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introdução
Introdução
Nesta unidade, abordaremos algumas questões voltadas à contemporaneidade, como a
semiótica, o gênero textual HQ, a relação entre língua e literatura, o aluno como pesquisador,
além dos elementos de aprendizagem.
Adiante, adentramos o gênero textual História em Quadrinhos, cujo grande autor brasileiro é
Maurício de Souza. Neste momento de estudo, comentaremos sobre a obra do referido autor e a
sua importância para a educação. E, ainda, abordaremos as especificidades do gênero, no que se
refere à estrutura, como à linguagem (verbal e não verbal).
Por fim, dedicamo-nos ao estudo como pesquisador, no qual passamos algumas diretrizes sobre
como fazer uma pesquisa bibliográfica e literária, tendo em vista a explanação.
Ziraldo: Vida E Obra
Ziraldo Alves Pinto nasceu em 24 de outubro de 1932 em Caratinga, Minas Gerais. Ocupou-se nas
funções de cartunista, cronista, caricaturista, escritor, dramaturgo, pintor, tendo em vista
contribuir para a educação do país. Assim, acreditava que a leitura é uma saída viável para a
evolução da educação e a literatura tem o papel de ampliar a visão de mundo, fundamentar a
cidadania e elevar competências e habilidades. Para o autor, leitura não é obrigação, mas um
hábito que deve ser agradável e enriquecedor, bem como disponível a todos.
Para Ziraldo, o indivíduo só está preparado quando sabe ler, escrever e interpretar aquilo que
leu. Em sua opinião, a leitura possibilita que a pessoa adquira autonomia, assim o objetivo é
fazer com que o brasileiro goste de ler desde a mais tenra idade.Tendo isso em vista, lançou
algumas obras, que veremos a seguir.
Seguindo uma linha do tempo, em 1960, Ziraldo lançou a primeira revista em quadrinhos do
Brasil, chamada de Turma do Pererê. Na época, alcançou muitas, no entanto, foi cancelada em
1964, devido ao regime militar. Anos mais tarde, nos anos 70, a Editora Abril relançou a revista,
no entanto, não fez sucesso como a primeira.
No mesmo período, fundou e foi diretor do periódico O Pasquim, que publicava textos que iam
contra o regime de exceção. Assim, após a promulgação do AI-5, Ziraldo foi preso. Apesar disso,
o tablóide foi sucesso editorial, visto que as vendas superaram o teto de 200 mil exemplares por
semana.
O primeiro livro infantil, publicado por Ziraldo, em 1969, chamou-se Flicts, o qual conta a história
de uma cor que não encontrava seu lugar no mundo, visto que “não tinha a força do vermelho,
não tinha a imensidão do amarelo, nem a paz que tem o azul. Era apenas o frágil, e feio, e aflito
Flicts” (ZIRALDO, 1969). Ou seja, as demais cores possuem um traço de personalidade, são
quentes, frias ou neutras, menos Flicts, que não se parecia com nada e em nada se representava.
Com isso, Flicts, ao longo da história, sai em busca de encontrar o seu lugar (e auto se encontrar).
A disposição do texto escrito nas páginas do livro que conta a história de Flicts, a cor,
dá a certeza de ser, a narrativa, um poema. Há espaços em branco irregulares antes
e depois de cada frase, fragmentando-as, fazendo-as versos. Versos livres, porém.
Sem métrica, quase sem rimas. No entanto, com muito ritmo, um ritmo por vezes
acelerado, por vezes lento, combinando harmonicamente com o virar de folhas, com
as cores nas páginas, com as ambigüidades geradas pela ilustração que
complementa ou se opõe ao texto escrito, com a pluralidade de sentidos instalada
nas palavras, nas formas, nas cores e nos próprios versos. E com poesia. Poesia
expressa em imagens criadas pela combinação de vocábulos nos versos que
compõem o poema (VASQUES, 2008, p. 2-3).
