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Rev Bras Psiquiatr 2004;26(Supl III):7-11

Diagnóstico e tratamento dos estados mistos


Diagnosis and treatment of mixed states
Angela Schwartzmanna e Beny Lafera
a
Departamento de Psiquiatria do HC-FMUSP e Projeto de Assistência
e Pesquisa em Transtorno Bipolar do Instituto de Psiquiatria do
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de
São Paulo (PROMAN)

Resumo
Estados mistos (EM) são descritos na literatura usando-se diferentes definições, o que resulta em diferentes descrições das
características demográficas e clínicas do quadro, mas sempre como uma forma de transtorno bipolar de pior prognóstico e mais
prevalente do que descrito no passado. O objetivo do artigo é apresentar estas diferentes definições e seu impacto no estudo dos
estados mistos. O tratamento farmacológico será discutido.

Descritores: Estados mistos; Transtorno bipolar; Mania mista; Mania depressiva; Mania disfórica

Abstract
Mixed States are described in the literature using based on different definitions resulting in different descriptions of the clinical
and demographic characteristics, of these episodes, but although they are always asdeemed a severe form of Bipolar disorder
with worse prognosis and more prevalent than previously described. The aim of this article is to present a review of these different
definitions and their impact on the study of mixed states. Pharmacological treatment is also discussed.

Keywords
Keywords:: Mixed states; Bipolar disorder; Mixed mania; Depressive mania; Dysphoric mania

Introdução Campbell2 descreve "a mudança constante e fluidez das emo-


Mania e depressão são vistas como síndromes clínicas de po- ções presente nestes quadros". Himmelhoch et al3 descreve
laridades opostas. Sabe-se, desde as observações feitas por melhor os sintomas depressivos, maníacos e psicóticos.
Kraepelin, 1 que a associação de sintomas maníacos ou Os critérios de pesquisa de Viena4 definem os estados mistos
hipomaníacos a depressivos não era infreqüente, especialmente estáveis (presença simultânea de sintomas de mania e depres-
nos pacientes que apresentam quadros de TB considerados gra- são) e estados mistos instáveis (rápida oscilação de sintomas).
ves. Além disso, apresentam maior dificuldade no tratamento Estes últimos correspondem ao conceito de ciclagem rápida es-
não só pela sintomatologia mista, como pela instabilidade de sua tudado por Dunner et al5 e Maj et al6 Todos descreveram uma
apresentação. Os estados mistos mais estudados na atualidade síndrome de rápida alternância de estados afetivos opostos, de-
são as manias mistas, também denominadas de manias disfóricas, pressão ansiedade, hostilidade ou rápida mudança de inibição
nas quais sintomas de depressão estão associados em maior ou para agitação no comportamento, agressividade e sempre com
menor grau a um quadro de mania ou hipomania. Além destas, alteração de sono.
a literatura de EM descreve as depressões mistas, caracterizadas Goodwin e Jamison7 definem EM como a presença simultâ-
por um quadro preponderantemente de depressão associado em nea de qualquer número de sintomas depressivos e maníacos,
um menor grau a sintomas de mania. salientando a alta prevalência destes.
O RDC (Research Diagnostic Criteria),8 usado em grande nú-
Conceito mero de pesquisas, define EM como um período onde sintomas
Kraepelin1 definiu os EM como uma combinação de sintomas maníacos, hipomaníacos e depressivos ocorrem simultaneamente,
de mania e depressão em três domínios: humor, atividade e ou quando o indivíduo cicla rapidamente para um período de
pensamento. Considerava que sua ocorrência se dava em está- polaridade oposta.
gios mais avançados da doença. Descreveu seis tipos de estados O DSM-III-R9 exige a presença de critérios completos para ma-
mistos, baseado nas várias combinações de polaridade destas nia e depressão (exceto pela duração de duas semanas) simulta-
três esferas ou domínios: neamente ou que se alternem em dias, com sintomas de de-
1. Depressão agitada pressão proeminentes por pelo menos um dia.
2. Depressão com fuga de idéias A CID-1010 define EM como a mistura ou rápida alternância
3. Mania ansiosa-depressiva de sintomas depressivos, maníacos e hipomaníacos, com sinto-
4. Mania inibida mas proeminentes por pelo menos uma semana.
A definição de estados mistos pelo DSM -IV11 é apresentada
5. Mania improdutiva
na Tabela 1.
6. Estupor maníaco

