SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................ 2
2 CONSTITUCIONALISMO ..................................................................................................................... 2

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 1 INTRODUÇÃO

Nessa aula será estudado o constitucionalismo e o neoconstitucionalismo, com enfoque na

abordagem na banca FGV sobre o tema, tendo em vista que se trata do primeiro exame nacional.

2 CONSTITUCIONALISMO

Vamos começar a partir da compreensão da palavra constitucionalismo, que é algo novo no

vocabulário do direito e da ciência. A expressão tem aproximadamente 200, 250 anos. Como ponto
de partida do estudo, o constitucionalismo deve ser considerado como um elemento histórico de
natureza política, social, por meio do qual se busca, em síntese, limitar o poder arbitrário dos
governantes.

Sob o ponto de vista histórico, não há um único constitucionalismo. Canotilho, grande

constitucionalista português, diz que o constitucionalismo, na verdade, apresenta-se de várias
formas: o constitucionalismo inglês, o constitucionalismo na França, o brasileiro, o alemão, e assim
sucessivamente. Dessa forma, haverá cada sociedade politicamente organizada contando uma
história de como aquela sociedade, ao longo do tempo, estruturou e teve o seu ente político
estruturado.

É este o sentido que Canotilho emprega quando diz que há diversos movimentos. Essa
constatação é importante para delinear uma linha do tempo em termos cronológicos, na linha do
tempo da história. Quando é que se inicia o constitucionalismo?

Tenha muita atenção aqui, porque esse é um ponto que encontra alguma divergência
doutrinária. Veja, dependendo do autor, vai variar um pouco o marco histórico que é levantado
como o ponto inicial, o ponto de partida do Constituição.

Há 2 principais Correntes. De um lado, teremos os autores que enxergam o

constitucionalismo em basicamente qualquer movimento. Criado em uma sociedade politicamente
organizada de comando do poder. Essa é uma compreensão mais ampla.

Tem autores que identificam no estado hebreu, na denominada lei do senhor, um fenômeno
tipicamente do constitucionalismo, porque a lei do senhor era uma forma de conter o exercício do
poder, ainda que dentro de um modelo de estado teocrático.

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 A Grécia era regida por um princípio básico do governo de leis e não um governo de
homens. Essa ideia, depois, ainda dentro da antiguidade, é recepcionada e ampliada pelos
romanos, pelo menos até determinado momento histórico. Então, nesse movimento histórico,
constituiu-se as sociedades politicamente organizadas, que estruturam delimitam o exercício
arbitrário do poder estatal.

De outro lado, encontra-se uma corrente um pouco mais consolidada, um pouco mais
estabelecida, de autores que vão posicionar o constitucionalismo historicamente apenas séculos
depois, reconhecendo o constitucionalismo, pelo menos nessa acepção, a que nós estamos
vinculados pelas revoluções liberais.

Neoconstitucionalismo

Em relação ao tema do neoconstitucionalismo, é importante iniciar com a pergunta sobre o

que mudou na linha histórica do constitucionalismo que nos faz identificar uma nova fase? O
debate surge, então, sobre o rótulo de constitucionalismo contemporâneo ou
neoconstitucionalismo, envolvendo construções de autores que nem sempre seguem uma mesma
linha de pensamento.

Um dos debates críticos no contexto do neoconstitucionalismo é atribuir a ele a origem de

problemas na formatação dos estados contemporâneos, como o ativismo judicial. Muitos
consideram esses fenômenos de maneira crítica, associando-os ao poder judiciário e identificando
uma raiz comum no neoconstitucionalismo.

Ao apresentar o tema, destaca-se a figura de Luís Roberto Barroso como um dos principais
teóricos do neoconstitucionalismo no Brasil. O ministro é reconhecido por sua contribuição teórica
e seu papel no desenvolvimento desse campo no direito brasileiro.

No aspecto histórico, o surgimento do neoconstitucionalismo é vinculado ao pós-Segunda

Guerra Mundial, em razão da inadequação do constitucionalismo anterior para evitar as atrocidades
da guerra, o que levou a uma revisitação das bases da organização política e social. A Constituição
passou a ser vista como um instrumento central na vida social, levando ao conceito de estado
constitucional.

