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Plano Nacional

das Artes

uma estratégia
um manifesto

2019–2024
Árvore
a explosão lentíssima
de uma semente
Bruno Munari
Pórtico. 5 Pórtico.
9 Pórtico
Cumprir a Constituição
Arte e Educação:
compromissos internacionais e nacionais

13 Plano Nacional das Artes


Visão
Missão
Onde?
Quando?
Para quem?
Com quem?
Quem somos?

16 Premissas e Valores
Cultura e mediação
Arte e vida
Ludicidade e liberdade
Múltiplas linguagens e inclusão
Sensibilidade estética e pensamento crítico
Incerteza e criatividade
Indisciplinar e transdisciplinar
Democratização e democracia cultural
Condição histórica e tarefas infinitas

20 Objetivos

22 Princípios Estratégicos

24 Plano de Ação Estratégica


Eixos, programas e medidas
Eixo A. Política Cultural
Eixo B. Capacitação
Eixo C. Educação e Acesso

36 O que pode, então, a arte?

Cara, 2012, Aldara Bizarro © José Alfredo

Pórtico. 7
Pórtico

SAFIRA,Festival de Artes na Paisagem, Genius Loci © Vítor Marques


Cumprir a Constituição Nessa Resolução de Conselho de Ministros, indicam-se Arte e Educação: Para a UNESCO, uma educação integral exige a ao
também os objetivos e linhas orientadoras do Plano património cultural e às artes.
É fundamental regressar, ciclicamente, ao texto da Nacional da Artes: compromissos A Arte é uma linguagem universal, que transmite
Constituição da República Portuguesa, para recentrar
a nossa atenção na comunidade e sociedade que
a) Articular, potenciar e expandir a oferta cultural e
educativa existente, designadamente a que decorre internacionais significados impossíveis a qualquer outro tipo de
linguagem, seja esta linguagem semântica, dialógica
queremos construir e na finalidade das nossas ações.
Na Constituição, podemos ler, no artigo 73º, depois
da missão, finalidades e áreas de intervenção dos
seguintes programas e planos: e nacionais ou científica. Assim, educar para a cidadania, para
a transformação social, para o bem-estar coletivo,
de se afirmar que «todos têm direito à educação i) Plano Nacional de Leitura; é impossível se a educação não abarcar a dimensão
e à cultura»: ii) Plano Nacional de Cinema; A UNESCO assume, há várias décadas, um papel artística e patrimonial. É hoje uma certeza comprovada
O Estado promove a democratização da cultura, iii) Programa de Educação Estética e Artística; preponderante na promoção da educação para o cientificamente que a Arte como expressão pessoal
incentivando e assegurando o acesso de todos iv) Programa Rede de Bibliotecas Escolares; desenvolvimento sustentável (EDS). Esse trabalho, e cultural se apresenta como um instrumento essencial
os cidadãos à fruição e criação cultural, em v) Rede Portuguesa de Museus; continuado e consolidado atualmente pelo Programa no desenvolvimento social e humanista das crianças
colaboração com os órgãos de comunicação b) Viabilizar a colaboração com entidades públicas de Ação Global (Global Action Programme – GAP) para e dos jovens, desenvolvendo a perceção e a imaginação,
social, as associações e fundações de fins culturais, e privadas; a EDS, elenca e analisa as grandes questões globais possibilitando a apreensão da realidade do meio
as coletividades de cultura e recreio, as associações c) Reforçar o envolvimento da comunidade educativa dos nossos dias, chamando a atenção para uma envolvente, e desenvolvendo a capacidade critica
de defesa do património cultural, as organizações nas atividades culturais; mudança urgente, que se impõe alicerçada em novos e criativa, assumindo-se ainda como o instrumento
de moradores e outros agentes culturais. d) Estimular a aproximação dos cidadãos às artes valores e princípios que permitam a ação individual e por excelência para educar as emoções.1
e proporcionar, de forma continuada, a diversidade comunitária para a construção de uma sociedade mais Em Portugal, a legislação recente reforça o
E a seguir, no artigo 78º, esclarece-se: de experiências estéticas e artísticas; sustentável. papel das artes na educação, reconhecendo-as
1. Todos têm direito à fruição e criação cultural, e) Fomentar a colaboração entre artistas, educadores, Em 2015, foram definidos os 17 (dezassete) como estruturantes. O Perfil dos Alunos à saída
bem como o dever de preservar, defender e valorizar professores e alunos, de forma a desenhar estratégias Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Escolaridade Obrigatória estabelece a matriz
o património cultural. de ensino e aprendizagem que promovam e foi elaborada uma agenda ambiciosa com vista de princípios, valores e áreas de competências a
2. Incumbe ao Estado, em colaboração com todos um currículo integrador, assente numa gestão à erradicação da pobreza e ao desenvolvimento que deve obedecer o desenvolvimento do currículo.
os agentes culturais: consolidada do conhecimento e da experiência económico, social e ambiental à escala global Este perfil preconiza uma escola inclusiva, promotora
a) Incentivar e assegurar o acesso de todos os cultural; até 2030, conhecida como Agenda 2030 para o de melhores aprendizagens para todos. Pretende-se
cidadãos aos meios e instrumentos de ação cultural, f) Mobilizar a articulação entre equipamentos Desenvolvimento Sustentável – que preconiza a que o desenvolvimento das áreas de competência
bem como corrigir as assimetrias existentes no país e agentes culturais, sociais e profissionais; concretização efetiva de um desenvolvimento do Perfil capacite para o exercício de uma cidadania
em tal domínio; g) Favorecer a territorialização das políticas culturais sustentável baseado em princípios de universalidade, ativa e informada ao longo da vida. Neste documento,
b) Apoiar as iniciativas que estimulem a criação e educativas, mobilizando os recursos locais como inclusão, responsabilidade, interligação, paz, tolerância, reconhece-se a centralidade da sensibilidade estética
individual e coletiva, nas suas múltiplas formas agentes relevantes e integrantes dos processos multiculturalismo, cidadania e cooperação, com vista a e artística como competência a desenvolver. De igual
e expressões, e uma maior circulação das obras de ensino e aprendizagem; fomentar a resolução de crises e conflitos, avanços na modo, são identificadas como competências centrais
e dos bens culturais de qualidade; h) Ampliar o leque de vivências e competências ciência e na tecnologia, diminuição de desigualdades, a resolução de problemas e o pensamento crítico
c) Promover a salvaguarda e a valorização do facultadas pelas escolas, reforçando a abertura e proteção dos Direitos Humanos. e criativo, necessariamente estimulados em atividades
património cultural, tornando-o elemento vivificador à comunidade e ao mundo; A educação afirma-se como crucial na consecução em que a estética e a arte são instrumento e objetivo.
da identidade cultural comum; i) Consciencializar as instituições culturais e os seus deste desenvolvimento sustentável já que, dentro Os decretos-lei nº 54/2018 e nº 55/2018 sobre
d) Desenvolver as relações culturais com todos agentes para a dimensão social e educativa da sua do amplo âmbito de ação da Agenda, figura como educação inclusiva e currículo, respetivamente,
os povos, especialmente os de língua portuguesa, missão; um objetivo em si mesmo (ODS 4). Impõe-se, assim, ditam uma escola inclusiva, promotora de melhores
e assegurar a defesa e a promoção da cultura j) Contribuir para a consecução das áreas de uma abordagem da educação que capacite os aprendizagens para todos – significativas e alicerces
portuguesa no estrangeiro; competências inscritas no Perfil dos Alunos educandos para tomar decisões informadas e adotar para a cidadania. Tal implica que seja dada às escolas
e) Articular a política cultural e as demais políticas à Saída da Escolaridade Obrigatória, homologado ações responsáveis que assegurem a integridade autonomia para um desenvolvimento curricular
sectoriais. (...) pelo Despacho nº 6478/2017, de 26 de julho, ambiental, a viabilidade económica e uma sociedade adequado a contextos específicos e às necessidades
nomeadamente as relativas ao pensamento crítico justa para as gerações presentes e futuras. dos seus alunos. A autonomia e flexibilidade curricular
Procurando cumprir o desígnio aberto pela força destas e pensamento criativo, e à sensibilidade estética A Agenda de Educação 2030 e o ODS 4 vão além dos vêm possibilitar às escolas uma gestão própria do
palavras, o Plano Nacional das Artes foi instituído pelo e artística; marcos que caracterizaram o movimento educacional currículo dos ensinos básico e secundário, partindo das
Ministério da Cultura e pelo Ministério da Educação, para k) Promover o conhecimento, integração e encontro mundial (Objetivos de Educação Para Todos, Objetivo matrizes curriculares-base, o que permitirá incorporar
o horizonte temporal 2019-29, através da Resolução de culturas, através das manifestações artísticas de Desenvolvimento do Milénio nº 2, entre outros), as artes e, consequentemente, as propostas e os
de Conselho de Ministros nº 42/2019, de 21 de fevereiro: e culturais de diferentes comunidades. preconizando um marco de atuação muito mais projetos que têm vindo a ser desenvolvidos pelo
(...) tendo em vista a necessidade de organizar, amplo e exigente, designadamente no que diz respeito Programa de Educação Estética e Artística, pelo Plano
promover e implementar, de forma articulada, a oferta a três pontos essenciais: Nacional de Leitura, pelo Plano Nacional de Cinema,
cultural para a comunidade educativa e para todos os i) A garantia de acesso à educação desde pela Rede de Bibliotecas Escolares e pela Rede
cidadãos, numa lógica de aprendizagem ao longo da a primeira infância até ao Ensino superior Portuguesa de Museus, agora unidos numa estratégia
vida, em parceria com entidades públicas e privadas, e formação ao longo da vida. comum, a missão do Plano Nacional das Artes.
cumpre estabelecer o Plano Nacional das Artes. Para ii) A aposta numa educação necessariamente Importa ainda referir a Estratégia Nacional de Educação
esse efeito, é fundamental a criação de uma estrutura inclusiva e que se constitui como ferramenta para para a Cidadania, que visa o desenvolvimento de
capaz de reunir e agregar o trabalho já produzido e combater as desigualdades. competências para uma cultura de democracia e
dar-lhe o seguimento lógico de uma perspetiva de iii) A convergência para uma educação de aprendizagens com impacto na atitude cívica individual,
conjunto, no sentido, aliás, de completar as missões qualidade e relevância, para que os conhecimentos e no relacionamento interpessoal e intercultural.
de cada um dos programas e planos já estabelecidos. e competências desenvolvidos capacitem para Esta Estratégia surge, pois, como uma oportunidade
o sucesso individual e para uma cidadania global. para a aproximação e enraizamento das artes nas

