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Claro, vou ajudá-lo a criar um resumo conciso do seu TCC em dois parágrafos:

MÓDULO 06: O ACONSELHAMENTO PSICOLÓGICO COM PRÁTICA


PSICOLÓGICA HUMANISTA

Módulo 05 – O Aconselhamento Psicológico com prática psicológica humanista

História do Aconselhamento Psicológico

Bibliografia básica:SCHMIDT, M. L. S. “O nome, a taxonomia, e o campo do


Aconselhamento Psicológico”, In: MORATO, H.T.P. et al. (Coord.) Aconselhamento
Psicológico numa perspectiva fenomenológica existencial: uma introdução. Cap. I,
p. 1-21.

O surgimento do Aconselhamento Psicológico como modelo de intervenção psicológica


está vinculado a alguns acontecimentos históricos nos Estados Unidos, como a fundação
de Centros de Orientação Infantil e Juvenil para pais e filhos, a criação de serviços de
Higiene Mental e Centros de Aconselhamento Pré-Matrimonial e Matrimonial, ao
surgimento de instituições de Assistência Social que necessitavam oferecer apoio
emocional aos seus clientes e ao desenvolvimento de serviços de assistência psicológica
nas empresas.
No começo do século XX, o aconselhamento não é realizado por psicólogos. O
conselheiro é um perito no assunto a ser tratado, enquanto o aconselhando, alguém que
necessita de orientação. O Aconselhamento pode ser profissional, vocacional,
educacional ou marital. Diferencia-se bastante da prática psicoterapêutica, então restrita
à psicanálise. Segundo Scheefer (p.16) o Aconselhamento visa a ajudar na tomada de
uma decisão e envolve informações objetivas que permitem ao orientando utilizar
melhor seus recursos pessoais.
Dentre os principais autores ligados ao início da teorização sobre Aconselhamento
Psicológico, destacam-se Parsons e Rogers. O primeiro era engenheiro e compreendia o
aconselhamento como o fornecimento de informações e conselhos sobre escolha
profissional, baseada na experiência do orientador. A partir da década de 1940, o
trabalho como conselheiro leva Carl Rogers a questionar o modelo vigente, propondo
em seu lugar o aconselhamento não-diretivo. Concomitantemente, ele desenvolve a
Terapia Centrada no Cliente. O Aconselhamento é apresentado como um tipo de contato
direto com o indivíduo a fim de lhe fornecer assistência na modificação de suas atitudes.
O Aconselhamento distingue-se da Psicoterapia, pois se trata de um auxílio para o
aconselhando maximizar seus recursos pessoais e fazer escolhas. Pode ser útil também
como prática educativa, preventiva ou de apoio situacional. Geralmente é um processo
de curta duração, diferenciando-se do modelo tradicional de psicoterapia, de longa
duração, que visa a reestruturação da personalidade e o tratamento de problemas
emocionais e patologias.

1) Pesquise na bibliografia e na internet sobre o trabalho do psicólogo no começo do


século XX.
2) Faça uma leitura criteriosa do texto indicado, atentando para o contexto histórico do
aparecimento do Aconselhamento Psicológico e seus primeiros teóricos.
3) Acompanhe o seguinte exemplo de exercício:

O surgimento do Aconselhamento Psicológico está vinculado à criação de centros de


orientação infantil, de serviços de higiene mental, de centros de aconselhamento pré-
matrimonial e matrimonial nos EUA nas primeiras décadas do século XX. Sobre os
profissionais que exerciam o aconselhamento nesse período é verdadeiro afirmar:

I – Os conselheiros eram psicólogos treinados na escuta da demanda do cliente. A


demanda era considerada a partir do contexto de vida de cada cliente.
II – Os conselheiros ajudavam os aconselhandos a tomarem decisões em sua vida nos
âmbitos profissional, educacional, e matrimonial, entre outros.
III – Aos conselheiros era importante conhecer profundamente o campo no qual
aconselhavam; isto é, o conselheiro matrimonial conhece o que é o casamento e
fornece informações sobre isso ao noivo(a) indeciso(a).
IV – O conselheiro cuida para que aquilo que ele considera o melhor para o cliente
não apareça, reservando ao aconselhando o poder de tomar suas decisões.

Está correto o que se afirma em:

A) I, e II, apenas.
B) II e III, apenas.
C) I e IV, apenas.
D) I, II e III, apenas.
E) II, III e IV, apenas.

