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1.

Devem ser abordados os tópicos seguintes, ou outros igualmente relevantes:


‒ nos dois primeiros versos, o sujeito poético compara o seu olhar ao «céu» e à «água ao sol», sugerindo
a ideia de tranquilidade;
‒ no quarto verso, o sujeito poético exprime a razão pela qual o seu olhar é «azul e calmo», afirmando
que não questiona nem reage emocionalmente ao mundo tal como ele existe/afirmando que se limita
a aceitar o que vê.

2. Versão 1: (B)

3. Devem ser abordados os tópicos seguintes, ou outros igualmente relevantes:


‒ no verso 12, o sujeito poético começa por descrever a sua visão do real como objetiva e despida de
pensamentos e emoções/o sujeito poético começa por expressar a ideia de que a natureza é constituída
apenas por aquilo que os sentidos captam/o sujeito poético começa por expressar a aceitação serena do
mundo, sem o questionar;
‒ nos versos 13 e 14, o sujeito poético põe, no entanto, em evidência o facto de essa visão ser resultado
de uma opção consciente (logo, pensada), admitindo que faz de conta que não pensa.
4. Devem ser abordados os tópicos seguintes, ou outros igualmente relevantes:
‒ o sujeito poético evidencia uma atitude racional ao intelectualizar as suas emoções/ao recusar
(voluntariamente) a mudança/ao procurar a serenidade;
‒ o sujeito poético assume essa atitude racional devido ao sentimento de terror face à mudança/ao
destino,
que lhe provoca sofrimento.

5. Devem ser abordados os tópicos seguintes, ou outros igualmente relevantes:


‒ transcrição da comparação – «indo / Para a velhice como um dia entra / No anoitecer»;
‒ interpretação da comparação – tal como o dia termina lenta e gradualmente, também o sujeito poético
deseja que o tempo passe por ele de forma impercetível, encaminhando-o tranquilamente para a
«velhice» (sem que isso lhe provoque sofrimento).

6.
a) 2; b) 2; c) 1.
1.
Para comparar a atitude do sujeito poético com a dos outros «humanos», devem ser abordados os tópicos
seguintes, ou outros igualmente relevantes:
‒ o sujeito poético opta pela adoção de uma atitude contemplativa/pela fruição do belo/natural/efémero
(«rosas» e «magnólias»), recusando os valores da «pátria», da «glória» e da «virtude»;
‒ os outros «humanos» preferem a «pátria», a «glória» e a «virtude», que representam o esforço/o
sofrimento/a entrega a causas (pessoais e sociais)/a constante busca de superação.

2.
Para interpretar o sentido da segunda estrofe, à luz da filosofia de vida de Ricardo Reis, devem ser
abordados dois dos tópicos seguintes, ou outros igualmente relevantes:
‒ recusa das emoções fortes/busca da tranquilidade (ataraxia) – «Logo que a vida me não canse» (v. 4);
‒ indiferença perante a passagem do tempo – «deixo / Que a vida por mim passe» (vv. 4-5);
‒ passividade/atitude contemplativa/ausência de ação – «Logo que eu fique o mesmo.» (v. 6).

3.
Para explicitar o modo como o sujeito poético perceciona a passagem do tempo, com base no conteúdo
dos versos 7 a 18, devem ser abordados dois dos tópicos seguintes, ou outros igualmente relevantes:
‒ passagem irreversível do tempo/tempo perspetivado como duração, patente na referência à repetição
cíclica das estações do ano;
‒ circularidade do tempo cósmico, o que é testemunhado na natureza («Se a aurora raia sempre» – v. 9;
«Se cada ano com a primavera / Aparecem as folhas / E com o outono cessam?» – vv. 10-12);
‒ preferência pelo momento presente (carpe diem), através da valorização da «hora fugitiva» (v. 18);
‒ consciência da fugacidade da vida – «E a confiança mole / Na hora fugitiva» (vv. 17-18).
1. Tópicos de resposta
Na resposta, devem ser abordados os aspetos seguintes, ou outros igualmente relevantes.
– Processo de criação poética dos «poetas que são artistas» (v. 1):
• trabalho minucioso/rigoroso/artesanal, à semelhança do trabalho do carpinteiro e do pedreiro;
• poesia pensada/consciente.
– Processo de criação poética dos poetas que sabem «florir» (v. 4):
• ato involuntário/espontâneo;
• em harmonia com a própria natureza, «única casa artística»; logo, o único modelo de arte.

2. Tópicos de resposta
Na resposta, devem ser abordados os aspetos seguintes, ou outros igualmente relevantes.
• Existência de uma contradição entre aquilo que o sujeito poético afirma («não como quem pensa, mas
como quem não pensa») e o que ele faz («Penso nisto»).
• Recusa do pensamento puro e valorização das sensações.

