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Educação

Inclusiva
Aula 2

SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DE SÃO BERNARDO DO CAMPO


SE 1 - Departamento de Ações Educacionais
Secretaria de Educação
SECRETARIA de São Bernardo do Campo
Secretaria de DE EDUCAÇÃO
Educação deDE SÃO
São BERNARDOdo
Bernardo DOCampo
CAMPO

SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO
Celso Ricardo Silva

DEPARTAMENTO DE AÇÕES EDUCACIONAIS-SE 1


Nueli Olinda Quirino de Souza Vinturini
Patrícia dos Santos Vieira de Oliveira
Rosangela Alves Babinska

DIVISÃO DE ENSINO FUNDAMENTAL, EDUCAÇÃO INFANTIL E DE JOVENS E


ADULTOS- SE 11
Vanessa de Magalhães Pina

DIVISÃO DE SUPORTE AO ENSINO - SE 12


Regina Maura Mazzari Viegas

SEÇÃO DE VALORIZAÇÃO DO MAGISTÉRIO E FORMAÇÃO DE PROFESSORES- SE 121


Rosa Maria Monsanto Glória

NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA- NEAD


Kátia Raquel Viana
COORDENAÇÃO GERAL DO CURSO
Rosa Maria Monsanto Glória
,
CURADORIA, ORGANIZAÇÃO E PRODUÇÃO DE CONTEÚDO
Joseleine de Campos Gomes
Olga Kikue Takinami
PRODUÇÃO DE CONTEÚDO
Caroline Frank de Almeida
Daniela Melo de Almeida
Dayane de Freitas Brito
Diones A. F. A. de Araújo
Edison de Queiroz Júnior
Janice Caovila
Maria Aparecida R. Silva
Renan Gomes Pires
Tatiane Cristina Garcia

PROJETO CRIATIVO, COPIDESQUE E DESIGN INSTRUCIONAL


Katia Raquel Viana
Vinicius Salermo de Lima

EDIÇÃO GRÁFICA E DESENVOLVIMENTO WEB


Vinicius Amorim Belli

ADMINISTRAÇÃO DE DADOS
Bárbara Paz Rodrigues Marques Trovão
Sumário
● Introdução 4
● Deficiência e inclusão social 5
● A pessoa com deficiência e a
inclusão escolar 11
● Olhar inclusivo: uma escola para
todos 19
● Leituras complementares 31
● Consolidando as aprendizagens
33
● Validando as aprendizagens 39
● Referências bibliográficas 43
Introdução

Olá!

Seja bem-vindo(a) à aula 2, do Curso


Educação Inclusiva .
Nesta aula, vamos estudar como se deu o
processo de inclusão escolar: desde seu
início, fundamentado nos movimentos pelos
direitos civis das pessoas com deficiência,
passando pelos principais marcos legais
educacionais até os dias de hoje.
Muitas vezes não conseguimos
compreender como chegamos até aqui, ou
não aceitamos as mudanças como
decorrentes de uma história e é para isso
serve este resgate.
Por fim, vamos propor uma reflexão sobre
as práticas escolares diante da perspectiva do
olhar inclusivo de uma Escola para Todos,
compromisso daqueles que trabalham na
educação e que dia a dia, no “chão” da escola
fazem a história da Educação Inclusiva.

Bons estudos!