10 Pórtico 11 Pórtico
escolas, tendo em atenção a coincidência entre as
temáticas de Cidadania e Desenvolvimento e aquelas
que se apresentam nas manifestações artísticas de
todos os tempos.
1 CAPUL, M. & LEMAY, M. (2003). Da educação à intervenção social (1º Vol.). Porto: Porto
Editora. CORREIA, S. C. (2011). O Papel das Equipas Criativas na Mediação Cultural. Lisboa:
Instituto de Educação – Universidade de Lisboa. (Disponível em http://repositorio.ul.pt/
bitstream/10451/6066/1/ulfpie039927_tm.pdf, ). CRAFT, A. et al. (2004). Criatividade
e Educação. s.l.: Associação Educativa para o Desenvolvimento da Criatividade.
EISNER, E. E. (2008). O que pode a educação aprender das artes sobre a prática da
Plano Nacional
Cultura e mediação
A cultura, que pode ser compreendida como formação da atenção, permite alargar a nossa experiência humana e
reconfigurar o horizonte de possibilidades em que nos movemos.

das Artes
educação? Currículo sem Fronteiras. V.8, nº2, pp.5-17, Jul/Dez. (Disponível em http://
Assim, após a análise dos documentos e www.curriculosemfronteiras.org/vol8iss2articles/eisner.pdf,). LOPONTE, L. G.
Contrariamente à pretensão de um conhecimento imediato de si próprio ou da comunidade que se quer construir,
recomendações internacionais sobre educação-arte- (2008). Arte e metáforas contemporâneas para pensar infância e educação. In Revista assumimos que as manifestações culturais são a mediação necessária para o reconhecimento pessoal de cada
Brasileira de Educação, v.13, n.37, Jan/Abr. (Disponível em http://www.scielo.br/pdf/
património e da legislação nacional para a área da rbedu/v13n37/10.pdf, MARUJO, H. A., NETO, L. M., PERLOIRO, M. F. (2002). Educar um e da comunidade que somos e projetamos: construímos a nossa identidade em diálogo com esse depósito de
educação; depois de terem sido analisados relatórios, para o Optimismo. Lisboa: Editorial Presença. RAPOSO, M. E. S. (2004). A Construção humanidade que está no património (material e imaterial) e nas obras de arte. Referimo-nos à cultura e à arte no
da Pessoa: Educação Artística e Competências Transversais. Lisboa: Faculdade de
estudos e planos nacionais anteriormente realizados2; Ciências e Tecnologia – Universidade Nova de Lisboa. (Disponível em http://run.unl.pt/ plural, considerando a multiplicidade das suas manifestações – música, dança, literatura, artes plásticas, cinema,
handle/10362/77). READ, H. (2010). Educação Pela Arte. Lisboa: Edições 70
e atendendo às sugestões e preocupações dos agentes SOUSA, A. B. (2003a). Educação Pela Arte e Artes na Educação. 1º Vol.: Bases
performance, fotografia, teatro, arquitetura, design, multimédia... –, ultrapassando as separações entre o popular e o
do setor, apresentamos este plano estratégico relativo Psicopedagógicas. Lisboa: Instituto Piaget. SOUSA, A. B. (2003b). Educação Pela Arte erudito, o tradicional e o contemporâneo, e atendendo às novas linguagens criadas pelos jovens.
e Artes na Educação. 3º Vol.: Música e Artes Plásticas. Lisboa: Instituto Piaget.
ao quinquénio 2019-2024 – pretendendo-se que sirva VASCONCELOS, T. (2009). Prática Pedagógica Sustentada. Cruzamento de saberes
de base para uma ação acompanhada de reflexão, e de competências. Lisboa: Edições Colibri / Instituto Politécnico de Lisboa.

discussão e trabalho em conjunto.


Arte e vida
2 Nomeadamente, o relatório A educação artística e a promoção das artes, na perspetiva
das políticas públicas, coord. Augusto Santos Silva, de 2000; o Plano Nacional Educação
e Cultura, coord. Jorge Barreto Xavier, de 2004; os Estudos Cultura 2020, promovidos
por Jorge Barreto Xavier, de 2014; e a Estratégia Nacional Educação e Cultura, O que seria a vida sem música e literatura, arquitetura e design, cinema e pintura, dança e teatro?
de Jorge Barreto Xavier, de 2015
Compreendemos as artes como parte da vida – e não um mundo paralelo, fora da existência ou num âmbito
isolado da «cultura». Como afirmou Sophia de Mello Breyner Andresen, na intervenção que fez na Assembleia
Constituinte, em 2 de setembro de 1975: «(...) a cultura não é um luxo de privilegiados, mas uma necessidade
fundamental de todos os homens e de todas as comunidades. A cultura não existe para enfeitar a vida, mas sim
para a transformar – para que o homem possa construir e construir-se em consciência, em verdade e liberdade e em
justiça (...)».
Nesse sentido, a estética não está distante da ética nem da política. Recuperaremos, com esta certeza, o propósito e
esforço de muitos artistas desde os anos 60 e 70 do século XX: cruzar a arte e a vida, revelá-las como uma unidade.
Assim, não valorizaremos apenas o objeto artístico, mas o processo criativo e a atitude estética.

Ludicidade e liberdade
As artes podem ensinar-nos a inestimável lição da gratuidade. A do tempo liberto, sem porquê nem para quê, a
do prazer desinteressado diante da beleza. Numa época marcada pelo utilitarismo e pelo desejo de eficiência e
produtividade, esta subversão é determinante. É a mesma que podemos valorizar no lúdico, no jogo, na festa. Assim,
na sociedade e nas comunidades de aprendizagem, pela proximidade das artes e expressões artísticas, promover-
se-á também a educação associada ao prazer, ao jogo e à criatividade. Emocionar-se e divertir-se não podem estar
em oposição a aprender e a conhecer.
As práticas artísticas podem renovar os processos pedagógicos – evitando uma lógica instrumental do uso das
artes e a sua domesticação. Desse modo, articulando a educação e a cultura (no plural), poderemos potenciar
a experiência de um «espaço franco», onde se valorize a contemplação, o lúdico, a descoberta, a gratuidade e
a liberdade. Uma forma de dizer «sim» à força plástica da vida – sem o peso do medo de errar. Como indica o
ensinamento atribuído a Aristófanes, «educar não é encher um copo, mas acender uma chama».

