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Luanda, 2022/2023
INSTITUTO TÉCNICO DE GESTÃO DO KIKOLO
COORDENAÇÃO DO CURSO DE GESTÃO EMPRESARIAL
PROVA DE APTIDÃO PROFISSIONAL
(PAP)
Luanda, 20222/2023
FICHA DE APROVAÇÃO
DIRECTOR DO INSTITUTO
DIRECTOR PEDAGÓGICO
COORDENADOR DO CURSO
ORIENTADOR
BANCA EXAMINADORA
Presidente do Júri
___________________________________________
1.° Vogal
_________________________________________
2.° Vogal
_________________________________________
Aprovado aos_______/_______/__________
Folha de Aprovação
O presente trabalho de fim do curso foi examinado e aprovado com a nota final de:
_________________,________________(__________________)
I
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar agradecemos à Deus pela vida e pela graça que nos tem
concedido. Agradecemos também aos nossos pais pelo suporte e apoio que nos têm
agraciado em todas as circunstâncias.
II
EPÍGRAFE
Albert Einstein
III
RESUMO
Para atingir tal objectivo, utilizamos o método de pesquisa quantitativo, por ser a
que mais se adequa aos objectivos pretendidos para o presente estudo.
O fundo de maneio serve como proteção pois é uma margem de segurança para
qualquer falta de comprometimento que possa surgir, de modo a ter capacidade de
liquidez e de solver as dívidas do passivo corrente.
IV
ABSTRACT
In order to obtain the necessary results for the elaboration of this work, we
resorted to bibliographic sources, documents and the case study, having carried out the
case study in the company BETA, LDA.
The information collected in the case study showed that the working capital is of
the utmost important because a company without working capital is like a house without
foundations, it has no security.
V
LISTA DE ABREVIATURAS
TA – Tesouraria Activa
TP – Tesouraria Passiva
T – Tesouraria
FM – Fundo de Maneio
TL – Tesouraria Líquida
VI
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE QUADROS
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico nº 01: Variação do FM da empresa BETA, LDA..............................................39
VII
ÍNDICE
DEDICATÓRIA ................................................................................................................ I
AGRADECIMENTOS ..................................................................................................... II
EPÍGRAFE ..................................................................................................................... III
RESUMO ....................................................................................................................... IV
ABSTRACT .....................................................................................................................V
LISTA DE ABREVIATURAS ....................................................................................... VI
LISTA DE FIGURAS ................................................................................................... VII
LISTA DE QUADROS ................................................................................................. VII
LISTA DE GRÁFICOS ................................................................................................. VII
INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 1
CAPÍTULO I: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................... 4
1. Análise financeira ..................................................................................................... 4
1.1. Conceito de análise financeira............................................................................ 4
1.2. Objectivo da análise financeira .......................................................................... 4
1.3. Importância da análise financeira ....................................................................... 5
1.4. Evolução da análise financeira ........................................................................... 5
1.5. Fontes de informação financeira ........................................................................ 7
1.5.1. Balanço ........................................................................................................ 7
1.5.2 – Demonstrações de resultados líquido do exercício ................................. 10
1.5.3 – Demonstração de fluxos de caixa ............................................................ 12
1.6- Fundo de maneio .............................................................................................. 18
1.6.1-Conceito de fundo de maneio ..................................................................... 18
1.6.2 – Análise funcional do equilíbrio financeiro .............................................. 20
1.6.3 – Fundo de maneio funcional ..................................................................... 22
1.6.4 – Necessidade em fundo de maneio ........................................................... 23
1.6.5 – Tesouraria líquida .................................................................................... 24
1.6.6 – Balanço funcional .................................................................................... 25
1.6.7 - Gestão de fundo de maneio ...................................................................... 29
1.6.8 - Política de gestão do fundo de maneio ..................................................... 33
1.6.9. Equilíbrio Financeiro ................................................................................. 35
VIII
CAPÍTULO II: METODOLOGIA DE PESQUISA. ...................................................... 36
2.1 – Conceito de metodologia ................................................................................... 36
2.2- Tipos de pesquisa. ............................................................................................... 36
2.3 - Métodos de pesquisa.......................................................................................... 38
2.3.1 - Procedimentos e métodos da pesquisa. ........................................................... 38
2.4 - Técnicas de pesquisa. ......................................................................................... 39
2.5 – População ou universo e amostra....................................................................... 40
CAPÍTULO III: ESTUDO DE CASO NA EMPRESA BETA, LDA, AOS 31/12/2021
........................................................................................................................................ 41
3.1 – Apresentação da entidade .................................................................................. 41
3.1.1 - Identificação das operações vinculadas à entidade ...................................... 41
3.1.2 - Estrutura funcional da entidade ................................................................... 41
3.2 – Apresentação e análise das demonstrações financeiras da empresa BETA,
LDA aos 31/12/2021 ............................................................................................... 42
CONCLUSÃO ................................................................................................................ 49
RECOMENDAÇÕES..................................................................................................... 51
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 52
IX
INTRODUÇÃO
A empresa deve manter um fundo de maneio que lhe possibilite garantir as suas
condições normais de exploração.