A obra apresenta uma linguagem poética e de cunho existencialista. Por ser um livro profundo e
reflexivo, fez com que Ziraldo ganhasse o prêmio internacional Hans Christian Andersen, o mais
importante da literatura infantil.
Posteriormente, em 1980, lançou o livro O Menino Maluquinho, seu maior sucesso dentro da
literatura infantil. A partir da obra, surgiram adaptações para a televisão, o cinema, o teatro etc.,
além de receber o Prêmio Jabuti da Câmara Brasileira do Livro. Trata-se de uma obra que resgata
o contexto sociocultural, bem como os valores e os costumes vivenciados ao longo da infância do
autor. Nas palavras de Leite (2009, p. 27):
Quem convive com Ziraldo sabe que ele passa o dia inteiro refletindo, interpretando
os fatos, inventando coisas... Observa, processa, questiona, propõe, revê..., da hora
em que acorda até a hora em que vai dormir. É uma pessoa irrequieta, que vê e não
apenas olha, transmutando a realidade por ângulos inéditos, que coloca diante de
nossos olhos, pondo por terra as convicções, levando-nos a pensar.
A partir dessa obra, nasceram as obras: Uma professora muito maluquinha, O bebê maluquinho e
Diário da Julieta. Além do exposto, o autor publicou outros livros, tais como:
Jeremias, o Bom (1969)
O Planeta Lilás (1979)
A Bela Borboleta (1980)
O Bichinho da Maçã (1982)
O Joelho Juvenil (1983)
Os Dez Amigos (1983)
O Menino Mais Bonito (1983)
O Pequeno Planeta Perdido (1985)
O Menino Marrom (1986)
O Bicho Que Queria Crescer (1991)
Este Mundo é Uma Bola (1991)
Um Amor de Família (1991)
Cada Um Mora Onde Pode (1991)
Vovó Delícia (1997)
A Fazenda Maluca (2001)
A Menina Nina (2002)
As Cores e os Dias da Semana (2002)
Os Meninos Morenos (2004)
O Menino da Lua (2006)
Uma Menina Chamada Julieta (2009)
O Menino da Terra (2010)
Diário de Julieta (2012)
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Saiba mais
O texto e a ilustração em Ziraldo são complementares na arte de narrar de maneira dinâmica e
bastante atraente à criança. A arquifamosa obra O menino maluquinho tem nas suas ilustrações um
espetáculo à parte, tanto que a ilustração da personagem principal, o menino maluquinho, já faz parte
do imaginário cultural brasileiro, assim como as personagens do Sítio do Pica-pau Amarelo.
Fonte: Almeida (2015, p. 6-7).
[...] vontade de falar as coisas, a necessidade de fazê-las e a aflição interior são tudo
uma coisa só. Para transmitir isso, nós utilizamos todas as mídias. Eu posso fazer
histórias em quadrinhos, cartazes, anúncios, o que me der na telha, mas todas essas
atividades minhas se enquadram dentro do Humor e do Desenho. Estes dois
componentes determinam a unidade de meu trabalho (CAMPEDELLI; ABDALLA, 1982,
p. 4).
As obras de Ziraldo são muitos importantes para a literatura infanto-juvenil pelos seus temas, os
quais abordam a diferença, assim transmitem ao leitor a ideia de respeito à individualidade e
diversidade, nos aspectos físico, cognitivo e social. O autor propicia ao seu leitor um meio para a
discussão de questões ético-políticas em sociedade, bem como auxiliam que reflita sobre a
condição humana.
Conforme nos informa Pignatari (1979, p. 9), trata-se de uma “ciência que ajuda a ler o mundo”.