4
Deficiência e
Inclusão Social

5
Deficiência e Inclusão Social
Você tem boa memória? Tente se lembrar do
seu tempo de escola, havia algum aluno com
deficiência na sua turma? E na sua escola? Que
tipo de deficiência eles tinham? A reflexão sobre o
passado pode nos ajudar a compreender o
presente.
Hoje, vamos falar sobre inclusão. Você sabe
qual é o significado de inclusão? Escreva o que
você sabe num pedaço de papel, guarde-o
porque mais tarde voltaremos a ele.
Pode ser que você tenha estudado com
crianças com deficiência, no entanto, nem sempre
estas foram bem vindas na escola.
Pode ser também que você as tenha visto em
sua escola, porém restritas a uma única classe, a
chamada ‘classe especial’, ou então, você se
lembre das escolas especiais, onde estavam
segregados todos os alunos que apresentavam
algum tipo de deficiência.
A inclusão nas escolas, como conhecemos
hoje, nem sempre foi assim. Isso porque as
pessoas com deficiência nem sempre tiveram
seus direitos garantidos e suas vozes
representadas na sociedade. A inclusão está
diretamente ligada ao processo histórico
marcado pela luta das pessoas com deficiência e
de suas famílias pelos seus direitos.
6
Nos primórdios da humanidade, pessoas que
apresentavam algum tipo de deficiência eram
consideradas como aberrações ou monstros. Tempos
mais tarde, as deficiências eram vistas como castigos
divinos. Durante dezenove séculos as pessoas com
deficiência permaneceram à parte da sociedade. Já
pensou o que isso representa na história da
humanidade? Muito tempo, né? Saiba mais sobre isso
nas Leituras Complementares - Breve trajetória
histórica do movimento das pessoas com deficiência.
Foi somente no século XX que se deu início o
movimento inclusivista. Logo após a Segunda Guerra
Mundial, com a Declaração Universal dos Direitos
Humanos, houve preocupação em reabilitar o grande
contingente de pessoas feridas na guerra e que por
consequência se tornaram deficientes físicos.
Para compreender melhor o assunto, vamos
assistir este vídeo que expõe um panorama histórico
da inclusão social das pessoas com deficiência,
disponível em https://youtu.be/W7Emi1DBWyM
Ou utilize o
leitor de QR
CODE do seu
celular

7
Observe na linha do tempo alguns dos marcos na
construção da Educação Inclusiva no mundo e no
Brasil.

Educação Inclusiva no mundo e no Brasil

1988 - Constituição Federal:


traz pela primeira vez a ideia
de que a educação é para
todos, falando em igualdade
de condições de acesso e
permanência na escola
1990 – Lei nº 8.069/90 - Estatuto da
Criança e do Adolescente (ECA), artigo
55: afirma que os pais possuem
obrigação de matricularem seus
filhos na escola.

1990 - Declaração Mundial de


Educação para Todos:
chama a atenção dos países para a
universalização do ensino básico..
1994: Declaração de
Salamanca: defende que a
escola deve incluir a todas as
crianças, sem qualquer
discriminação.
1996: Lei n. 9.394/96
Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional:
em relação à inclusão mantém o
atendimento educacional
especializado substitutivo à
escolarização.

8
1999 - Política Nacional
para a Integração da Pessoa
Portadora de Deficiência: Define a
educação especial como uma
modalidade transversal a todos os
níveis e modalidades de ensino,
enfatizando a atuação
complementar da educação
especial ao ensino regular. 2001 - Diretrizes Nacionais
para a Educação Especial na
Educação Básica: tornou oficial no
Brasil o termo Educação Inclusiva e
“necessidades educacionais
especiais”. Apresentou a proposta
2005 - Programa de de flexibilização e
Implantação das Salas de
adaptação curricular.
Recursos Multifuncionais:
fornecimento de material
especializado para a 2008 - Política Nacional de
construção das salas. Educação Especial na
Perspectiva da Educação:
assegura a inclusão escolar de alunos
com deficiência, transtornos globais
do desenvolvimento e altas
habilidades/superdotação,
orientando os sistemas de ensino
2015- Lei Brasileira de para garantir o acesso ao ensino
Inclusão da pessoa com regular e condições reais de
deficiência- também conhecido aprendizagem e
como Estatuto da Pessoa com permanência. .
Deficiência, destinada a assegurar e
a promover, em condições de
igualdade, o exercício dos direitos e
das liberdades fundamentais por
pessoa com deficiência, visando
à sua inclusão social
e cidadania.

9
Esta linha do tempo está disponível também
em
https://prezi.com/view/ZN6Dg4ddkTSkeMHWDQ
Up/

Ou utilize o
leitor de QR
CODE do seu
celular

Percebeu como esta história de inclusão é


recheada de diretrizes e leis para garantir os direitos
das pessoas com deficiência, mas será que ter a lei
basta ? Será que por força de lei toda pessoa com
deficiência está efetivamente incluída na escola?

