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Candidato : Supervisor:
• CAPITULO II:
• FUNDAMENTAÇÃO TEORICA
• CAPITULO III:
• METODOLOGIAS
• CAPÍTULO IV.
• ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
• CONCLUSÕES E SUGESTÕES
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CAPITULO I: ASPECTOS INTRODUTÓRIOS
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DELIMITAÇÃO
Delimitação Espacial
O estudo incide sobre os cidadãos residentes no Distrito de
Sanga.
Delimitação Temporal
O presente trabalho analisa o período compreendido entre 2019-
2021
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Problematização
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Cont.
pelo nº2 do artigo 55, e a qual estabelece que " todo cidadão
tem o direito de circular livremente no interior e para o exterior
do território nacional, excepto os judicialmente privados deste
direito." Este preceito legal claramente expõe-nos que na
República de Moçambique a circulação dos cidadãos é um bem
jurídico inalienável e que é obrigação de todos os cidadãos
proteger. No entanto, mesmo com os prazos estabelecidos pelo
Código do Processo Penal, que devem ser observados no
trâmite processual para permitir que não haja uma violação
deste preceito legal, verifica-se a morosidade no cumprimento
dos prazos a nível das instâncias do controlo social. Face a essa
situação coloca-se a seguinte questão: Quais são as causas que
fazem com que haja morosidade no cumprimento dos prazos
processuais da prisão preventiva no Distrito de Sanga?
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OBJECTIVOS DA PESQUISA
Objectivo Geral
• Compreender as razões da morosidade no que tange ao
cumprimento dos prazos processuais de prisão preventiva a nível
das instâncias do controlo social no Distrito de Sanga.
Objectivos Específicos
• Descrever as circunstâncias que influenciam a morosidade no
cumprimento dos prazos processuais de prisão preventiva no
Distrito de Sanga;
• Identificar as causas que fazem com que haja morosidade e
violação dos prazos processuais da prisão preventiva no Distrito de
Sanga;
• Ilustrar as motivações que determinam as causas da violação dos
prazos processuais da prisão preventiva no Distrito de Sanga.
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Hipóteses
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Justificativa
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Cont.
Abstraindo-se então, do gênero à espécie, a prisão preventiva é urna
modalidade de prisão cautelar de natureza processual decretada pelo
juiz de direito competente durante o inquérito policial ou processo
criminal, antes do trânsito em julgado da sentença penal
condenatória, sempre que estiverem preenchidos os requisitos legais e
ocorrerem os motivos autorizadores.
Para tanto, tal termo pode ser entendido em duas acepções: uma
ampla (lato sensu) e outra estrita (stricto sensu). A primeira
compreenderia todas as modalidades de prisões cautelares ou
provisórias que são mencionadas no Código de Processo Penal e leis
especiais.
Já a segunda acepção, refere-se a prisão preventiva propriamente dita
e é assim utilizada paradenominar a prisão disciplinada pelos
dispositivos assentes no Código de Processo Penal nos arts. 286 a
291.
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Cont.
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Cont.
No titulo II da CRM, encontra˗se consasgrado o conjunto dos direitos
fundamentais do homem e para o exercicio deste direito, tornando˗se
inprescindivel certas garantias, tais como a garantia da prisão
preventiva, vide art 64 da CRM, a garantia aplicação da lei no tempo e
no espaço segundo o artigo 60 da CRM, a garantia de presunção de
inocência ate a decisão judicial definitiva. Nos termos do artigo 59 da
lei CRM, o Habeas corpus de acordo com o artigo 66 da CRM, artigo
312 e SS do CPP. A materia sobre a prisão preventiva esta consagrada
também no capitulo III, entre os artigos 286 e 291 do CPP, e so pode
ser autorizadoa nos termos de prisão de em flagrante delito e prisão
fora de flagrante de delito com evidências suficientes. Nos termos do
artigo 287 e SS do CPP.
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Cont.
Requisitos e fundamentos da prisão preventiva
Assim, o juiz somente poderá decretar a prisão preventiva se estiver
demonstrada a probabilidade de que o réu tenha sido o autor de um
facto típico e ilícito, sendo que os pressupostos para a decretação
seriam os motivos que constariam no teor do art. 286 do Código de
Processo Penal: a) prova da existência do crime (prova da
materialidade objectiva) e h) indícios suficientes da autoria.