Este mundo pode ser o das palavras, o das imagens e o de ambas, como em um livro destinado
às crianças, que compõem-se da junção: texto + imagem. Ainda segundo o referido autor, cabe a
semiótica:
[...] estabelecer as ligações entre um código e outro código, entre uma linguagem e
outra linguagem. Serve para ler o mundo não-verbal: “ler” um quadro, “ler” uma
dança, “ler” um filme – e para ensinar a ler o mundo verbal em ligação com o mundo
icônico ou não verbal (PIGNATARI, 1979, p. 12).
No que diz respeito à análise literária, devemos pontuar que todo o texto literário é um signo
icônico, ou seja, quando o signo linguístico apresenta a sua arbitrariedade relativizada e [...]
tende a imitar as características do seu objeto. Dessa maneira, cabe à semiótica explicar à
literatura de que forma se constrói a iconicidade da linguagem literária, tendo em vista que todo
o texto literário é considerado um signo complexo. Peirce, em seus estudos, apresentou a
relação triádica entre “signo (veículo que comunica à mente algo do exterior), objeto (aquilo em
cujo lugar o signo está) e interpretante (a idéia que o signo provoca)”, resultando na noção de
semiose (processo de significação) (FERES, 2006, p.2).
Trazendo para a literatura de Ziraldo, ainda segundo a referida autora, quando lemos os textos
de Ziraldo é preciso que tenhamos a competência fruitiva que dispõe ao leitor às qualidades do
texto. Em outras palavras, a competência fruitiva diz respeito ao conjunto de “habilidades que o
leitor deve dominar não só para perceber as sensações provocadas pelas estratégias analógicas
articuladas na tessitura textual, como também para criar um ‘estado de aceitabilidade favorável’
a fim de deixar-se afetar interiormente pelo texto” (FERES, 2011, p. 156-161).
No entanto, a construção do sentido só se concretiza se, em contato com o texto, houver uma
aceitação ao projeto sígnico sugerido pelo conjunto verbal/não verbal. Assim, por meio desse
processo, deixamo-nos afetar pelo outro por intermédio do texto, ocorre uma identificação e
tornamo-nos iguais a ele e aos seus elementos, passando a construir sentidos a partir daqueles
que eram do outro, os quais significam a partir do contato com a leitura (FERES, 2006).
Assim, quando lemos Ziraldo (ou qualquer outro texto) devemos observá-lo como signo de
possibilidade, que desencadeia emoções no primeiro contato com a leitura. Na sequência,
iniciam-se as comparações entre a obra lida e outras de suas possíveis versões (bagagem de
leitura) e, por fim, há a decodificação dos signos que compõem a obra, em que nós, leitores,
evidenciamos tanto complexidade como as possibilidades do ato de ler (GARCIA, 2017).
atividade
Atividade
Leia o trecho a seguir:
“Ziraldo [...], além de escritor, é jornalista, pintor, teatrólogo, chargista, caricaturista e colecionador. Sua
vasta obra faz parte do nosso cotidiano. Seus trabalhos, traduzidos para diversos idiomas, representam
o talento e o humor brasileiro no mundo”.
MARTINS, Catarina Xavier Gonçalves. A literatura infantil de Ziraldo e Ana Maria Machado: da
exclusão à descoberta da identidade. 2011. 93 F. Dissertação (Mestrado em Letras) - Centro de Ensino
Superior de Juiz de Fora (MG), 2011, p. 69.
I. O exemplar Flicts, quando lançado, fez muito sucesso, devido a composição do texto e das imagens.
II. As histórias de Ziraldo apresentam temáticas que colocam o leitor para refletir sobre o social e a
condição de existência de cada indivíduo.
a) I.
b) III e IV.
c) I, II e III.
d) I, II, e IV.
e) I, II, III e IV.
A Importância das HQS de Maurício de
Sousa
Maurício de Souza é o grande criador dos quadrinhos da Turma da Mônica. Nasceu em Santa
Isabel, município no estado de São Paulo em 1935. Desde muito jovem dedicou-se ao desenho
de pôsteres para alguns jornais de Mogi das Cruzes.