Seus estudos devem ter-lhe dado subsídios para reconhecer que a afirmativa I está
incorreta, pois os primeiros conselheiros não eram necessariamente psicólogos. Eles
eram pessoas com conhecimento sobre um determinado assunto, como o casamento ou
o trabalho, etc. Ademais, a preocupação deles não era a de compreender a demanda do
cliente à luz do contexto de vida do mesmo, mas comparar o perfil do aconselhando
com as demandas da situação sobre a qual ele pede conselhos.
Você deve ter identificado que as afirmativas II e III estão de acordo com a bibliografia,
mas que a IV está incorreta, pois os primeiros Conselheiros assumiam o lugar de
conhecedores sobre o assunto em questão, deixando claro que seu conselho era a
indicação correta.
Portanto, a alternativa correta é B.

Introdução ao Aconselhamento Psicológico na perspectiva da Psicologia


Humanista

Bibliografia básica:SCHMIDT, M. L. S. “O nome, a taxonomia, e o campo do


Aconselhamento Psicológico”, In: MORATO, H.T.P. et al. (Coord.) Aconselhamento
Psicológico numa perspectiva fenomenológica existencial: uma introdução. Cap. I,
p. 1-21.

O aconselhamento psicológico nasce nos anos 1930 nos Estados Unidos como
especialidade e área de atuação e saber do psicólogo. No início é estreitamente ligado à
orientação vocacional e à psicometria, focando as pesquisas em testes vocacionais e
outros meios de medição de aptidões.
A primeira teoria mais expressiva chama-se Traço e Fator e foi desenvolvida pelo
engenheiro William Parsons. A teoria Traço e Fator parte do pressuposto de que o
aconselhamento deve focar o processo de ensino do aconselhando, pois tem como meta
a solução de problemas específicos de adaptação do indivíduo nas áreas educacional e
profissional através do desenvolvimento de atitudes e comportamentos (os “traços”)
condizentes com o esperado para a realização da atividade proposta (os “fatores”).
Williamson, um dos expoentes do aconselhamento psicológico na Teoria Traço e Fator,
define-o como um atendimento que auxilia o indivíduo a aprender determinadas
matérias escolares, condutas adequadas de cidadania, valores sociais e todos os outros
hábitos, habilidades, atitudes e crenças que constituem um ser humano normal. Em
outras palavras, o processo teria o objetivo de eliminar ou modificar comportamentos
considerados inadequados. A mudança de comportamentos e atitudes, segundo o autor,
seria satisfatória para o aconselhando e para a sociedade em que vivia. Nesse sentido, a
Teoria Traço e Fator, articulada à vertente experimental dos estudos psicométricos, dá
ao Aconselhamento uma aura de cientificidade e abre espaço para a prática do
psicólogo.
A Psicologia ainda não estava regulamentada como profissão nos EUA e aqueles que
praticavam a psicologia buscavam delimitar seu campo de atuação. Uma possibilidade
era a psicoterapia, que, na época, era prerrogativa dos médicos e encontrava na
psicanálise a teoria que a fundamentava. A psicoterapia tinha como público indivíduos
que sofriam de distúrbios psicológicos mais graves, exigindo tratamentos prolongados.
O Aconselhamento Psicológico surge como possibilidade de prática psicológica voltada
para questões de desajustamento, orientando o aconselhando na obtenção das
habilidades que o tornam ajustado ao seu meio. Isso pode ocorrer num período mais
curto do que a psicoterapia de longa duração.
Em 1942, Carl Rogers publica o livro Aconselhamento e Psicoterapia, lançando as
bases da primeira fase de suas ideias: a terapia não-diretiva. A não-diretividade é
geralmente associada a total não-interferência do terapeuta (ou conselheiro) no processo
do cliente. Sua proposta surge em oposição ao processo de aconselhamento da Teoria
Traço e Fator, que é considerada prepotente e autoritária por situar o conselheiro no
lugar de quem sabe o caminho certo para modificar os comportamentos desajustados e
desadaptados socialmente do aconselhando. Nesse sentido, o conselheiro psicológico
que segue a proposta de Rogers coloca-se como “um ouvinte interessado e
compreensivo, que, pela técnica da reflexão, queria proporcionar que a esfera de
exploração pessoal do cliente ou aconselhando se configurasse o mais proximamente
possível de suas vivências e percepções atuais e conscientes.” (Schmidt, 2009, p. 5).
Com suas ideias, Rogers elimina a distinção entre aconselhamento e psicoterapia.