Você reparou nos símbolos que foram utilizados


para ilustrar o gráfico : educação Inclusiva no mundo e
no Brasil? Saiba mais sobre eles nas leituras
complementares.

10
A Pessoa
com Deficiência
na Escola

11
A Pessoa com
Deficiência na Escola
Como já estudamos anteriormente, o
conceito de deficiência sofreu várias mudanças
ao longo da história. Segundo o Ministério da
Educação (MEC)

Considera-se pessoa com


deficiência aquela que tem
impedimentos de longo prazo, de
natureza física, mental ou sensorial
que, em interação com diversas
barreiras, podem ter restringida sua
participação plena e efetiva na escola e
na sociedade.
O que podemos concluir com esta
definição? Talvez, que o fator que restringe a
participação de um pessoa com deficiência na
escola ou na sociedade não é a deficiência em
si, mas a interação com as barreiras (que podem
ser físicas ou humanas). Ora, então podemos
dizer que é na interação com barreiras sociais
que a participação das pessoas com algum
impedimento físico, mental, intelectual ou
sensorial pode ser impedida.
Quer ver isso na prática como acontece?
Assista esta animação Ian – Uma Estória
Verídica de Inclusão e observe quais são as
verdadeiras barreiras para que a inclusão se
efetive de fato.
12
Você poderá acessar em
https://www.youtube.com/watch?v=bL9lQnpCqyI.

Ou utilize o
leitor de QR
CODE do seu
celular

O que você achou do vídeo? Conseguiu


identificar alguma barreira para a inclusão do aluno?
Se sim, onde ela estava? Você pode pensar na sua
prática diária e identificar situações parecidas com
esta. Ah! Mas não se esqueça de pensar também no
que podemos fazer para eliminar estas barreiras na
escola.
Sabia que em muitos textos você vai encontrar a
Educação inclusiva conceituada como mudança de
paradigma na Educação?

Paradigma? Mas o que é isso?

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O que é?
Paradigma
Visão ou percepção intelectual , aceita por um
indivíduo ou por um grupo de indivíduos como
exemplo, modelo ou padrão de como as coisas
acontecem neste mundo.

Mudança de Paradigma
Alteração na visão ou percepção intelectual de
como as coisas acontecem neste mundo. Por
exemplo, houve uma mudança de paradigma
quando se passou a aceitar que pensamentos e
sentimentos estão centrados no cérebro, e não
no coração.

Agora que conhecemos um pouco mais da


situação da pessoa com deficiência, vamos pensar
como isto pode se dá na escola.
Observe o quadro a seguir. De um lado está a
coluna da escola na visão da Integração do aluno
com deficiência, ou seja suas características são
marcadas pelo acesso da pessoa com deficiência na
escola, mas não nas mudanças de postura para o
sucesso deste aluno. Do outro lado, na visão de
Inclusão, podemos observar que a escola considera
as necessidades de todos os alunos, inclusive os com
deficiência, com transformações na sua prática..

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À isso se dá o nome de mudança de paradigma !
Veja se você consegue perceber a diferença entre as
práticas de integração escolar e as práticas de
educação inclusiva?