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Tabela 1 - Critérios do DSM-IV para estados mistos Idade de ocorrência: Kraepelin1 observou que EM ocorriam
tardiamente, o que representaria um agravamento do quadro.
Estados mistos caracterizam-se por um período de tempo (no mínimo Dell´Osso et al20 e Strakowski et al22 confirmam este dado.
uma semana) durante o qual são satisfeitos tanto critérios para episódio Quanto ao início da doença, não há diferenças quando há ocor-
maníaco quanto para episódio depressivo maior quase todos os dias rência de EM ou mania pura na história dos pacientes.13,19,22 Mc
(critério A). O indivíduo apresenta uma rápida alternância de humor (tris- Elroy et al23 encontraram maior incidência de sintomatologia mista
teza, irritabilidade, euforia) acompanhada de sintomas de um episódio em adolescentes.
de mania e de um episódio depressivo. Sintomatologia, curso e prognóstico: A maior gravidade da
A perturbação deve ser suficiente para causar prejuízo acentuado no doença de pacientes que apresentam EM é comprovada não só
funcionamento social, ocupacional ou exigir hospitalização, ou é marcada pela sintomatologia, como pela maior presença de comorbidades
pela presença de aspectos psicóticos (critério B). e pior prognóstico. Assim como Kraepelin observou, estudos
A perturbação não se deve aos efeitos fisiológicos diretos de uma mais recentes mostram um pior prognóstico e maior gravidade
substância ou condição médica geral (critério C).
a curto e longo prazo, levando-se em conta a maior duração
FONTE: DSM-IV Adaptado dos episódios, embora ocorram em menor número ao longo da
doença.13,19-20,24-26 Descrevem também pior recuperação dos epi-
Na prática clínica é difícil encontrar-se as duas síndromes sódios, maior duração da doença, maior presença de sintomas
completas simultaneamente, por isso McElroy et al12 definem psicóticos, maior número de hospitalizações, resultados piores
no tratamento, maiores taxas de comorbidades como transtor-
mania mista ou disfórica nos critérios de Cincinatti, conforme
no obsessivo compulsivo, transtorno do pânico, temperamento
Tabela 2.
de base alterado, abuso de substâncias, uso de antidepressivos
e estressor precedendo.13,17,19,24,31,38 Parece que certos pacien-
Tabela 2 - Critérios de Cincinatti para estados mistos12 tes bipolares apresentam um padrão preponderantemente mis-
to de doença: início da doença com um episódio misto prediz
A. Presença de síndrome maníaca pelo DSM-II-R. curso com predomínio deste tipo fenomenologia.19,20,24,27-29 Sin-
B. Presença simultânea de pelo menos três sintomas depressivos ou tomas psicóticos e irritabilidade parecem estar constantemente
dois, caso sejam sintomas comuns à mania e depressão (insônia, agita- presentes em quadros de sintomatologia mista.7,16,24,29-33 EMs
ção psicomotora). Caso haja dois sintomas depressivos não comuns à
associam-se a maiores taxas de impulsividade e suicidalidade
mania, será feito diagnóstico de possível EM.
(ideação, tentativas e ato suicida).34-37 Portanto, a doença com
C. Sintomas maníacos e depressivos devem ocorrer ao mesmo tempo ou
alternando em minutos.
este padrão apresenta maior morbidade e mortalidade.
D. Os sintomas depressivos e maníacos devem estar presentes simulta- A etiopatogenia deste quadro tem sido discutida por vários auto-
neamente por pelo menos 24 horas. res, entre eles Swann et al. 39,26 Ao estudarem atividade
noradrenérgica, eixo hipotálamo-hipofisário, concluíram que EM
são uma superposição da condição biológica da mania e da depres-
Perugi et al 13 definem EM de forma mais abrangente, são. Estes dados nem sempre coincidem com trabalhos anteriores.