Atividades recomendadas:
1) Faça uma leitura criteriosa dos textos indicados, observando os argumentos utilizados
pela autora, em defesa de suas teses.
2) A partir da leitura, procure definir as características da Teoria Traço e Fator.
Confronte se sua definição está de acordo com a que Schmidt apresenta: como uma
teoria que se fundamenta na educação e que tem como finalidade a solução de
problemas específicos através do ajustamento do indivíduo.
3) Acompanhe o seguinte exemplo de exercício:

Historicamente, a Teoria Traço e Fator foi aquela que deu origem ao Aconselhamento
Psicológico, tendo surgido nos Estados Unidos, nas primeiras décadas do século XX.

Com relação a aconselhamento nessa teoria, assinale a alternativa incorreta:

A) É uma modalidade psicoterapêutica;


B) Está ligado à psicometria;
C) Pretende resolver problemas específicos do indivíduo;
D) Está ligado à Orientação Vocacional;
E) Abre um campo de trabalho para o psicólogo.

Se você compreendeu adequadamente o conteúdo que estudou terá assinalado a


alternativa A). O aconselhamento na Teoria Traço e Fator é um processo educativo, não
psicoterapêutico.

O Aconselhamento Psicológico fundamentado na Abordagem Centrada na Pessoa

O psicólogo norteamericano Carl Rogers não distingue aconselhamento psicológico e


psicoterapia, pois considera que ambos consistem em contatos diretos com o indivíduo
com o objetivo de facilitar mudanças significativas em suas atitudes e comportamentos.
Esses encontros são marcados pelas atitudes facilitadoras – aceitação incondicional,
compreensão empática e congruência – que propiciam um ambiente de desenvolvimento
psicológico ao indivíduo.
Atualmente, o aconselhamento psicológico é prática exclusiva de psicólogos,
caracterizada por centrar-se nas potencialidades e nos aspectos saudáveis dos
indivíduos, não nas suas fragilidades ou aspectos psicopatológicos. Além disso, o
aconselhamento também tem como foco o modo como a pessoa se percebe e os projetos
pessoais que quer realizar para desempenhar um papel social produtivo.
Pode-se também caracterizar o aconselhamento como um atendimento psicológico em
períodos de crise, no qual o objetivo é facilitar as escolhas do indivíduo na situação que
vive, escolhas essas das quais depende seu desenvolvimento posterior.
Assim, esse atendimento está voltado a questões situacionais, ao apoio e à prevenção,
mais comumente dirigido à solução de problemas.
No entanto, como assinala Schmidt logo no início de seu texto, aconselhamento tem
dois sentidos: pode indicar os significados de sugestão, recomendação e orientação,
mais próximos ao sentido de aconselhamento na perspectiva tradicional; pode ainda
denotar a situação em que várias pessoas se reúnem para pensar e decidir com justeza a
respeito de algo de seu interesse, o que se aproxima da definição de Rogers da relação
de ajuda presente tanto no aconselhamento quanto na psicoterapia.

Atividades recomendadas:

1) Faça uma leitura criteriosa dos textos indicados, observando os argumentos utilizados
pelas autoras, em defesa de suas teses.
2) A partir da leitura, procure definir aconselhamento psicológico. Confronte se sua
definição está de acordo com a que as autoras apresentam: aconselhamento psicológico
é um atendimento psicológico que comumente é diferenciado da psicoterapia. É mais
próprio para períodos situacionais de crise, tem uma duração mais curta que a
psicoterapia e não leva em conta a questão da normalidade ou da psicopatologia, mas a
capacidade do indivíduo de lidar com as questões que o afligem.
3) Acompanhe o seguinte exemplo de exercício:

Com relação ao Aconselhamento Psicológico proposto por Carl Rogers está correto
afirmar que:

I) É um atendimento que se diferencia da psicoterapia para a maioria dos autores. No


entanto, para Rogers, o aconselhamento não se distingue da psicoterapia, pois ambos
têm como objetivo o desenvolvimento psicológico do indivíduo;
II) É um atendimento que tem como foco a cura dos aspectos psicopatológicos do
indivíduo;
III) É um atendimento mais adequado às situações de crise e para facilitar as escolhas
do indivíduo.