Múltiplas linguagens
e inclusão
Compreendemos a educação como um processo de aprendizagem ao longo da vida, onde se constroem, de forma
participada e conjunta, conhecimentos, capacidades e atitudes fundamentais para o desenvolvimento integral da
pessoa. Através das artes, das atividades culturais, do acesso ao património material e imaterial, ampliar-se-á a
quantidade e qualidade de vivências e competências, reforçando a abertura à comunidade e ao mundo.
A escola, como comunidade de aprendizagem em que todos os membros são coconstrutores desse aprender, deve
promover o acesso à diversidade do património e a apropriação das diferentes linguagens e expressões artísticas.
Há múltiplas linguagens, e diversos modos de expressão pessoal e compreensão do mundo, que devemos ajudar
a desenvolver. Idiomas distintos, em que nos podemos dizer e compreender. As artes permitem, assim, encontrar
outros códigos, que complementam aqueles que tornámos centrais na nossa sociedade e educação: o verbal e o
da racionalidade lógica. Racionalizámos em demasia a educação, não promovendo suficientemente a formação
Nocturno © Estelle Valente

12 Pórtico
Visão (2029) Onde? Orgão Consultivo Agentes
O compromisso cultural No território nacional. Comissão Científica do Artistas; comunidade educativa;
proposto pelo Plano Nacional PNA – Presidente: Maria de Assis. instituições culturais; outros
das Artes estará integrado Quando? organismos governamentais;
na vida das pessoas e das 2019_2029 Planos, Redes e Programas autarquias; fundações; instituições
organizações como um fator Parceiros de ensino superior; meios de
assumido do seu desenvolvimento Para quem? Plano Nacional de Leitura, Plano comunicação social; associações
sustentável – então, o PNA Cidadãos de todas as idades, Nacional do Cinema, Programa e coletividades; outros parceiros
tornar-se-á irrelevante. em particular as crianças de Educação Estética e Artística, públicos e privados.
e os jovens. Programa Rede de Bibliotecas
Missão Escolares, Rede Portuguesa Quem Somos?
O PNA promove a transformação Com quem? de Museus e Arquivo Nacional Comissão Executiva e Equipa
social, mobilizando o poder Tutelas de Som. Técnica
educativo das artes e do Ministério da Cultura e Ministério Paulo Pires do Vale –Comissário
património na vida dos cidadãos: da Educação. Sara Barriga Brighenti –
para todos e com cada um. Subcomissária
Nuno Pólvora –Subcomissário
Maria Amélia Fernandes
Maria Emanuel Albergaria

14 Plano Nacional das Artes 15 Plano Nacional das Artes


Premissas Cultura e mediação
A cultura, que pode ser compreendida como formação
da atenção, permite alargar a nossa experiência
comunidades de aprendizagem, pela proximidade
das artes e expressões artísticas, promover-se-á
também a educação associada ao prazer, ao jogo e
à criatividade. Emocionar-se e divertir-se não podem

e Valores
humana e reconfigurar o horizonte de possibilidades estar em oposição a aprender e a conhecer.
em que nos movemos. As práticas artísticas podem renovar os processos
Contrariamente à pretensão de um conhecimento pedagógicos – evitando uma lógica instrumental
imediato de si próprio ou da comunidade que se quer do uso das artes e a sua domesticação. Desse
construir, assumimos que as manifestações culturais modo, articulando a educação e a cultura (no plural),
são a mediação necessária para o reconhecimento poderemos potenciar a experiência de um «espaço
pessoal de cada um e da comunidade que somos franco», onde se valorize a contemplação, o lúdico,
e projetamos: construímos a nossa identidade a descoberta, a gratuidade e a liberdade. Uma
em diálogo com esse depósito de humanidade forma de afirmar a força plástica da vida – sem o
que está no património (material e imaterial) e peso do medo de errar. Como indica o ensinamento
nas obras de arte. Referimo-nos à cultura e à arte atribuído a Aristófanes, «educar não é encher um copo,
no plural, considerando a multiplicidade das suas mas acender uma chama».
manifestações – música, dança, literatura, artes
plásticas, cinema, performance, fotografia, teatro,
arquitetura, design, multimédia...–, ultrapassando as
separações entre o popular e o erudito, o tradicional Múltiplas linguagens
e o contemporâneo, e atendendo às novas linguagens
criadas pelos jovens. e inclusão
Compreendemos a educação como um processo
de aprendizagem ao longo da vida, onde se constroem,
Arte e vida de forma participada e conjunta, conhecimentos,
capacidades e atitudes fundamentais para o
O que seria a vida sem música e literatura, arquitetura desenvolvimento integral da pessoa. Através das
e design, cinema e pintura, dança e teatro? artes, das atividades culturais, do acesso ao património
Compreendemos as artes como parte da vida – e não material e imaterial, ampliar-se-á a quantidade
um mundo paralelo, fora da existência ou num e qualidade de vivências e competências, reforçando
âmbito isolado da «cultura». Como afirmou Sophia a abertura à comunidade e ao mundo.
de Mello Breyner Andresen, na intervenção que fez na A escola, como comunidade de aprendizagem em
Assembleia Constituinte, em 2 de setembro de 1975: que todos os membros são coconstrutores desse
«(...) a cultura não é um luxo de privilegiados, mas uma aprender, deve promover o acesso à diversidade
necessidade fundamental de todos os homens e de do património e a apropriação das diferentes
todas as comunidades. A cultura não existe para enfeitar linguagens e expressões artísticas. Há múltiplas
a vida, mas sim para a transformar – para que o homem linguagens e diversos modos de expressão pessoal
possa construir e construir-se em consciência, em e compreensão do mundo, que devemos ajudar a
verdade e liberdade e em justiça (...)». desenvolver. Idiomas distintos, em que nos podemos
Nesse sentido, a estética não está distante da ética dizer e compreender. As artes permitem, assim,
nem da política. Recuperaremos, com esta certeza, encontrar outros códigos, que complementam
o propósito e esforço de muitos artistas desde os anos aqueles que tornámos centrais na nossa sociedade
60 e 70 do século XX: cruzar a arte e a vida, revelá-las e educação: o verbal e o da racionalidade lógica.
como uma unidade. Assim, não valorizaremos apenas Racionalizámos em demasia a educação, não
o objeto artístico, mas o processo criativo e a atitude promovendo suficientemente a formação dos afetos,
estética. a relação com o corpo, a valorização da autonomia,
a capacitação para assumir os desafios e os falhanços,
o prazer de aprender, de interpretar e intervir no
mundo. É preciso educar e formar para as diversas
Ludicidade e liberdade linguagens, inteligências e modos de comunicar. Nem
todos se enquadram na predominante e imposta
As artes podem ensinar-nos a inestimável lição da habitualmente, a da racionalidade lógico-verbal.
gratuidade. A do tempo liberto, sem porquê nem para Esses sentem-se excluídos – e poderão encontrar nas
quê, a do prazer desinteressado diante da beleza. expressões artísticas o seu meio e o seu elemento, um
Numa época marcada pelo utilitarismo e pelo desejo caminho para a sua realização pessoal e participação
de eficiência e produtividade, esta subversão é no bem comum. Dessa forma, poderá desenvolver-se
determinante. É a mesma que podemos valorizar no o sentido de pertença de cada um à comunidade – em
lúdico, no jogo, na festa. Assim, na sociedade e nas particular, dos que estão em situação de exclusão
Atividade educativa © Museu do Dinheiro

17 Premissas e Valores
e vulnerabilidade. A escola só será para todos se não que temos: quanto mais variadas e significativas forem permitindo um sentimento de pertença e incentivando
excluir ninguém, assumindo que o problema de um as experiências, maior poderá ser o potencial criativo. a participação dos cidadãos, dando-lhes voz e
é o desafio de todos. Elas são a matéria-prima que usamos para criar coisas valorizando os seus conhecimentos, práticas e
ou ideias novas: misturando, montando, religando o tradições. Assim, todos poderão contribuir para
inesperado e questionando as convenções, sem medo a cultura da comunidade.
de falhar ou de seguir intuições, não repetindo o já
Sensibilidade estética conhecido, alimentando a curiosidade e a capacidade de
questionar.
e pensamento crítico Numa sociedade que enfrenta desafios decorrentes Condição histórica
da globalização e do acelerado desenvolvimento
A sensibilidade estética e artística, bem como tecnológico, onde a inteligência artificial tem já um e tarefas infinitas
o pensamento crítico e criativo, são áreas de papel decisivo, as competências emocionais, sociais,
competências identificadas como essenciais no criativas e críticas que as artes proporcionam poderão O conhecimento do património e das artes, permite-
Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória. ser um instrumento essencial de adaptação a esse nos uma consciência histórica e inscreve-nos como
A intimidade com as artes, na sua diversidade, mundo que virá. parte de uma tarefa infinita – que recebemos como
permite a formação dessas competências, herança e que devemos renovar para o futuro.
aparentemente afastadas: por um lado elas exigem Fazemos parte de uma comunidade e de um esforço
a educação da sensibilidade, a tomada de consciência, comum que nos antecede e nos ultrapassa. Desse
e o assumir do que se sente; por outro, desenvolvem Indisciplinar modo, a promoção de uma educação que valorize
a capacidade de pensar criticamente e interpretar, o património e as artes reforçará o sentimento de
resistindo à mensagem evidente ou imediata, e transdisciplinar pertença dos cidadãos e ajudará na reconstrução de
procurando outros sentidos, outros pontos de vista, comunidades historicamente enraizadas, conscientes
outras possibilidades. A educação da sensibilidade A especialização excessiva, tal como a homogeneização das múltiplas influências culturais de que somos
estética e do pensamento crítico e criativo permitirá, curricular, podem ser perigosas. As disciplinas devedores. Essa consciência histórica, se autêntica e
assim, uma maior autonomia pessoal. fragmentadas e fechadas em si não permitem alargada, ao invés de gerar sentimentos saudosistas
Uma relação permanente com as artes e o património a compreensão da complexidade do mundo. ou nacionalistas, ajudará a derrubar muros, a interrogar
de diferentes culturas, ensina, também, a respeitar A proximidade e familiaridade com as artes e o processo as habituais fronteiras e a preparar a mudança
a experiência do outro, a ser mais recetivo à sua criativo poderão incentivar dinâmicas transdisciplinares, que compõe o mundo e a vida.
cultura, à sua interpretação do mundo, promovendo o cruzamento e integração dos conhecimentos
a partilha, a argumentação, o conhecimento de critérios apreendidos nas várias disciplinas fragmentadas
de juízo de gosto e da sua evolução histórica. Assumir- curricularmente, permitindo uma visão de conjunto.
se-á, assim, a complexidade do mundo e das culturas, O poder indisciplinador das artes, inquietando,
da unidade e diversidade do humano, recusando desarrumando e pondo em causa a ordem e certezas
o medo da diferença e o facilitismo superficial habituais, pode abrir um espaço de liberdade para
das respostas rápidas e gastas. a construção pessoal e coletiva: um lugar e um
tempo de questionamento e abertura. O maior poder
da criatividade, mais do que criar coisas, é mudar
o nosso olhar sobre o mundo e sobre nós mesmos
Incerteza e criatividade – e transformar a nossa vida e a de outros. O processo
criativo é promotor de transformações não só
A OCDE, no projeto O futuro da educação exteriores, mas interiores. Desequilibra para reequilibrar.
e competências 2030, coloca duas questões centrais
a que devemos responder como sociedade:
De que tipo de conhecimentos, capacidades,
atitudes e valores vão necessitar os estudantes Democratização
para ter sucesso e modelar o seu mundo?
Como podem os sistemas educativos desenvolver e democracia cultural
esse conjunto de competências?
Se educar é preparar para o futuro (que não existe Se a experiência estética é uma forma de validação
e não conhecemos), é necessário que a educação da existência individual e subjetiva, ela é também
prepare para o desconhecido, não apenas para o que a promessa e a expressão de uma comunidade:
já se sabe como certo. As artes são, neste contexto, da possibilidade de viver e de partilhar essa
um modo de alimentar a imaginação e a criatividade. experiência com outros; e da formação comunitária
Estar preparado para resolver problemas exige estar da nossa experiência, influenciados por outros
imaginativamente desenvolvido e saber lidar com e influenciando outros.
o que nos escapa e não dominamos em absoluto, A vivência cultural participada constitui comunidades,
sem angústia. Aprender a gerir a incerteza como parte que se tornarão cada vez mais integradoras, na medida
da vida, a não ter medo de errar, a ser resiliente. em que a transmissão e o acesso às manifestações
A criatividade depende dos estímulos diversificados artísticas e ao património cultural for democratizado,