enfatizando que os sintomas de polaridade oposta podem ocorrer 2. Depressão mista (DM)
simultaneamente ou de maneira flutuante. Os estudos para depressões mistas são escassos: Himmelhoch
O que se nota em todas estas tentativas de definir estados mistos et al3 estudaram a depressão psicótica agitada, conceituando-a
é que seu conceito se torna mais ou menos abrangente segundo como depressão bipolar, associada a sintomas de mania ou
o período de duração dos sintomas, inclusão ou não de ciclagem hipomania e sintomas psicóticos.
rápida e o número mínimo de sintomas depressivos considerados. Associa-se DM a temperamento hipertímico,17 predominância
As depressões mistas têm sido menos estudadas e não são de transtorno bipolar tipo II,15 sintomas atípicos de depressão,15,41
contempladas especificamente no DSM-IV ou CID-10. O conceito predominância no sexo feminino41 e uso de antidepressivos.14
deriva da Melancolia Involutiva (Agitada) do século XIX e coincide Koukopoulos14 considera que depressão mista é um EM por apre-
com o conceito de depressão agitada de Kraepelin.1 Koukopoulos sentar características comuns à mania mista, como resposta a
et al14 e Benazzi et al,15 autores que vêm se dedicando ao estudo tratamento, instabilidade do quadro, grande incidência no sexo
destes quadros, admitem que a presença de pelo menos dois sin- feminino. Tandon et al40 obtiveram achados bioquímicos dife-
tomas de mania simultaneamente num episódio de depressão é rentes para depressão mista dos descritos para mania mista.
suficiente para se definir a depressão agitada ou mista.
Tabela 3 - Critérios de Perugi para estados mistos13
Perugi
Características clínicas e epidemiológicas
1. Mania mista Estado de instabilidade emocional e/ou perplexidade onde os sintomas
Em geral, mania mista é referida na literatura como um estado depressivos e maníacos aparecem simultaneamente ou de maneira flutuante.
de mania grave, mais freqüentemente desenvolvida por mulheres
e adolescentes, associada a suicídio, irritabilidade, sintomas A. Manifestação de extremos opostos de pelo menos dois de cinco dos
psicóticos, abuso de substância, anormalidades neuropsiquiátricas, itens abaixo:
de curso crônico, evolução pobre a curto e longo prazo, resposta 1. Humor (ansioso/ triste e/ou eufórico, irritável)
pobre a lítio e melhor a estabilizadores anticonvulsivantes e ECT e 2. Curso do pensamento (lentificado e/ou acelerado)
maior predisposição familiar para depressão.16,24 Alguns pacientes 3. Alterações sensoperceptuais (depressivas e/ou expansivas)
mostram maior freqüência deste tipo de episódio que outros. 4. Movimentação (retardo e/ou aceleração).
Prevalência: Na literatura são encontradas taxas de 5 a 70% B. Pelo menos dois dos seguintes:
dentro das manias.24 McElroy et al12 encontraram uma prevalência 1. Ressonância afetiva aumentada ou labilidade de humor
média de 31%. Portanto, é freqüente a associação de sintomas 2. Baixo limiar para raiva/hostilidade, especialmente descontrole de
depressivos à mania no curso da doença. impulsos
Sexo: Mania mista ocorre mais em mulheres, especialmente 3. Mudança do comportamento sexual do habitual
quando o critério inclui maiores taxas de depressão.13,17-19 4. Alteração de sono marcante
História familiar: O padrão misto de mania associa-se à história 5. Variação diurna de pelo menos 1 sintoma do item (A)
familiar de depressão, além do transtorno bipolar (TB), sugerindo C. Relações interpessoais e respostas afetivas adequadas no período pré-
uma hereditariedade dupla nos EM. 19 Estes dados não são mórbido ou interfásico.
consensuais na literatura.13,20-21