Estão corretas apenas as afirmações:


a) I;
b) I e III;
c) II e III;
d) II;
e) III.

Se você compreendeu adequadamente o conteúdo estudado, terá assinalado a


alternativa b, pois Rogers desfaz a fronteira que separa psicoterapia do aconselhamento
psicológico ao objetivar o desenvolvimento de potencialidades do indivíduo. É por isso
que os aspectos psicopatológicos não são o foco dessa modalidade de atendimento
(afirmação II).

4) Realize os exercícios deste módulo, anotando as dúvidas que surgirem durante a


resolução. Busque respostas às suas dúvidas na bibliografia indicada ou através de
novas pesquisas bibliográficas. Caso suas dúvidas persistam, apresente-as ao professor
nas aulas presenciais.

MÓDULO 07: PLANTÃO PSICOLÓGICO

Módulo 07: Plantão Psicológico

Bibliografia básica: CHALOM, M. et al. A experiência de implantação de um


serviço de plantão psicológico no Projeto esporte-Talento por alunos de
graduação do IPUSP. In: MORATO, H. T. P. (Org.) Aconselhamento
Psicológico centrado na pessoa: novos desafios, p. 177-185.

Bibliografia complementar: CAUTELLA, W. Plantão Psicológico em hospital


psiquiátrico. In: In: MORATO, H. T. P. (Org.) Aconselhamento Psicológico
centrado na pessoa: novos desafios, p. 161-175.

Introdução ao Plantão Psicológico

O Plantão Psicológico é um modelo de atendimento psicológico que se


coloca disponível para acolher a experiência do cliente no momento em que ele
se decide por procurar o psicólogo. Seguindo essa mesma orientação, é o
cliente que determina o foco da sessão. O objetivo do encontro é propiciar uma
compreensão da situação atual e o resgate de liberdade e autonomia. Trata-se,
portanto, de um esclarecimento da situação vivenciada.
Não exige um setting terapêutico como outros modelos de atendimento
psicológico, podendo acontecer dentro de instituições. Exige apenas que a
instituição e o profissional garantam a sistematicidade do serviço. Nos relatos
de experiência de CHALOM et al. (1999) e CAUTELLA (1999), o plantão ocorre
em instituições em dias e horários previamente combinados. Sempre nos
períodos determinados há psicólogos-plantonistas disponíveis para atender os
interessados. Essa sistematicidade e a disponibilidade do psicólogo oferecem
àqueles que procuram atendimento um ponto de referência em momentos de
necessidade.
O Plantão, em geral, acontece em apenas um encontro. Existe a
possibilidade de ser marcar retornos e follow up, mas o sentido do plantão é
resgatar a capacidade de apropriação da situação existencial, o que não
necessita de mais do que um encontro bem feito. O agendamento de retornos
já é uma modificação em relação à proposta original, pois, nessa situação, o
psicólogo determina quando o cliente deve voltar, decidindo por ele.
É um modelo que corresponde bem às possibilidades de prática psicológica em
instituições, pois não há agendamento prévio, tampouco fila de espera. Todas
essas condições facilitam a implementação do serviço nas instituições e
viabilizam o atendimento a um número expressivo de pessoas.

Atividades Recomendadas

1. Leia os textos indicados.

2. Pesquise na bibliografia sobre a história deste modelo de atendimento.

3. Responda: qual é o papel do cliente no plantão psicológico? E do psicólogo?

4. Acompanhe o exercício abaixo:

Caracterizam o modelo de atendimento chamado Plantão Psicológico:

I – A delimitação do foco do atendimento, isto é, a realização de um diagnóstico


informal para delimitar quais assuntos serão trabalhados e como o serão.
II – O Plantão Psicológico deve trabalhar em parceria com psicólogos que
realizam psicodiagnóstico, pois os clientes que passam pelo plantão precisam
já estar triados.
III – O objetivo da sessão de Plantão Psicológico, fundamentado na
fenomenologia-existencial, é o esclarecimento da situação atual do paciente,
através do que se torna possível uma compreensão mais ampla do que
motivou a busca pelo atendimento.
IV – Diferentemente de outros modelos de atendimento psicológico, o Plantão
Psicológico não necessita de um espaço físico delimitado para acontecer.
O setting desse atendimento é formado pela privacidade e intimidade que
surgem do próprio encontro entre psicólogo e paciente.