Seguindo uma linha temporal, em 1950, os gibis sofreram perseguição no Brasil e no mundo,
pois acreditava-se, segundo a afirmação de um psiquiatra alemão Fredric Wertham, em 1964,
que publicou que a indústria dos quadrinhos era uma das responsáveis pelo desvio do
comportamento de jovens, bem como para o aumento da criminalidade. Com essa teoria, houve
um censura nos quadrinhos e uma delimitação do que podia ser publicado. Aqui, no Brasil, não
foi diferente.
No ano de 1954, Maurício de Souza mudou-se para a capital de São Paulo e começou a atuar
como ilustrador, além de atuar como repórter policial, no antigo jornal Folha da Manhã. Nesta
função, realizava muitos plantões e ilustrava suas próprias reportagens, caindo nas graças do
público. realizando muitos plantões e ilustrando suas reportagens com desenhos próprios que
faziam muito sucesso entre os leitores do veículo.
Sua primeira tirinha foi publicada na imprensa, em 1959, no jornal Folha da Tarde - grupo
editorial da Folha da Manhã. A partir disso, o autor deixou o jornalismo de lado e passou a
ocupar-se apenas como desenhista. Com este trabalho, conquistou o país com a estréia de seus
personagens carismáticos e únicos.
Por não se posicionar junto aos demais ilustradores, foi demitido do jornal Folha da Tarde e,
ainda, teve o seu nome incluído na lista negra de cartunistas do estado de São Paulo. Sofrendo
com isso financeiramente, passou a ilustrar em jornais de paróquias.
Ainda como cartunista na Folha da Tarde, veículo em que publicava semanalmente seus
trabalhos, ampliou a gama de personagens, criando, assim, Bidu e Franjinha. Posteriormente,
em 1960, incluiu o Cebolinha, um ano depois foi a vez de Cascão. Somente em 1973, surgiu a
personagem Mônica, primeira personagem feminina. Com o tempo, as personagens foram
ganhando notoriedade e em 1970, o autor lançou a revista “Mônica e a sua Turma”.
Com o passar do tempo, outras personagens e enredos foram surgindo, tais como: Turma do
Chico Bento, Turma da Tina, Turma da Mata, Turma do Penadinho etc. Tamanho foi o sucesso,
que as tirinhas saltaram das páginas, transformando-se em versões animadas, filmes,
comerciais de televisão,entre outros.
Maurício de Sousa tem como especialidade a criação de personagens humanizados, isto é, com
características e circunstâncias humanas, fato que aproxima os leitores desse tipo textual.
Mas, afinal, o que são Histórias em Quadrinhos (HQs)? Conforme nos explica, trata-se de “textos
em que a relação palavra-imagem – a verbo visualidade – é explorada ao máximo. [...] são um
meio de comunicação em massa e têm grande circulação popular no mundo inteiro”.
Vamos a outra pergunta: Quais são as principais características das HQs quanto à forma? São
constituídas pelos seguintes elementos:
No que diz respeito às contribuições de Maurício de Souza para a educação, podemos afirmar
que as Histórias em Quadrinhos por apresentarem texto e imagem atraem a atenção das
crianças, assim é possível abordar diferentes temáticas, pois é certo que atingirá o público-alvo.
Em outras palavras, são obras que apresentam signos linguísticos e visuais, constituídos de
linguagem verbal e a linguagem não verbal.
Conforme Resende (2009, p. 126), “as HQs são “[...] obras ricas em simbologia – podem ser vistas
como objeto de lazer, estudo e investigação. A maneira como as palavras, imagens e as formas
são trabalhadas apresenta um convite à interação autor-leitor”.
[...] esse gênero veicula aspectos da realidade social, propiciando ao aluno a reflexão
sobre temas sociopolíticos, econômicos e culturais que, muitas vezes, permeiam o
conteúdo das histórias. [...] fomentam a compreensão acerca de diferentes
manifestações artísticas e oferecem ao educando o elemento imagético (FERREIRA,
2011, p. 2).
