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O mercado de desenvolvimento de software vem crescendo exponencialmente, promovendo o surgimento de um

grande número de startups, o que aumenta a competitividade desse ramo. Muitas organizações tradicionais,
normalmente de médio e grande portes, possuem metodologias de desenvolvimento clássicas, apresentando pouca
flexibilidade para mudanças e baixa interação com o cliente ao longo do ciclo de execução do projeto.

Nesse contexto, é proposto um Estudo de Caso de uma empresa que se enquadra no modelo tradicional, mas que
busca mudanças com o intuito de obter melhorias de produtividade e alinhamento com as necessidades e
expectativas dos clientes, melhorando, desse modo, sua competitividade. Isso será realizado por meio da adoção de
metodologias ágeis, impactando não somente os processos em si, mas sua cultura e a forma de gerenciá-los.

As empresas de desenvolvimento de software enfrentam um mercado bastante competitivo, principalmente diante


do surgimento das startups, que conseguem trazer soluções tecnológicas e inovadoras de forma muito rápida. O
modelo tradicional para construção de software, também conhecido como waterfall ou cascata, propiciou uma série
de vantagens, dentre as quais a demanda de uma maior organização para desenvolver um produto. Porém, devido à
sua pouca flexibilidade, está sendo considerado um modelo ultrapassado, sendo substituído principalmente por um
modelo ágil cuja proposta é priorizar o valor do produto e a interação com o cliente.

Sutherland (2014), um dos criadores do método Scrum, menciona que o método ágil consegue obter resultados com
maior qualidade e menos recursos, enquanto o método cascata gasta muito dinheiro sem entregar resultado. Esse
método tem sido adotado por um número crescente de empresas, não se restringindo ao desenvolvimento de
software, em função dos bons resultados obtidos. A gestão de projetos também tem acompanhado essa
metodologia, dentro de princípios definidos no que ficou conhecido como APM (Agile Project Management).

Caro(a) estudante, ao ler este roteiro você vai:


 Entender a metodologia ágil segundo o manifesto ágil;
 Analisar as vantagens da metodologia ágil em relação às metodologias tradicionais;
 Conhecer a proposta de gestão de projetos ágeis conforme os princípios da APM (Agile Project
Management);
 Conhecer a metodologia ágil Scrum, uma das mais difundidas no mundo;
 Compreender os principais papéis e processos do método Scrum;
 Avaliar as principais ferramentas utilizadas para gestão de projetos ágeis; e
 Analisar a gestão de projetos ágeis em comparação ao PMBOK.

Introdução
O desenvolvimento de software vem sendo demandado com solicitações de prazos cada vez menores e mudanças
ao longo do processo, para que os produtos apresentem o valor ideal para determinado cliente e/ou mercado. Parte
disso vem da transformação digital que muitas empresas estão passando, devendo estar alinhadas às tendências
tecnológicas, principalmente as voltadas para a Internet. Muitos processos de negócio estão sendo realizados de
forma digital com o apoio de sistemas, com o intuito de obter maior produtividade. Nesse contexto, o que as
organizações que atuam em projetos de desenvolvimento de software precisam fazer para serem competitivas?
Uma resposta é a adoção de metodologias que permitam uma maior rapidez na entrega de valor, como as ágeis. E
quem deve implementar a adoção dessas metodologias nessas organizações? A resposta é: todos na empresa devem
estar envolvidos para a criação de uma cultura ágil, e os processos terão maior impacto nas áreas relacionadas ao
desenvolvimento de produtos de software. Deve-se planejar com muita calma, porém o quanto antes, para que os
resultados possam ser observados através do engajamento dos envolvidos e com uma gestão eficiente, para que não
haja uma sensação de que a metodologia não é eficaz.

Para um entendimento mais aprofundado de como projetos com métodos ágeis podem potencializar a eficiência de
entregas com maior valor em menores prazos, serão explorados diversos conceitos relacionados a esse tema, com
um exemplo de metodologia muito conhecida no mercado, além de apresentar os cuidados nos aspectos de gestão.

