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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO ALVORECER DA JUVENTUD

(ISPAJ)
CURSO DE CARDIOPNEUMOLOGIA

EDUARDO UPA SAIÁGUA

CONTROLE DA EXPRESSÃO GÊNICA

LUANDA, DEZEMBRO DE 2023


CONTROLE DA EXPRESSÃO GÊNICA

EDUARDO UPA SAIÁGUA

Curso de Cardiopneumologia
Disciplina: Biologia Celular e Molecular
Sala: 1E
Nº de estudante: 99244

Trabalho apresentado como requisito para


a avaliação na disciplina de
Cardiopneumologia, no Instituto Superior
Politécnico Alvorecer da Juventude
O professor: Venâncio Eduardo.
LUANDA, DEZEMBRO DE 2023
SUMÁRIO
agradecimentos .............................................................................................................. iv

Dedicatória ...................................................................................................................... 4

Resumo ........................................................................................................................... 5

Abstract ........................................................................................................................... 6

Introdução ....................................................................................................................... 7

Conceitos Fundamentais ................................................................................................. 8

Os Diferentes Tipos Celulares De Um Organismo Multicelular Contêm O Mesmo Adn


.................................................................................................................................................... 8

Diferentes Tipos Celulares Produzem Diferentes Conjuntos De Proteínas .................... 9

Uma Célula Pode Alterar A Expressão Dos Seus Genes Em Resposta A Sinais Externos
.................................................................................................................................................... 9

A Expressão Gênica Pode Ser Regulada Em Várias Etapas, Do Adn Para O Arn E Do
Arn Para A Proteína.................................................................................................................. 10

Como Funcionam Os Comutadores Transicionais ....................................................... 10

Os Reguladores Da Transcrição Se Ligam A Sequências De Adn Regulador ............. 11

Os Mecanismos Moleculares Que Criam Tipos Celulares Especializados .................. 12

Os Genes Eucarióticos São Controlados Por Combinações De Transicionais


Eucarióticos Podem Controlar A Transcrição .......................................................................... 13

A Expressão De Diferentes Genes Pode Ser Coordenada Por Uma Única Proteína .... 14

-Tipos De Células Especializadas Podem Ser Experimentalmente Reprogramados Para


Se Tornar Células-Tronco Lucipotentes ................................................................................... 15

A Formação De Um Órgão Inteiro Pode Ser Desencadeada Por Um Único Regulador


Da Transcrição Célula Do Músculo ......................................................................................... 16

Cada Molécula De Mrna Controla Sua Própria Degradação E Tradução .................... 16

Conclusão ..................................................................................................................... 18

Referências Bibliográficas ............................................................................................ 19

iii
AGRADECIMENTOS
Os nossos agradecimentos são direccionados primeiramente à Deus, autor da vida e tudo quanto
existe!
São igualmente endereçados aos nossos dignos e amados pais e encarregados de educação, por
tudo quanto fizeram e têm feito por nós!
Aos nossos caríssimos e respeitáveis professores, por nos conduzirem no caminho do
conhecimento com paciência e sabedoria, os nossos mais sinceros agradecimentos!
Enfim, à todos, demais familiares, amigos, colegas que têm contribuído directa ou
indirectamente para a nossa formação e o nosso desenvolvimento em geral, agradecemos
profundamente!

iv
iii
DEDICATÓRIA

Dedicamos este trabalho:


Aos nossos pais;
Familiares e amigos;
Professores e colegas
E àqueles que percebem que vale apenas trilhar pelos caminhos da ciência!
RESUMO

A expressão gênica é um processo complexo pelo qual as células controlam


seletivamente a síntese de muitos milhares de proteínas e RNAs codificados pelo seu genoma.
As células têm a capacidade de modificar os genes que expressam sem alterar a
sequência Nucleotídica de seu ADN. A extensão das diferenças na expressão gênica entre tipos
celulares distintos pode ser avaliada pela comparação da composição proteica das células de
fígado, coração, encéfalo. As células especializadas de um organismo multicelular são capazes
de alterar seus padrões de expressão gênica em resposta a sinais extracelulares.
Palavras-chave: expressão gênica, DNA, RNA, Célula, ARN, Biologia.