Formulação de problema
1
gestão que propiciam uma gestão eficaz do fundo de maneio. E a gestão do fundo de
maneio influenciará o desempenho financeiro das organizações no curto prazo.
Objectivos
Objectivo geral
Objectivos específicos
2
Justificativa
O mesmo visa responder as várias questões comuns no seio das empresas das
quais estão relacionadas a sua gestão a fim de se alcançar o equilíbrio financeiro através
de uma excelente gestão do fundo de maneio.
Importância
3
CAPÍTULO I: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
1. Análise financeira
Segundo Benzinho & Rodrigues (1997,p. 13) a análise financeira tem como
objectivo o tratamento dos dados económicos e financeiros, referente a empresa e
sector. A técnica de recolha de dados é fundamental para a análise financeira.
4
funcão financeira, através de uma análise financeira que englobará o seguinte (Benzinho
& Rodrigues 1997,p. 13):
• Financiamento.
Assim:
• Equilíbrio financeiro;
• Rentabilidade.
Sendo assim, quanto menor for seu controlo sobre o fluxo de caixa, menor será o
activo corrente, a importância da análise financeira está no facto de que ela proporciona
informação suficiente para que o gestor tome decisões inteligentes e, assim, garanta a
sobrevivência e o desenvolvimento da empresa.
Nos anos 80, dá-se uma revolução financeira, marcada pelo aumento dos riscos
financeiros a que as empresas estavam expostas, pela crescente importância das
emissões de títulos no financiamento das empresas e pela consequente relevância quer
da gestão de tesouraria, quer das variáveis financeiras. A implicação desta revolução foi
o aumento do número de entidades que emitem pareceres sobre a situação financeira das
empresas, não estando já este papel reservado apenas aos bancos.
5
Esta revolução foi acompanhada de alterações na gestão das empresas, no
sentido de questionar os tradicionais intrumentos de análise financeira (como os rácios
ou o fundo de maneio), não para os inviabilizar mas antes para os enriquecer. À medida
que a análise financeira evolui, torna-se assim cada vez mais claro que não se trata de
uma ciência exacta e que não há uma forma única de analisar a saúde financeira de uma
empresa.
❖ Equilíbrio financeiro;
❖ Crescimento;
❖ Risco;
Cada grupo ou indivíduos tem diferentes interesses, por isso fazem a análise
financeira mais adequada aos objectivos pretendidos.Apesar destes objectivos poderem
ser diferentes, as técnicas utilizadas baseiam-se, fundamentalmente, no mesmo conjunto
de informações económico-financeiras (SA, António Lopes de 1997, p 38):
❖ Balanço;
A técnica mais utilizada pela análise financeira é a que recorre aos rácios, um
instrumento de apoio para sintetizar uma enorme quantidade de informação, e comparar
o desempenho económico-financeiro das empresas ao longo do tempo. Constituem
assim uma base de análise financeira, mas não dão respostas. Essas encontrar-se-ão nos
aspectos qualitativos da gestão.
6
1.5. Fontes de informação financeira
➢ Balanço;
➢ Demonstração de Resultado do Exercício;
➢ Demonstração de Fluxo de Caixa.