PRÁTICAS DE INTEGRAÇÃO PRÁTICAS DE EDUCAÇÃO


ESCOLAR INCLUSIVA
.
DA HOMOGENEIDADE À DIVERSIDADE

DA NORMALIZAÇÃO AO DIREITO À DIFERENÇA

DO ISOLAMENTO À COOPERAÇÃO

DA AVENTURA SOLITÁRIA À RESPONSABILIDADE COLETIVA

DA DIFERENÇA COMO PROBLEMA À DIFERENÇA COMO DESAFIO

DA INDIFERENÇA À DIFERENÇA À VALORIZAÇÃO DA DIVERSIDADE

DO CURRÍCULO ÚNICO AO CURRÍCULO FLEXÍVEL

DO INDIVÍDUO AO CONTEXTO

DA SELEÇÃO DOS MELHORES AO SUCESSO PARA TODOS

DA ENTRADA NA ESCOLA SOB A FAZER PARTE DA ESCOLA QUE


CONDIÇÃO GERA CONDIÇÕES

DO PROGRAMA ESPECÍFICO ÀS ESTRATÉGIAS PARA A CLASSE

DO DÉFICIT AO POTENCIAL

DA INTEGRAÇÃO ESCOLAR À EDUCAÇÃO INCLUSIVA

Se pararmos para refletir como isso vem


ocorrendo em nossas escolas, podemos constatar que
ainda realizamos algumas práticas integrativas, o que

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é normal, já que a educação inclusiva é um processo
que vai acontecendo ao longo do tempo.
Já avançamos muito nesta história, a ilustração a
seguir nos ajuda a perceber melhor as etapas que
percorremos na Educação de pessoas com deficiência,
desde a exclusão á inclusão.

As diferentes concepções na Educação de Pessoas


com Deficiências

https://www.linkedin.com/pulse/diferen%C3%A7a-entre-exclus%C3%A3
o-segrega%C3%A7%C3%A3o-integra%C3%A7%C3%A3o-e-bem-cruzo
letto

Eles nos ajudam a identificar algumas destas


práticas que carregamos ainda hoje em nossas

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atitudes, porém ajuda-nos também a não nos
conformar em repetir estas práticas neste
desafiador caminho da Inclusão.
Para marcarmos a diferença entre o paradigma
da inclusão e o da integração, trazemos um vídeo
de como estes conceitos se diferenciam na prática.
Ele está disponível no seguinte link:
https://www.youtube.com/watch?v=c5dVQQQFAEo

Ou utilize o
leitor de QR
CODE do seu
celular

O projeto de educação inclusiva de uma escola


deve envolver desde a gestão, passando pela
coordenação, professores, auxiliares em educação,
estagiários em pedagogia, inspetores...enfim, todos
da equipe escolar devem se sentir responsáveis pelo
aluno. Isto envolve você !!

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Sabemos que pensar a inclusão e mais ainda,
colocá-la em prática não é tarefa fácil. Por isso ver
histórias de sucesso nos ajudam a pensar nossa
própria realidade e nos motiva a tomar atitudes
inclusivas no nosso fazer na escola e na vida.
O documentário produzido pelo Instituto Rodrigo
Mendes, através do projeto Diversa, retrata a
realidade do Colégio Estadual Coronel Pilar,
referência em educação inclusiva em um município
do Rio Grande do Sul, apresenta a trajetória de
Renata, estudante com Síndrome de Down.
Para ler sobre o estudo de caso e ver o vídeo
completo acesse o
site:https://diversa.org.br/estudos-de-caso/o-caso-
do-colegio-estadual-coronel-pilar-santa-maria-rio-gr
ande-do-sul-brasil/

Ou utilize o
leitor de QR
CODE do seu
celular

18
Olhar Inclusivo:
Uma Escola
Para Todos

19
Olhar Inclusivo:
uma escola para todos
Quando pensamos em inclusão, o que
primeiro vem a sua mente? Normalmente, o
mais comum é pensarmos na necessidade de
adaptação de móveis, espaços e atividades, ou
seja, aquilo que está fora de nós.
Porém, precisamos ir além. Como já
dissemos, inclusão é uma mudança de postura,
uma mudança de vida e, portanto, exige de nós
não apenas mudança no que está fora de nós ,
mas na forma de olharmos para a diversidade de
pessoas que nos rodeia. Passa pela
transformação dos nossos pensamentos e de
atitudes frente a situações que ocorrem
diariamente.
Mas você deve estar se perguntando, como
posso fazer isso ? Calma …. isso não se constrói
de uma hora para outra. É um processo que se
sedimenta no dia a dia, com as experiências que
passamos nos diferentes espaços que
frequentamos, entre esses, está a escola.

“Se puderes olhar vê.


