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Como as guerras impactam ao meio ambiente?

Os impactos da guerra atuam sobre uma vítima direta e pouco evidenciada: o meio ambiente.
Os bombardeios, lançamento de mísseis, movimentação de tanques e a destruição de
infraestruturas provocam destruições na natureza. Na verdade, os impactos ocorrem antes
mesmo da guerra iniciar. Existe uma alta demanda por recursos naturais para abastecer as
tropas e sustentar as forças militares. E as consequências a longo prazo, para a população e a
natureza, são inúmeras.

As localidades, todos os seres vivos e a história mundial sofrem os efeitos dos conflitos
armados.

Os principais impactos ambientais são:

- Queimadas.

- Desmatamento de florestas.

- Emissão de gases nocivos.

- Contaminação de solos e aguas.

- Disseminação de materiais tóxicos ou radiativos.

Ao iniciar uma guerra, o objetivo torna-se a destruir o território oponente. Acabar com os
suprimentos e infraestrutura até que não sobre meios para resistência. Desde os primeiros
relatos de guerra, o ataque aos recursos naturais é a principal maneira de desestabilizar o
adversário. Assim, não sobra saúde ou qualidade de vida para a população. O que dá lugar ao
caos. Já foi muito comum matar animais, colocar fogo em plantações e, até mesmo, envenenar
fontes de água. Com o passar dos tempos e o avanço das tecnologias, as ameaças foram
evoluindo.

Consequências ambientais de diferentes guerras no mundo.

A invasão à Ucrânia em 2022 é a mais recente que vem à mente das pessoas, mas diversos
conflitos em diferentes partes do mundo foram capazes de causar danos imensuráveis ao meio
ambiente.

- Guerra do Vietnã: Durante o conflito os militares norte-americanos espalharam produtos


químicos para acabar com a camuflagem de guerrilhas vietnamitas, destruindo florestas com
um líquido que ficou conhecido como agente laranja. A substância fez estragos tão grandes
que continua contaminando o solo até hoje, mesmo que já tenham passado 50 anos.

- Segunda Guerra Mundial: O fatídico evento das bombas nucleares sobre as cidades de
Hiroshima e Nagasaki foi um dos mais fortes da Segunda Guerra e gerou consequências que
perduram até hoje por meio da exposição às radiações.

Em humanos houve modificações genéticas; no ambiente a radioatividade foi espalhada pelas


aguas das cidades e chegou a formar chuvas ácidas.

Protocolo e Declaração de proteção ao meio ambiente


Diante de tal cenário de destruição, em 1977, foi incluído o artigo 35 ao Protocolo Adicional à
Convenção de Genebra. O artigo institui que os métodos ou meios de guerra não são
ilimitados, sendo proibido usar métodos que causem danos graves e de longo prazo ao meio
ambiente. Mais tarde, em 1992, durante a 2ª Conferência Internacional do Meio Ambiente da
ONU (ECO-92) foi lançada a Declaração Universal do Direito ao Meio Ambiente e ao
Desenvolvimento Sustentável. Em tal documento, é explicitado que a guerra é contrária ao
desenvolvimento sustentável. Nesse sentido, os Estados devem respeitar o direito
internacional de proteção ao meio ambiente em épocas de conflitos armados. Ainda, coloca
que a paz, o desenvolvimento e a proteção ambiental são interdependentes.

Dia Internacional para prevenção da exploração do ambiente em tempo de guerra e conflito

Conforme exposto, a proteção do meio ambiente é assegurada por declarações internacionais.


Entretanto, a prática é diferente. Em tempos de conflitos, tais princípios tendem a ser
desrespeitados. Animais são comumente mortos, solos e águas são poluídos e plantações são
queimadas. Além disso, ocorre também a exploração de ouro, petróleo, madeira e diamantes.
Dessa maneira, promove-se a morte de ecossistemas sem qualquer alarde.

Outra estratégia para defender o meio ambiente dos conflitos armados foi o estabelecimento
do Dia Internacional para a Prevenção da Exploração do Ambiente em Tempo de Guerra e de
Conflito Armado. Desde 2001, celebra-se no dia 6 de novembro por iniciativa da ONU. Assim,
espera-se reconectar às pessoas ao meio ambiente, além de mostrar que a proteção ambiental
só é possível se for mediada pela paz.

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