Seguindo o mesmo raciocínio, Lotufo e Smarra (2014, p. 169) pontuam que tanto os roteiros
quanto as quadrinizações de Maurício de Souza tem em vista a alfabetização e a (re)construção
do indivíduo por de uma ótica relativizadora dos valores éticos, morais, afetivos e ambientais etc.
Silvério e Rezende (2012, p. 227) mencionam que as HQs não se limitam ao público infantil, pois
“diante do valor desse gênero, elas são lidas por leitores das mais diferentes faixas etárias, e que,
além do entretenimento encontrado no decorrer da leitura, há, dentre outras possibilidades, a
edificação do conhecimento”.
“As histórias em quadrinhos, ou simplesmente HQs, são bastante populares na cultura ocidental devido
a sua linguagem simples e ao seu grande apelo imagético, sendo que a grande maioria dos personagens
dessas histórias acabou sendo explorado por outros meios de comunicação de massa, como o cinema
ou a televisão”.
ÁVILA, Brayan Lee Thompsom; BERBERT, Anne Isabelle Vituri. O uso de HQ para o ensino de conceitos
históricos de segunda ordem. História & Ensino, Londrina, v. 18, p. 07-30, Especial, 2012, p. 10.
Dado o conceito de HQ e os seus conhecimentos sobre esse gênero textual, analise as afirmativas a
seguir:
IV. Os elementos requadro, calha, balão e paisagem compõem a estrutura das HQs.
a) I.
b) I e III.
c) II e III.
d) I, II, e IV.
e) I, II, III e IV.
A Indissociabilidade Entre Língua e
Literatura
A leitura refere-se a uma construção subjetiva de leitores, os quais atuam sobre o texto levando
em consideração os seus conhecimentos e sua bagagem cultural. O texto nos oferece um
conjunto de pistas que direcionam o leitor na formação dos possíveis sentidos para a leitura.
Quando se trabalha com a leitura, o docente está estimulando o discente a levantar hipóteses e
checá-las, bem como confirmar ou descartá-las, por isso essa prática é tão importante em sala
de aula.
Os estudos sobre a literatura, por sua vez, supõem um trabalho efetivo com a leitura do texto
literário no contexto escolar. Assim, deve-se ter em vista a formação de leitores de literatura,
cujas práticas estão centradas na produção de leituras dos próprios alunos.
Dado o exposto, podemos conceber que o professor or deve exercer o papel de mediador entre
o aluno e o texto literário, assim está dentro de seu escopo: organizar o espaço destinado à
leitura, propor objetivos de leitura e questionamentos, tendo em vista o processo interpretativo,
instigar a participação dos alunos, entre outros.
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A leitura é a ferramenta que nos coloca em contato com o mundo escrito. É lendo que o leitor pratica
sua emancipação intelectual, mediante a função liberatória da palavra. Entretanto, somente através da
leitura da literatura é que o leitor pode extrapolar os limites de seu cotidiano e (re)criar sua história
como sujeito ativo, crítico e reflexivo. A leitura da literatura, por meio da sinestesia, do envolvimento
físico e psicológico dos sentidos, pelo aguçamento da curiosidade e pelas possibilidades emotivas que
um livro pode conter, aprimora a linguagem e desenvolve a capacidade de comunicação com o mundo
em variadas esferas. Quanto mais cedo se começar a ler, melhor.
Fonte: Bueno (2014, on-line). Para saber mais, acesse:
ACESSAR
Dito isso, o leitor necessita ter a competência necessária e identificar as pistas do autor, bem
como realizar uma boa interpretação. O texto apresenta ao leitor elementos gráficos (palavras,
sinais) que funcionam como instruções, com as quais é possível desvendar os significados,
elaborar suas hipóteses e tirar suas próprias conclusões.
