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RESUMO
ABSTRACT
1 INTRODUÇÃO
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A autora é formada em direito e pós graduanda em Ciências Criminais Instituto de Direito Aplicado.
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Professor orientador deste artigo.
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Isto porque, o uso indiscriminado dessas medidas de cautela sem uma devida
individualização enseja em um enfraquecimento da norma, pois determinar uma
norma para todas as pessoas ainda que crimes divergentes tenham sido cometidos,
consequentemente também enfraquece a justiça criminal.
O ponto principal a ser discutido neste artigo, além das gêneses das medidas
cautelares, é a não observância de vulnerabilidades dentro do processo penal,
dentre elas, a vulnerabilidade geográfica que acontece tanto na Capital quanto no
interior do Amazonas, principalmente com relação ao prisma da medida cautelar do
inciso II e IV do art. 319 do Código de Processo Penal.
A prisão preventiva não é uma pena, mas um ato hostil, contra o cidadão,
assim como qualquer dano que um homem seja obrigado a sofrer ao
acorrentá-lo ou prendê-lo antes que sua causa tenha sido ouvida, vai contra
a lei da natureza.
Para Beccaria apud Bedaque (2015, p. 37): “sendo uma espécie de pena, a
privação da liberdade não pode preceder a sentença, mas na medida em que a
necessidade exige, precisamente, a simples guarda do acusado”. Assim até que um
cidadão seja declarado culpado, deve durar o menor tempo possível e deve ser o
menor possível, não pode ser mais do que o necessário ou para impedir a fuga ou
para que as provas de crimes não sejam ocultadas.
Para Carrara apud Gomes (2014, p. 34):
Neste ponto, serão mencionados tanto o critério processual, que foi criado
com base em fundamentos constitucionais para a aplicação da prisão preventiva,
quanto o critério substancialista, que, diferentemente do primeiro, este critério não foi
ajustado aos bloqueios constitucionais ou direito internacional dos direitos humanos,
uma vez que a medida cautelar mais utilizada, a prisão preventiva, tem sido utilizada
como sentença antecipada (CAPEZ, 2010).
O primeiro critério é o critério substancialista, com o que foi descrito acima no
conteúdo sobre a história da prisão preventiva, assumiu-se que a cultura inquisitiva
deixou a corrente substantiva implantada, onde se questiona o julgamento prévio e
os princípios da liberdade, excepcionalidade, inocência, entre outros, viola-se o
bloqueio de constitucionalidade, tomando-se a imputação como fato comprovado e a
mera acusação como sentença anterior (LACERDA, 2008).
Essa corrente assume a prisão preventiva como pena antecipada, uma vez
que sua interpretação tem sido restritiva, hipotética e contrária às constituições de
garantia e às normas internacionais. Ressaltando a exclusividade da pena como
medida coercitiva, uma vez que se apresenta uma inegável dicotomia dogmática,
uma, a pena, não pode ser a outra, a prisão preventiva; cada vez que há um limite
fatal entre eles; a coisa julgada. É importante ressaltar que essa corrente prevê a
prisão preventiva como a negação da soltura, mediante o valor da pena prevista, o
tipo de crime acusado, a extensão do dano causado, os meios utilizados, bem como
a eventual declaração de reincidência, a reiteração criminal, a existência de
processos em andamento ou a concessão de liberdades prévias (LIMA, 2011).
Vale destacar que mesmo a Corte Interamericana de Direitos Humanos, no
caso “Suárez Rosendo vs. Equador”, indicou que “se a prisão preventiva for
decretada pelo tipo de crime, constitui uma pena antecipada e viola o princípio da
presunção de inocência, previsto no artigo 8.1 da Convenção Americana sobre
Direitos Humanos” (TOURINHO FILHO, 2009).
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos, no relatório 35/07, afirmou
que: (...):
Se analisar-se essa posição, é absurdo que uma pessoa seja privada de sua
liberdade durante a investigação de um processo penal, liberdade essa, entendida
como bem jurídico protegido, gozando de toda presunção de inocência, em razão de
tantas condições que podem ocorrer em imputação de tal pessoa, é inconcebível
que lhe seja imposta medida de segurança tão coercitiva como a prisão, pelo tipo de
crime que cometeu ou pelo dano causado, se tal ainda não tiver sido provado
judicialmente, uma vez que isso incorre em violação do princípio da inocência e do
devido processo legal, razão pela qual se diz que carece de legitimidade e vai contra
os preceitos constitucionais (RANGEL, 2008).
A corrente substancialista, que até agora é utilizada apesar das reformas nos
códigos penais, engloba os pensamentos onde se acredita que a prisão preventiva
vai contra o crime, ou que ao aplicá-la a justiça e a sociedade já se fazem, por
ignorância, mergulha-se no tranquilidade de conhecer o suposto criminoso, “inimigo
da sociedade, em uma prisão vivendo degradantemente, retornando
categoricamente ao direito penal do autor, não sendo assim, pois a prisão preventiva
não se destina à defesa social, como esta corrente que durante anos foi mantida em
códigos anteriores em todo o mundo, atuais em que a entidade acusadora, ou seja,
o Estado, deixa o acusado sem igualdade de condições, encarcerando o réu, para
obter sucesso na perseguição penal, já que liberdade dentro de um processo penal
é traduzida como sinônimo de impunidade (PELLEGRINI, 2006).
Esta situação não só exime a acusação da obrigação de demonstrar porque o
acusado deve ser privado de sua liberdade durante o processo, mas também a
defesa, por mais que alegue alguma circunstância objetiva, não surtirá efeito, pois é
muito provável que que a resposta é uma referência à restrição normativa. O que foi
exposto até aqui evidencia a inconstitucionalidade desta posição (RODRIGUES,
2016).
Já no critério de procedimento a corrente atual, nasce em solução ao critério
substancialista onde a doutrina postulou a privação da liberdade preventiva como
medida excepcional, além disso, deve respeitar os princípios da interpretação
restritiva, da proporcionalidade, da judicialidade, da provisoriedade, da gradualidade
e da subsidiariedade na aplicação (MOREIRA, 2016).
Para aplicá-lo, devem ser determinados requisitos ou condições que devem
estar presentes para ditar o mesmo, devendo-se dar conjuntamente dois
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desses princípios que reúnem preceitos claros para seu uso e que não contrariam os
direitos inerentes de qualquer pessoa que esteja sendo questionada sobre sua
responsabilidade. Privá-lo do direito legal mais precioso, que é a liberdade
(MIRABETE, 2001).
5 CONCLUSÃO
6 REFERÊNCIAS
CAPEZ, F. Curso de processo penal. 2. ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2010.
MOREIRA, P. de A. M. de. Direito Penal no Brasil. 3ª. ed. São Paulo: Pioneira,
2016.