Em termos legais, conforme se bem vê no teor do art. 291, in fine, do
CPP, conjugando com o artigo 64 da Constituiçao da Republica de
Moçambique a primeira exigência refere-se à materialidade delitiva,
ou seja, a existência de corpo de delito que comprove a ocorrência do
facto criminoso, tais como o laudo de exame de corpo de delito peças
documentais apropriadas e até mesmo a prova testemunhal mais
conclusiva. Então, a exigir-se prova da existência do crime não se
justificaria a custódia por mera suspeita ou indícios da ocorrência de
um ilícito penal.
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Cont.
Prazos processuais
O código do processo penal moçambicano estabelece os prazos processuais
no art.308 e afere que:
Desde a captura até a notificação ao arguido da acusação ou do pedido de
instrução contraditória pelo Ministério publico, estes prazos não podem
exceder:
• Vinte dias, por crime dolosos a que caiba ena correcional de prisão
superior a um ano;
• Quarenta dias, por crimes a que caiba pena de prisão maior;
• Noventa dias, por crimes cuja instrução preparatória seja da competência
exclusiva da (policia judiciaria) ou a ela deferida.
• Desde a notificação ao arguido da acusação ou do pedido de instrução
contraditória pelo ministério público ate ao despacho de pronúncia em 1ª
instância, os prazos da prisão preventiva não pode exceder:
• Três meses se a pena couber pena a que corresponda processo correcional;
• Quatro meses, ao crime couber pena a que corresponda processo de
querela.
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CAPITULO III: METODOLOGIAS
Quanto ao Método :Descritivo;
Quanto a Abordagem: Qualitativa;
Quanto as Técnica de colecta de dados :Entrevista
semiestruturada ,observação Directa e Questionário.
Universo-Segundo Gil, (1995, p. 91) “universo ou população é um
conjunto definido de elementos que possuem determinadas
características” neste caso, o grupo alvo da pesquisa foram os
funcionários da Penitenciaria , reclusos , funcionarios do tribunal e
da Procuradoria.
Amostra
Portanto, amostra é a menor representação de um maior (universo). O
presente estudo, envolveu uma amostra de cinco (5) funcionários do
Tribunal Judicial, cinco (5) funcionários do Ministério Publico, setenta
(70) detidos na penitenciária da Província do Niassa.. Por tanto a
mostra foi de 80.
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CAPÍTULO IV. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS .
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Dados obtidos por meio da Entrevista prestada aos detidos
Quadro 1: Percepçao da prisão preventiva
Total 70 100%
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Em relação a questão: Qual é o seu ponto de vista em relação a
prisão preventiva? Dos 70 entrevistados , 10 (Dez) responderam que
a prisão preventiva é uma medida fundamental e a mesma é
aplicada nos parâmetros da lei, ao passo que,60 (sessenta)
entrevistados responderam negativamente , dizendo que prisão
preventiva, constitui uma violação da liberdade do detido.
Segundo Cuna (2014),a prisão consiste em cercar a liberdade de
locomoção de um individuo, ou o seu encarceramento. O
ordenamento jurídico Moçambicano balizado na Constituição da
República de Moçambique proíbe a efectivação da prisão arbitrária e
sem o seguimento dos ditames da lei. E importa destacar que a
Constituição da República de Moçambique no seu artigo, 64º, nº1,
estabelece que, a prisão preventiva só é permitido nos casos
previstos por lei.
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Quadro 2: Percepção dos funcionários do Tribunal Judicial sobre a violação dos
prazos processuais da prisão preventiva
Total 05 100%
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Cont.
Em relação a segunda questão que diz: Quais são as causas da
violação dos prazos processuais da prisão preventiva? 4 (quatro),
apontaram o elevado número de processos, ao passo que 1
(um) ,apontou a insuficiência dos juízes e a falta do conhecimento
da lei por parte dos oficias de justiça afecta negativamente no
cumprimento dos prazos processuais da prisão preventiva.
De acordo com o Código Penal em vigor na República de
Moçambique, a prisão preventiva é aplicada num prazo máximo de
noventa dias.
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Quadro 3: Percepção dos funcionários do Ministério
Publico sobre o nível de cumprimento dos prazos?