18 Premissas e Valores 19 Premissas e Valores


Objetivos
Garantir o acesso dos cidadãos à fruição Apoiar as iniciativas que estimulem a criação
artística e produção cultural, corrigindo individual e coletiva, juntando artistas e não
as desigualdades nesse acesso (sociais, artistas, e promover a circulação dessas
económicas ou territoriais). obras no território nacional para poderem
ser experimentadas por um maior número
Assegurar a centralidade das artes e do de cidadãos.
património na formação ao longo da
vida – porque a educação só será completa se Produzir recursos e estratégias pedagógicas
integrar a dimensão cultural e artística. apoiadas nas artes e no património
que promovam a transversalidade do
Capacitar o sistema educativo para que a currículo.
educação artística seja um instrumento para
o desenvolvimento das competências do Criar uma plataforma online (portal PNA)
Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade para: reunir informação; mapear e dar a
Obrigatória; para a operacionalização conhecer a oferta cultural nas áreas Arte-
da legislação sobre Educação Inclusiva e Educação e Arte-Comunidade em território
como estratégia para uma escola promotora nacional; conectar instituições e incentivar
de competências de cidadania. a circulação de projetos artísticos;
e disponibilizar recursos pedagógicos.
Fomentar a colaboração entre agentes
artísticos, a comunidade educativa e Capacitar professores e educadores formais
outros intervenientes, de forma a desenhar e não formais, artistas e mediadores,
estratégias de ensino e aprendizagem que desenvolvendo conceitos, práticas e
promovam um currículo integrador, sem processos artísticos e pedagógicos que
muros entre a Escola e a sua envolvente. promovam a criatividade e o pensamento
crítico.
Reforçar, junto dos artistas e das instituições
culturais, a consciência da sua dimensão Produzir e disseminar conhecimento nas
educativa e do seu impacto social. áreas do Plano.

Consciencializar para o valor do património Monitorizar e avaliar continuamente os


cultural como fator de coesão e de pertença, resultados e o impacto dos programas
e para as artes como promotoras da e medidas, para uma análise mais adequada
formação integral do cidadão. da realidade, adaptando os passos futuros
do Plano de acordo com essa avaliação.
Promover o reconhecimento do valor das
diferenças culturais e do diálogo entre
culturas; bem como a importância da
diversidade de vozes, territórios e recursos.

EvaPoro#2, 2019, Madalena Vitorino e Joana Guerra © João Mariano 1000 olhos

21 Objetivos
Princípios
Explicitar a importância das artes e da Aproveitar o poder criativo e indisciplinador
educação na vida das comunidades e das múltiplas manifestações artísticas para
dos cidadãos – é parte da nossa missão melhorar a ação do sistema educativo,
demonstrá-la e defendê-la, valorizando tornando-o mais transdisciplinar e inclusivo:

Estratégicos
assim os artistas, os profissionais da contribuindo para o sucesso escolar, o
educação, as instituições e o património. desenvolvimento pessoal, a capacitação para
uma cidadania ativa e esclarecida, após a
Territorializar: somos um plano nacional, conclusão da escolaridade obrigatória.
com atenção à especificidade do local
e às diferentes comunidades. Mobilizar as artes nas escolas como recurso
para as diferentes disciplinas – evidenciando
Dar visibilidade ao trabalho exemplar e tantas a sua dinâmica transdisciplinar e para não
vezes solitário que já se fez e faz – sem ficarem circunscritas às disciplinas artísticas.
a pretensão da tábua rasa ou de estar
a começar do zero. Fundamentar as ações nas escolas
enquadrando-as nas orientações inscritas
Criar condições estruturais, políticas no Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade
e legislativas para facilitar o acesso dos Obrigatória; nas matrizes curriculares
cidadãos às artes, para enquadrar os muitos aprovadas no DL 55/2018; na Estratégia
projetos de qualidade já existentes e para Nacional de Educação para a Cidadania;
apoiar a criação de novos. no Decreto-Lei sobre Educação Inclusiva
54/2018; no Decreto-Lei 55/2018.
Dinamizar redes de criação, colaboração
e circulação nas áreas Arte-Comunidade Trabalhar em conjunto com o Plano Nacional
e Arte-Educação e construir pontes entre de Leitura, a Rede de Bibliotecas Escolares,
agentes culturais e educativos para viabilizar o Plano Nacional de Cinema, o Programa
os seus projetos. de Educação Estética e Artística, a Rede
Portuguesa de Museus – e o recém-criado
Promover o compromisso cultural Arquivo Nacional do Som –, de modo a
das pessoas, organizações e comunidades articular e potenciar a ação de todos,
(em particular com o património, artes construindo pontes entre estes organismos
e artistas no seu território próximo, para consolidar a coerência entre todos ao
o seu Km2), possibilitando-lhes avaliar esse nível dos objetivos, valores e estratégias
comprometimento, de modo a reforçar de intervenção.
a sua sustentabilidade.
Colaborar com organismos públicos e
Responsabilizar todos os setores sociais privados para viabilizar os objetivos do Plano.
e económicos num compromisso cultural.
Recorrer à investigação académica para
Compreender a escola de forma sistémica, criar indicadores de impacto ajustados às
como parte de um ecossistema complexo necessidades de avaliação qualitativa dos
e abrangente. programas, projetos e medidas constantes
do PNA.

