIAS

BENNET, R. Uma breve história da música. Rio de Janeiro: Zahar, 1986.

FERREIRA, M. Como usar a música em sala de aula. São Paulo: Contexto, 2001.

FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. São Paulo: Paz & Terra, 2013.

GOMÉZ, G. O. Educomunicação: recepção midiática, aprendizagens e


cidadania. São Paulo: Paulinas, 2014.

JANSON, H. W. História da arte. São Paulo: Martins Fontes, 1996.

JOST, F. Compreender a televisão. Porto Alegre: Sulina, 2010.

LORENZO, E. M. A utilização das redes sociais na educação: a importância


das redes sociais na educação. São Paulo: Clube de Autores, 2013.

MUNARI, B. Design e comunicação visual. São Paulo: Martins Fontes, 2001.

NAPOLITANO, M. Como usar o cinema em sala de aula. São Paulo: Contexto,


2010.

NECKEL, F. A. S. Desenvolvimento de objeto digital de aprendizagem para


mobile learning na formação inicial de professores. Dissertação (Mestrado em
Educação e Novas Tecnologias) – Centro Universitário Internacional. Curitiba,
2016.

NEPOMUCENO, L. P. O. Cinema, tecnologia e administração: o uso da


linguagem cinematográfica como apoio ao professor da disciplina Teoria Geral da
Administração. Dissertação (Mestrado em Educação e Novas Tecnologias) –
Centro Universitário Internacional. Curitiba, 2018.

SANTOS. R. O. dos. Fundamentos da pesquisa histórica. Curitiba: InterSaberes,


2016.

SANTOS NETO, E. dos; SILVA, M. R. P. da. Histórias em quadrinhos e práticas


educativas: os gibis estão na escola, e agora? São Paulo: Criativo, 2015.

STADLER, P. C. Youtube como ferramenta de educação não formal: boas


práticas para criação de conteúdo educativo em vídeo. Dissertação (Mestrado em
Educação e Novas Tecnologias) – Centro Universitário Internacional. Curitiba,
2018.

WEBB, J. O design da fotografia. Tradução de Denis Fracalossi. São Paulo:

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Gustavo Gili GG, 2014.
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