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ABSTRACT
Gene expression is a complex process by which cells selectively control the synthesis of the
many thousands of proteins and RNAs encoded by their genome. Cells have the ability to
modify the genes they express without altering the nucleotide sequence of their DNA. The
extent of differences in gene expression between different cell types can be assessed by
comparing the protein composition of liver, heart and brain cells. The specialized cells of a
multicellular organism are capable of altering their gene expression patterns in response to
extracellular signals.
Keywords: gene expression, DNA, RNA, Cell, RNA, Biology.

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INTRODUÇÃO

No presente trabalho abordamos sobre “O Controle da Expressão Gênica, um tema de


extrema importância da área da biologia celular. Com este trabalho pretendemos compreender
o modo como se dá ou acontece esse processo e perceber as etapas e procedimentos do mesmo.
Este tema reveste de grande importância porque nos permite mergulhar nas profundezas do
campo da biologia e saber como acontece esse processo muito importante. Assim, no primeiro
ponto desse trabalho, abordou-se sobre o conceito de expressão gênica, no segundo falamos
que os diferentes tipos celulares de um organismo multicelular contêm o mesmo ADN; no
terceiro, falamos sobre diferentes tipos celulares que produzem diferentes conjuntos de
proteínas; já no quarto ponto referimos que uma célula pode alterar a expressão dos seus genes
em resposta a sinais externos, no quinto ponto afirmamos que a expressão gênica pode ser
regulada em várias etapas, do ADN para o ARN e do ARN para a proteína; no sexto ponto
Procuramos perceber como funcionam os comutadores transicionais e assim por diante.

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CONCEITOS FUNDAMENTAIS
Expressão gênica, é uma abordagem ligada à biologia celular, e é definida como «um
processo complexo pelo qual as células controlam seletivamente a síntese de muitos milhares
de proteínas e RNAs codificados pelo seu genoma» (Alberts, et al., 2017, p. 262)
Entretanto, como as células coordenam e controlam tal processo intrincado e como uma
célula Individual especifica qual dos seus genes expressar? Essa decisão é um problema
especialmente importante para os animais porque, à medida que se desenvolvem, suas células
se tornam altamente especializadas, dando origem a um conjunto de células musculares, nervos
e células do sangue, bem como a centenas de outros tipos de células observadas no adulto. Essa
diferenciação celular surge porque as células produzem e acumulam diferentes conjuntos de
moléculas de ARN e proteína, ou seja, elas expressam genes diferentes.

Os Diferentes Tipos Celulares De Um Organismo Multicelular


Contêm O Mesmo ADN
A evidência de que as células têm a capacidade de modificar os genes que expressam
sem alterar a sequência Nucleotídica de seu ADN vem de experimentos nos quais o genoma de
uma célula diferenciada promove o desenvolvimento de um organismo completo. Se os
cromossomos de células diferenciadas fossem alterados irreversivelmente durante o
desenvolvimento, eles não seriam capazes de Realizar essa façanha.

Considere, por exemplo, um experimento no qual o núcleo de uma célula epidérmica de


uma rã adulta é retirado e injetado em um ovo de rã cujo núcleo tenha sido removido.
Em alguns casos, o ovo adulterado irá desenvolver um girino normal. Assim, o núcleo
de célula epidérmica transplantado não pode ter perdido quaisquer sequências essenciais de
ADN. Experimentos de transplante nuclear feitos com células diferenciadas de mamíferos
adultos – incluindo ovelhas, vacas, porcos, cabras e camundongos – têm mostrado resultados
semelhantes. Em plantas, células individuais removidas de uma cenoura, por exemplo, podem
regenerar uma planta de cenoura adulta inteira. Esses experimentos mostram que o ADN de
tipos celulares especializados de organismos multicelulares ainda contém o conjunto de
instruções completo e necessário para formar um organismo inteiro. Os vários tipos de células
de um organismo, dessa forma, diferem não porque contenham genes diferentes, mas porque
os expressam diferentemente.