1.5.1. Balanço
7
O balanço traduz simultaneamente três ideias fundamentais:
8
Quadro nº 1 – Modelo de Balanço Patrimonial
Balanço em____________________________ Valores expressos em_____________
Exercícios
Designação Nota N N-1
ACTIVO
Activo não Corrente
Imobilizações Corpóreas
Imobilizações Incorpóreas
Investimentos em Subsidiárias e Associadas
Outros activos financeiros
Outros activos não corrente
Activos Correntes
Existências
Contas a receber
Disponibilidades
Outros activos correntes
Total do Activo
CAPITAL PRÓPRIO E PASSIVO
Capital Próprio
Capital
Reservas
Resultados Transitados
Resultados do Exercício
Passivo não Corrente
Empréstimos de médio e longo prazo
Impostos diferidos
Povisões para pensões
Provisões para outros riscos e encargos
Outros passivos não correntes
Passivo Corrente
Contas a pagar
Empréstimos de Curto prazo
Parte cor. dos empr. a médio e longo prazo
Outros passivos correntes
9
1.5.2 – Demonstrações de resultados líquido do exercício
10
Quadro nº 2 – Modelo de demonstração de resultado líquido do exercício (por natureza)
▪ Resultados brutos;
▪ Resultados operacionais;
▪ Resultados correntes (antes e depois do imposto);
▪ Resultados exttraordinários (antes e depois do imposto);
▪ Resultados líquidos ;
▪ Resultados por acção.
11
As demonstrações de resultados por natureza são mais utilizadas pelos analistas
financeiros, sempre que não existir a contabilidade analítica, porque são de maior
fiabilidade e consistência em termos de custos e proveitos.
12
meios de pagamentos, a sua quantificação e origem, bem como a utilização do dinheiro
num determinado período.
a) Método Directo;
b) Método Indirecto.
a) Método Directo
13
Quadro nº 04 - Modelo de demonstração de fluxo de caixa (método directo)
Demonstração de fluxos de caixa para o ano findo em.......................................................
Valores expressos em..........................................................................................................
Exercícios
Designação Nota N N-1
Fluxo de caixa das actividades operacionais:
Recebimento (de caixa) de clientes............................................
Pagamentos (de caixa) a fornecedores empregados........................
Caixa gerada pelas operações:
Juros pagos:
Impostos sobre os lucros pagos
Fluxo de caixa antes da rubrica extraordinária:
Caixa líquida proveniente das actividades operacionais
Fluxo de caixa das actividades de investimentos:
Recebimento proveniente de:
Imobilizações corpóreas
Imobilizações incorpóreas
Investimentos financeiros......................................................
Subsídios a investimentos
Juros e proveitos similares
Dividendos os lucros recebidos.............................................
...........................................................................................................
Pagamentos respeitantes a:
Imobilizações Corpóreas
Imobilizações Incorpóres.......................................................
Investimentos Financeiros.....................................................
Fluxo de Caixa antes da rubrica extraordinária
Caixa líquida usada nas actividades de investimentos
Fluxo de caixa das actividades de investimentos
Recebimentos provenientes de:
Aumento de capital, prestações suplementares e vendas de ações
ou quotas próprias
Cobertura de prejuízo
Empréstimos obtidos
Subsídios a exploração e doações..........................................
..........................................................................................................
Pagamento respeitante a:
Reduções de capital a prest. suplement.
Compras de acções ou quotas próprias
Dividendos ou lucros, pagos
Empréstimos obtidos
Amortizações de contratos de locação financ.
Juros e Custos similares pagos
Fluxo de caixa antes da rubrica extraordinária
Caixa líquida usada nas actividades de financiamento
Aumento líquido de caixa e seus equivalentes......................
Caixa e seus equivalentes no fim do período........................
Fonte: Plano Geral de Contab. aprovado pelo decreto nº 82/01, de 16 de Novembro.
14
Vantagens e desvantagens do método directo
Vantagens:
Desvantagens:
b) Método Indirecto
15
a) De todos os deferimentos e pagamentos passados e de todas as provisões de
recebimentos e pagamentos operacionais futuros;
b) De todos os itens que são incluídos no lucro líquido que não afectam
recebimentos e pagamentos operacionais.