Metodologias Clássicas X Metodologias Ágeis


A metodologia clássica (ou tradicional) mais conhecida é a cascata (waterfall), em que as fases de projeto são
definidas de tal forma que uma etapa só pode iniciar se a etapa anterior tiver sido concluída. Por exemplo, temos a
etapa inicial de análise de requisitos que, após concluída, é seguida pelo desenho do sistema. Na sequência, há a
implementação, testes, implantação e manutenção, sendo cada etapa iniciada após o término da etapa anterior.

Além de software, essa metodologia foi muito adotada em projetos de diversos segmentos de mercado, como a
construção civil. Entretanto, há uma dependência muito grande do entendimento dos requisitos do cliente na etapa
inicial, pois esse método é pouco flexível a mudanças ao longo do percurso do desenvolvimento do projeto, sendo
que só é possível avaliar o produto quando é finalizado. Esse método pode implicar prazos longos, com riscos de
retrabalhos caso haja problemas nas especificações iniciais do projeto.

A partir do ano de 1990, segundo Foggetti (2014), desenvolvedores começaram a propor novos meios de
desenvolvimento, reduzindo o tempo de planejamento e facilitando novos pedidos de clientes, tendo como base a
linha de produção da indústria japonesa Toyota, conhecida como Lean Manufacturing, que tem as seguintes
características:

 Fazer o que importa e descartar o que não importa;


 Soluções simples;
 Fazer o certo na hora certa;
 Aceitar as mudanças e
 Fluxo contínuo de entregas.

Em 2001, surgiu a expressão metodologia ágil para um novo modelo de desenvolvimento, que veio para atender as
necessidades de criação de software que não eram facilitadas pelas metodologias clássicas. Em uma reunião
envolvendo 17 especialistas em processos de desenvolvimento de software, foi criado o manifesto ágil, cujos
conceitos apresentavam a necessidade de priorizar o valor e a implementação de entregas parciais, bem como
aumentar a interação com os clientes (FOGGETTI, 2014).

No Quadro 1, pode-se verificar uma comparação entre os métodos clássicos e métodos ágeis:

Nesse quadro comparativo, é verificada a flexibilidade apresentada na metodologia ágil com relação a mudanças em
relação à metodologia clássica, bem como o foco na implementação e entregas parciais. A entrega parcial permite
que o cliente possa ter uma versão do produto mais rápida, enquanto outras funcionalidades possam ser
implementadas, sendo possível a realização de ajustes ao longo do processo, quando necessária. No próximo tópico,
serão abordados em detalhes a metodologia ágil em relação aos seus princípios e gestão.
LEITURA
Na unidade 1 do livro Gestão Ágil de Projetos, de Cristiano Foggetti, leia o tópico voltado às diferenças entre a
metodologia tradicional e metodologia ágil, que reforçarão os conhecimentos para reflexão da solução de nossa
situação-problema mencionada no estudo de caso.

Manifesto Ágil e APM


Em 13 de novembro de 2001, um grupo de profissionais de TI (Kent Beck, Mike Beedle, Arie Van Bennekum, Alistair
Cockburn, Ward Cunningham, Martin Fowler, James Greening, Jim HIghsmith, Andrew Hunt, Ron Jeffries, Jon Kern,
Brian Marick, Robert C. Martin, Steve Mellor, Ken Schwaber, Jeff Sutherland e Dave Thomas) definiu o manifesto ágil,
visando à melhoria do desempenho do desenvolvimento de software (OLIVEIRA, 2018). Os valores estabelecidos no
manifesto ágil são:

 Indivíduos e interação têm prioridade sobre processos e ferramentas;


 Software funcional tem prioridade sobre documentação abrangente;
 Colaboração com o cliente tem prioridade sobre negociação de contratos e
 Responder a mudanças tem prioridade sobre manter o plano.