Estão corretas:

A) I, II, III e IV.


B) I, II e III, apenas.
C) II e III, apenas.
D) II, III e IV, apenas.
E) III e IV, apenas.
Se você leu os textos e compreendeu esta modalidade de atendimento, foi
capaz de identificar que as afirmações I e II estão incorretas. A primeira propõe
a delimitação de um foco para o atendimento, quando o objetivo do Plantão é o
esclarecimento da situação existencial. A segunda apresenta o Plantão como
um serviço psicológico indicado pelo psicodiagnóstico. Porém, é um
atendimento que acontece no momento da demanda e não necessita a
indicação prévia. A alternativa correta, portanto, é E.

Sentido da intervenção psicológica no Plantão Psicológico

O objetivo do plantão psicológico é o atendimento no momento da


procura do cliente, o que possibilita um esclarecimento da situação atual que a
motivou e a descoberta dos modos próprios de lida com ela. O psicólogo-
plantonista precisa ter disponibilidade para lidar com o não-planejado. Este é
um aspecto crucial deste modelo de atendimento, no qual o psicólogo coloca-
se a disposição para acolher a demanda que aparecer, no momento em que
acontece. Também é necessário que o plantonista compreenda como possível
o acontecimento de um único encontro. Como já foi visto, o Plantão pode
disponibilizar retornos, mas o objetivo não depende do prolongamento dos
atendimentos. Ademais, o plantonista fica disponível para receber o paciente
quando este tomar iniciativa por buscar ajuda, o que deixa de acontecer se o
psicólogo indicar se e quando deve retornar.
As intervenções do psicólogo-plantonista têm o sentido de abrir a
compreensão da experiência do cliente, cultivando uma fala própria. Assim,
não cabe a ele explicar o que está vendo ou propor alternativas. Fazer isso
seria pressupor a incapacidade do cliente de lidar com sua situação, o que, do
ponto de vista das abordagens humanistas, seria desconsiderar sua
capacidade de autocompreensão e autodeterminação. Em geral, esse é um
dos motivos da procura nas instituições, pois estas determinam as
possibilidades existenciais de seus agentes, despindo-os de singularidade.
(CAUTELLA, 1999) O plantão surge, assim, como resgate da autonomia do
cliente para a autoria de sua narrativa.

Atividades Recomendadas

1. Leia os textos indicados.

2. Pesquise na bibliografia e na internet pesquisas que relatam experiências


deste modelo de atendimento.
3. Acompanhe o exercício abaixo:

Um cliente (Jorge) procurou o plantão psicológico pois descobriu que


sua esposa (Maria) o estava traindo. Tiveram uma briga violenta e Maria foi
embora de casa. Jorge não sabe aonde ela foi, mas acredita que tenha fugido
com o amante. Ele está transtornado, relata que às vezes nem consegue ir ao
trabalho; quando vai, fica distraído, triste, pensando em toda essa situação.
Sente muita raiva de Maria, mas também saudades.
O atendimento aconteceu com um psicólogo-plantonista humanista. A postura
que condiz com esse modelo de atendimento e com essa compreensão de
homem é:

A) percebendo a angústia de Jorge, encaminhá-lo imediatamente para um


processo de psicoterapia breve.
B) procurar ouvi-lo com atenção, explorando com ele seus sentimentos diante
destas situações e, com isso, compreender melhor o que o aflige.
C) orientá-lo a procurar Maria, explicar a ela como se sente e que a quer de
volta.
D) convidar a família de Jorge para o retorno, a fim de compreender como eles
percebem os modos como ele está reagindo diante dessa situação. Assim, o
psicólogo tem outras versões da história e consegue entender de maneira mais
abrangente a situação.
E) explorar com ele o sentido de sua raiva, auxiliando-o a se dar conta de que
deve contratar um advogado para iniciar um processo de divórcio.

Se você leu atentamente os textos e compreendeu este modelo de


atendimento psicológico, identificou que a alternativa B é a única compatível
com a proposta. A alternativa A confunde o plantão com uma triagem. As
alternativas C e D não compreendem que o objetivo do plantão é auxiliar o
paciente a esclarecer a sua situação (isto é, como o paciente percebe, sente e
compreende a sua situação). A alternativa E propõe um encaminhamento
infundado para a situação.