16
Modelo de demonstração do fluxo de caixa (método indirecto)
Continuação
Imobilizações corporeias..................................................
Imobilizações incorporeias...............................................
Investimento financeiro....................................................
Subsídios a investimentos.................................................
Juros e proveitos similares...................................................
Dividendo e lúcros recebidos.............................................
Pagamentos respeitantes a:
Imobilizações corporeias..................................................
Imobilizações incorporeias................................................
Investimento financeiro...................................................
Fluxo de caixa antes da rubricas extraordinárias
Caixa liquida usadas na actividade de invenstimento
Fluxo de caixa das actividades de financiamento:
Recebimento proveniente de:
Aumento de capital, prest. suplement. e premios de emissão
Vendas de acções ou quotas proprias.................................
Coberturas de prejuisos.....................................................
Emprestimos obtidos........................................................
Subsídios a exploração e doação..........................................
Pagamentos respeitantes a:
Reduções de capital e prest. suplement...............................
Compras de acções ou quotas proprias..................................
Emprestimos obtidos..........................................................
Amortiz. de contratos de locações finan................................
Juros e custos similares págos.............................................
Fluxo de caixa antes da rubrica extraordinária:
Caixa liquida utilizadas nas actividas de inventimentos...................
Aumento liquido de caixa e seus equivalentes .............................
Caixa e seus equivalentes no inicio do período.............................
Caixa e seus equivalentes no fim do período.................................
Fonte: Plano Geral de Contabilidade aprovado pelo decreto nº 82/01, de 16 de
Novembro.
▪ Vantagens
▪ Desvantagens
17
a) O tempo necessário para gerar as informações pelo regime de
competência é só depois as converter para o regime de caixa. Se isso for
feito uma vez por ano, por exemplo, podemos ter surpresas desagradáveis
e tardias;
Ou
Óptica da liquidez
18
Óptica estrutural
O fundo de maneio é uma margem de segurança para que a empresa possa fazer
face aos seus compromissos a curto prazo.
E não
É necesário então que o fundo de maneio exceda o valor das dívidas a curto
prazo, constituíndo assim uma margem de segurança. Contudo, há actividades em que o
fundo de maneio é negativo e não origina problemas na exploração (exemplo: os
supermercados recebem a pronto e pagam a prazo). Geralmente, quando o fundo de
maneio é negativo, nulo ou de um valor positivo baixo, podem tornar-se insuficiente
para fazer face aos comprimissos a curto prazo. Um fundo de maneio em excesso é
prejudicial, visto que origina gastos de exploração para a empresa. Assim, do ponto de
19
vista da empresa, o fundo de maneio deve ser o mínimo possível. Uma boa gestão do
fundo de maneio implica o seguinte(Carlos & Francisco Nabais 2011, p. 141):
O fundo de maneio, como medida absoluta, apresenta alguns defeitos, pelo que
podemos tirar conclusões complementares através de rácios de liquidez (Carlos &
Francisco Nabais 2011, p. 141).
▪ A situação da tesouraria.
20
Devido às críticas e limitações evidenciadas pela abordagem tradicional, a
maioria dos analistas recorre à abordagem funcional. O balanço funcional resulta de um
conjunto de correcções a efectuar no balanço contabilístico, agregando as contas numa
perspectiva financeira, o que permite pôr em evidência a estrutura financeira de uma
empresa, e apresenta a seguinte estrutura e compreensão:
21
1.6.3 – Fundo de maneio funcional
Ou
Do ponto de vista financeiro, o FMF tem muito mais interesse que o FMP
(Carlos & Francisco Nabais 2011, p. 144) :
➢ Quando o FMF>0, existe uma parte de fundos estáveis que financiam o ciclo de
exploração;
22
1.6.4 – Necessidade em fundo de maneio
➢ NFM>0, indica que a empresa tem de conseguir recursos cíclicos para fazer face
às necedades cíclicas;
23
Poderá então dizer-se que as NFM são um meio de avaliação financeira da
gestão executada na actividade operacional. As NFM constituem uma das grandes
determinantes da política financeira da empresa. Carlos & Francisco Nabais (2011, p.