Com base no manifesto ágil, foram também definidos os doze princípios da metodologia ágil (OLIVEIRA, 2018):

1- Nossa prioridade é satisfazer o cliente, por meio da entrega adiantada e contínua de software de valor;
2- Aceitar a mudança de requisitos, mesmo no fim do desenvolvimento. Processos ágeis se adéquam a
mudanças, para que o cliente possa tirar vantagens competitivas;
3- Entregar software funcionando com frequência, na escala de semanas até meses, com preferência para os
períodos mais curtos;
4- Pessoas relacionadas a negócios e desenvolvedores devem trabalhar em conjunto e diariamente, durante
todo o curso do projeto;
5- Construir projetos ao redor de indivíduos motivados, dando-lhes o ambiente e o suporte necessários e
confiar que farão seu trabalho;
6- O método mais eficiente e eficaz de transmitir informações para, e de dentro de, um time de
desenvolvimento é através de uma conversa cara a cara;
7- Software funcional é a medida primária de progresso;
8- Processos ágeis promovem um ambiente sustentável. Os patrocinadores, desenvolvedores e usuários devem
ser capazes de manter indefinidamente passos constantes;
9- Contínua atenção à excelência técnica e ao bom design aumenta a agilidade;
10- Simplicidade: a arte de maximizar a quantidade de trabalho que não precisou ser feita;
11- As melhores arquiteturas, requisitos e designs emergem de times auto-organizáveis;
12- Em intervalos regulares, o time reflete sobre como fica mais efetivo, assim, ajustam-se e aperfeiçoam seu
comportamento.

Juntamente com a criação do manifesto ágil e os princípios das metodologias ágeis, surgem as recomendações para
o gerenciamento de projetos ágeis, conhecida como Agile Project Management (APM), que ajudam a direcionar o
desenvolvimento. Segundo Foggetti (2014), a APM apresenta cinco objetivos:

 Inovação contínua: permitir mudanças (flexibilidade) ao longo do desenvolvimento do projeto;


 Adaptabilidade de produto: o produto deve ser adaptável e entregue o mais rápido possível, para obter
competitividade;
 Entregas com cronograma reduzido: entregar no prazo mais curto possível, tendo foco na prioridade de
requisitos e itens que entregam mais valor;
 Adaptabilidade do processo e das pessoas: valorizar o autoaprendizado (capacitação) e a adaptação dos
integrantes da equipe, em um trabalho colaborativo;
 Resultados confiáveis: o projeto deve sempre iniciar com os requisitos mínimos para assegurar a
confiabilidade.

Foggetti (2014) cita os valores e princípios da APM, que podem ser divididos em duas categorias:
1. Associados ao produto e ao cliente:

 Entregar valor aos clientes, com foco na entrega de valor;


 Fazer a entrega por meio de ciclos baseados em requisitos de forma interativa, baseado em funcionalidades
e com tempo fixo;
 Valorizar a excelência técnica.
2. Associados ao gerenciamento:

 Confiar no lugar de replicar, através do reporte de progresso, gerência por meio de liderança corporativa;
encorajar a exploração;
 Construir equipes adaptáveis, disciplinadas e capazes de se auto-organizar;
 Ter simplicidade.

Na APM, os principais papéis são o executivo patrocinador (toma a decisão sobre o projeto), o gerente de projetos
(responsável pelas entregas do projeto), o gerente de produtos (representa o cliente), o engenheiro líder (guia a
parte técnica), equipe do cliente (determinar os requisitos e prioridades) e a equipe de projetos (desenvolvedores).

No próximo tópico, será apresentada a metodologia ágil mais conhecida e implementada no mercado de
desenvolvimento de software: o Scrum.

LEITURA
Leia, na unidade 1 do livro Gestão Ágil de Projetos, de Cristiano Foggetti, os tópicos “Manifesto Ágil” e a “APM - Agile
Project Management”, que irão reforçar os conhecimentos para reflexão da solução de nossa situação-problema
mencionada no estudo de caso.

