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HARVARD COLLEGE
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GIVEN IN MEMORY OF
KILLED IN ACTION
BOISLEUX-AU-MONT, FRANCE
O Paraiso Perdido
POEMA EPICO EM DOZE CANTOS
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MILTON
O Paraiso Perdido
mangr
June 2, 1931
JOÃO MILTON
NOTICIA BIOGRAPHICA
Poema em 12 cantos
ARGUMENTO DO CANTO I
CANTO I
PERDIDO
PARAISO
O
1
Ou do horrisono bojo do Etna em furias ,
Cujas entranhas , que abrazadas dentro
Té-lli ferviam em cachões de fogo,
Erguem-se agora de tufões pungidas
Furibunda explosão jogando aos ares ,
Crestando largo espaço que povoâm
De mephitico cheiro e negro fumo ;
Taes os malditos pés alli poisaram !
Seu immediato socio logo o segue ,
Gloriando-se ambos por se verem salvos
Do lago Stygio, como deuses que eram,
Sem permissão do omnipotente Nuinen ,
Mas pela propria força recobrada.
*
CANTO II
PARAISO
O
PERDIDO
Talvez que alguma empresa vantajosa
Com subita incursão conseguiremos , -
Ou do Inferno co'o fogo devastando
Toda a recente machina do Mundo ,
Ou toda conquistando- a, e seus senhores
(Quaes nós fomos do Ceu) d'ella expellindo :
E, a não podermos aspirar a tanto ,
Ao menos obteremos seduzil-os
A' traição nossa ; por tamanha offensa
Seu Deus ha de tornar-se em seu contrario ,
E , arrependido da bondade sua,
As proprias obras destruirá furioso .
De muito este successo sobrepuja
Toda a vingança que até'gora urdimos :
Quando seus filhos , que extremoso amára ,
Amaldiçoassem sua fraca origem
E murcha gloria (tão depressa murcha !)
Precipitados nos tormentos nossos ,-
Quanto do Eterno a barbara alegria
Que sente em nosso mal, se destizera !
E quanto , contemplando o seu desgosto ,
Nossa alegria se exaltára ufana !
Pezae portanto o que melhor nos cumpre ,
Se acommetter ou se n'este atro Abysmo
Ficar de vãos imperios cogitando . »>
D'est'arte Belzebuth explana e firma
Seu conselho infernal que fora d'antes
Achado por Satan e exposto em parte .
De quem senão do auctor dos males todos
Malignidade tal nascer pudéra
Para na origem arruinar os homens,
Misturar, envolver co'o Inferno o Mundo ,
E o mais possivel irritar o Eterno ?!
Dos perversos , porém , sempre a maldade
Fez mais sobresahir de Deus a gloria.
Altamente agradou o audaz designio
Aos membros todos do infernal congresso :
Nos olhos todos a alegria fulge ;
Todos com pleno assentimento votam .
Belzebuth, satisfeito , assim prosegue :
<< Foi sustentado bem, bem terminado
Nosso debate extenso , oh côrte de anjos !
E, grandes como vós , já decidistes
Projectos que, dos fados em despeito ,
Muito nos hão de erguer do immenso Abysmo
E á nossa antiga estancia approximar-nos .
Talvez , seus muros fulgurantes vendo ,
Nós possamos de novo entrar no Empyreo
CANTO II 53
PERDIDO
70
70
O
Contente junto ao porto os mares sulca.
N'esse vazio páramo aeriforme
Extende as azas , paira o rei das trevas ,
E ao longe vê com attenção pausada
O Empyreo Ceu, que nos sentidos todos
Vae a perder de vista e excelso encobre
A sua fórma na grandeza sua :
Observa-lhe , com horrida saudade ,
De opala as torres, de saphira os muros,
Sua (n'outr'hora ) deleitosa patria !
E n'elles firme por cadeia de oiro
Descobre logo pendurada a Terra,
Vizinha á Lua e egual na redondeza
Aos mais pequenos dos celestes orbes .
Então , recheado de vingança eterna,
Da maldição na detestavel hora ,
O reprobo maldito vôa ao Mundo .
ARGUMENTO DO CANTO III
*
CANTO III
O PARAISO PERDIDO 10
134 O PARAISO PERDIDO
1
De melodia nem carece a noite
Que, emquanto dura, docemente a encanta
Com seu trinado o rouxinol solemne .
Outros nos rios , nos argenteos lagos ,
Banham os peitos de macia pluma :
Nota-se entre estes o soberbo cysne
Que, em arco, erguendo com galhardo porte,
O collo niveo sobre as niveas azas ,
Rema co' os ageis pés e as ondas fende ,
Assim passeando em magestosa pompa , -
Ou, já deixando o aquatico remanso ,
Nas firmes azas libra-se e remonta
Ás alturas do ethereo firmamento .