146)
Ou
Ou
24
▪ Se o seu saldo se aproxima do zero significa que o fundo de maneio está
adequado às necessidades em fundo de maneio.
TL = FMF – NFM = 0
❖ Análise patrimonial
25
➢ Aplicações de fundos
▪ Activo fixo;
▪ Activo corrente;
▪ Instrumentos financeiros;
▪ Acréscimos e diferimentos.
➢ Origem de fundos
▪ Capitais permanentes
▪ Passivos corrente
❖ Análise funcional
➢ Ciclo de exploração;
➢ Ciclo de investimento;
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O balanço funcional tem a seguinte apresentação:
27
➢ Activos correntes: Correspondem a aplicações de curto prazo que serão
utilizadas no decurso normal do ciclo de exploração. São de dois tipos:
28
➢ Recursos próprios: Incluem os recursos próprios da empresa: Capital próprio
contabilístico, empréstimos de sócios ou accionistas e a empréstimos por títulos
de participações, as obrigações conversíveis e parte das provisões para outros
riscos e encargos.
De acordo com Shin e Soenen (1998, p. 54), Deloof (2003, p, 35) e Mamoori e
Mahammad (2012, p. 40) são muitas as empresas que apresentam uma grande
quantidade de capital investido em fundo de maneio, pelo que será de esperar que a
forma como este é gerido tem um impacto na rentabilidade e na liquidez das empresas.
Inclusive, segundo aqueles autores tenderá até existir um trade-off entre ambas,
uma vez que as decisões que tendem a maximizar a rentabilidade não permitem
maximizar a possibilidade de uma empresa ter um nível de liquidez adequado.
Contrariamente, um maior foco na liquidez tenderá a reduzir a rentabilidade.
29
A rentabilidade representa o retorno esperado de um investimento, pelo que na
perspectiva da empresa a rentabilidade dos seus capitais investido resulta
essencialmente da combinação de factores de natureza operacional e financeiro (Silva
2010, p. 63). Enquanto, a liquidez é definida como a “capacidade que a empresa possui
para fazer face às suas obrigações correntes, quando devidas, e ao menor custo possível.
De tal forma, que o pagamento das responsabilidades possa ser efectuado ou pelo cash
flow do período ou pela utilização de recursos de liquidez já existentes” (Mota, 2003, p.
34).
Em termos de análise, a GFM tende a ser aprendida por via da proxy o ciclo de
tesouraria (e.g. Jose et al., 1996; p. 59, Deloof, 2003; p.43, Teruel e Solano, 2007, p.
99). Este representa o número médio de dias que as matérias primas e mercadorias
necessárias ao processo de produção ou de venda permanecem em armazém, adicionado
do tempo médio necessário a receber o dinheiro das vendas realizadas pela empresa
menos o tempo médio de crédito concedido pelos fornecedores. Isto é, o ciclo de
tesouraria resulta do somatório do tempo médio de recebimento dos clientes (TMR)
com tempo médio dos investimentos (TMI) reduzido pelo tempo médio de pagamento
aos fornecedores (TMP).
30
empresas. Uma vez que, proporciona um ambiente de valor de negócio, permite a
empresa criar uma boa imagem de sí própria, uma expansão a outros num bom ambiente
de trabalho entre os trabalhadores e a gestão (Nwankwo, 2010, p. 118).
• Gestão de inventário
31
Segundo motivo, para evitar a flutuação dos preços, ou seja, quando uma
empresa possui um nível de inventários mais elevado poderá optar ou por comprar
apenas se achar que os preços são baixos ou por recusar se os preços forem elevados,
conseguindo assim uma redução do seu custo de fornecimento (Scherr, 1989. p. 116;
Caballero et al 2014, p. 123).
Contudo, apesar do crédito junto do fornecedor ser gratuíto também pode ter um
custo implícito para a empresa principalmente quando a mesma desperdiça desconto de
pronto pagamento, quando disponíveis, muitas vezes utilizados para insentivar a rápida
32
liquidação das facturas por parte dos clientes (Teruel & Solano, 2010, p. 152; Martins et
al, 200, p. 89).
33
As empresas têm, pois, possibilidade de adequar as suas estratérgias de
financiamentos e de investimento consoante o cenário em que se encontram e o nível de
risco que pretendam assumir.