Se puderes ver, repara.”
Saramago

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Um grande passo nesse caminho é observar o
contexto escolar cuidadosamente, tendo como
referência este olhar inclusivo.
Isto implica em considerar as necessidades da
pessoa com deficiência na relação com as barreiras
dadas pelo contexto que ela está inserida. Pense na
sua escola, você consegue olhar as situações do dia dia
desta forma inclusiva?
Para nos auxiliar no entendimento desta política na
educação precisamos conhecer a Política Nacional de
Educação Especial na Perspectiva da Educação
Inclusiva (conheça-a na íntegra em leituras
complementares). Ela define:
...em todas as etapas e modalidades da
educação básica, o atendimento
educacional especializado é organizado
para apoiar o desenvolvimento dos alunos,
constituindo oferta obrigatória dos
sistemas de ensino. Deve ser realizado no
turno inverso ao da classe comum, na
própria escola ou centro especializado que
realize esse serviço educacional [...] No
processo de avaliação o professor deve criar
estratégias considerando que alguns alunos
podem demandar ampliação de tempo para
a realização dos trabalhos e o uso da língua
de sinais, de textos em Braille, de
informática ou de tecnologia assistiva como
uma prática cotidiana (BRASIL, 2007, p.16).

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Você percebeu que tivemos muitos avanços na
legislação? Já reparou que ano a ano recebemos mais
alunos com deficiência na escola pública e nossos
desafios só aumentam?

Segundo o Observatório do Plano Nacional de


Educação (PNE) de 2007 a 2017, houve um aumento de
37,3%na proporção de matrículas em classes comuns,
atingindo a marca de 84,12%. Já as matrículas em
escolas especiais diminuíram 27,8%. . Por sua vez, a
porcentagem de matrículas em classes especiais
apresentou a menor taxa, com 2,3% em 2017.

Acesse
Para observar o Gráfico acesse
https://bit.ly/2XcR6CO
Ou utilize o seu celular para fazer
a leitura do QR CODE

Na perspectiva da educação inclusiva, muda-se


o paradigma, já falamos sobre isso, lembra? Isto quer
dizer que a educação especializada hoje
transversaliza o ensino regular.

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Isso quer dizer que sendo escola para todos os
alunos, sejam eles com ou sem deficiência, a
educação especializada não substituirá a escola
regular, mas será oferecida como complemento para
que a aprendizagem dos alunos com deficiência
ocorra com sucesso. Então podemos dizer que a
Educação Especial não é substitutiva , mas
complementar a escola comum.
No entanto, ainda nos dias de hoje se escutam
perguntas ou frases como: “Este aluno não deveria
estar aqui, pois não aprende. “Ele precisa de escola
especial.”,se referindo ao aluno com deficiência no
ensino comum. “Vem na escola e só dorme! Vem à
escola para bater em todos!”, se referindo aos alunos
com quadros de maior comprometimento neurológico
ou comportamental.
São perguntas ou frases relatadas por alguns
educadores que estão no dia a dia com esses alunos.
Levando-se em consideração o que vimos até
aqui o que você responderia a estes educadores? Se
você respondeu que a “Escola é para todos”, e é papel
da Escola adequar seus espaços, seus objetivos e suas
estratégias para que todos aprendam, parabéns, está
no caminho certo !

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Mas o que é uma escola para Todos?
Atender a todos significa reconhecer e atender
às diferenças individuais, respeitando as suas
necessidades sejam elas de qualquer ordem. Uma
escola para Todos é uma escola para a pessoa com
deficiência, para aquele que demora para aprender,
para aquele que aprende com facilidade, enfim
cada um na sua particularidade precisa ser
considerado.