Museu Carlos Machado, Museu Território,


Fenais da Luz – Comunidade em Foco, Oficina de Vimes, 2018
© Museu Carlos Machado
23 Princípios Estratégicos
Plano de PLANO DE AÇÃO ESTRATÉGICA

Ação Estratégica
EIXO A
EIXO B EIXO C
EIXOS POLITICA
CAPACITAÇÃO EDUCAÇÃO E ACESSO
CULTURAL

IMPACTO E PENSAMENTO E INDISCIPLINAR E KM 2: ARTE E


PROGRAMAS 360° COMUNICAR
SUSTENTABILIDADE FORMAÇÃO ESCOLA COMUNIDADE

MEDIDAS Índice de Impacto Cultural Escola de Porto Santo Projeto Cultural de Escola Projeto Deslocar: Campo Portal e Newsletter
das Organizações (IICO) Criativo
Coleções PNA Projeto Artista Residente3 Estar Presente
Plano Estratégico (PAR) Projeto Criar+
Municipal Cultura- Património e Artes nos
Educação Cursos de Educação Cidadania: Do it Festival_
(PEM.C-E) Recursos pedagógicos Bienal PNA
Academia PNA
Contrato de Impacto Desvio: Sair para Entrar Prémio PNA
Social das Organizações Bolsa PNA
Culturais Em Aberto
Conferências
Financiamento Público Tutorias Criativas
Arte-Educação-
Comunidade

ID Cultural
(IDC)

Legislação

Compromisso Cultural
das Organizações
Empresariais

Consultoria

Monitorização e Avaliação

O pombal. 99 pombas de brincar para outros tantos usadores,


Carlos Nogueira, 1973 © Carlos Nogueira
25 Plano de Ação Estratégica
EIXO A. POLÍTICA CULTURAL

EIXO A. POLÍTICA CULTURAL MEDIDAS COMPROMISSOS AÇÃO ENTIDADES


ENVOLVIDAS NA
INDICADORES DE
RESULTADOS
CALENDARIZAÇÃO

EXECUÇÃO
Índice de Reforçar a transversalidade, a Construir e implementar um instru- Centros de investigação Financiamento para Durante a vigência do
Impacto consolidação e o enraizamento mento de medição do impacto das universitários, nacionais e criação do IICO plano:
Cultural das das políticas para a cultura e para organizações na vida cultural dos estrangeiros
Organizações o desenvolvimento das artes nos seus membros, da comunidade Investigação académica Investigação e aplicação
PROGRAMA: IMPACTO E SUSTENTABILIDADE OBJETIVOS (IICO) territórios e do território (à semelhança dos Direção de projeto de Projeto internacional pilotos:
índices ambientais e da pegada investigação–Centro de 2019 – 2021
Responsabilizar as organizações ecológica) Investigação e Estudos de Lançamento e divul-
Criar condições estruturais, políticas e legislativas, Sublinhar a transversalidade da cultura e das artes num compromisso cultural, Sociologia do ISCTE-IUL / gação do IICO e dos Implementação/
que promovam o compromisso cultural das pessoas, e a responsabilização de todos os setores sociais procurando: Conceber o IICO prevendo que OPAC-Observatório seus instrumentos de Monitorização:
i) Parametrizar e quantificar o a sua implementação origine Português das Atividades medição de impacto 2022 – 2024
organizações e comunidades (em particular com e económicos num compromisso cultural impacto cultural das organizações mudanças consistentes e Culturais
o património, artes e artistas no seu território próximo, ii) Criar metodologias para medir, duradouras nas relações entre as Número de entidades Avaliação:
comparar e melhorar o compro- organizações e o seu compro- que aplicam o IICO 2024
o seu Km2), dando-lhes voz e responsabilidade, Reforçar, junto dos artistas e das instituições culturais, misso cultural das organizações – à misso com a produção, fruição
possibilitando-lhes avaliar esse comprometimento, a consciência da sua dimensão educativa e do seu imagem do Social Return on cultural, salvaguarda e valorização Evolução de resultados
Investment patrimonial IICO
de modo a reforçar a sua sustentabilidade impacto social iii) Consciencializar os cidadãos
e as organizações para o impacto
Consciencializar para o valor do património cultural das artes e do património nas suas
vivências e qualidade de vida
como fator de coesão e de pertença, e para as artes iv) Promover o compromisso das
como promotoras de formação integral do cidadão pessoas, organizações e comuni-
dades com a cultura, o património
e o território de proximidade,
Fomentar a aprendizagem em contextos formais considerando as suas manifesta-
e não formais ções e variantes
v) Assegurar que o índice acomoda
as diferenças e especificidades das
organizações nos instrumentos de
análise e avaliação

Plano Criar um ID Cultura-Educação para i) Apoiar a realização, junto dos Ministério da Educação Número de Consultorias Durante a vigência do
Estratégico cada município: identidade cultural municípios que manifestem plano:
Municipal e artística dos territórios interesse, de um PEM.C-E –instru- Ministério da Cultura Número de Planos
Cultura- mento de gestão partilhada que Estratégicos realizados Consultoria e
Educação Desenvolver a articulação de polí- defina as metas e os objetivos DGE Implementação:
(PEM.C-E) ticas culturais, nacionais e locais, da ação municipal no âmbito da Número de programas 2020-2024
distintas, mas em coordenação articulação Cultura-Educação Direções Regionais de e projetos articulados
ii) Fomentar a aproximação entre Cultura entre cultura e educação Avaliação:
Apoiar compromissos de médio/ o Ministério da Cultura e os nos municípios 2023 - 2024
longo prazo que promovam pro- Municípios RPM
jetos, ações e recursos e formem iii) Capacitar equipas para a Número de recursos
equipas nas áreas de intermedia- mediação C-E Municípios produzidos
ção C-E iv) Mapear espaços e equipamen-
tos e listar os recursos disponíveis Comunidades Avaliação IICO
Desenvolver relações de proximi- Intermunicipais
dade e pertença C-E Avaliação dos projetos
Contrato Estabelecer um contrato educativo i) Incrementar meios e recursos Ministério da Cultura e Avaliação IICO Durante a vigência
de impacto e impacto social, entre o MC e as para robustecer os serviços estruturas por ele tutela- do plano:
social das estruturas por ele tuteladas ou educativos e de mediação e a das ou apoiadas Número de recursos
organizações apoiadas programação dos organismos disponíveis Diagnóstico e
culturais i) Consolidar a relevância social ii) Garantir que o tema e a prática Municípios divulgação:
dos projetos culturais «Arte e comunidade» estão Número de projetos 2019
ii) Aumentar a quantidade e a presentes em pelo menos uma RPM e eventos «Arte e
diversidade dos públicos da cultura iniciativa anual dos museus, comunidade» Consultoria e
teatros e estruturas tutelados pelo Universidades Implementação:
MC – envolvendo comunidades em Avaliação dos projetos 2020-2024
situação de exclusão ou vulnerabi- Escolas
lidade social e população alheada Número de públicos Avaliação
das práticas culturais IPSS das estruturas tuteladas 2023-2024
iii) Envolver a participação de pelo MC
jovens, professores, educadores, Empresas
representantes da cultura do muni- Diversificação de públi-
cípio, na construção da programa- Associações culturais e cos (tipologias)
ção cultural das instituições sociais
iv) constituir um arquivo que docu-
mente projetos participativos com
envolvimento de práticas artísticas
e patrimoniais