Tal facto poderá provocar efeitos prejudiciais no resultado das empresas quer
pela necessidade de recorrer exageradamente a empréstimos de curto prazo para suprir
as suas carências de liquidez e financiar parte dos investimentos. Quer pela diminuição
dos proveitos operacionais, pelo incumprimento nas obrigações e pela perda no poder
negocial junto dos fornecedores (Pires, 2006, p. 175).
34
Assim, numa situação de carência de liquidez o gestor financeiro deverá ter
conhecimento sobre todas fontes disponíveis de fundo de maneio, no sentido de
colmatar as necessidades existentes. Uma vez que, para uma gestão eficiente do FM
uma empresa não deverá apresentar nem excesso nem carência de liquidez (Nwankwo
& Osho, 2010, p. 140; Mota 2003, p. 198).
35
CAPÍTULO II: METODOLOGIA DE PESQUISA.
De acordo com Lakatos & Marconi (2007,p.86) afirmam que o método científico
não é exclusivo da ciência, sendo possível usá-los para a resolução de problemas do
quotidiano. Destacam que, por outro lado, não há ciência sem o emprego de métodos
ciêntificos. Pesquisar é procurar uma informação que não sabemos e que precisamos
saber.
36
da pesquisa é descobrir respostas para problemas mediante o emprego de
procedimentos científicos. Pesquisa é um conjunto de acções, propostas para encontrar
a solução para um problema, que têm por base procedimentos racionais e sistemáticos.
A pesquisa é realizada quando se tem um problema e não se têm informações para
solucioná-lo.
37
2.3 - Métodos de pesquisa.
a) A pesquisa quantitativa lida com factos (tudo aquilo que pode se tornar objectivo
através da observação sistemática, evento bem especificado, delimitado e
mensurável);
Segundo Lakatos & Marconi (2007, p. 157), a pesquisa pode ser considerada
como procedimento formal com método de pensamentos reflexivo que requer um
tratamento científico e se constitui no caminho para se conhecer a realidade e descobrir
verdades parciais. Significa muito mais do que apenas pesquisar, mas descobrir
respostas para as perguntas ou soluções para os problemas através do emprego de
métodos científicos.
38
A pesquisa qualitativa centra-se na objectividade influenciada pelo positivismo,
considera que a realidade só pode ser compreendida com base na análise de dados
brutos com auxilio de instrumentos padronizados e neutros.
Nesse caso o modelo de pesquisa utilizado por nós é a pesquisa quantitativa que
tem como objectivo fazer compreender a realidade com base as informações
matemáticas.
Selltiz (1965, p. 281) aponta alguns factores que exercem influência no retorno
dos questionários: “O patrocinador, a forma atraente, a extensão, o tipo de carta que
acompanha, solicitando colaborações; as facilidades para seu preenchimento e sua
devolução pelo correio; motivos apresentados para resposta e tipo de classe de pessoas a
quem é enviado o questionário.
39
2.5 – População ou universo e amostra
Segundo Lakatos & Marconi (1977, p. 105), amostra é a parte da população que
é tomada como objecto de investigação da pesquisa. é o subconjunto da população.
40
CAPÍTULO III: ESTUDO DE CASO NA EMPRESA BETA,
LDA, AOS 31/12/2021
A empresa Beta, Lda é constituída por uma estrutura funcional clássica que no
topo da pirâmide estão os Sócios-Gerentes e hierárquicamente abaixo a estrutura de
direcções. Sendo uma estrutura vocacionada para o comércio empresarial e a retalho, os
maiores investimentos efectuados em uma estrutura comercial (Loja e armazéns) em
Luanda, com cerca de 2.000𝑚2 e que emprega cerca de 56 pessoas e uma carrinha como
loja ambulante.
41
3.2 – Apresentação e análise das demonstrações financeiras da empresa
BETA, LDA aos 31/12/2021
BALANÇO PATRIMONIAL
Empresa: BETA, LDA
Balanço em: 31 de Dezembro de 2021 |Valores expressos em: Kwanzas
Quadro nº: 07 – Balanço Patrimonial da empresa Beta, Lda.