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Diagnóstico diferencial resposta aos sintomas maníacos.46,74 Os efeitos colaterais extra-


O diagnóstico diferencial dos EMs é um ponto de muita difi- piramidais e discinesia tardia restringem seu uso.58-59
culdade na prática clínica. Os principais são: *Atípicos:
1. Depressão ansiosa: não se observa aceleração de pensa- Olanzapina: Seu uso isolado é eficaz em EM e mania pura,
mento ou aumento de libido. com redução do tempo de resposta a sintomas depressivos e ma-
níacos.60-61 Associações com lítio ou divalproato parecem ser
2. Personalidade borderline: a labilidade de humor é comum
mais eficazes que o uso destes dois últimos estabilizadores isola-
às duas patologias, mas não se observa a ciclicidade do TB,
damente, inclusive no longo prazo (seguimento de 49 sema-
assim como história pregressa de TB.
nas).60,62 Se associado a dois estabilizadores cuja resposta foi par-
3. Depressão agitada, definida pelo RDC8 como um quadro de cial, oferece vantagens (lítio+valproato e lítio+carbamazepina).63
depressão completo associado a sintomas de agitação psicomotora Risperidona: Os estudos incluem mania pura e mista, e os
como manifestada por agitação dos membros inferiores ou tam- resultados não são especificados. Estudos em pacientes bipolares
borilar dos dedos. Não há aceleração de pensamento, aumento demonstram a eficácia do uso da risperidona em TB na mania,
de libido ou aumento de atividades de risco. atuando em sintomas depressivos e maníacos.64-65 Se associado
4. Quadros de ciclagem rápida podem trazer dificuldade no a outros estabilizadores (lítio, carbamazepina, valproato), ofere-
diagnóstico e deve-se lembrar que podem estar presentes ce vantagens ao tratar manias em geral.66-68 Quando associado a
concomitantemente a EM. O DSM-IV11 descreve ciclagem rápi- lítio, tem ação comparável à associação lítio e haloperidol.64
da como um especificador de curso, onde pelo menos quatro Quetiapina e aripiprazol não foram estudados especificamente
episódios distintos ocorrem no espaço de 12 meses. Kräemilinger para EM, embora haja bons resultados no tratamento de mania
e Post42 definem ultra-rápida e ultra-ultra rápida (ultradian) pura.69,70-72
ciclagem como cursos de TB com viradas que ocorrem em se- Clozapina: Suppes et al73 relatam melhora de sintomatologia
manas, poucos dias, no 1º caso, até no prazo de 24 horas. A em estudo de seis casos de pacientes em EM.
instabilidade destes quadros é o traço comum e deve ser a pre-
ocupação inicial do tratamento. Conclusão
Estados mistos representam um quadro agudo dentro do trans-
Tr a t a m e n t o torno bipolar de maior dificuldade no diagnóstico, com curso e
A resposta a tratamentos tradicionalmente eficazes para ma- prognóstico mais reservado e, portanto, maior dificuldade de
nia aguda tem apresentado piores resultados para EM tanto a tratamento. Quando não identificados, o uso de antidepressivos
curto como em longo prazo.43-45 O primeiro passo no tratamento isoladamente agrava não só o episódio, com maior risco de
de EM é a retirada de toda substância com efeito na elevação de suicídio, mas também o curso da doença. Deve-se investigar a
humor.46 O uso de associação de mais de um estabilizador de história familiar e do paciente não só para presença de trans-
humor ou de um estabilizador e antipsicótico é mais eficaz que tornos de humor como suicídio e transtornos psiquiátricos
se feito isoladamente.45-48 comórbidos. Sintomatologia mista nos pacientes que se quei-
1. Lítio xam de depressão com humor irritável, aceleração de pensa-
EM é preditor de má resposta a lítio,43,46-47 falhando no trata- mento, aumento de energia e agressividade deve ser sempre
mento de sintomas maníacos e melhorando sintomas depressivos investigada e tratada de forma específica. O correto esclareci-
e cognitivos.27 A má resposta não parece estar relacionada à gra- mento da doença e suas formas mais graves, para o paciente,
vidade do quadro, mas à presença de características mistas.43,45 tem sido uma forma eficaz de melhorar o prognóstico e a qua-
2. Anticonvulsivantes lidade de vida desses indivíduos.74
Divalproato e ácido valpróico: A resposta ao divalproato não
parece diferir na mania mista e clássica, com resposta muito
superior ao placebo, o que não se relaciona à gravidade ou ao
Referências
sexo, mas apenas à presença de sintomas depressivos. 45,48
Calabrese et al49 relataram boa resposta profilática ao valproato.
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Correspondência
Angela Schwartzmann
Projeto de Assistência e Pesquisa em Transtorno Bipolar
(PROMAN) do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas
da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
Rua Ovidio Pires de Campos, 785
05403-010 São Paulo, SP
E-mail: schwangela@yahoo.com.br

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