No processo da leitura, por exemplo, esses elementos podem ser o leitor e o texto, o
leitor e o autor, as fontes de conhecimentos envolvidas na leitura, existentes na
mente do leitor, como conhecimento de mundo e conhecimento linguístico, ou ainda,
o leitor e os outros leitores. No momento em que cada um desses elementos se
relaciona com o outro, no processo de interação, ele se modifica em função desse
outro. Em resumo, podemos dizer que, quando lemos um livro, provocamos uma
mudança em nós mesmos, e que essa mudança, por sua vez, provoca uma mudança
no mundo (LEFFA, 1999, p. 14-15).
Dito isso, o leitor necessita ter a competência necessária e identificar as pistas do autor, bem
como realizar uma boa interpretação. O texto apresenta ao leitor elementos gráficos (palavras,
sinais) que funcionam como instruções, com as quais é possível desvendar os significados,
elaborar suas hipóteses e tirar suas próprias conclusões.
No processo da leitura, por exemplo, esses elementos podem ser o leitor e o texto, o
leitor e o autor, as fontes de conhecimentos envolvidas na leitura, existentes na
mente do leitor, como conhecimento de mundo e conhecimento linguístico, ou ainda,
o leitor e os outros leitores. No momento em que cada um desses elementos se
relaciona com o outro, no processo de interação, ele se modifica em função desse
outro. Em resumo, podemos dizer que, quando lemos um livro, provocamos uma
mudança em nós mesmos, e que essa mudança, por sua vez, provoca uma mudança
no mundo (LEFFA, 1999, p. 14-15).
“[...] a presença do livro considerado mais atual e mais adaptado às características etárias e culturais do
aluno visa promover a leitura, estimular o gosto pela literatura e fortalecer o número de seus
consumidores”.
ZILBERMAN, Regina. A leitura e o ensino da literatura. São Paulo: Editora Contexto, 1988, p. 126.
I. Para um ensino de qualidade, as práticas de língua e literatura no contexto escolar devem estar
alinhadas.
II. Cabe ao docente exercer o papel de mediador entre o aluno e o texto literário.
III. Para a formação de um leitor de literatura, o docente deve pensar em práticas que motivem os
alunos no momento de leitura.
IV. A Língua e a Literatura para um ensino mais assertivo e profundo deve ser estudadas
separadamente.
a) I, apenas.
b) I e III, apenas.
c) II e III, apenas.
d) I, II, III, apenas.
e) I, II, III e IV.
O Aluno Como Pesquisador
Tendo em vista o exposto, no que se refere ao ensino de literatura, uma alternativa viável para a
promoção de uma aprendizagem significativa é a utilização da pesquisa-ação, que objetiva unir
teoria e prática. Metodologicamente, a pesquisa-ação tem por intuito realizando um
planejamento, o qual engloba atividades a serem desenvolvidas por grupos, iniciando com a
observação, o registro a análise e a reflexão - é nessa etapa que se realiza a avaliação também, a
qual pode prever a necessidade de um novo planejamento ou uma sequência na pesquisa. Por
meio desses passos, o docente garante autonomia e emancipação a todos os envolvidos. De
acordo com Borges (2008, on-line):
reflita
Reflita
O movimento entre produção e leitura é para nós um movimento que vem da produção para a leitura e
desta retorna à produção (ao inverso do que costumam ser as práticas escolares tais como aquelas
propostas pelos livros didáticos) (GERALDI, 1991, p. 188).
Por meio da pesquisa-ação todos os alunos participam e há uma integração em sala de aula,
além de promover um aprimoramento de competências e habilidades. Além disso, o discente
passa a conhecer mais sobre o mundo e sobre si mesmo, buscando, assim, a sua própria
aprendizagem.
Aplicando a pesquisa-ação no ensino de literatura, vamos supor que os discentes tenham que
realizar uma análise do gênero narrativo conto. Vejamos, a seguir, o passo a passo.