Exercícios
Designação Notas 2021 2020 2019
Activo
Activo não corrente
Imobilizações corpóreas 4 64.675.335,69 85.278.675,44 86.978.688,80
Imobilizações incorpóreas 5 0,00 0,00 0,00
Investimentos em sub. e ass. 6 0,00 0,00 0,00
Outros activos financeiros 7 0,00 0,00 0,00
Outros activos não correntes 9 0,00 0,00 0,00
TOTAL DO A.N.C 64.675.335,69 85.278.675,44 86.978.688,80
Activo corrente
Existências 8 1.215.536.477,45 1.113.962.299,43 1.268.606.163,78
Contas a receber 9 4.092.878.820,79 3.773.262.615,55 2.917.054.475,62
Disponibilidades 10 1.158.571.178,76 1.286.340.710,21 747.283.324,24
Outros activos corrente 11 0,00 0,00 0,00
TOTAL DO A.C 6.466.986.477,00 6.173.565.625,19 4.932.943.963,64
Total do activo 6.531.661.812,69 6.258.844.300,63 5.019.922.652,44
C.P E PASSIVO
Capital próprio
Capital social 12 35,00 35,00 35,00
Reservas legais 13 434.827.138,32 399.400.196,77 372.355.025,67
Resultados transitados 14 0,00 0,00 0,00
R.L.E 282.580.670,98 661.302.908,88 556.292.602,10
TOTAL DO C.P 717.407.844,30 1.060.703.140,65 928.647.662,77
Passivo não corrente
Empréstimo a M/L prazo 15 0,00 0,00 0,00
Impostos diferidos 16 0,00 0,00 0,00
Provisões para pensões 17 0,00 0,00 0,00
Prov. p/ outr. Risc. e pens 18 0,00 0,00 0,00
Outros pasivos não corrent. 19 0,00 0,00 0,00
TOTAL DO P.N.C 0,00 0,00 0,00
Passivo corrente
Contas a pagar 19 5.814.253.968,39 5.198.141.159,98 4.091.274.989,67
Empréstimos de curto prazo 20 0,00 0,00 0,00
Part. Cor. Dos emp. M/L p 15 0,00 0,00 0,00
Outros passivos correntes 21 0,00 0,00 0,00
TOTAL DO P.C 5.814.253.968,39 5.198.141.159,98 4.091.274.989,67
42
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS
(Por Natureza)
Empresa: BETA, LDA
Valores expressos em: Kwanzas
Quadro nº: 08: Demonstração de resultados em: 31 de Dezembro de 2021
Exercícios
Designação Notas 2021 2020 2019
43
DEMONSTRAÇÃO DE FLUXO DE CAIXA
(Método Indirecto)
Empresa: BETA, LDA
Exercício findo em: 31 de Dezembro de 2021 | Valores expressos em: Kwanzas
Quadro nº: 09 – Demonstração de Fluxo de Caixa
Exercícios
Designação Notas 2021 2020 2019
Fluxo de Caixa das Act. Operacion.:
Result. Líq. Antes dos imp. E das R.E. 376.774.227,97 944.718.441,26 794.703.717,29
Ajustamentos:
Depreciações 24.805.030,80 23.284.034,04 18.631.171,20
Amortizações 0,00 0,00 0,00
Ganhos na alien. De imobilizações 0,00 0,00 0,00
Perdas na alien. De imobilizações 0,00 0,00 0,00
Resultados financeiros 0,00 0,00 0,00
Result. extraordinários 0,00 0,00 0,00
44
Demonstração do fluxo de caixa da empresa Beta, Lda (método indirecto)
Continuação
Pagamentos respeitantes à:
Imobilizações corpóreas - 4.201.691,05 - 85.278.675,44 - 66.052.776,24
Imobilizações incorpóreas 0,00 0,00 0,00
Investimentos financeiros 46
Pagamentos respeitantes à:
Produções de capital e prest. Suple.
Compras de acções ou quot. Próp.
Dividendos ou lucros pagos - 233.024.695,88 - 471.178.322,58 0,00
Empréstimos obtidos
Amort. De contratos de locação fin.