Outros com pé seguro a terra pizam ,
Como o cristado gallo que repete
Com seu forte clarim da noite as horas,
E o formoso pavão que se adereça
Com longa cauda ovante aberta em orbe ,
Do iris c'o as floreas côres matizado ,
Todo esparzido de estrellados olhos .
Assim com aves o ar, com peixes a agua,
Brilham ovantes , e do quinto dia
Solemnizaram-se a manhã e a tarde.
Da tarde e da manhan ao som das harpas ,
Refulgente assomou o sexto dia,
Dia da creação o derradeiro ,
E assim se expressou Deus : « Produze , oh terra ,
<<Teus proprios animaes que sejam typos
<<De suas variadissimas especies .»
Eis obediente a terra o seio abrindo ,
Deu logo á luz viventes numerosos ,
Perfeitos como são na idade adulta .
Como do seu covil, ergue-se e rompe
O feroz animal de sob a terra
Nas mattas , nas florestas , nas balseiras ,
Ovantes por alli passeando a pares :
D'além a grei levanta-se já mansa
Dos verdes campos , dos floridos prados ;
Uns em rebanhos , solitarios outros ,
Tão depressa nasceram , vão pastando .
Lá se entumecem os torrões relvosos ,
E d'entre elles o fulvo leão jubado
Ergue o peito , no chão as garras ferra ,
E, n'ellas firme, pelas ancas puxa
Té que de todo com violencia nasce
Como se ferreos vinculos rompesse ,
E soberbo sacode as crins hirsutas .
A onça, o leopardo , o tigre, o chão abrindo ,
202 O PARAISO PERDIDO
O PARAISO PERDIDO 16
CANTO IX
O PARAISO PERDIDO 20
294 O PARAISO PERDIDO
*
ARGUMENTO DO CANTO XII
FIM
INDICE EXPLICATIVO E REMISSIVO
DE
PARAISO PERDIDO 24
358 INDICE
O PARAISO PERDIDO 25
25
374 INDICE
TAMERLÃO . --
— Celebre imperador da Persia (313) .
TANTALO . -— Por seu execrando proceder foi condemna-
do no Tartaro ao tormento da sêde (estando , aliás, banhado ·
em agua até ao pescoço) (58) . O « supplicio de Tantalo» fi-
cou sendo citado como expressão proverbial .
TÁRSEA.- Antiga cidade na Cilicia (21).
TARTAREO. ― Pertencente ou relativo ao Tartaro ; pro-
veniente do Tartaro (43, 61 , 65, 162).
TARTARO. - Synonymo de Inferno. Na mythologia greco-
romana era o logar destinado ao tormento dos grandes cri-
minosos.
TARTAROS . - Os habitantes da Tartaria ( 85 , 279) .
TAURIS . --Rica cidade na Persia (279) , mui commer-
ciante .
TAURO . Assim se denomina uma das cordilheiras da
Asia. É tambem o nome d'um dos signos do Zodiaco (37) .
TENERIFFE . - A maior das ilhas Canarias (126).
TERNATE. ― Uma das ilhas Molucas (59) , na India.
TERRA . O planeta que habitamos (37 , 68 , 93 , 148) ; e
tambem a divindade mythologica que o symboliza (21 , 29) .
TERRA-SANTA. -O mesmo que Palestina (88) .
TEUCRO . Troiano ou habitante de Teucria. Aqui (231 )
é Enéas perseguido por Juno.
THAMIRES . -- Famoso cantor da Thracia , a quem as Mu-
sas por despeito tornaram cego (74).
THAMMUZ . - General do exercito de Satan (27).
THEBAS. A antiga capital do Egypto (31 , 139) , cidade
opulentissima e muito afamada por suas cem portas.
THELASSAR. - Povoação na Mesopotamia (103).
THEMIS . - Assim se chamava na mythologia greco-ro-
mana a divindade allegorica da Justiça (303).
THESSALIA . - Uma das regiões da Grecia antiga (56).
THIESTES.- Era irmão de Atreu , cujo thalamo deshon-
rou ; Atreu vingou-se matando-lhe o filho e dando-lh'o a
comer ; ante esse crime verdadeiramente execrando, fugiu
horrorizado o Sol (287) .
THRACIA . -Antigo paiz da Europa Occidental (31 ) ; cor-
responde-lhe hoje a Rumania.
THRASCIAS . - O vento noroeste (288).
THREICIO. —— Natural da Thracia . Threicio bardo (190) é
o poeta Orpheu , tão afamado pela maviosidade da sua lyra,
como celebre pelas desventuras da sua existencia e pelo seu
tragico fim .
THRONOS . Uma das jerarchias angelicas (19, 82, 153).
TIBRE . - Rio que banha a cidade de Roma (314) .
TIDOR. -S- Uma das ilhas Molucas (59).
378 INDICE