Pergunta Resposta Percentagem
Participantes
3 (três ) disseram que, os prazos
Acha que são
estabelecidos não são cumpridos,
Total 05 100%
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Cont.
Dos com os entrevistados, 3 (três ) disseram que, os prazos
estabelecidos não são cumpridos, na medida que, se verifica
enchentes nas cadeias em situação de prisão preventiva, ao passo
que 2 (dois) afirmaram que são cumpridas na medida do possível
uma vez que existente poucos magistrados no meio de tanta
demanda.
Assim com a informação ilustrada no quadro acima referenciado
entende-se que o segundo a maioria os prazos da prisão preventiva,
não são cumpridas, uma vez que se verifica enchentes nas cadeias
em situação de prisão preventiva acima do prazo estabelecido.
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Quadro 4: Percepção comum sobre prisão preventiva face a liberdade
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Quadro 4: Percepção comum sobre a consequência da violação dos prazos da prisão preventiva?
Total 80 100%
Perante esta questão: Qual é a consequência da violação dos prazos da prisão preventiva?
Dos 80 entrevistados todos afirmaram que a A consequência da violação dos prazos da
prisão preventiva é a violação do direito fundamental, designadamente o direito a
liberdade.Tal como ilustra o quadro a cima, a consequência da violação dos prazos da prisão
preventiva é a descredibilização dos órgãos da justiça e a insatisfação dos detidos que
acabam frustrados por ver seu direito fundamental violado.
Segundo o artigo 59 no 1 conjugado com artigo 64 no 1 da Constituição da República de
Moçambique, na República de Moçambique a segurança e a liberdade, e ninguém pode ser
preso e submetido ao julgamento senão nos termos da lei. Portanto, a prisão preventiva só é
permitida nos casos previstos na lei , que fixa os respectivos prazos .
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Quadro 5: Percepção comum sobre o que deve se fazer para
protecção dos direitos dos cidadãos no regime da prisão
Pergunta Resposta
preventiva Percentagem
Participantes
Para a reverter a situação da violação
No seu entender o que
dos direitos dos cidadãos no regime
deve se fazer para da prisão preventiva é necessário 80 100%
protecção dos direitos cumprir o que a lei dita. Entre tanto,
dos cidadãos no regime os órgãos competentes devem
da prisão preventiva? redobrar esforços, fazendo mas
fiscalização nas penitenciárias, criar
brigadas para lhe dar com essas
situações a tempo e hora, por tanto,
deve se mudar o cenário de prender
para depois investigar.
Total
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80 100% 29
cont.
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Verificação dos resultados dos objectivos e das Hipóteses
Verificação dos resultados dos objectivos
De referenciar primeiro que os objectivos traçados anteriormente no
trabalho foram alcançados a 100% na medida em que a maior parte dos
inqueridos acabaram por descrever as razões da morosidade no que
tange ao cumprimento dos prazos processuais de prisão preventiva a
nível das instâncias do controlo social no Distrito de Sanga.
Estes mencionaram a insuficiência dos Magistrados contribui para a
fraca tramitação processual. Assim, a morosidade e violação dos prazos
processuais da prisão preventiva no Distrito de Sanga deve-se ao
elevado número de processos, pelo facto do sistema da justiça prender
para depois investigar. Na mesma perspectiva a falta do conhecimento
da lei por parte dos oficias de justiça afecta negativamente no
cumprimento dos prazos processuais da prisão preventiva.
Por fim propuseram as estratégias necessárias que podem ajudar a
colmatar esta situação sendo , no regime da prisão preventiva é
necessário
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cumprir o que a lei dita. 31
Verificação dos resultados das Hipóteses (Refutados ou Comprovadas)
Pelo facto de o presente estudo, que é uma pesquisa relativa ao regime jurídico
da prisão preventiva e sua aplicação prática, por referência aos padrões
internos e internacionais dos direitos humanos, enquadrar-se no âmbito de uma
pesquisa comparada , envolvendo outros países da região da SADC,
concretamente o Malawi e a Zâmbia, em muitas partes do texto é usada a
terminologia prisão antes do julgamento.
