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INSTITUTO FEDERAL DO ESPIRITO SANTO - IFES

CURSO: Licenciatura em Química


DISCIPLINA: Introdução às práticas de laboratório

Professor(a): Araceli Verónica F. N. Ribeiro

RELATÓRIO

TURMA:2019/1 Grupo (G1 ou G2): G2


PRÁTICA Nº: 7 e 8
TÍTULO: Técnica de filtração 1 e 2
NOME: Mylena Calixto Soares, Mylena Sarah Louzada Rodrigues, Thamires Lucia Lube de Melo e
Thaynara Regina de Souza Costa.

1. INTRODUÇÃO:

A filtração é um método de separação de mistura, em que essa técnica é usada principalmente


em duas situações principais:

 Remover impurezas sólidas de um líquido ou de uma solução;

 Coletar um produto sólido de uma solução na qual ele tenha sido precipitado ou cristalizado.
Para a realização da filtração é usado, um meio filtrante, em alguns experimentos em que a
massa do sólido não importa, é usado algodão, já em outros casos, é usado o papel de filtro
quantitativo ou qualitativo. Para um filtração qualitativa, ou seja, com o intuito de qualificar uma
substâncias, deve ser usado o papel de filtro qualitativo, uma vez que o diâmetro de seus poros são
maiores. Diferente do papel de filtro quantitativo, que possui menor diâmetro dos poros, uma vez
que é usado para filtrações quantitativas, ou seja, aquelas com o objetivo de quantificar uma
substância.
Existem dois tipos de filtração:
 Filtração Simples:
Esse tipo de filtração é utilizado para separar misturas heterogêneas, ou seja, misturas que
apresentam mais de uma fase. No entanto, contendo um líquido e um sólido, no qual o tamanho da
partícula do sólido dever ser grande o suficiente, para ser maior que os poros do papel de filtro.
Esse tipo de filtração acontece pela força da gravidade, assim de forma lenta.
Figura 1: Montagem da filtração á vácuo

Figura 2: Filtração simples. Disponível em: https://querobolsa.com.br/enem/quimica/separacao-de-


misturas . Acessado em : 26/06/2019.
 Filtração a vácuo:
É método utilizado para separar misturas heterogêneas e homogêneas (misturas que
apresentam apenas uma fase), de forma mais eficiente e rápida, uma vez que utiliza o vácuo para
“sugar” o solvente. Para a filtração a vácuo utiliza-se um kitassato conectado a uma mangueira, e
essa ligada a uma bomba de vácuo ou trompa d’agua.
Figura 2: Filtração a vácuo por trompa d’agua.

Figura 2: Filtração a vácuo por trompa d’agua. Disponível em:


https://brasilescola.uol.com.br/quimica/filtracaometodo-separacao-misturas.htm. Acessado em:
26/05/2019

Para a realização da filtração simples, o papel de filtro deve ser dobrado da forma correta.
Existe duas formas de dobradura: simples e pregueada.
 Simples: Dobre o papel de filtro ao meio formando um semicírculo. Em seguida, faça
uma segunda dobra, de tal modo que as extremidades fiquem afastadas, ou seja, não
dobre perfeitamente ao meio, para que o vértice do cone não encoste ao funil, assim
facilitando a filtração. Coloque o papel no filtro e lave o papel com o solvente utilizado
na solução.

Figura 3: Dobradura simples

Figura 3: Dobradura simples de papel de filtro. Disponível em:


https://www.ebah.com.br/content/ABAAAfTSgAC/separacao-misturas-heterogenea. Acessado
em: 26/06/2019.
 Pregueada: Dobre o papel ao meio. Em seguida, dobre outra vez ao meio, repetindo esta
operação pelo menos seis vezes, de forma alternada, igual um leque. Logo após abra as
pregas e umedeça o papel com o solvente. Por ser pregueado, possui maior superfície de
contado com a solução a ser filtrada, fazendo com que o procedimento ocorra de forma
mais rápida quando comparada à dobradura simples.
Figura 4: Dobradura pregueada

Figura 4: Dobradura pregueada de papel de filtro. Disponível em:


https://www.ebah.com.br/content/ABAAAfM4gAH/apostila-quimica-experimental-2011ii.
Acessado em: 26/06/2019

2. OBJETIVOS:
 Obter o sulfato ferroso a partir da reação química entre a palha de aço e o ácido sulfúrico;
 Compreender a diferença entre os tipos de filtração (simples e a vácuo);
 Aprender a manusear os instrumentos necessários para a realização das técnicas de filtração.