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Diferentes tipos celulares produzem diferentes conjuntos de proteínas
A extensão das diferenças na expressão gênica entre tipos celulares distintos pode ser
avaliada pela comparação da composição proteica das células de fígado, coração, encéfalo, e
assim por diante. No passado, tais análises eram feitas por eletroforese em gel bidimensional.
Atualmente, o conteúdo total de proteínas de uma célula pode ser rapidamente analisado por
uma metodologia chamada de espectrometria de massas. Essa técnica é muito mais sensível que
a eletroforese e permite a deteção até de proteínas que são produzidas em menor quantidade.

Ambas as técnicas revelam que muitas proteínas são comuns em todas as células de um
organismo multicelular
A expressão dos genes também pode ser estudada por meio de catalogação das
moléculas de ARN das células, inclusive moléculas de mRNA que codificam proteínas. Os
métodos mais abrangentes para tais
Análises incluem a determinação da sequência nucleotídica de cada molécula de ARN
produzida pela célula, uma abordagem que pode também revelar sua abundância relativa.
Estimativas a respeito do número das diferentes sequências de mRNA nas células humanas
sugerem quem um dado momento, uma célula humana diferenciada típica expresse entre 5.000
e 15.000 genes a partir de um repertório ao redor de 21.000. É a expressão de uma coleção
diferente de genes em cada tipo celular que causa as grandes variações observadas em tamanho,
forma, comportamento e função das células diferenciadas.

Uma Célula Pode Alterar A Expressão Dos Seus Genes Em Resposta


A Sinais Externos
As células especializadas de um organismo multicelular são capazes de alterar seus
padrões de expressão gênica em resposta a sinais extracelulares. Por exemplo, se uma célula do
fígado é exposta ao hormônio esteroide cortisol, a produção de diversas proteínas é
consideravelmente aumentada. Liberado pela glândula suprarrenal durante períodos de jejum,
exercícios intensos ou estresse prolongado, o cortisol induz as células do fígado a aumentarem
a produção de glicose a partir de aminoácidos e outras pequenas moléculas. O conjunto de
proteínas com a produção induzida pelo cortisol inclui enzimas, tais como a tirosina-

9
aminotransferase, que ajuda a converter tirosina em glicose. Quando o hormônio não está mais
presente, a produção dessas proteínas retorna ao seu nível normal.

Outros tipos celulares respondem ao cortisol diferentemente. Nas células adiposas, por
exemplo, a produção de tirosina-aminotransferase é reduzida, ao passo que alguns outros tipos
celulares simplesmente não respondem ao cortisol. O fato de que diferentes tipos celulares
frequentemente respondem de diversas maneiras ao mesmo sinal extracelular contribui para a
especialização que dá a cada tipo de célula seu caráter distintivo.

A expressão gênica pode ser regulada em várias etapas, do ADN para


o ARN e do ARN para a proteína
Se as diferenças entre os vários tipos celulares de um organismo dependem de genes
particulares que a célula expressa, em qual nível o controle da expressão gênica é exercido?
Como vimos no último capítulo, existem muitos passos no caminho que leva do ADN à
proteína, e todos eles podem, em princípio, ser regulados. Assim, a célula pode controlar as
proteínas que contém (1) controlando
Quando e quantas vezes um dado gene é transcrito, (2) controlando como um transcrito
de ARN sofre splicing ou outro processamento, (3) selecionando quais moléculas de mRNA
são exportadas do núcleo para o citosol, (4) regulando o quão rapidamente certas moléculas de
mRNA são degradadas, (5) selecionando quais moléculas de mRNA são traduzidas em
proteínas pelos ribossomas, ou (6) regulando quão rapidamente proteínas específicas são
destruídas após terem sido produzidas; além disso, a atividade de proteínas individuais pode
também ser regulada em uma variedade de maneiras.

A expressão gênica pode ser regulada em cada uma dessas etapas. Para a maioria dos
genes, entretanto, o controle da transcrição é da maior importância. Isso faz sentido, porque
somente o controle transicional pode garantir que nenhum intermediário não essencial seja
sintetizado.