4. Estude a bibliografia indicada e realize os exercícios deste módulo. Se


persistirem as dúvidas, procure um(a) professor(a) desta disciplina para
esclarecimentos.

MÓDULO 08: OFICINAS DE CRIATIVIDADE

Módulo 8 – Oficinas de Criatividade


Bibliografia básica: SCHMIDT, M.L.; OSTRONOFF, V.H. Oficinas de
criatividade: Elementos para a explicitação de propostas teórico-práticas. In:
MORATO, H. T. P. (Org.) Aconselhamento Psicológico centrado na pessoa,
p. 335-344.

O termo Oficina remete a ofício, a artesanal. As Oficinas de Criatividade são


espaço terapêuticos com o objetivo de resgatar possibilidades criativas na vida
dos participantes. A criatividade pode ser descoberta (ou redescoberta), pois é
condição humana para as abordagens humanistas em psicologia, e sua
(re)apropriação repercute na vida dos participantes das oficinas, pois abre
novos modos de se relacionar consigo mesmos e com os demais.
Historicamente, as Oficinas de Criatividade surgem no contexto das
experiências grupais intensivas da Abordagem Centrada na Pessoa e da
Gestalt-terapia das décadas de 1960 a 1980. Nessas experiências
(chamadas Workshops, que, traduzido literalmente, significa Oficina), os
participantes desenvolviam novos modos de se relacionar com os demais.
Iniciavam o Workshop desencontrados, estranhando-se, e encerravam o
período (que podia durar de 1 a 10 ou mais dias) organizados como grupo.
As Oficinas de Criatividade conferem organização a essa experiência.
Oferecem um ambiente protegido e atividades temáticas que facilitam a
confiança no processo e à entrega ao potencial criativo de cada um.
Propõe-se um processo de 6 a 8 sessões. Os facilitadores organizam o grupo e
elaboram propostas temáticas. Estas utilizam materiais expressivos e/ou
atividades corporais, solicitando que os participantes experimentem-se
sensorialmente, sem a referência de “certo” ou “errado” (que frequentemente
bloqueiam a criatividade).
São exemplos de recursos usados nas Oficinas de
Criatividade: Corporais, que favorecem a sensibilização, conscientização e
expressão, ampliando o contato com o próprio corpo e com os
sentimentos; Sensibilização sensorial, que abre novos canais de
conhecimento do mundo pouco experimentados; Música, que é afetiva,
criadora de climas emocionais e convidativa ao ritmo; Recursos plásticos, que
concretizam a experiência pessoal.

Atividades Recomendadas

1. Leia os textos indicados.

2. Responda: “As Oficinas de Criatividade não são psicoterapia, mas são


terapêuticas. Por que?”
3. Acompanhe o exercício abaixo:

As Oficinas de Criatividade utilizam os mais variados recursos como


ferramentas para explorar diferentes formas de expressão e desenvolver novas
formas de linguagem. Segundo Cupertino (2008, p.18),

Há uma mobilização no sentido de tornar o ambiente mais lúdico e


interessante, de desenvolver habilidade na exploração de diferentes formas de
expressão e linguagem, no entrecruzamento da escolha do tema, dos recursos
de exploração (plásticos, corporais) e no efeito esperado, estabelecendo a
situação de diálogo entre a linguagem expressiva de caráter artístico e a
linguagem formal e conceitual de uma ou mais disciplinas.
Referência bibliográfica: CUPERTINO, C. M. B. (Org.) Espaços de criação em
Psicologia: oficinas na prática. São Paulo: Annablume, 2008.

Esta modalidade de atenção psicológica, de fundamentação humanista-


fenomenológica, propicia muitas transformações na atitude dos participantes
das oficinas. Dentre essas transformações, é correto afirmar que as Oficinas de
Criatividade propiciam:

I – o acolhimento e esclarecimento de angústias trazidas pelos participantes e


o encaminhamento para o serviço psicológico mais adequado.
II – espaços de escuta para as vivências cotidianas e a possibilidade de
ressignificação.
III – novas formas de contato entre os participantes, a aceitação de diferenças
e reinserção social.
IV – a expressão de sentimentos, a emergência de significados inconscientes e
o reconhecimento da importância do trabalho do psicólogo.

A) I, II, III e IV.


B) I, II e III, apenas.
C) I, II e IV, apenas.
D) II e III, apenas.
E) I e IV, apenas.