26 Plano de Ação Estratégica 27 Plano de Ação Estratégica


EIXO A. POLÍTICA CULTURAL

MEDIDAS COMPROMISSOS AÇÃO ENTIDADES


ENVOLVIDAS NA
INDICADORES DE
RESULTADOS
CALENDARIZAÇÃO
EIXO B. CAPACITAÇÃO
EXECUÇÃO
Financiamento Implementar o financiamento de i) Implementar, junto da DGARTES, Ministério da Cultura Número de candidaturas Durante a vigência
público Arte- projetos nas áreas «Arte e comuni- uma linha de financiamento «Arte DGARTES do plano:
Educação- dade» e «Património e educação» e comunidade»: para projetos ICA Número de projetos
Comunidade i) Valorizar projetos e práticas artís- artísticos a desenvolver com Artistas financiados Diagnóstico
ticas com as comunidades escolas, comunidades específicas Entidades de gestão e divulgação: PROGRAMA: PENSAMENTO E FORMAÇÃO OBJETIVOS
ii) Registar, documentar e salva- ou excluídas cultural local Resultados da avalia- 2019- 2020
guardar saberes e patrimónios ii) Implementar, junto do ICA, Museus ção de impacto nas
locais e a sua apropriação pelas uma linha de financiamento Escolas comunidades Implementação: Apoiar, produzir e disseminar reflexão crítica Aprofundar conceitos, práticas e processos artísticos
comunidades «Património e educação» com Comunidades 2021–2024 nas àreas do Plano e pedagógicos que promovam a criatividade e o
iii) Educar para a salvaguarda e o objetivo de aproximar a arte e
valorização do património o património dos cidadãos, em Avaliação: pensamento crítico
iii) Criar produtos culturais que particular das crianças e jovens 2023– 2024 Investir na formação inicial e contínua dos professores
possam circular pelo território
e educadores, formais e não formais, mediadores Editar, uma coleção de livros – Coleção PNA – com vista
ID Cultural Registar no ID do estudante o seu i) Valorizar as experiências culturais Ministério da Educação Número de registos de Durante a vigência
(IDC) percurso cultural1 e artísticas nos CV académicos utilização do cartão do plano: e artistas à publicação de textos essenciais nas áreas arte,
Valorizar as experiências, vivências ii) Criar um cartão que facilita o Universidades e Indicadores de uso / educação e comunidade
e aprendizagens culturais e artísti- acesso a experiências culturais por Institutos Politécnicos localização/ região Preparação do programa:
cas no currículo via de descontos Número de 2019–2020
Capacitar para a utilização de pedagogias
Permitir a partilha do ID cultural (o projeto pode ser estendido ao Instituições culturais partilhas do IDC questionadoras e promotoras da autodescoberta, Criar uma linha editorial, física e digital, de recursos
Estimular o acesso a experiên- ensino secundário após avaliação) Número de visitantes Aplicação pilotos: da colaboração e da comunicação pedagógicos, com foco nos conteúdos transversais
cias culturais por via dos descontos Entidades artísticas com IDC 2020–2021
creditados no cartão Correspondência empre- às aprendizagens do currículo das várias disciplinas
Entidades financeiras gabilidade e partilha Implementação/ do Ensino Básico (3º ciclo e secundário)
de IDC Monitorização:
Número de entidades 2021–2024
culturais aderentes Oferecer formação presencial e não presencial
Avaliação: 2024
(MOOCs), acreditada e creditada
Legislação Analisar a Lei do Mecenato i) Criar um grupo de trabalho inter- Ministério da Educação Número de projetos Implementação do GT:
disciplinar para analisar a utilização Ministério da Cultura financiados com recurso 2019–2020
Propor a clarificação legislativa de vários instrumentos legais com Ministério das Finanças à Lei do Mecenato Apoiar a investigação no âmbito dos estudos sobre
sobre os direitos de autor, conexos impacto na criação, produção, Apresentação Arte, Comunidade e Cidadania
e de exibição em contexto acesso e fruição cultural ICA Número de públicos em de resultados:
educativo ii) Sensibilizar e esclarecer os cida- Cinemateca Portuguesa espetáculos 2020
dãos sobre a Lei do Mecenato Capacitar para a mobilização de conteúdos-chave
Rever a regulamentação sobre a iii) Facilitar o acesso e a difusão IGAC Número de iniciativas Alterações legislativas:
classificação etária dos espetáculos de filmes e documentários, em SPA educativas que recorrem 2021
inscritos na Estratégia Nacional de Educação para a
contextos educativos formais e a produtos artísticos Cidadania
não formais PNC protegidos pela Lei de
iv) Adequar a legislação de acesso Teatros e Cineteatros DA e DC
a espetáculos, às necessidades dos
diferentes segmentos de público
v) Envolver entidades públicas e
privadas na participação financeira
e no apoio a medidas em prol do
acesso, fruição e educação para as
artes e os patrimónios
Compromisso Assegurar a participação e o apoio i) Envolver as empresas e os Organizações empresariais Número de ações Durante a vigência
cultural das das empresas na cultura e nas seus colaboradores no programa programadas do plano:
organizações artes da sua região, no seu Km2 cultural da região, incluindo os seus Autarquias
empresariais espaços, recursos e valências nos Valor dos financiamentos Diagnóstico e divulga-
circuitos de ação cultural Parques tecnológicos ção: 2020
ii) Capacitar criativamente os seus
colaboradores Entidades culturais e Implementação
iii) Estimular o financiamento das artísticas de projeto: 2021-2024
empresas nos projetos culturais
da região Avaliação: 2024
iv) Promover a cultura de volun-
tariado empresarial em áreas e
projetos culturais e artísticos
iv) Responsabilizar as empresas
de turismo na preservação e valori-
zação do património

Consultoria Prestar consultoria, apoiando a execução das linhas de ação definidas Entidades que colaborem Número de consultas 2020-2024
no plano e noutras ações que promovam o acesso e potenciem a fruição com o PNA
dos seus públicos
Monitorização e Avaliação externa dos processos e resultados dos projetos Centro de Investigação A definir Durante a vigência
Avaliação do plano

1 Percurso cultural e as aprendizagens do cidadão enquanto


participante, fruidor ou criador de processos ou obras artísticas

28 Plano de Ação Estratégica 29 Plano de Ação Estratégica


EIXO B. CAPACITAÇÃO

MEDIDAS COMPROMISSOS AÇÃO ENTIDADES


ENVOLVIDAS NA
INDICADORES DE
RESULTADOS
CALENDARIZAÇÃO
EIXO C. EDUCAÇÃO E ACESSO
EXECUÇÃO
Escola de Porto Sediar em Porto Santo, na Região i) Conceber um encontro anual, Secretaria Regional da Financiamento do pro- Durante a vigência
Santo Autónoma da Madeira, numa formato Think Tank, para pensar Educação da Madeira jeto candidatura do plan:o
antiga escola de 1º Ciclo (projetada políticas internacionais e nacionais EEA–Grants
pelo Arq. Chorão Ramalho), um nas áreas da cultura e educação Direção Regional da Candidatura:
Administração Pública Número de artistas,
programa de iniciativas dedi- ii) Organizar residências-laborató- 2019–2020 PROGRAMAS OBJETIVOS
cadas à investigação e reflexão rio para artistas que que queiram do Porto Santo investigadores e bolsei-
crítica sobre Cultura e Educação: trabalhar projetos relacionados ros residentes Implementação:
conteúdos, contextos e práticas com a comunidade / escola
Câmara Municipal de
Porto Santo Avaliação/ Impacto dos 2021–2024 I INDISCIPLINAR A ESCOLA Aproveitar o poder criativo e indisciplinador das
pedagógicas artísticas iii) Organizar residências de encontros internacionais artes para alterar o sistema de ensino, tornando-o
Pensamento para: Associação Porta33 Avaliação:
– Bolseiros PNA Número de atividades 2024 II KM2: ARTE E COMUNIDADE mais transdisciplinar e aberto a diferentes perfis
Membros nacionais e
– Investigadores em fase de desen-
internacionais do Think
com a comunidade local de aprendizagem
volvimento de teses no âmbito
temático Arte e Comunidade Tank III 360º COMUNICAR
– Autores a preparar artigos, Investigadores Contribuir para o sucesso escolar, o desenvolvimento
ensaios ou livros nas áreas de Artistas Garantir o acesso às artes de todos os cidadãos, pessoal, o prosseguimento de estudos e a integração
trabalho do Plano Associações locais
incentivando a participação ativa e distinta de cada um na vida ativa
Coleções PNA Criar três linhas editoriais que i) Coleção textos essenciais: área Imprensa Nacional 3 a 6 publicações anuais Elaboração de conteúdos
reflitam as problemáticas PNA Arte e Comunidade –filosofia, Casa da Moeda e publicação 2020-2024
em parceria com a Imprensa antropologia, sociologia, política Propor a presença das artes nas escolas de forma Fomentar a colaboração entre agentes artísticos,
Nacional Casa da Moeda cultural Autores/ Equipas
multidisciplinares diversificada, incluindo a sua utilização como recurso a comunidade educativa e outros intervenientes,
ii) Coleção públicos específi-
cos – promoção do acesso às artes pedagógico, criativo e transversal na abordagem aos para desenhar estratégias de ensino e aprendizagem
para crianças, jovens, professores conteúdos das diferentes disciplinas que contribuam para um currículo integrador,
iii) Coleção e recursos
pedagógicos assente na gestão consolidada do conhecimento
Património Promover a valorização das artes, i) Introduzir, sempre que necessá- Instituições de ensino Número de horas Diagnóstico 2020 Atender à especificidade do local, às diferentes e da experiência cultural
e Artes nos das expressões artísticas e do patri- rio, mais horas ou disciplinas de superior e formação e disciplinas criadas comunidades e aos agentes que aí já trabalham
Cursos de mónio, quer na formação de base, formação estética/ artística/patri- profissional e implementadas Implementação
Educação quer na pós-graduações e mestra- monial nos cursos de formação de Universidades da medida:
Interligar a escola ao contexto social envolvente
dos dos cursos de educação professores e educadores Número de cursos e 2021-2024 Divulgar as ações, mapeando e comunicando
ii) Incrementar o papel das artes ESES formações realizados
a sua existência Promover o reconhecimento do valor das diferenças
e do património no ensino da Centros de Formação Número de acreditações Avaliação:
educação inclusiva 2024 culturais e do diálogo entre culturas, a diversidade
Artistas Incremento da colabora- de vozes, territórios e recursos
ção escola/ comunidade
Academia PNA Capacitar os professores, mediado- i) Constituir uma bolsa de cursos Professores Durante a vigência
res e coordenadores do PCE para a local
e de formações acreditadas nas do plano:
pedagogia das artes e do patrimó- áreas que envolvem a implementa- Mediadores Número de projetos Apoiar as iniciativas que estimulem a criação individual
transversais
nio e para o uso dos instrumentos ção do PNA (incluindo cursos em Diagnóstico 2020 e coletiva, nas suas múltiplas formas e expressões,
propostos pelo Plano formato digital – MOOCs) Escolas Avaliação dos alunos e
ii) Preparar um grupo de forma- das escolas juntando artistas e não artistas
Instituições culturais Número de exposições Implementação
Promover e facilitar a transversali- dores referentes PNA (docentes,
itinerantes da medida:
dade de linguagens e conteúdos e
a diversidade de formas de ensinar
artistas, mediadores) capacitados
Número de exposições 2021-2024 Criar uma plataforma online (portal PNA) para reunir
para mobilizar os conteúdos
e de aprender e as metodologias participativas «Arte e
Avaliação:
informação, mapear e dar a conhecer a oferta de Arte-
comunidade»
Apoiar os docentes na leciona- iii) Capacitar técnicos para o pro- 2024 Educação e Arte-Comunidade em território nacional
ção de conteúdos elencados jeto TUTORIAS CRIATIVAS
na Estratégia Nacional para a iv) Acompanhar artistas em
Cidadania através das artes Residências nas Escolas1 Incrementar a circulação de projetos e obras de Arte-
Educação e Arte-Comunidade no território nacional,
Enriquecer os referentes culturais
dos mediadores e dos alunos para que possam ser fruídas por um maior número
Bolsa PNA Apoiar teses nas áreas: Arte, Instituir uma Bolsa PNA Instituições de ensino Número de candidaturas Implementação: de cidadãos
Educação e Comunidade superior e formação 2021-2024
profissional Número de Bolsas
Alunos do ensino atribuídas Conectar instituições, artistas, projetos e obras
superior
Fundações
Empresas
Produzir recursos pedagógicos e disponibilizá-los
Conferências Organização de conferências, i) Organizar, em parceria com a RPM Número de conferências Durante a vigência
através de plataformas digitais
regionais / nacionais / internacio- RPM, o Encontro Nacional RPM, organizadas do plano
nais, destinadas à difusão e debate subordinado ao tema Arte e Universidades
sobre conceitos, práticas e contex- Comunidade Centros de investigação Número de participan-
tos no âmbito da ação PNA ii) Participar em conferências para Investigadores tes em conferências e
apresentar o PNA promover a seminários
Instituições culturais
Divulgação de metodologias inova- sua visão, programas, projetos e
doras nos domínios pedagógicos medidas Artistas
da criatividade iii) Organizar um programa de con-
ferências para divulgação e refle- Mediadores
xão sobre pedagogias emergentes Professores
nas áreas do ensino da criatividade,
das artes e das práticas culturais Alunos