Scrum
Scrum é um método ágil, que oferece um framework para trazer transparência a um complexo trabalho que
apresenta dificuldades de estimar prazos para um escopo que não está completamente definido (SCHWABER, 2004).
Para tanto, é estabelecido um processo de desenvolvimento exercido por papéis diferenciados, buscando entregas
de forma interativa com flexibilidade para mudanças ao longo da implementação.

Papéis no Scrum
A definição de alguns papéis é importante para que haja um fluxo adequado no processo de desenvolvimento
utilizando Scrum. Os principais papéis são (OLIVEIRA, 2018): Product Owner, Scrum Master e equipe Scrum.

O Product Owner, também conhecido como PO, é o responsável por maximizar o valor do produto, sendo o
representante do cliente que gerencia o backlog das funcionalidades a serem implementadas pela equipe de
projeto.

O Scrum Master exerce a função de liderança da equipe de desenvolvimento, assegurando que a metodologia Scrum
seja aplicada e entendida.

A equipe de desenvolvimento Scrum é uma equipe auto-organizável, responsável por desenvolver o produto de
forma incremental, agregando valor para o cliente.

Esses papéis têm participação ativa durante o processo de desenvolvimento Scrum, que será apresentado no
subtópico a seguir.

Processo de Desenvolvimento Scrum


O processo de desenvolvimento Scrum segue os princípios do manifesto ágil e das metodologias ágeis. A base para
esse desenvolvimento são as sprints, ciclos de tempo fixo em que um conjunto de funcionalidades é implementado e
entregue pelo time de desenvolvimento Scrum, em um processo iterativo e incremental.
A visão de um produto é traduzida em estórias de usuário (user stories), que fornecem uma proposta mais prática
dos requisitos, em especial as funcionalidades que serão implementadas. O conjunto de estórias de usuário constrói
o backlog do produto (product backlog), que será utilizado para o controle das funcionalidades que serão entregues.

A partir do backlog, serão selecionadas as estórias de usuário mais prioritárias, com base no valor que estas
proporcionarão ao produto. As estórias selecionadas comporão o backlog da sprint (sprint backlog), que será
utilizado para o planejamento (sprint planning) e posterior execução.

Cada sprint possui um tempo fixo que pode ser especificado entre duas a quatro semanas. São realizadas durante a
sprint reuniões diárias, conhecidas como daily meetings ou standup meetings, consistindo em reuniões rápidas, com
duração de 15 minutos e realizadas com os membros da equipe em pé, para fazer o acompanhamento do progresso
das atividades.

Ao término de uma sprint, será feita uma apresentação da entrega ao Product Owner e/ou cliente, como forma de
validar o produto. Ajustes necessários podem ser feitos para o planejamento da próxima sprint. Também é realizada
uma retrospectiva da sprint, chamada sprint retrospective ou review, como uma sessão de lições aprendidas, antes
do início da sprint seguinte.

No próximo tópico, serão apresentadas algumas ferramentas utilizadas na gestão de projetos ágeis.

LEITURA
Leia, na unidade 2 do livro Gestão Ágil de Projetos, de Cristiano Foggetti, sobre a metodologia ágil Scrum, muito
difundida nas empresas, que irá reforçar os conhecimentos para a reflexão da solução de nossa situação-problema
mencionada no estudo de caso.

Ferramentas para Gestão de Projetos Ágeis


A gestão de projetos ágeis implica ter o foco no sucesso das entregas realizadas a cada sprint, e para tanto, é
importante ter mecanismos para monitorar e controlar as atividades planejadas. Massari (2018) comenta algumas
ferramentas que podem ser adotadas, como o Kanban, para controlar o quadro de tarefas em cada sprint e o
burndown chart, para monitorar o progresso das atividades em relação ao prazo. Outras ferramentas, em especial as
voltadas para controle de qualidade, como Poka Yoke, Limite de Controle, Análise de Variação também podem ser
utilizadas. Neste tópico, abordaremos o uso de Kanban e Burndown chart para a gestão de projetos ágeis.