Como Funcionam Os Comutadores Transicionais

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Até 50 anos atrás, a ideia de que os genes poderiam ser ativados e inativados era
revolucionária. Esse conceito foi um grande avanço e surgiu originalmente a partir dos estudos
de como as bactérias E. Cóli se adaptam a mudanças na composição de seu meio de cultura.
Muitos dos mesmos princípios se aplicam às células eucarióticas. Entretanto, a enorme
complexidade da regulação gênica nos organismos superiores, combinada com o
empacotamento do seu ADN na cromatina. Começamos com a discussão dos reguladores da
transcrição, proteínas que se ligam ao ADN e controlam a transcrição de genes.

Os reguladores da transcrição se ligam a sequências de ADN


regulador
O controlo da transcrição é normalmente exercido na etapa em que o processo é iniciado.
A região promotora de um gene se liga à enzima RNA-polimerase e orienta corretamente essa
enzima a iniciar sua tarefa de fazer uma cópia de ARN do gene. Tanto os promotores dos genes
de bactérias como os dos genes de eucariotas incluem um sítio de início da transcrição, onde a
síntese de ARN começa, e uma sequência de aproximadamente 50 pares
De nucleótidos anterior ao sítio de início. Essa região cadeia acima contém sítios que
são necessários para a RNA-polimerase reconhecer o promotor, embora não se
Liguem diretamente à RNA-polimerase. Em vez disso, essas sequências contêm sítios
de reconhecimento para proteínas que se associam com a polimerase ativa o fator sigma em
bactérias ou os fatores gerais de transcrição em eucariotas.

Além do promotor, praticamente todos os genes, tanto bacterianos como eucarióticos,


possuem sequências de ADN regulador que são usadas para ativar ou inativar um
Gene. Algumas sequências de ADN regulador são tão curtas quanto 10 pares de
nucleótidos e agem como interrupto rés simples que respondem a um único sinal; tais
interruptores reguladores simples predominam em bactérias. Outras sequências de ADN
regulador, especialmente as de eucariotas, são muito longas
(às vezes, abrangendo mais de 10.000 pares de nucleótidos) e agem como
microprocessadores moleculares, integrando a informação de uma variedade de sinais em um
comando que determina com que frequência a transcrição do gene é iniciada.

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As sequências de ADN regulador não atuam sozinhas. Para funcionarem, essas
sequências precisam ser reconhecidas por proteínas chamadas de reguladores da transcrição é
a ligação de um
Regulador da transcrição a uma sequência de ADN regulador que age como um
interruptor para controlar a transcrição.

Uma simples bactéria produz centenas de diferentes reguladores da transcrição, sendo


que cada um deles reconhece uma sequência de ADN diferente e assim
Regula um conjunto distinto de genes. Os seres humanos produzem muito mais vários
milhares –, indicando a importância e complexidade dessa forma de regulação
Gênica no desenvolvimento e função de organismos
Complexos.
As proteínas que reconhecem uma sequência nucleotídica específica o fazem porque a
superfície da proteína se combina com alta afinidade com as características de superfície da
dupla-hélice de ADN naquela região. Como essas características da superfície irão variar,
dependendo da sequência de nucleótidos, diferentes proteínas de ligação ao ADN irão
reconhecer diferentes sequências de nucleótidos. Em muitos casos, a proteína se insere no sulco
maior da dupla-hélice do ADN e forma uma série de contatos moleculares com os pares de
nucleótidos nesse sulco. Embora cada contato Individual seja fraco, os 10 a 20 contatos que
costumam ser formados em uma interface proteína-DNA se combinam para garantir que a
interação seja tanto altamente específica quanto de alta afinidade.
De fato, as interações proteína-DNA estão entre as interações moleculares mais
específica se de maior afinidade conhecidas na biologia.

Muitos reguladores da transcrição ligam-se à hélice de ADN como dímeros. Tal


dimerização duplica aproximadamente a área de contato com o ADN, aumentando, assim, a
força e a especificidade da interação proteína-DNA.