1 Recuperar as experiências e reflexão dos resultados do Projeto 10x10 (F. Gulbenkian)


e outros projetos similares, em Portugal.

30 Plano de Ação Estratégica 31 Plano de Ação Estratégica


EIXO C. EDUCAÇÃO E ACESSO

I INDISCIPLINAR A ESCOLA MEDIDAS COMPROMISSOS AÇÃO ENTIDADES


ENVOLVIDAS
INDICADORES
DE RESULTADOS
CALENDARIZAÇÃO

NA EXECUÇÃO
Projeto Cultural Criar um ID Agrupamento-Cultura: i) Articular o PCE com o Projeto Educativo de Ministérios da Número de ações Durante a vigência do
Reforçar a identidade de cada agrupamento de escolas Promover uma escola conectada, aberta e criativa, de Escola (PCE) identidade cultural, patrimonial e Escola (PEE) Educação/ DGE e desenvolvidas no plano:
artística dos territórios educativos ii) Integrar o PCE com o Plano Anual DGesTE PAA
considerando o seu contexto territorial, social e cultural em linha com: de Atividades Preparação do
Criar em cada agrupamento o cargo de iii) Definir o perfil do Coordenador de PCE Agrupamentos de Número de projetos programa e aplicação
Coordenador do PCE1 iv) Instituir a Comissão Consultiva do PCE2 Escolas, Escolas PAR pilotos:
Articular a escola, o currículo, os conteúdos, o território, Objetivos de Desenvolvimento Sustentável_ONU v) Incentivar a participação das comunidades e Centros de 2019 – 2020
Partir do ID Agrupamento-Cultura e do
a comunidade, o património e a cultura local PEM.C-E para definir as propostas de nos PCE através de patrocínios, mecenato, Formação Número de ativi-
Objetivos para a Educação 2030_OCDE ações do PCE: e outras formas de financiamento colaborativo Autarquia dades curriculares Implementação/
i) Articular o PCE com o contexto e extracurriculares Monitorização:
sociocultural do Agrupamento e do Comunidade PCE 2020 – 2024
Carta do Conselho da Europa sobre Educação para meio envolvente/ território de implan- educativa
Avaliação de Avaliação: 2024
a Cidadania Democrática e para os Direitos Humanos tação/ comunidades educativas e
Coordenador do Impacto nas apren-
culturais
ii)Projetar o PCE em função das neces- PCE dizagens dos alunos
e hábitos culturais
Recomendações da UNESCO sobre a centralidade da arte sidades e singularidades da região
Artista residente
e do património na educação e na vida comunitária Projeto Artista Implementar o PAR nos agrupamen- i) Prever a adaptação de um espaço da escola Número de projetos
Residente3 tos/escolas com enquadramento e para ateliê, quando possível Entidades artísticas transdisciplinares
(PAR) interesse no projeto ii) Estabelecer contrato com o artista residente4 Implementação/
Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória iii) Coadjuvar os coordenadores e docentes Número de recur- Monitorização:
da componente curricular de Cidadania Encarregados sos pedagógicos 2021 – 2024
e Desenvolvimento e propor projetos no de Educação e produzidos
Matrizes curriculares aprovadas pelo Decreto-Lei nº 55/2018, âmbito dos conteúdos definidos na Estratégia Famílias Avaliação: 2024
de 6 de julho Nacional de Educação para a Cidadania % de sucesso
iv) Introduzir processos e práticas artísticas no PNL/ PNC/ PEEA escolar
currículo, nas pedagogias e didáticas, tanto a PRBE/ RPM
Decreto-Lei Decreto-Lei nº 54/2018, de 6 de Julho, nível de gestão de conteúdos e competências, Número de ações
como nas metodologias utilizadas
sobre Educação Inclusiva v) Desenvolver competências transversais
Equipamentos desenvolvidas no
culturais e exterior
dos alunos considerando: 4Cs/5; estilos de patrimoniais
Estratégia Nacional de Educação para a Cidadania aprendizagem; múltiplas inteligências6 Avaliação dos
Cidadania: Do it Criar uma linha editorial de recursos i) Mobilizar os conteúdos da componente Empresas projetos
pedagógicos digitais que articulam as curricular de Cidadania e desenvolvimento7
Recursos artes com outros conteúdos para a elaboração de recursos e ferramentas Universidades Avaliação das Durante a vigência
pedagógicos pedagógicas transversais, para professores e escolas do plano:
Disponibilizar os recursos online no alunos Politécnicos / ESES
Portal do PNA ii) Alargar progressivamente a oferta de recur- Elaboração de conteú-
sos a outras disciplinas Investigadores dos e publicação
iii) Produzir a edição «Do it – Escolas»8 com a 2019 – 2024
colaboração de artistas_conjunto de propostas Pedagogos
de ações artísticas/participativas nas escolas Avaliação: 2024
CIM
Desvio: Sair Garantir que cada turma realiza, no i) Promover a diversificação dos contextos de
para Entrar âmbito do PCE, pelo menos uma ativi- aprendizagem, especificamente os não for-
dade no exterior por trimestre mais, articulando a escola com as instituições Durante a vigência
culturais e sociais, sítios de património cultural do plano
e natural9
ii) Fortalecer, imprimir coerência e relevância
à relação Escola-Comunidade
iii) Recorrer ao Complemento de Educação
Artística para executar projetos, propostas
e expressões
Em Aberto Explorar os instrumentos de flexibili- i) Desenvolver pedagogias ativas,
dade curricular para uma organização construtivas e críticas, promotoras da
1 A equipa de coordenação do PCE será responsável por elaborar: ID Agrupamento-Cultura: regular do calendário escolar e dos autonomia / emancipação Durante a vigência
levantamento de instituições socioculturais da região; articular o PCE com o PEM.C-E; gerir horários que possibilite a realização ii) Programar atividades na escola: espetácu- do plano
a Comissão científica do PCE; coordenar as equipas docentes e não docentes e articular os dos projetos definidos no PCE e o los, masterclasses, oficinas, debates com a
projetos com o artista residente. Projeto Cidadania: Do it. presença de especialistas, artesãos, artistas,
2 Inclui: coordenadores PCE; membros da comunidade educativa (alunos, docentes e não entidades artísticas
docentes); membros da comunidade/ região; representante da autarquia; representante iii) Transformar ambientes de trabalho, rede-
dos encarregados de educação; artista residente; alunos; coordenador da Biblioteca Escolar;
senhando a sala de aula e os espaços escolares
coordenador dos Diretores de Turma; mediadores culturais da região; representante do
iv) Diversificar estratégias de aprendizagem
Museu local, entre outros de acordo com o ID definido.
3 Não é um docente. É um artista que coadjuva as equipas docentes na elaboração e execução colaborativa através de regimes de mento-
do PCE. Um consultor, proponente e protagonista da mudança que se molda à escola e pode ria/ tutoria, metodologia de projeto (Design
assumir diferentes graus de participação. Thinking Strategies)
4 Tarefas a desenvolver: apoio aos Coordenadores PCE, coadjuvação dos coordenadores e v) Proporcionar o contacto dos alunos e docen-
docentes e Cidadania e Desenvolvimento e de outras disciplinas, diagnóstico de necessidades tes com diferentes manifestações artísticas e
da escola, proposta de projetos transdisciplinares a desenvolver com a comunidade educativa, patrimoniais
docente e não docente, criar oficinas/workshops e clubes artísticos, sempre que adequado.
5 Criatividade, pensamento crítico, comunicação e colaboração.
6 H. Gardner: Inteligências linguística, lógico-matemática, inter e intrapessoais, musical, Tutorias Criar instrumentos e estratégias que i) Conceber e disponibilizar nas escolas estra-
cinestésica, naturalista. Criativas contribuam para a inclusão dos alunos tégias e ferramentas de apoio à aprendizagem Diagnóstico e
7 Direitos humanos, igualdade de género, interculturalidade, desenvolvimento com Apoio Tutorial Específico que recorram a metodologias artísticas e que Implementação
sustentável, educação ambiental, saúde, sexualidade, média, instituições e participação valorizem a diferenciação de linguagens, de 2021 – 2024
democrática, literacia financeira e educação para o consumo, segurança rodoviária, risco,
Investir na capacitação de técnicos, competências, de inteligências e de modos de
empreendedorismo, mundo do trabalho, segurança, defesa e paz, bem-estar animal,
voluntariado.
docentes e não docentes, nas áreas construir conhecimento Avaliação:2024
8 Adaptação ao universo escolar do projeto «Do it» criado pelo curador Hans-Ulrich Obrist. das pedagogias criativas ii) Capacitar docentes e técnicos especialistas
9 Por exemplo: Cineteatros, centros culturais, bibliotecas, museus, sítios de património, ateliês, para o uso das estratégias e instrumentos
salas de ensaio, oficinas de artesãos, centros de dia, creches, espaços públicos, parques propostos
naturais, etc.