Se você compreendeu os objetivos das Oficinas de Criatividade, identificou que


apenas as afirmações II e III estão corretas. A Oficina de Criatividade não
elabora um psicodiagnóstico, de modo que não é uma intervenção que
determina encaminhamentos. É um modelo de intervenção que se fundamenta
em abordagens humanistas e fenomenológicas, de modo que não há
“emergência de significados inconscientes”. A alternativa correta é D.

Lugar e função do psicólogo na Oficina de Criatividade

Bibliografia básica: SCHMIDT, M.L.; OSTRONOFF, V.H. Oficinas de


criatividade: Elementos para a explicitação de propostas teórico-práticas. In:
MORATO, H. T. P. (Org.) Aconselhamento Psicológico centrado na pessoa,
p. 335-344.

O Oficineiro é o psicólogo que organiza as atividades da Oficina de


Criatividade. Seu papel no grupo é de coordenador e facilitador do processo.
Schmidt e Ostronoff (1999) caracterizam as Oficinas como “espaços de
elaboração da experiência pessoal e coletiva através do uso de recursos
expressivos, tais como movimento corporal e atividades de expressão plástica
e de linguagem” (p.335), que revitalizam a vida social ou comunitária tornando-
a mais criativa e solidária. Cabe ao Oficineiro facilitar os processos criativos e
criadores nos grupos.
São várias as tarefas do coordenador. Cabe a ele, primeiramente,
constituir o grupo, atento às necessidades que motivaram a escolha da Oficina
de Criatividade como modelo de atendimento e às peculiaridades da população
que atenderá. Feito isso, deve definir se o grupo é aberto ou fechado, o local
onde acontecerá, planejar um roteiro de atividades (que será reelaborado ao
longo do processo) e disponibilizar os materiais que serão utilizados. Além
disso, deve divulgar o início do grupo, de modo que as pessoas se interessem
e participem.
Atento às necessidades do grupo, o Oficineiro escolhe o tema
adequado às necessidades identificadas e os recursos que melhor atendam à
exploração desse tema.
Como modelo geral, acontecem de 6 a 8 encontros, que podem ser
divididos em: 1. Aquecimento, no qual os participantes se voltam para a
experiência imediata e se prepararam para entrar em contato consigo mesmos,
com os outros e com o tema proposto; 2. Realização da atividade, que é
quando entram em contato com a temática proposta e utilizam os recursos
indicados para entrar em contato consigo mesmos e se expressarem; 3.
Fechamento, que é ó compartilhar a experiência própria na realização da
atividade com os demais e criar um espaço de discussão e socialização.
Atividades Recomendadas

1. Leia os textos indicados.

2. Responda: Qual é o papel do psicólogo nas Oficinas de Criatividade?

3. Responda: É necessário ser psicólogo para coordenar Oficinas de


Criatividade? Justifique a sua resposta.

4. Acompanhe o exercício abaixo:

De acordo com Schmidt & Ostronoff (1999), as oficinas de criatividade


funcionam como espaços de elaboração da experiência pessoal e coletiva
através do uso de recursos expressivos, tais como o movimento corporal e
atividades de expressão plástica e de linguagem. Neste contexto, o psicólogo
poderá atuar como oficineiro, cabendo a ele o desempenho de algumas tarefas
específicas. Tendo em vista o papel do oficineiro e a natureza de sua
intervenção, assinale a alternativa INCORRETA:

A) Em uma oficina de criatividade, uma das tarefas primordiais do oficineiro é


ensinar habilidades específicas. Desta maneira, é esperado que ele proponha
somente oficinas que envolvam atividades que são compatíveis com suas
habilidades;
B) O oficineiro é um facilitador que se oferece de maneira atenta, autêntica e
respeitosa à convivência com o outro, proporcionando o compartilhamento da
experiência;
C) O oficineiro é o responsável pelo planejamento das oficinas, decidindo sobre
a constituição de cada grupo, a escolha do tema adequado e a determinação
dos recursos;
D) As intervenções do oficineiro ao longo das atividades tem o intuito de
facilitar a explicitação dos modos de criar de cada um dos participantes;
E) Em alguns casos, cabe ao oficineiro a tarefa de explicitar a demanda junto
ao grupo, avaliando se a proposta de uma oficina de criatividade seria a mais
adequada para as expectativas do grupo naquele momento.