Observe as imagens a seguir e reflita na escola que


trabalha: Elas retratam o que acontece lá? Você pode
dizer que sua escola está a caminho de ser uma Escola
para Todos?

https://www.fbvcursos.com/blog/como-s
er-um-professor-inclusivo/

https://www.inclusive.org.br
/arquivos/21941

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É fato que a convivência entre os alunos sempre
promove e potencializa as aprendizagens, não é
diferente com os alunos com deficiência. Algumas
vezes pode parecer que estas aprendizagens são
pequenas, como a independência para alimentar-se
ou vestir-se. Em outras, percebemos muitos avanços,
levando este aluno a grandes conquistas como por
exemplo, ingressar no mercado de trabalho ou no
ensino superior. Porém, não podemos perder de vista
que o que nos interessa é que todos evoluam na
escola dentro de suas potencialidades.
Segundo Mantoan (2003)

A inclusão causa uma mudança de


perspectiva educacional, pois não se
limita a ajudar somente alunos que
apresentam dificuldades na escola, mas
apoia a todos: professores, alunos,
pessoal administrativo, para que
obtenham sucesso na corrente educativa
geral... a metáfora da inclusão é a do
caleidoscópio... O caleidoscópio precisa
de todos os pedaços que o compõem.
Quando se retira um pedaço dele, o
desenho se torna menos complexo,
menos rico. As crianças aprendem e
evoluem melhor em um ambiente rico e
variado.

25
Curiosidade
Caleidoscópio
É um instrumento óptico de
formato cilíndrico, com o
fundo de vidro opaco e, no
seu interior, são colocados
pequenos fragmentos
coloridos e espelhos,
formando um prisma.
Portanto, ao colocarmos o caleidoscópio diante
da luz e observarmos o interior do tubo, rolando
o objeto lentamente, assistimos a belos efeitos
visuais. Desse modo, a cada movimento
formam-se combinações sempre diferentes.

O espaço escolar como espaço de convivência de


todos oportuniza a expressão de sentimentos e
atitudes como respeito, luta por uma sociedade mais
justa e solidária além da produção de conhecimentos
para formação de bons cidadãos.
É disso que se trata a escola: espaço de aprender,
cada qual no seu ritmo, com seus objetivos e com a
eliminação de barreiras tanto físicas, quanto as de
aprendizagem.

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Algumas deficiências são bem visíveis e logo
somos capazes de identificá- las, porém há deficiências
que não são tão visíveis e somente no dia a dia somos
capazes de compreendê- las.
Preste atenção e analise se podemos perceber
ações de inclusão nesta atividade.

Tratamos neste tópico do olhar inclusivo e


chegamos a conclusão de que não existe uma
fórmula especial para isso, como uma receita de
bolos, pois cada sujeito é único no universo e cada
aluno único na escola.
Então precisamos conhecer um a um? Sim,
devemos enxergar essencialmente suas
potencialidades e a partir delas iniciar o trabalho
pedagógico e quanto mais cedo isso ocorrer, maiores
serão as chances de sucesso na aprendizagem e em
seu desenvolvimento.

27
Ao se falar das diferenças, aquelas mais visíveis ou
nem tanto, temos que considerar a influência do meio e
das escolhas que fazemos para desenvolver as
potencialidades.

Observe a imagem abaixo e perceba a diferença


entre uma e outra. Você sabe o que isso quer dizer?

Equidade: não é oferecer o mesmo para


todos. Mas oferecer aquilo que cada um necessita
para ter oportunidades iguais.

28
A primeira infância representa um terreno fértil
para estimular a criança com o intuito de favorecer o
seu desenvolvimento. Estamos falando de uma
estimulação global, tanta física como mental e ainda
emocional.
Interações proporcionadas pelos educadores e
pelo ambiente físico como propostas lúdicas, o
brincar, oportunidades para movimentar-se, imitar,
entre outros, são bom exemplo de estimulação global
e quando feitas coletivamente, oferecem
oportunidades de aprender a se relacionar e interagir.
Sabe-se que alguns alunos que se encontram no
espectro do autismo apresentam significativas
dificuldades de interação com os colegas ou pares.
Buscar as suas preferências, planejar e organizar as
atividades neste contexto, pode ser o primeiro passo
para iniciar essa interação ou aproximação do grupo.
Para os alunos com limitações físicas é
importante identificar suas potencialidades e a partir
delas estimular sempre e em todos os âmbitos da
vida a sua autonomia e independência em
consonância com as orientações médicas e clínicas.
Vale salientar que todas as crianças aprendem
com o movimento, o que torna primordial que o
aluno com limitação física seja exposto a movimentos
prazerosos e lúdicos dentro da rotina escolar.

