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MAURI, Fernando2
Ifes - Campus Cachoeiro de Itapemirim
fernandommauri@gmail.com
Resumo:
Este relato de experiência refere-se à atividade de observação, coparticipação e regência
desenvolvida na disciplina de Estágio Supervisionado II do curso de Licenciatura em
Matemática do Ifes4. Tomando por base o tema proposto pela disciplina, "A profissão
docente: relatos de experiências nos anos finais do ensino fundamental e suas contribuições
para o aprofundamento da práxis do futuro professor de matemática", buscamos entrelaçar
as nossas vivências enquanto alunos das séries finais do ensino fundamental com a prática
docente vivenciada nas atividade do estágio supervisionado II. Além disso, relacionamos
as contribuições da disciplina do Estágio Supervisionado II para nossa formação enquanto
professores de matemática.
1. Introdução
1
Graduanda em Licenciatura em Matemática
2
Graduando em Licenciatura em Matemática
3
Mestre em Educação pela Universidade Federal do Espírito Santo
4
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo, Campus Cachoeiro de Itapemirim.
VI SEMAT – Seminário da Licenciatura em Matemática
Ifes - Instituto Federal do Espírito Santo, Campus Cachoeiro de Itapemirim/ES – 27 a 30 de Agosto de 2014.
2.1 Observação
O que mais nos chamou a atenção foi que a professora Maria da Penha, apesar de
possuir 35 anos de experiência, 20 anos nesta escola, leciona cada aula como se fosse a
primeira. A etapa de observação das aulas da professora Bia foi de suma importância para
nossa formação, para sermos mais precisos, para a construção da nossa identidade
profissional. Além de termos observado e aprendido com as aulas da professora Bia,
tivemos a oportunidade de conhecer as turmas, em específico, a turma do sétimo ano dos
anos finais do ensino fundamental na qual realizamos a atividade de regência. Conhecer a
turma foi muito importante no momento de planejar e lecionar a atividade de regência.
2.2 Coparticipação
A professora nos deu muita liberdade para coparticipar das aulas. Ela se interessou
muito por nossa atitude de ir de mesa em mesa para tirar as dúvidas dos alunos, pois, para
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ela, as turmas são compostas por uma quantidade muito extensa de alunos e ela não tem
condições de dar atenção individual a todos.
Neste sentido, nossa coparticipação em sala de aula foi bem aceita pelos alunos,
uma vez que, segundo relatos deles, somos muito “pacientes” para tirar as suas dúvidas,
pois, quando nos pediam ajuda, tentávamos utilizar uma linguagem mais simplificada para
o entendimento deles. Graças a isso constatamos que eles sentem falta de atenção
individual por parte dos professores.
2.3 Regência
A professora Bia nos deu total liberdade no planejamento das aulas nas quais
lecionamos, tomando por base o livro didático “Matemática e Realidade”, de Gelson Lezzi
(2005) e, principalmente, nossos conhecimentos prévios. Contamos também com as dicas
preciosas da professora Bia. Ao prepararmos as aulas, nossa preocupação era acerca da
aprendizagem dos alunos. Para isso, adotamos uma metodologia lúdica e divertida, com o
intuito de que os alunos aprendessem de forma mais prazerosa. A nossa expectativa era
que a aula fosse envolvente e atraente aos olhos do educando.
Nossa principal dificuldade na preparação das aulas foi o fato de nunca termos
lecionado. Isso gerou um pouco de insegurança e dúvidas quanto à eficácia dos métodos
escolhidos para o ensino dos conteúdos. Entretanto, o auxílio da professora Bia foi de
extrema importância para adquirirmos segurança, pois, apesar da liberdade que nos
proporcionou quanto à escolha da metodologia e do material que iríamos utilizar, contamos
com sua experiência na elaboração das aulas.
Conforme pontua Perez (2004), não devemos adotar única e exclusiva prática
educativa para explanar um conteúdo. Assim, ao planejar nossas aulas, tentamos ser o mais
abrangente possível. Neste sentido, não nos prendemos a um único método para explicar
um único conteúdo.
Utilizando as três fitinhas cortadas e cola para papel, orientamos aos alunos que
desenhassem um triângulo por meio de colagem. Veja os triângulos feitos por alguns
alunos na figura 2.
Após todos os alunos terem construído seus triângulos, pedimos a eles que
cortassem três fitas de comprimentos 12 cm, 6 cm e 4 cm. Em seguida, os alunos foram
orientados a formar um triângulo com estas fitinhas. Prometemos aos alunos que quem
formasse o triângulo primeiro ganharia um pirulito.
Acreditamos que o motivo que os levaram a participar da nossa aula foi o fato de
termos escolhido uma metodologia que nos possibilitou, de certa forma, atrair a atenção de
todos, ou seja, utilizamos uma metodologia diferente daquela na qual estão acostumados.
Neste sentido, procuramos lecionar de forma investigativa e utilizamos materiais
diferentes, pois, segundo Perez (2004) o método de ensino adotado pelo professor, se
tomar por base uma linguagem de simbolismo e alto grau de abstração, pode causar o
desinteresse dos alunos para com o estudo da Matemática. Vale lembrar que uma outra
forma que utilizamos para motivar e incentivar a participação dos alunos foi desafiando-os
e premiando com pirulitos aqueles que acertassem nossas perguntas e questionamentos.
(2008) pontua que devemos utilizar o erro para promover no estudante questionamentos e
pesquisa.
A professora Bia não interferiu em nossas aulas, ela ficou somente observando.
Neste aspecto, trabalhamos muito, mas foi muito gratificante. Acredito que nossa aula foi
muito boa, pois conseguimos realizar o nosso principal objetivo que era o aprendizado dos
alunos e, também, o nosso, é claro.
3. Conclusão
O Estágio Supervisionado II, de maneira geral, foi realizado com sucesso e sem
nenhum problema. Tivemos a oportunidade de aprender na prática o que é ser professor de
matemática. O momento que mais gostamos foi o da regência, pois deixamos de ser apenas
observadores e coparticipadores e passamos a ser, por algumas horas, professores de
matemática, e isso era o que ansiávamos desde quando começamos o curso de licenciatura
em matemática. Neste sentido, terminamos as aulas de regência com o sentimento de dever
cumprido e superando todas as nossas expectativas.
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Para Ponte (1996), existem três maneiras de estar em cada momento de nossa
profissão: os investidos, que vivem a sua profissão com entusiasmo e responsabilidade; os
acomodados, que não tem esperança de mudança no ensino e encaram a sua profissão
apenas como um meio de sobrevivência, e os transitórios, que estão na profissão apenas de
passagem. Neste aspecto percebemos que nós assumimos a postura dos investidos. Assim,
o principal aprendizado que tivemos enquanto estagiários é que devemos seguir nossa
carreira com muito estudo, dedicação, atenção e principalmente reflexão. Desta forma, é
necessário buscar sempre novas idéias para tentar fazer um trabalho cada vez melhor.
4. Referências Bibliográficas
LORENZATO, S. Por que não ensinar geometria? In: Educação Matemática em Revista
SBEM 4. 1995.
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OLIVEIRA, Regina Célia de. O ensino de geometria nos anos iniciais: o que
privilegiam os professores. Actas del VII CIBEM, ISSN 2301-0797, Montevideo,
Uruguay, p. 1585-1592, 2013.