Se você leu os textos e compreendeu o papel do psicólogo nas Oficinas de


Criatividade, identificou que todas as afirmações acima estão corretas exceto A.
Esta sugere que as habilidades trabalhadas na Oficina devam ser apenas
aquelas já conhecidas e familiares aos participantes. Isso está errado, pois a
proposta das Oficinas é experimentar novos modos de ser relacionar com o
mundo, através de canais de comunicação e expressão diversos.

Oficinas de criatividade, constituição dos grupos e elaboração das


experiências

Bibliografia obrigatória:

SCHMIDT, M. L. S. e OSTRONOFF, V. H. “Oficinas de criatividade: elementos


para a explicitação de propostas teórico-práticas.” In: MORATO, H. T. P.
(Coord.) Aconselhamento Psicológico Centrado na Pessoa: novos
desafios. Cap. 20, pp. 329-338.

A constituição dos grupos de participantes é de suma importância numa oficina


de criatividade. Há dois modos de formação de grupos: no primeiro o grupo se
constitui de um coletivo já existente, como uma equipe de trabalho numa
instituição; no segundo, o grupo se forma a partir da divulgação de oficinas
oferecidas pelo facilitador.
No primeiro caso, é necessário explicitar-se a demanda do grupo para se saber
se as oficinas são a melhor resposta a ela. Nesse sentido, é de suma
importância que o psicólogo venha a conhecer as motivações, expectativas e
objetivos do grupo, e se o nível de integração do grupo é compatível com a
realização das oficinas, uma vez que estas não são o melhor tipo de
atendimento psicológico a um grupo desintegrado.
No segundo caso, o grupo é formado circunstancialmente, em função da
participação na oficina. Ao oficineiro, neste tipo de coletivo, cabe definir a
população-alvo e a temática, a duração, o local e o horário das oficinas. Cabe
também a ele saber quais são as expectativas e motivação das pessoas com
relação à realização dos trabalhos.
É fundamental também que o oficineiro esteja atento aos efeitos que as
oficinas acarretarão na instituição onde elas são oferecidas, tendo em vista
certos “transtornos” que elas acarretam, uma vez que quebram a rotina
institucional, e que mobilizam não apenas os participantes, mas também
aqueles que ficam fora delas.
As oficinas proporcionam a elaboração de experiências pessoais e coletivas
através das produções, que se realizam no eixo da aprendizagem significativa.
Essas produções testemunham não só a força criativa das pessoas e grupos
quando lhes é oferecido condições facilitadoras, mas também o desejo de
compartilhamento de experiências. Assim, as oficinas rompem com o
isolamento, ativam laços sociais e comunicacionais. Possibilitam também o
desenvolvimento de sentimentos de pertença social dos participantes.
Atividades recomendadas:

1) Faça uma leitura criteriosa do texto de Schmidt e Ostronoff., observando os


argumentos utilizados pelas autoras, em defesa de suas teses.

2) A partir da leitura, procure explicitar os aspectos importantes da constituição


dos grupos em oficinas de criatividade. Também defina o que as oficinas
proporcionam aos participantes.

3) Acompanhe o seguinte exemplo de exercício:

Assinale a alternativa correta:

Uma equipe de professores do 1º ciclo do Ensino Fundamental de uma escola


pública da região oeste de São Paulo pediu a um psicólogo que realizasse
oficinas de criatividade com eles. Num encontro que teve com eles para
conhecer sua demanda, o psicólogo observou que os professores não
conseguiam se entender quanto às suas expectativas em relação às oficinas, e
que, na verdade, o pedido do trabalho havia partido de apenas dois
professores. Os outro cinco da equipe estavam em dúvida se era
melhor participarem das oficinas ou de uma análise institucional, para tentarem
resolver suas dificuldades.

Diante do enunciado acima podemos dizer que:

as oficinas de criatividade não são a melhor resposta à demanda dos


professores

PORQUE

As oficinas de criatividade, enquanto modalidade de atendimento que


possibilita a elaboração das experiências pessoais, é mais eficaz se houver
integração no grupo.

a) As duas afirmativas são verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta


da primeira;
b) As duas afirmativas são verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa
correta da primeira
c) As duas afirmativas são falsas;
d) A primeira afirmativa é correta e a segunda é falsa;
e) A primeira afirmativa é falsa e a segunda é correta.

Se você tiver compreendido adequadamente o texto estudado terá assinalado


a alternativa a.

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