Os mecanismos moleculares que criam tipos celulares especializados

Todas as células são capazes de ativar e inativar genes em resposta a mudanças em seus
ambientes. Mas as células dos organismos multicelulares aperfeiçoaram essa capacidade a um
grau extremo e de maneiras altamente especializadas para formar arranjos organizados de tipos
celulares diferenciados. Em particular, uma vez que uma célula de um organismo multicelular
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se torna comprometida a se diferenciar em um tipo celular específico, a escolha do destino é
normalmente mantida por divisões celulares subsequentes. Isso significa que as alterações na
expressão gênica, que são frequentemente disparadas por um sinal transitório, precisam ser
relembradas pela célula. Esse fenômeno de memória celular é um pré-requisito para a criação
de tecidos organizados e para a manutenção de tipos celulares estavelmente diferenciados. De
modo diferente, as modificações mais simples na de genes, tanto em eucariotas como em
bactérias, são frequentemente apenas transitórias; o repressor do triptofano, por exemplo,
Inibe o Perón triptofano em bactérias apenas na presença do triptofano; tão logo esse
aminoácido seja removido do meio, os genes são novamente ativados, e as células descendentes
não têm memória de que suas antecessoras tenham sido expostas ao triptofano.

Nesta seção, discutimos algumas características especiais da regulação transicional que


são encontradas nos organismos multicelulares. Nosso foco será em como esses mecanismos
criam e mantêm os tipos celulares especializados que conferem a um verme, uma mosca um
sem humano as suas características distintivas.

Os Genes Eucarióticos São Controlados Por Combinações De


Transicionais Eucarióticos Podem Controlar A Transcrição
Como reguladores transicionais eucarióticos podem controlar a transcrição quando
ligados ao ADN a muitos pares de bases de distância do promotor, as sequências de
nucleosídeos que controlam a expressão de um gene podem estar espalhadas por longos
segmentos de ADN. Em animais e plantas, não é incomum encontrar as sequências de ADN
regulador de um gene dispersas entre distâncias superiores a dezenas de milhares de pares de
nucleótidos, embora boa parte do ADN interveniente sirva como sequência “espaçadora” e não
seja reconhecida diretamente pelos reguladores transicionais.

Até agora, neste capítulo, tratamos os reguladores da transcrição como se cada um


funcionasse individualmente para ativar ou inativar um gene. Enquanto essa ideia se mantém
verdadeira para muitos ativadores e repressores bacterianos, a maioria dos reguladores
transcricionais eucarióticos funciona como parte de um conjunto de proteínas reguladoras,
todas necessárias para expressar o gene no local correto e no tipo de célula correta, em resposta
às condições corretas, no tempo correto e na quantidade necessária.

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O termo controle combinatório se refere à maneira como grupos de reguladores
transicionais atuam em conjunto para determinar a expressão de um único gene. Vimos um
exemplo simples de tal regulação por reguladores múltiplos, quando discutimos o Perón Lac
bacteriano. Em eucariotas, as contribuições reguladoras têm sido amplificadas, e um gene típico
é controlado por dezenas de reguladores da transcrição. Isso auxilia a associação dos complexos
de remodelagem da cromatina, enzimas modificadoras de histona, RNA-polimerase e fatores
gerais de transcrição por meio do complexo multiproteico Mediador. Em muitos casos,
repressores e ativadores estarão presentes no mesmo complexo; entretanto, somente agora está
começando a ser entendido como a célula integra os efeitos de todas essas proteínas para
determinar o nível final da expressão do gene. Um exemplo desse tipo de sistema regulador tão
complexo – que participa do desenvolvimento de uma mosca-da-fruta a partir de um ovo
fertilizado.

