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2. Versão 1: (B)
6.
a) 2; b) 2; c) 1.
1.
Para comparar a atitude do sujeito poético com a dos outros «humanos», devem ser abordados os tópicos
seguintes, ou outros igualmente relevantes:
‒ o sujeito poético opta pela adoção de uma atitude contemplativa/pela fruição do belo/natural/efémero
(«rosas» e «magnólias»), recusando os valores da «pátria», da «glória» e da «virtude»;
‒ os outros «humanos» preferem a «pátria», a «glória» e a «virtude», que representam o esforço/o
sofrimento/a entrega a causas (pessoais e sociais)/a constante busca de superação.
2.
Para interpretar o sentido da segunda estrofe, à luz da filosofia de vida de Ricardo Reis, devem ser
abordados dois dos tópicos seguintes, ou outros igualmente relevantes:
‒ recusa das emoções fortes/busca da tranquilidade (ataraxia) – «Logo que a vida me não canse» (v. 4);
‒ indiferença perante a passagem do tempo – «deixo / Que a vida por mim passe» (vv. 4-5);
‒ passividade/atitude contemplativa/ausência de ação – «Logo que eu fique o mesmo.» (v. 6).
3.
Para explicitar o modo como o sujeito poético perceciona a passagem do tempo, com base no conteúdo
dos versos 7 a 18, devem ser abordados dois dos tópicos seguintes, ou outros igualmente relevantes:
‒ passagem irreversível do tempo/tempo perspetivado como duração, patente na referência à repetição
cíclica das estações do ano;
‒ circularidade do tempo cósmico, o que é testemunhado na natureza («Se a aurora raia sempre» – v. 9;
«Se cada ano com a primavera / Aparecem as folhas / E com o outono cessam?» – vv. 10-12);
‒ preferência pelo momento presente (carpe diem), através da valorização da «hora fugitiva» (v. 18);
‒ consciência da fugacidade da vida – «E a confiança mole / Na hora fugitiva» (vv. 17-18).
1. Tópicos de resposta
Na resposta, devem ser abordados os aspetos seguintes, ou outros igualmente relevantes.
– Processo de criação poética dos «poetas que são artistas» (v. 1):
• trabalho minucioso/rigoroso/artesanal, à semelhança do trabalho do carpinteiro e do pedreiro;
• poesia pensada/consciente.
– Processo de criação poética dos poetas que sabem «florir» (v. 4):
• ato involuntário/espontâneo;
• em harmonia com a própria natureza, «única casa artística»; logo, o único modelo de arte.
2. Tópicos de resposta
Na resposta, devem ser abordados os aspetos seguintes, ou outros igualmente relevantes.
• Existência de uma contradição entre aquilo que o sujeito poético afirma («não como quem pensa, mas
como quem não pensa») e o que ele faz («Penso nisto»).
• Recusa do pensamento puro e valorização das sensações.
3. Tópicos de resposta
Na resposta, devem ser abordados os aspetos seguintes, ou outros igualmente relevantes, devidamente
fundamentados com elementos textuais.
– Valorização das sensações:
• privilégio da realidade captada pelos sentidos (vv. 10 e 17);
• negação/recusa do pensamento (vv. 11-12).
– Valorização da comunhão com a natureza:
• o «eu» é um elemento da natureza tal como as flores, partilhando com elas uma «comum divindade» (v.
14);
• a «Terra» é a mãe natureza, acolhedora e protetora (vv. 15-17).