Título da pesquisa: As particularidades do gênero conto infantil Em grupo
1. Delimitação dos objetivos
2. Discussão
O que é um conto?
Como o conto é constituído?
Qual é a finalidade do conto?
Quais são as características específicas do conto infantil?
4. Estratégias Metodológicas
Cada grupo, procurará na biblioteca da escola e/ou utilizará a sala de informática para
realização da pesquisa sobre o gênero conto - etapa do referencial teórico. Coleta de
informações e seleção de um conto infantil.
5. Planejamento das ações
6. Execução
Cada grupo, após selecionar em fontes confiáveis, sob a supervisão do docente, deve
produzir um texto dissertativo explicando o que é o gênero conto e suas principais
características, destacando o conto infantil. Na sequência, encontrar no conto infantil
selecionado as partes que compõem esse gênero (narrador, personagem, espaço,
tempo, clímax etc.). Para a exposição dos elementos constitutivos do conto, o docente
pode orientar os grupos a produzirem um espécie de infográfico, um esquema, exposto
em um cartaz.
7. Divulgação do trabalho
A avaliação será em três etapas: autoavaliação; avaliação do grupo e avaliação por parte
do docente. DIAGRAMAÇÃO se possível inserir informações neste modelo de
infográfico: https://br.123rf.com/photo_38007991_creative-education-infographics-
blackboard-with-a-tree-grown-up-and-divided-into-different-road.html
FRANCISCHEN, Mafalda Nesi. Refletindo sobre Pesquisa-Ação. Faz Ciência, Francisco Beltrão, v. 3, n.1, p.
167-176, 1999 Disponível em: <http://e-
revista.unioeste.br/index.php/fazciencia/article/viewFile/7478/5529>. Acesso em: 30 abr. 2019.
LIVRO
Mauricio. O Início
Maurício de Souza
Editora: WMF Martins Fontes; Edição: 1ª
ISBN: 978-8578279745
Comentário: Trata-se de um álbum, em capa dura, que reúne os três
primeiros livros ilustrados por Maurício de Souza, lançados
originalmente no ano de 1965, pela editora FTD, os quais estavam
esgotados há muito tempo.
FILME
TRAILER
con clusã o
Conclusão
Caro(a) estudante, chegamos ao fim de mais uma unidade e, com esta, finalizamos o nosso
percurso sobre a Literatura Infantil. Encerramos aqui, mas há um mundo vasto, lá fora, para você
explorar, este é o meu desejo como docente. Fizemos um recorte apresentando alguns autores
importantes que desenvolveram textos voltados à crianças e jovens, porém, saiba, que há muitos
autores que, por espaço e tempo, não foram citados aqui. Assim, como professor em formação e
investigador, sugiro que continue seus estudos, há muito que aprender.
Nesta unidade, conversamos sobre a produção literária de Ziraldo, o pai do Menino Maluquinho
e comentamos sobre a importância de suas obras no contexto educacional, visto que une a
palavra à imagem. Além disso, verificamos, brevemente, que a Semiótica pode nos auxiliar no
processo de análise.
Dando sequência aos nossos estudos, desembarcamos na terra da Turma da Mônica, cujo
criador é Maurício de Souza, especialista na produção do gênero textual História em Quadrinhos
(HQs), o qual é muito lido por crianças e jovens, sendo uma ferramenta indispensável para a
promoção da leitura em sala de aula.
Saindo dos autores de literatura, rumamos para uma questão indissociável: Língua e Literatura e
verificamos o quanto é válido, em sala de aula, unir essas “áreas” para uma aprendizagem
significativa e compromissada com a formação do leitor.
Por fim, seguindo, ainda, a linha do ensino, verificamos a importância da pesquisa em sala de
aula, de inserir o aluno como pesquisador a fim de construir um conhecimento sólido,
sistematizado e prático. Um meio viável é a pesquisa-ação, que transforma a sala de aula em um
grande laboratório, seguindo alguns processos para a construção do conhecimento coletivo,
partilhado e significativo.