A expressão de diferentes genes pode ser coordenada por uma única


proteína

Além de serem capazes de ativar e inibir genes individuais, todas as células – tanto
procarióticas como eucarióticas – devem coordenar a expressão de diferentes genes. Quando
uma célula eucariótica recebe um sinal para se dividir, por exemplo, uma quantidade de genes
até agora não expressos é ativada para programar em conjunto os eventos que finalmente levam
à divisão celular. Como examinado anteriormente, uma maneira de as bactérias coordenarem a
expressão de um conjunto de genes é agrupando-os em um Perón sob o controle de um único
promotor. Esse agrupamento não é observado em células eucarióticas, onde cada gene é
transcrito e regulado individualmente. Portanto, como essas células coordenam a expressão
gênica? Em particular, dado que uma célula eucariótica utiliza um conjunto de proteínas
reguladoras para controlar cada um de seus genes, como ela pode ativar ou inibir grandes grupos
de genes de modo rápido e
Decisivo?
A resposta é que, mesmo sendo um controle combinatório da expressão gênica, o efeito
de uma única proteína de regulação gênica pode ainda ser decisivo em ativar ou inativar um
determinado gene, simplesmente por completar a combinação necessária para ativar ou reprimir
aquele gene. Isso seria como discar o número final de uma fechadura de combinação: a

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fechadura irá abrir se os outros números tiverem sido inseridos previamente. Assim como o
mesmo número pode completar a combinação para diferentes fechaduras, a mesma proteína
pode completar a combinação para muitos genes diferentes. Contanto que os diferentes genes
contenham sequências de ADN reguladoras que sejam reconhecidas pelo mesmo regulador de
transcrição, eles podem ser ativados ou inativados em conjunto, como uma unidade coordenada.

Um exemplo de tal regulação coordenada em humanos pode ser observado na proteína


recetora do cortisol. Para ligar-se aos sítios reguladores no ADN, essa proteína
De regulação gênica precisa primeiramente formar um complexo com a molécula de
cortisol. Em resposta ao cortisol, as células do fígado aumentam a expressão de muitos genes,
um dos quais codifica a enzima tirosina-aminotransferase, como discutido anteriormente.
Todos esses genes são regulados pela ligação do complexo recetor-cortisol à sequência
reguladora no ADN de cada gene. Quando a convenção de cortisol diminui novamente, a
expressão de todos os genes volta ao seu nível normal.

-Tipos De Células Especializadas Podem Ser Experimentalmente


Reprogramados Para Se Tornar Células-Tronco Lucipotentes

Vimos que, em alguns casos, um tipo de célula diferenciada pode experimental mente
ser convertido em outro tipo celular pela expressão artificial de reguladores
Da transcrição específicos. Ainda mais surpreendente, os reguladores da transcrição
podem induzir várias células diferenciadas a reverterem sua diferenciação em células-tronco
pluripotentes, que são capazes de dar origem a todos os tipos de células especializadas do
organismo, muito semelhantes às células-tronco embrionárias.

Usando um conjunto definido de reguladores da transcrição, fibroblastos de


camundongo em cultura têm sido programados para se tornarem células-tronco
Pluripotentes induzidas (iPS) – células que parecem e se comportam como células
pluripotentes derivadas de embriões. O método foi rapidamente adaptado para produzir células
iPS de uma variedade de tipos celulares especializados, incluindo células retiradas de seres

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humanos. Tais células iPS humanas podem, então, ser destinadas a gerar uma população de
células diferenciadas para uso no estudo ou tratamento de doenças.

A Formação De Um Órgão Inteiro Pode Ser Desencadeada Por Um


Único Regulador Da Transcrição Célula Do Músculo

Um pequeno número de reguladores da transcrição pode controlar a expressão de


conjuntos completos de genes e até mesmo converter um tipo celular em outro. Um exemplo
ainda mais impressionante do poder do controle
Transicional vem de estudos de desenvolvimento do olho em Drosófila. Nesse caso, um
único regulador mestre da transcrição, chamado de Ey, pode ser utilizado para promover a
formação de não apenas um único tipo celular, mas de um órgão inteiro. Em laboratório, o gene
Ey pode ser artificialmente expresso em células de embriões da mosca-da-fruta que
normalmente dariam origem à pata. Quando esses embriões modificados se tornam moscas
adultas, alguns possuem um olho na porção central da pata.
A forma como a proteína Ey coordena a especificação de cada tipo celular encontrado
no olho – e promove sua organização apropriada no espaço tridimensional é um tópico estudado
ativamente na biologia do desenvolvimento. Na essência, entretanto, Ey funciona como
qualquer outro regulador da transcrição, controlando a expressão de múltiplos genes pela
ligação a sequências de ADN nas suas regiões reguladoras. Alguns dos genes controlados por
Ey codificam reguladores da transcrição adicionais que, por sua vez, controlam a expressão de
outros genes. Dessa maneira, a ação de um único regulador da transcrição pode produzir uma
cascata de reguladores que, trabalhando em combinação, levam à
Formação de um grupo organizado de muitos diferentes tipos de células. Pode-se
começar a imaginar como, por repetidas aplicações desse princípio, um organismo complexo
se organiza, parte a parte.