32 Plano de Ação Estratégica 33 Plano de Ação Estratégica


EIXO C. EDUCAÇÃO E ACESSO EIXO C. EDUCAÇÃO E ACESSO

II KM2: ARTE E COMUNIDADE Dar voz às pessoas, organizações e comunidades, III 360º COMUNICAR Elaborar e executar o Plano de Comunicação do PNA
responsabilizando-as pelo seu Km2 cultural
Criar uma plataforma de divulgação e mapeamento de
Contribuir para a valorização e coesão do território propostas artísticas e culturais com dimensão social e
educativa
Impulsionar projetos de cocriação entre artistas
e comunidades, em particular populações mais vulneráveis Conectar instituições

Promover o envolvimento da comunidade educativa Disponibilizar recursos pedagógicos


com a comunidade local
Promover a circulação de projetos artísticos
Divulgar boas práticas nas áreas de ação do plano
Inventariar a programação de educação cultural e artística
Proporcionar o diálogo entre artistas, estudantes de artes existente em cada concelho/autarquia
e o património cultural das regiões do interior do país,
envolvendo as comunidades locais

MEDIDAS COMPROMISSOS AÇÃO ENTIDADES ENVOLVIDAS INDICADORES CALENDARIZAÇÃO MEDIDAS COMPROMISSOS AÇÃO ENTIDADES INDICADORES DE CALENDARIZAÇÃO
NA EXECUÇÃO DE RESULTADOS ENVOLVIDAS NA RESULTADOS
Projeto Proporcionar o acesso e i) Reeditar e atualizar as extintas Academia Nacional de Belas- Número de projetos Implementação EXECUÇÃO
Deslocar: o diálogo entre artistas, Missões Estéticas De Férias, da Artes (ANBA) e obras 2021-2024 Portal e Conceber o Portal e Newsletter i) Informar sobre a missão e ação MC/ ME Número de Conceção:
Campo Criativo comunidades e patrimónios, ANBA Universidades e Institutos Newsletter PNA do PNA para: PNA visualizações do portal 2019-2020
em prol da fruição, da criação ii) Organizar estadias artísticas de ensino superior com oferta Número de Avaliação: 2024 i) disponibilizar informação ii) Promover a circulação de projetos PEEA/ PNL/ PNC
e da cocriação em contextos para alunos do Ensino Superior de cursos nas áreas artísticas candidaturas ii) difundir as ações do PNA e obras que desenvolvam a relação PRBE/ RPM Número de descargas Lançamento de piloto:
de imersão de Artes (Visuais, Dança, Música, Autarquias de recursos
ii) disponibilizar recursos Arte-Educação e Arte-Comunidade 2021
Teatro, Cinema...), Arquitetura e Comunidades locais Número de iii) localizar no território os iii) Mapear espaços e equipamentos Meios de comunicação
Divulgar o património cultural Design entidades parceiras Número de adesões à
espaços, companhias, artistas disponíveis em cada região social Desenvolvimento com
das regiões iii) Estimular projetos culturais Impacto de newsletter
e artísticos com componentes e projetos que desenvolvem iv) Localizar e inventariar os recursos Portal disponível:
relação com as
formativas e intergeracionais, que comunidades a relação Arte-Educação e disponíveis Redes sociais 2022-2024
Número de
possam contrariar o isolamento Arte-Comunidade v) Fomentar a partilha de projetos, campanhas e
das regiões e dos cidadãos e o iv) conectar projetos e parceiros coproduções, circulação de projetos Escolas iniciativas de
alheamento cultural e a colaboração entre entidades e Instituições culturais comunicação
programas
Projeto Criar+ Promover projetos de i) Desenvolver atividades IEFP Número de Diagnóstico Personalidades públicas Número de conteúdos
inclusão social através das artísticas para seniores Autarquias iniciativas e ações e Implementação Estar Presente Elaborar e implementar o Plano i) Conceber e executar o plano de criados e difundidos Durante a vigência do
artes ii) Promover a integração de CIM promovidas 2021-2024 de comunicação PNA comunicação do PNA com cam- plano
Contrariar o isolamento cidadãos desempregados e em CDDR Número de
panhas nacionais (físicas e digitais)
dos idosos e o alheamento risco de exclusão no âmbito das Idade + Número de Avaliação: 2024 colaborações
Criar parcerias com meios de disseminadas pelo território
cultural ações desenvolvidas com as Cultura para Todos participantes comunicação social ii) Divulgar projetos artísticos e o
entidades parceiras PNA Entidades culturais e
património cultural
artísticas
Estar presente nas redes sociais iii) Difundir o testemunho pessoal
Seniores, Desempregados
de pessoas com reconhecimento
e outros participantes
Criar e difundir conteúdos público
Festival_ i) Organizar um Festival com Agrupamentos de Escolas Número de ações Outubro de 2021 relacionados com a vocação e os iv) Divulgar iniciativas/boas práticas
Bienal PNA Promover a organização de um atividades/exposições/espetáculos Autarquias promovidas / objetivos estratégicos do Plano na relação arte/comunidade ou arte/
Festival/ Bienal PNA espalhados pelo país, com parceiros Docentes Outubro de 2023 educação
institucionais, abordando as temáti- Alunos Números de públicos v) Dar voz e presença pública aos
cas arte-comunidade e o intercâmbio Profissionais da educação e jovens e à forma como experimen-
arte-escola. da cultura tam e se relacionam com as artes
O primeiro Festival será dedicado ao Artistas vi) Criar conteúdos de comunicação
reconhecimento de projetos passa- Organizações culturais de forma participativa
dos e atuais, e pretende e artísticas vii) Participar nas redes sociais, em
disseminar boas práticas, que devem Pedagogos particular nas mais frequentadas
ser conhecidas e replicadas PNC pelos jovens
PNL
Prémio PNA Atribuir anualmente o prémio Premiar obras ou projetos: Reconhecimento Anualmente durante
PRBE
PNA i) que exponham a dimensão social e publico do prémio a vigência do Plano
PEEA
educativa das artes e património
RPM
ii) que reflitam a missão do PNA
iii) que promovam o acesso e a ANS
participação das comunidades

34 Plano de Ação Estratégica 35 Plano de Ação Estratégica


O que pode, Conscientes dos limites da cultura e do poder frágil
das obras de arte, sem ilusões salvíficas, reformulamos
uma citação de Jean-Luc Godard sobre o cinema – que
ele retomou e adaptou de Emmanuel Joseph Sieyès,

então, a arte?
aí sobre o Terceiro Estado:

O que é a arte?
Nada.
O que quer?
Tudo.
O que pode?
Alguma coisa.

Filhos de Lumière © Escola Miguel Torga

37
Autores
Comissão Executiva do Plano Nacional das Artes
Paulo Pires do Vale – Comissário
Sara Barriga Brighenti – Subcomissária
Nuno Pólvora – Subcomissário
Equipa técnica
Maria Amélia Fernandes
Maria Emanuel Albergaria

Design Gráfico
Change is Good
Tipo de letra Azo Sans 2
R-Typography
Impressão
UH Frases Ilustradas, Lda

Tiragem
250 exemplares
Lisboa
Junho 2019

Campo Grande, nº 83 – 1º
1700-088 Lisboa
T (+351) 215 837 627
info@pna.gov.pt
Campo Grande, nº 83 – 1º
1700-088 Lisboa
T (+351) 215 837 627
info@pna.gov.pt
www.pna.gov.pt

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