29
No entanto, devemos lembrar que não existe
uma fórmula pronta, o que fará a diferença para este
aluno com deficiência, sem dúvida nenhuma é o fato
de cada educador vestir a camisa da educação
inclusiva. Certamente assim estará contribuindo para
a evolução do aluno e construindo uma escola e uma
sociedade mais inclusiva.
Você conhece alguém que teve uma experiência
positiva na inclusão escolar? Pois, vamos te
apresentar uma pessoa mais que especial. Preste
atenção neste depoimento, você verá o que pode
fazer a Inclusão escolar.

Depoimento do Diones
Para ouvir acesse o link
https://anchor.fm/olga-takinami
/episodes/Depoimento-de-Dion
es-de-Arajo-ee10ol/a-a26fdu5
Ou utilize o seu celular para fazer
a leitura do QR CODE

30
Leituras Complementares
Símbolos de Acessibilidade

Acesse:
https://www.prefeitura.sp.gov.br/c
idade/secretarias/pessoa_com_de
ficiencia/a_imprensa/index.php?p=
262211
ou utilize o leitor de QR CODE do seu
celular

Símbolos para Deficiência na Trajetória Inclusiva


Acesse:
https://acessibilidadecultural.files.w
ordpress.com/2011/05/simbolos-par
a-deficiencias-na-trajetoria-inclusiva1
.pdf
ou utilize o leitor de QR CODE do seu
celular.
Novo Símbolo Universal de Acessibilidade

Acesse:
do seu celular.
https://www.adeva.org.br/fiquep
ordentro/detalhe_noticia.php?reg
istro=251&cat=
ou utilize o leitor de QR CODE do seu
celular.
31
Leituras Complementares
Breve trajetória histórica do movimento das
pessoas com deficiência

Acesse:
http://violenciaedeficiencia.sedpcd
.sp.gov.br/pdf/textosApoio/Texto2.
pdf>
Ou utilize o leitor de QR CODE do seu
celular

Diversidade e Discriminação. Educação em


Direitos Humanos
Acesse:
https://respeitarepreciso.org.br/ca
dernos-respeitar/diversidade-e-dis
criminacao
Ou utilize o leitor de QR CODE do seu
celular

Política Nacional de Educação Especial na


Perspectiva da Educação Inclusiva.
Acesse:
http://portal.mec.gov.br/arquivos/
pdf/politicaeducespecial.pdf>
Ou utilize o leitor de QR CODE do seu
celular

.
32
Consolidando as
Aprendizagens

33
Preconceito e Discriminação na Escola:
Desconstruir preconceitos é construir a cultura inclusiva

A animação Ex-ET traz um modelo de


sociedade baseada em padrões rígidos, com
uma lógica educacional altamente excludente.
Observe atentamente o final deste vídeo e reflita
o que é ser diferente?
Você poderá o vídeo em:
https://www.youtube.com/watch?v=Tkli780dX
6U

Ou utilize o
leitor de QR
CODE do seu
celular

Vamos pensar, no nosso cotidiano: que


espaço damos à criatividade e às novas
experiências?

34
Tratamento desigual e preconceito são
expressões que podem aparecer também no
ambiente educacional. Cabe ao sistema de ensino e a
todos os profissionais de educação, se empenharem
na eliminação dessa situação historicamente
construída.

Tirinhas do Armandinho - ilustrador: Alexandre Beck

Deficiência, gênero, orientação sexual, idade,


religião, etnia e cultura são fatores que comumente
geram discriminação na escola, contudo, não são os
únicos. Ao olharmos para o cotidiano da escola vemos
também os estigmatizados como “maus alunos”,
imigrantes ( aqueles que vieram de outros países) e
filhos das famílias não configuradas no modelo
tradicional (pai, mãe e filhos), chamadas por muitos de
“desestruturadas”.