Juros e custos similares pagos - 3.006.421,14
Imposto de início de actividade
Outros pagamentos de act. Operac. - 66.754.077,40
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BALANÇO FUNCIONAL
Empresa: BETA, LDA
Valores expressos em: Kwanzas
Quadro nº: 10: Balanço funcional em: 31 de Dezembro de 2021
Exercícios
Designação 2021 2020 2019
1- Capital próprio 717.407.844,30 1.060.703.140,65 928.647.662,77
2- Capital alheio estável 0,00 0,00 0,00
3- Capital permanente(1+2) 717.407.844,30 1.060.703.140,65 928.647.662,77
4- Activo fixo 64.675.335,69 85.278.675,44 86.978.688,80
5- Fundo de Maneio(3-4) 652.732.508,61 975.424.465,21 841.668.973,97
6- Inventários e activos biológicos 1.215.536.477,45 1.113.962.299,43 1.268.606.163,78
7- Clientes 4.092.878.820,79 3.773.262.615,55 2.917.054.475,62
8- Adiantamento a fornecedores 0,00 0,00 0,00
9- Estado e outros entes públicos 0,00 0,00 0,00
10- Outros deved. de exploração 0,00 0,00 0,00
11- Nec. Cíclicas(6+7+8+9+10) 5.308.415.298,24 4.887.224.914,98 4.185.660.639,40
12- Fornecedores 5.814.253.968,39 5.198.141.159,98 4.091.274.989,67
13- Adiantamentos de clientes 0,00 0,00 0,00
14- Estado e outros entes públicos 0,00 0,00 0,00
15- Outros cred. De exploração 0,00 0,00 0,00
16- Rec. Cíclicos(12+13+14+15) 5.814.253.968,39 5.198.141.159,98 4.091.274.989,67
17- Necessidades de FM(11-16) - 505.838.670,15 - 310.916.245,00 94.385.649,73
18- Tesouraria líquida(5-17) 1.158.571.178,76 1.286.340.710,21 747.283.324,24
Fonte: Elaboração própria com base nos dados da empresa BETA, LDA.
46
Gráfico nº 01: Variação do FM ao longo dos exercícios
económicos de 2019, 2020 e 2021
975.424.465,21
841.668.973,97
652.432.508,61 2021
2020
2019
Fonte: Elaboração própria com base nos dados da empresa BETA, LDA.
94.385.649,73
-505.838.670,15
Fonte: Elaboração própria com base nos dados da empresa BETA, LDA.
47
O gráfico acima apresentado, ilustra-nos a variação das Necessidades em Fundo de
Maneio dos períodos de 2019, 2020 e 2021, e verificou-se que o período de 2019 a empresa
BETA, LDA apresentou NFM >0, e em 2020 apresentou NFM<0, melhorando ainda a sua
situação em 2021.
1.286.340.710,21
1.158.571.178,76
747.283.324,24 2021
2020
2019
Fonte: Elaboração própria com base nos dados da empresa BETA, LDA.
48
CONCLUSÃO
49
Relativamente as hipóteses, as mesmas mostraram-se verdadeiras, verificando
assim que o Fundo de Maneio pode servir como um factor determinante na gestão do
património das empresas de forma a detectar problemas de gestão patrimonial e corrigir
ou impedir totalmente a existência de ruptura de tesouraria na empresa. E serve como
reserva de emergência financeira quando a empresa não consegue honrar com as suas
obrigações a curto prazo.
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RECOMENDAÇÕES
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
✓ JOSÉ, M., LENCASTER, C., & STEVENS, J. (1996). Corporate Returns and
Cash Conversion Cycles (Vol. 20). Journal of Economics and Finance;
✓ MARTINS, A., CRUZ, I., AUGUSTO, M., SILVA, P., & GONSALVES, P.
(2009). Manual de Gestão Financeira Empresarial. Coimbra Editora;
52
✓ NABAIS, C., & NABAIS, F. (2011). Prática Financeira I - Análise Económica
& Financeira (8ª edição ed.). Maneuel Prático, Lidel-edições;
✓ PETTERSON, M., & RAJAN, R. (1997). Trade Credit: Theory and Evidence
(Vol. 10). Oxford Journal - Oxford University Press;
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