Kanban
O quadro Kanban é utilizado para uma gestão visual das atividades que estão planejadas e em andamento durante a
execução de um ciclo ágil, representando a entrega de valor quando concluídas. Pode ser constituído minimamente
em três categorias: atividades em espera (to do), em andamento (in progress) e concluído (completed ou done).

Quando um membro da equipe iniciar uma atividade, ele aloca um cartão que representa uma atividade a ser
realizada da categoria to do e posiciona na categoria in progress. Assim que a atividade é concluída, esse cartão é
movido para a categoria completed. É muito comum o uso de post-it para a representação dos cartões e uma análise
dos cartões pode ser feita por toda a equipe durante as reuniões diárias que a metodologia ágil propaga, como
forma de interatividade entre os membros da equipe e de motivar a busca de soluções caso esteja ocorrendo
impedimentos em alguma atividade em andamento.

Esse tipo de ferramenta é muito utilizado pelas áreas de produção industrial e é um recurso muito útil no
desenvolvimento ágil. Massari (2018) cita os seguintes benefícios com o uso de Kanban:

 Visibilidade da entrega de valor;


 Detecção de possíveis problemas ou impedimentos;
 Interatividade da equipe no gerenciamento do fluxo de atividades;
 Ser utilizado para apresentação das informações para membros que não diretamente envolvidos (ex.:
diretoria, patrocinador).
A entrega de valor pode ser verificada por meio da quantidade de itens concluídos na categoria completed. Isso
possibilita uma avaliação mais prática sobre o progresso da equipe de desenvolvimento durante o ciclo.

Burndown chart
O burndown chart é uma representação gráfica do progresso das atividades em relação à linha do tempo de um ciclo
de desenvolvimento ágil. Representa a quantidade de horas totais a serem realizadas para todas as atividades ao
longo dos dias. O planejamento é feito utilizando como ponto de partida o somatório de todas as horas estimadas
para as atividades no início do ciclo de desenvolvimento e traçando-se uma linha reta até o último dia previsto para
o seu término, que, idealmente, deve ser 0 horas. Diariamente, é calculada a quantidade de horas que estão
pendentes de execução e plotado no gráfico, a fim de comparar com o que está planejado pela reta traçada.

O burndown chart auxilia no monitoramento do progresso diário, permitindo fazer uma análise de tendência para
avaliar se as entregas planejadas serão realizadas ou não. O gráfico de burndown também permite ter uma visão das
alterações que foram necessárias ao longo de um ciclo de desenvolvimento ágil.

LEITURA
Leia a unidade 3 do livro Gestão Ágil de Projetos, de Cristiano Foggetti, sobre as ferramentas utilizadas nas
metodologias ágeis, que irá reforçar os conhecimentos para a reflexão da solução de nossa situação-problema
mencionada no estudo de caso.

Gestão Ágil X PMBOK


É muito comum que no gerenciamento de projetos que adota o modelo tradicional de desenvolvimento de software
sejam empregadas as melhores práticas apresentadas pelo PMBOK (Project Management Body of Knowledge). Esse
guia de conhecimento foi desenvolvido pelo PMI (Project Management Institute) e é um dos alicerces para os
gerentes de projetos para potencializar um bom gerenciamento de projetos. Mas qual a relação que pode ser feita
para uma gestão de projetos ágeis?

O PMBOK não se trata de um conjunto de regras para gerenciamento de projetos, e sim, oferece sugestões de como
ser mais eficiente com essa responsabilidade. Logo, é possível realizar algumas adequações, para que possa ser
aplicado com as metodologias ágeis. Por exemplo, no ciclo ágil de desenvolvimento são realizados um planejamento,
execução, monitoramento e controle e encerramento, etapas que são mencionadas de forma organizada pelo
PMBOK. Porém, não é necessário que haja um mapeamento de todos os processos que são definidos no PMBOK
para que sejam aplicados integralmente nos métodos ágeis, e sim, uma avaliação de quais são aplicáveis sem ferir os
valores do manifesto ágil e os princípios das metodologias ágeis.