3. Tópicos de resposta
Na resposta, devem ser abordados os aspetos seguintes, ou outros igualmente relevantes, devidamente
fundamentados com elementos textuais.
– Valorização das sensações:
• privilégio da realidade captada pelos sentidos (vv. 10 e 17);
• negação/recusa do pensamento (vv. 11-12).
– Valorização da comunhão com a natureza:
• o «eu» é um elemento da natureza tal como as flores, partilhando com elas uma «comum divindade» (v.
14);
• a «Terra» é a mãe natureza, acolhedora e protetora (vv. 15-17).
1. Cenário de resposta
Nas quatro primeiras estrofes, é exposta uma filosofia de vida que se caracteriza por:
– um gosto pela fruição estética da natureza
– «Só o ter flores pela vista fora / Nas áleas largas dos jardins exatos / Basta para podermos / Achar
a vida leve.» (vv. 1-4);
– uma escolha da serenidade, o que conduz a uma atitude contemplativa – «De todo o esforço
seguremos quedas / As mãos, brincando, pra que nos não tome / Do pulso, e nos arraste.» (vv. 5-7);
– uma atitude epicurista, que valoriza o prazer moderado – «Buscando o mínimo de dor ou gozo, /
Bebendo a goles os instantes frescos,» (vv. 9-10);
– uma consciência da brevidade da vida, que conduz ao desejo de fruição do momento presente
(carpe diem)
– «As rosas breves, os sorrisos vagos, / E as rápidas carícias» (vv. 14-15).

2. Cenário de resposta
O sujeito poético expõe um conjunto de normas que devem ser seguidas por todas as pessoas de
modo a facilitar a vida humana e a aligeirar a dor provocada pelo facto de a vida ser efémera. Neste
sentido, o uso da primeira pessoa do plural
– que surge nas formas verbais «podermos» (v. 3), «seguremos» (v. 5), «vivamos» (v. 8),
«escolhermos» (v. 19), «fomos» (v. 19), «formos» (v. 21) e no pronome pessoal «nos» (vv. 6 e 7)
– decorre de uma atitude normativa (ou exortativa) assumida pelo sujeito poético, incluído nessa
primeira pessoa do plural.
3. Cenário de resposta
O sujeito poético perspetiva a morte de acordo com a conceção própria da antiguidade clássica,
evidente:
– na ideia de que a vida humana é comandada pelo Destino, ou pelas Parcas, e de que as almas
atravessam o rio Estige e chegam aos Infernos, à «pátria de Plutão» (vv. 21-28);
– na aceitação da morte, momento a que se deve chegar sem apego a nada e apenas recordando o
que foi agradável, para que o sofrimento não seja tão penoso
– atitude estoica (vv. 17-20).
1. Cenário de resposta
A resposta pode contemplar os aspetos que a seguir se enunciam, ou outros considerados relevantes.
No primeiro verso, o sujeito poético expõe a ideia de que tudo ocorre num contexto preciso,
determinado pelo curso natural das coisas.
As referências à Natureza presentes nos versos 2 a 4 sustentam esta ideia, fornecendo exemplos
concretos. Estes mostram que a cada estação do ano corresponde um ambiente específico: no inverno,
há frio e neve e é na primavera que as árvores florescem.

2. Cenário de resposta
A resposta pode contemplar os aspetos que a seguir se enunciam, ou outros considerados relevantes.
De acordo com os versos 5 a 24, é importante:
– viver de forma moderada e tranquila – «Com mais sossego amemos / A nossa incerta vida.» (vv. 7 e
8);
– evitar todo o esforço inútil – «Não puxemos a voz / Acima de um segredo» (vv. 11 e 12);
– lembrar o passado de forma ligeira, despreocupada e breve – «E casuais, interrompidas sejam /
Nossas palavras de reminiscência» (vv. 13 e 14);
– rememorar as histórias «que nos falem» (v. 20) da «infância» (v. 21).

3. Cenário de resposta
A resposta pode contemplar os aspetos que a seguir se enunciam, ou outros considerados relevantes.
As recordações do passado ocorrem:
– numa noite de inverno, que, metaforicamente, corresponde à velhice;
– à «hora dos cansaços» (v. 10), propícia à rememoração e ao diálogo calmo e íntimo;
– à «lareira» (vv. 9 e 25), espaço associado ao conforto e à proteção.

4. Cenário de resposta
A resposta pode contemplar os aspetos que a seguir se enunciam, ou outros considerados relevantes.
As duas últimas estrofes sintetizam as ideias apresentadas anteriormente. Reafirma-se que a passagem
do tempo conduz inevitavelmente à noite da vida e à recordação do «outrora» (v. 28). Chegado este
momento, deve adotar-se uma atitude serena, semelhante à dos «Deuses lares» (v. 26), e rememorar o
passado de modo a tornar a passagem do tempo aceitável e agradável no presente.

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