1. Cenário de resposta
Nas quatro primeiras estrofes, é exposta uma filosofia de vida que se caracteriza por:
– um gosto pela fruição estética da natureza
– «Só o ter flores pela vista fora / Nas áleas largas dos jardins exatos / Basta para podermos / Achar
a vida leve.» (vv. 1-4);
– uma escolha da serenidade, o que conduz a uma atitude contemplativa – «De todo o esforço
seguremos quedas / As mãos, brincando, pra que nos não tome / Do pulso, e nos arraste.» (vv. 5-7);
– uma atitude epicurista, que valoriza o prazer moderado – «Buscando o mínimo de dor ou gozo, /
Bebendo a goles os instantes frescos,» (vv. 9-10);
– uma consciência da brevidade da vida, que conduz ao desejo de fruição do momento presente
(carpe diem)
– «As rosas breves, os sorrisos vagos, / E as rápidas carícias» (vv. 14-15).
2. Cenário de resposta
O sujeito poético expõe um conjunto de normas que devem ser seguidas por todas as pessoas de
modo a facilitar a vida humana e a aligeirar a dor provocada pelo facto de a vida ser efémera. Neste
sentido, o uso da primeira pessoa do plural
– que surge nas formas verbais «podermos» (v. 3), «seguremos» (v. 5), «vivamos» (v. 8),
«escolhermos» (v. 19), «fomos» (v. 19), «formos» (v. 21) e no pronome pessoal «nos» (vv. 6 e 7)
– decorre de uma atitude normativa (ou exortativa) assumida pelo sujeito poético, incluído nessa
primeira pessoa do plural.
3. Cenário de resposta
O sujeito poético perspetiva a morte de acordo com a conceção própria da antiguidade clássica,
evidente:
– na ideia de que a vida humana é comandada pelo Destino, ou pelas Parcas, e de que as almas
atravessam o rio Estige e chegam aos Infernos, à «pátria de Plutão» (vv. 21-28);
– na aceitação da morte, momento a que se deve chegar sem apego a nada e apenas recordando o
que foi agradável, para que o sofrimento não seja tão penoso
– atitude estoica (vv. 17-20).
1. Cenário de resposta
A resposta pode contemplar os aspetos que a seguir se enunciam, ou outros considerados relevantes.
No primeiro verso, o sujeito poético expõe a ideia de que tudo ocorre num contexto preciso,
determinado pelo curso natural das coisas.
As referências à Natureza presentes nos versos 2 a 4 sustentam esta ideia, fornecendo exemplos
concretos. Estes mostram que a cada estação do ano corresponde um ambiente específico: no inverno,
há frio e neve e é na primavera que as árvores florescem.
2. Cenário de resposta
A resposta pode contemplar os aspetos que a seguir se enunciam, ou outros considerados relevantes.
De acordo com os versos 5 a 24, é importante:
– viver de forma moderada e tranquila – «Com mais sossego amemos / A nossa incerta vida.» (vv. 7 e
8);
– evitar todo o esforço inútil – «Não puxemos a voz / Acima de um segredo» (vv. 11 e 12);
– lembrar o passado de forma ligeira, despreocupada e breve – «E casuais, interrompidas sejam /
Nossas palavras de reminiscência» (vv. 13 e 14);
– rememorar as histórias «que nos falem» (v. 20) da «infância» (v. 21).
3. Cenário de resposta
A resposta pode contemplar os aspetos que a seguir se enunciam, ou outros considerados relevantes.
As recordações do passado ocorrem:
– numa noite de inverno, que, metaforicamente, corresponde à velhice;
– à «hora dos cansaços» (v. 10), propícia à rememoração e ao diálogo calmo e íntimo;
– à «lareira» (vv. 9 e 25), espaço associado ao conforto e à proteção.
4. Cenário de resposta
A resposta pode contemplar os aspetos que a seguir se enunciam, ou outros considerados relevantes.
As duas últimas estrofes sintetizam as ideias apresentadas anteriormente. Reafirma-se que a passagem
do tempo conduz inevitavelmente à noite da vida e à recordação do «outrora» (v. 28). Chegado este
momento, deve adotar-se uma atitude serena, semelhante à dos «Deuses lares» (v. 26), e rememorar o
passado de modo a tornar a passagem do tempo aceitável e agradável no presente.