Toda viagem tem um fim e a nossa, juntos, sobre a Literatura Infantil finaliza aqui. Você, aluno(a)
em formação, até o final do seu curso e em sua carreira profissional vai embarcar em várias, eu
desejo que isso ocorra. Busque saber mais sobre os autores de literatura infantil, é um mundo
mágico e que precisa ser desvendado por todos, por isso compartilhe o seu conhecimento, como
eu o fiz.
ALMEIDA, Sherry Morgana Justino de Almeida. Ziraldo & Monteiro Lobato: ecos da ilustração na
literatura infanto-juvenil brasileira. VII ENLIJE, 2015.
ÁVILA, Brayan Lee Thompsom; BERBERT, Anne Isabelle Vituri. O uso de HQ para o ensino de
conceitos históricos de segunda ordem. História & Ensino, Londrina, v. 18, p. 07-30, Especial,
2012, p. 10.
BORGES, Júnior César Oliveira. A pesquisa como espaço de aprendizagem para a formação do
aluno-pesquisador. 2008. Disponível em: <http://gestaouniversitaria.com.br/artigos/a-pesquisa-
como-espaco-de-aprendizagem-para-a-formacao-do-aluno-pesquisador>. Acesso em: 30 abr.
2019.
BRANDAO, Antonia Marisa Rodrigues. Leitura e literatura na escola. Kalíope, São Paulo, ano 3, n.
2, p. 26-47, jul./dez., 2007.
BUENO, Mayra Vilas-Bôas. Ler… para quê? A importância da leitura e da literatura. 2014.
Disponível em: <https://www.xapuri.info/educacao/ler-para-que-a-importancia-da-leitura-da-
literatura/>. Acesso em: 30 abr. 2019.
CAMPEDELLI, S. Y; ABDALA JR. Benjamin. Literatura Comentada Ziraldo. 1ª Ed. São Paulo: Ed. Abril
Educação, 1982.
CANDIDO, Antonio. Direitos Humanos e literatura. In: A.C.R. Fester (Org.) Direitos humanos E…
Cjp / Ed. Brasiliense, 1989.
FERES, Beatriz. Competência para l/ver Ziraldo: subsídios teóricos para a formação de leitores.
Niterói-RJ, 2006. Tese (Doutorado em Letras). Programa de Pós-graduação em Letras da
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FERES, B. S. Leitura, Fruição e Ensino com os meninos do Ziraldo. Niterói: EdUFF, 2011.
de C. S. Peirce. Leitura: Teoria & Prática, Campinas, São Paulo, v.35, n.70, p.133-145, 2017.
GERALDI, João Wanderley. Portos de passagem. São Paulo: Martins Fontes, 1991.
LEFFA, Vilson J. Perspectivas no estudo da leitura: Texto, leitor e interação social. In: LEFFA, Vilson
J.; PEREIRA, Aracy E. (Orgs). O ensino da leitura e produção textual: alternativas de renovação.
Pelotas, RS: Educat: 1999.
MARTINS, Catarina Xavier Gonçalves. A literatura infantil de Ziraldo e Ana Maria Machado: da
exclusão à descoberta da identidade. 2011. 93 F. Dissertação (Mestrado em Letras) - Centro de
Ensino Superior de Juiz de Fora (MG), 2011, p. 69.
SANTOS, Salete Rosa Pezzi dos Santos; ZINANI, Cecil Jeanine Albert. Leitura e literatura: pesquisa
em sala de aula, uma alternativa metodológica. Letras de Hoje, Porto Alegre, v. 43, n. 2, p. 71-74,
abr./jun. 2008.
SILVÉRIO, Luciana Begatini Ramos; REZENDE, Lucinea Aparecida de. O valor pedagógico das
Histórias em Quadrinhos no percurso do docente de língua portuguesa. I Jornada De Didática - O
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