Segundo Foggetti (2014), a gestão ágil é um refinamento e extensão das ferramentas, técnicas e processos que já
estão definidos no PMBOK. Para ilustrar, o Quadro 2 apresenta uma relação entre as áreas de processo do PMBOK
(versão 4) com as metodologias ágeis:
Tendo em vista o crescimento das metodologias ágeis, o PMI criou a certificação ACP (Agile Certified Practitioner),
uma visão de gerenciamento de projetos voltados para uma gestão ágil, considerando gestão de riscos, gestão de
valor agregado e as adequações para uso dos processos PMBOK.

LEITURA
Leia a unidade 4 do livro “Gestão Ágil de Projetos”, de Cristiano Foggetti, sobre a comparação entre as metodologias
ágeis e o PMBOK, que irá reforçar os conhecimentos para a reflexão da solução de nossa situação-problema
mencionada no estudo de caso.

Conclusão
Por meio dos conceitos teóricos expostos sobre a gestão de projetos adotando metodologias ágeis, pode-se obter a
fundamentação que apoia as vantagens competitivas, que podem ser obtidas em empresas de desenvolvimento de
software. As metodologias ágeis apresentam uma abordagem mais alinhada com a dinâmica desse mercado, que
busca o lançamento de inovações tecnológicas em prazos cada vez mais curtos, sem haver uma especificação
completa do produto em seu estágio inicial de concepção. Com uma gestão voltada para uma maior interação entre
indivíduos, foco na implementação de funcionalidades com maior valor e melhor responsividade para mudanças, é
possível agilizar o desenvolvimento de produtos de software.

Referências Bibliográficas
FOGGETTI, C. Gerenciamento ágil de projetos. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2014.
MASSARI, V. L. Gestão ágil de projetos. 2. ed. Rio de Janeiro: Brasport, 2018.
OLIVEIRA, B. S. Métodos ágeis e gestão de serviços de TI. Rio de Janeiro: Brasport, 2018.
SCHWABER, K. Agile project management with scrum. Washington: Microsoft Press, 2004.
SUTHERLAND, J. Scrum: a arte de fazer o dobro do trabalho na metade do tempo. São Paulo: Texto Editores, 2014.

Dica 01: Manifesto Ágil


O Manifesto Ágil foi criado para ser utilizado como referência para valores e princípios a serem seguidos pelas
metodologias ágeis. São quatro valores e 12 princípios que enfatizam a necessidade de entregar produtos com valor,
mesmo que mudanças sejam necessárias, em detrimento de seguir um planejamento ou solicitar uma renegociação
de contrato. Entenda esses valores e princípios, pois irão elucidar os benefícios das metodologias ágeis para as
empresas e direcionar o gerenciamento de projetos.

Dica 02: Agile Project Management


A gestão de projetos ágeis requer um conhecimento sobre como as metodologias devem ser utilizadas. A Agile
Project Management (APM) foi concebida juntamente com o Manifesto Ágil, apresentando objetivos, valores e
princípios que estão alinhados. É importante o entendimento destes para a gestão de projetos ágeis, promovendo
um ciclo contínuo de entregas que agreguem valor para o cliente.

Dica 03: SCRUM


O Scrum é a metodologia ágil mais conhecida e praticada no mundo, tendo sido adotada por importantes empresas
como Google, Microsoft, IBM. O Scrum trabalha com papéis como o Scrum Master, Product Owner e equipe Scrum,
que seguem, em conjunto, um fluxo de desenvolvimento baseado em sprints para a consecução de um backlog.
Verifique como esse processo de desenvolvimento Scrum é realizado, para que a gestão de projetos ágeis possa
fornecer informações transparentes e relevantes para os principais interessados.

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