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 Retomando:

1. **Definição de Constitucionalismo:**
- Conceito novo no vocabulário do direito e ciência.
- Com aproximadamente 200-250 anos.
- Busca limitar o poder arbitrário dos governantes.

2. **Abordagem Histórica do Constitucionalismo:**

- Natureza político-social.
- Objetivo: limitar o poder estatal e garantir direitos.
- Canotilho destaca a diversidade de constitucionalismos.

3. **Marcos Históricos do Constitucionalismo:**

- Divergência doutrinária sobre o ponto inicial.
- Correntes que veem constitucionalismo em qualquer movimento.
- Correntes que o associam às revoluções liberais (Inglaterra, França, América).

4. **Constitucionalismo e Constituição Escrita:**

- Debate sobre se uma Constituição escrita é essencial.
- Possibilidade de constitucionalismo sem Constituição escrita (ex: Inglaterra).
- Possibilidade de ter uma Constituição sem efetivo constitucionalismo (ex: regimes
ditatoriais).

5. **Fases do Constitucionalismo:**
- Constitucionalismo Clássico: Revoluções Liberais, foco em limitar o poder estatal.
- Constitucionalismo Social: Início do século 20, preocupação com direitos de segunda
dimensão.
- Neoconstitucionalismo: Atual estágio, destaque para o papel do Poder Judiciário,
redefinindo o exercício da jurisdição.

6. **Neoconstitucionalismo e o Poder Judiciário:**

- Relevância para a prática jurídica.
- Repositionamento do poder judiciário.
- Influência na perspectiva do exercício da jurisdição.

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 7. **Desafios na Interpretação do Neoconstitucionalismo:**
- Considerações doutrinárias complexas.
- Dificuldade em analisar o estágio atual devido à proximidade histórica.

8. **Introdução ao Neoconstitucionalismo:**
- Conceito e surgimento na Europa, especialmente na Espanha e Itália.
- Fortalecimento no Brasil, destacando o papel do ministro Luís Roberto Barroso.

9. **Dois Grandes Debates:**

- Neoconstitucionalismo e as mudanças na linha histórica do constitucionalismo.
- Críticas ao neoconstitucionalismo, incluindo seu suposto papel na formatação de
problemas contemporâneos.

10. **Marcos Históricos, Filosóficos e Teóricos:**

- **Histórico:** Pós-Segunda Guerra Mundial, reavaliação do Estado de Direito.
- **Filosófico:** Pós-positivismo, reconciliação entre direito e moral.
- **Teórico:** Funcionalismo, dividido em marcos históricos, filosóficos e teóricos.

11. **Principais Características do Neoconstitucionalismo:**

- **Força Normativa da Constituição:**
- Abandono da visão exortativa da Constituição.
- Centralidade da Constituição como norma jurídica.

12. **Aproximação do Direito com a Moral:**

- Ênfase nos princípios como normas principiológicas.
- Consagração de escolhas políticas e morais na Constituição.

13. **Releitura da Norma Constitucional:**

- Estrutura bipartida: princípios e regras.
- Desenvolvimento de nova dogmática da interpretação constitucional.

14. **Ampliação da Jurisdição Constitucional:**

- Filtragem constitucional do conteúdo dos ramos do direito.
- Crescimento da relevância das cortes constitucionais.

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 15 **Problemas Funcionais Novos:**
- Omissões Inconstitucionais como um desafio emergente.
- Soluções hermenêuticas e jurisdição constitucional novas.

16 **Judicialização da Política e das Relações Sociais:**

- Fortalecimento do poder judiciário.
- Aumento da judicialização em temas diversos.

17. **Críticas ao Neoconstitucionalismo:**

- Ativismo judicial como uma face problemática.
- Debate sobre o impacto na separação de poderes e na autonomia política.

18. **Conclusão:**
- O neoconstitucionalismo como fenômeno complexo e debatido.
- Importância de compreender suas características e críticas para uma análise
aprofundada.

RESOLUÇÃO DE QUESTÃO:

GABARITO: C

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