35
A diversidade é parte integrante do que nos torna
humanos. Todos nós ao virmos ao mundo carregamos
características que nos tornam únicos, todos somos seres
singulares. Trazemos em nosso código genético uma
textura de cabelo, altura, cor da pele, tamanho dos dedos
e uma série de outras características. Além disso, cada
um de nós irá nascer em uma determinada região do
mundo e interagir com fatores externos diversos.
As diferenças quando respeitadas, abrem caminho
para a inclusão, o respeito e a vida democrática. Ninguém
nasce preconceituoso e intolerante, são aprendizados
históricos. Dessa forma, falar de diversidade e,
principalmente de inclusão, com alunos e famílias passa
por desconstruir conceitos e mudanças de
comportamentos. É necessário se abrir ao novo, ao
desconhecido, mas sabemos que isso não acontece de
forma simples.
No que tange ao respeito à diversidade e a vivência
real da inclusão são muitos ainda os desafios a serem
enfrentados. Saiba mais em Leituras Complementares.
Nesta aula vimos a importância da política de
Educação em que estamos inseridos. O que vivemos hoje
é resultado de uma série de construções e lutas de
muitos indivíduos.
Contudo, pensando em tempo histórico, a mudança
para o paradigma da inclusão ainda é bastante recente.

36
E quantos ainda são nossos desafios! Desafios que
demandam nosso envolvimento e comprometimento
com a construção de uma verdadeira escola para
todos.
Como aprendemos, o conceito atual de
deficiência nos convoca para a urgência de uma
mudança profunda em nossa sociedade, efetivar o que
está previsto nos documentos legais é tarefa de todos
os atores dentro da escola. Sabemos que o
desenvolvimento do olhar inclusivo é processual, não
está pronto, nem se encerra aqui, porém esperamos
ter contribuído em alguns passos desse caminho.
Nesta fala da jornalista Mariana Rosa, ativista da
inclusão e escritora do livro “Diário da Mãe da Alice”,
ela nos provoca a pensar a deficiência como parte da
experiência humana. Mariana fala a partir de sua
história como mãe de uma criança com deficiência,
mas é certo que suas palavras acrescentam a todos
nós.

Nossa urgência no mundo deveria ser criar


condições para que todos possamos ser quem somos.
Autênticos.”
Mariana Rosa, 2019

37
O vídeo está disponível em
https://www.yout-ube.com/watch?v=EqpbmmEO6iQ

Ou utilize o leitor
de QR CODE do
seu celular

Teste seu Conhecimento


Você sabe qual é a forma correta?

a) Deficiente
b) Pessoa especial
c) Pessoa com necessidade especial
d) Pessoa com deficiência

Se você escolheu a opção “d” você acertou!


O termo correto e oficial é Pessoa com Deficiência, cuja
sigla é PcD. Para crianças: Crianças com Deficiência!
Este termo foi definido pela Convenção Internacional dos
Direitos da Pessoa com Deficiência.
É importante utilizá-lo, pois ele refere que há algum tipo
de deficiência, sem inferiorizar quem a tem.

38
Validando as
Aprendizagens

39
Validando as Aprendizagens

Chegamos ao final da nossa segunda aula .


Lembramos que as questões são
relacionadas a todo o conteúdo de cada aula e
a sua prática. Então, certifique-se de ter visto
com atenção todo material escrito, os vídeos e
links.
A atividade de validação das aprendizagens
desta aula é um questionário e está disponível
no ícone TAREFAS deste curso na plataforma
AVAMEC.

Atenção
Lembramos que ao acessar o
QUESTIONÁRIO, o cronômetro da
plataforma é acionado e você terá 60
minutos para completar seu envio. Caso
saia do questionário, ou hajam interrupções
no sinal de internet e energia elétrica, o
cronômetro continua contando o tempo,
não sendo possível responder depois,
portanto certifique-se de iniciar apenas
quando for realizá-lo até o fim.

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Referências Bibliográficas

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Lisboa: Fundação Francisco Manuel dos Santos;
2014.

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na Perspectiva da Educação Inclusiva, Brasília,
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