Decorrente do princípio consagrado da Declaração Universal dos Direitos do
Homem, nos termos do qual os homens nascem livres, o direito à liberdade
proíbe detenções ou sujeição à prisão preventiva ilegal, devendo o Estado não
só abster-se de tais práticas, mas proteger o cidadão contra actos que diminuam
a sua liberdade e segurança. Este direito encontra-se consagrado nas seguintes
disposições de normas internacionais, tanto vinculativas como não vinculativas.
Ao passo que o direito moçambicano protege o direito à liberdade nos artigos
59 e 64, n.º 1, da CRM, nos termos do qual a prisão preventiva só é permitida
nos termos da lei. Dando seguimento ao disposto na Constituição da República
a lei processual, fixa quais são os pressupostos da prisão preventiva.
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CONCLUSÕES E SUGESTÕES
CONCLUSÕES
Chegando nos trâmites finais do trabalho, concluiu-se que , a prisão preventiva é
aplicada num prazo máximo de noventa dias. Entretanto, em contraste com o que
está legalmente instituído, o estudo depara-se com uma realidade, de elevado
número nas cadeias com o prazo de prisão preventiva expirado. Esta situação
preocupa esta pesquisa, uma vez que reconhece ser este um grande problema, pois,
ao manter cidadãos detidos ilegalmente, o Estado moçambicano transgride o direito
fundamental à liberdade. Visto que, o ordenamento jurídico Moçambicano balizado,
proíbe a efectivação da prisão arbitrária e sem o seguimento dos ditames da lei. E
importa destacar que a Constituição da República de Moçambique, faz referência no
artigo 59 no 1 conjugado com artigo 64 no 1 , que , ninguém pode ser preso e
submetido ao julgamento senão nos termos da lei. Portanto, a prisão preventiva só é
permitida nos casos previstos na lei, que fixa os respectivos prazos. Neste contexto,
verificando os resultados das Hipóteses (Refutados ou Comprovadas), todas as
hipóteses foram concretizadas, na medida que podemos observar através desta
pesquisa, que, verifica-se , violação dos prazos nos casos da prisão preventiva, onde
muita das vezes a violação dos prazos processuais da prisão preventiva no Distrito
de Sanga deve-se pelo facto do sistema da justiça prender para depois investigar, o
que acaba fazer com que o detido fique mas tempo do que devia.
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SUGESTÕES
Assim sugere-se que:
• Ao poder legislativo;
• a) Que tome medidas legislativas com vista a materializar as
normas de cariz internacionais de que é signatário, referentes à
prisão preventiva,
• Ao Poder Executivo
• Que Proceda o incremento de infra-estruturas penitenciárias de
modo a assegurar que os presos preventivamente não
comunguem espaço com os já condenados, nem que adultos, se
misturem com os menores e o homens se misturem com
mulheres, nos mesmos estabelecimentos prisionais,
• Ao Estado no Judiciário:
• Que se verifique um maior activismo judiciário de forma a
reduzir as situações de prisões preventivas decretadas a revelias
do quadro legal do existente no nosso ordenamento jurídico. 35
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• AO PROCURADOR-GERAL:
• Assegurar que os reclusos em prisão preventiva sejam julgados dentro de um
período razoável ou aguardem julgamento em liberdade, e em particular assegurar
que os reclusos que estiveram detidos por um período correspondente à sentença
normal para o seu crime sejam libertados.
• ÀS AUTORIDADES JUDICIAIS
• Rever os casos dos reclusos em prisão preventiva para assegurar que as pessoas não
sejam regra geral detidas, a não ser que seja comprovadamente necessário detê-las
no interesse da administração da justiça; e que aguardem julgamento em liberdade,
na condição de serem dadas garantias adequadas de comparecerem para julgamento
ou para outras fases do processo judicial
• Os juízes que apreciam os processos devem:
• apurar se uma confissão foi obtida sob pressão e assegurar que as declarações
eventualmente resultantes de tortura ou outros maus tratos não sejam utilizadas
como provas contra o suspeito.
• À SOCIEDADE CIVIL:
• As organizações que efectuam visitas a locais de detenção devem, na medida do
possível, aumentar o número de visitas a estes locais e assegurar que os casos de
detenção arbitrária sejam imediatamente submetidos à atenção do Procurador-Geral
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BIBLIOGRAFIA
ASANTE SANA
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