Cada molécula de mRNA controla sua própria degradação e tradução

Quanto mais tempo uma molécula de mRNA persistir na célula antes de ser degradada,
mais proteína ela irá produzir. Em bactérias, a maioria das moléculas de mRNA permanece
apenas poucos minutos antes de ser destruída Essa instabilidade permite que a bactéria se adapte
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rapidamente às mudanças do ambiente. As moléculas de mRNA eucariótico são geralmente
mais estáveis. O mRNA que codifica a ß-globina, por exemplo, tem meia-vida de mais de 10
horas. A maior parte das moléculas de mRNA eucariótico, entretanto, possuem meias-vidas de
menos de 30 minutos, e as moléculas de mRNA de vidas mais curtas são as que codificam
proteínas cujas concentrações devem ser alteradas rapidamente, com base nas necessidades da
célula, tais como os reguladores da transcrição. Quer bacteriano ou eucariótico, o tempo de vida
de um mRNA é ditado por sequências nucleotídicas específicas, localizadas nas regiões não
traduzidas cadeia acima ou cadeia abaixo da proteína. Essas sequências muitas vezes contêm
sítios de ligação para proteínas que estão envolvidas na degradação do ARN.

Além das sequências nucleotídicas que regulam suas meias-vidas, cada mRNA possui
sequências que ajudam a controlar a frequência e a eficiência de sua tradução em proteína. Essas
sequências controlam a iniciação da tradução. Embora os detalhes difiram entre eucariotas e
bactérias, a estratégia geral é similar para ambos.
As moléculas de mRNA bacteriano contêm uma pequena sequência para ligação ao
ribossoma, localizada pouca pares de nucleótidos cadeia acima do códon AUG. Essa
Sequência de ligação forma pares de base com o ARN na subunidade ribossómica
pequena, posicionando corretamente o códon AUG de início da tradução no ribossoma. Visto
que essa interação é necessária para uma iniciação da tradução eficiente, ela se torna um alvo
ideal para o controle tradicional. Ao bloquear- ou expor- a-sequência de ligação ao ribossoma,
a bactéria pode inibi- ou promover- a tradução de um mRNA.

As moléculas de mRNA eucariótico possuem uma sequência 5’ que auxilia a direcionar


o ribossoma para o primeiro AUG, o códon onde a tradução irá iniciar. Proteínas repressoras
eucarióticas podem inibir a iniciação da tradução pela ligação a sequências nucleotídicas
específicas na região não traduzida 5’ do mRNA, impedindo assim o ribossoma de encontrar o
primeiro códon AUG – um mecanismo similar àquele das bactérias. Quando as condições se
modificam, a célula pode inativar o repressor para iniciar a tradução do mRNA.

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CONCLUSÃO

De acordo ao estudo feito sobre o controle da expressão gênica, pudemos perceber que o
referido tema é de extrema importância, uma vez que está ligado ao tema da biologia celular e
especificamente ao controle da expressão gênica, nos ajudando a perceber a relação que ela tem
com o DNA, RNA e outros assuntos muito importantes da biologia. Portanto, é fundamental
aprofundarmos cada vez mais e melhor essa abordagem, pois nos ajudará a exercer a nossa
profissão de forma mais competente e assertiva.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Alberts, B., Bray, D., Hopkin, K., Johnson, A., Lewis, J., Raff, M., . . . Walter, P. (2017).
FUNDAMENTOS DA BIOLOGIA CELULAR (4ª ed.). São Paulo: Artmed.

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