3. MATERIAIS:
 Anel
 Chapa de aquecimento
 Haste universal
 Álcool etílico
 Béquer de 250 mL
 2 Papéis de filtro qualitativo
 Funil de Buchner
 Balança analítica
 Espátula
 Proveta 50 mL
 Bastão de vidro
 Funil analítico
 Kitassato
 Rolha de borracha
 Mangueira
 Vidro de relógio
 Palha de aço 5g
 Ácido sulfúrico 30%
4. PROCEDIMENTO
1. Em um béquer de 250 mL pesou-se 5g de palha de aço;
2. Com o auxílio do bastão de vidro, fragmentou-se a palha de aço;
3. No interior da câmara de exaustão transferiu-se para o béquer contendo a palha de aço, 50
mL de ácido sulfúrico 30% (v/v);
4. Colocou-se o béquer na chapa aquecedora, para que a reação ocorresse mais rápida;
5. Em seguida, efetuou-se a filtração simples, de acordo com as técnicas corretas, para que
houvesse separação das fases;
6. Adicionou-se à solução aquosa obtida na filtração, 30 mL de álcool etílico;
7. Agitou-se com um bastão de vidro;
8. Pesou-se o papel de filtro qualitativo, perfeitamente ajustado ao funil de buchner, junto com
o vidro de relógio;
9. Com a solução contida do béquer efetuou-se a filtração a vácuo;
10. Transferiu-se o precipitado para o vidro de relógio pesado e inseriu-se ao dessecador;
11. Após 4 dias, retirou-se o precipitado do dessecador, pesou-se sua massa para que com a
subtração, pudéssemos obter o valor do precipitado.

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES:
Em um béquer de 250 de ml pesou-se 5 g de palha de aço, e em seguida com o auxílio do
bastão de vidro fragmentou-a para que houvesse maior superfície de contato com o ácido sulfúrico.
Esse entrou em contato com a palha de aço (considerando que maior parte é compreendida de ferro
metálico), provocando uma reação de oxirredução, em que o Fe oxida ( Fe0(s)  F+2(aq)) e o H reduz
( H2+1SO4-2 (aq)  H20(g) ). Formando uma solução de sulfato ferroso e gás H2, de acordo com a
reação seguinte:
𝐻2 𝑆𝑂4 (𝑎𝑞) + 𝐹𝑒(𝑠) → 𝐹𝑒𝑆𝑂4 (𝑎𝑞) + 𝐻2 (𝑔)
Ao adicionar o ácido sulfúrico no béquer para que a reação pudesse acontecer de forma
correta, foi necessário tomar algumas atitudes, como:
 A reação desprende gás, logo a mistura foi efetuada na câmara de exaustão;
 Para que a reação pudesse ocorrer de forma mais rápido, a mistura foi efetuada na
chapa de aquecimento;
 Como cautela, mexeu-se a mistura com um bastão de vidro para que toda a palha de
aço pudesse entrar em contado com o ácido sulfúrico.
Para saber se a reação estava ocorrendo, foi imprescindível observar alguns indícios, como:
desprendimento de gás e a coloração da solução formada (marrom).
Logo após, para separar o restante da palha de aço não dissolvida e a solução formada, foi
preciso efetuar uma filtração simples. Para essa primeira filtração, usou-se o papel de filtro
qualitativo, dobrado da forma simples. Posicionou-se na haste universal, um anel que funcionou
como garra para o funil de vidro, em seguida transferiu-se a mistura contida no béquer para o funil,
com auxilio de um bastão de vidro para guiar a solução, assim separou-se o sólido do aquoso,
obtendo uma mistura homogênea.
Com a solução filtrada, adicionou-se 30 mL de álcool etílico, esse irá diminuir a solubilidade do
sulfato ferroso, provocando a precipitação dos cristais do mesmo, de acordo com a reação:
𝐹𝑒𝑆𝑂4(𝑎𝑞) + 𝐶2 𝐻6 𝑂(𝑎𝑞) → 𝐹𝑒𝑆𝑂4(𝑠)
No entanto, os 30 mL previstos não foram suficientes para provocar a precipitação do sulfato
ferroso, logo se inseriu mais 30 mL, totalizando 60 mL. A adição de álcool etílico provocará uma
alteração da cor da solução que passará a ser verde claro. Com os cristais formados, precisou-se
efetuar uma filtração a vácuo, para isso cortou-se o papel de filtro qualitativo no tamanho do funil
de buchner. No entanto, ao marcar a delimitação do papel usou-se caneta esferográfica e o correto
seria usar lápis, uma vez que a tinta da caneta é altamente solúvel em álcool podendo provocar
alterações nos resultados da filtração. Antes de efetuar a filtração, pesou-se o papel de filtro cortado
e um vidro de relógio para que no fim, fosse possível obter a massa de precipitado.
Ao efetuar a filtração a vácuo, transferiu-se o papel de filtro para o vidro de relógio, e inseriu-se
o mesmo para um dessecador, mantendo-o por 4 dias, para que a umidade fosse extraída e assim
obtendo somente a massa do precipitado.
Produto a ser pesado Massa (g)
Papel de filtro + vidro de relógio 36,9691
Papel de filtro + vidro de relógio + precipitado 42,8747
Valor do precipitado (subtração) 6,9056

Para o cálculo do rendimento da reação do sulfato ferroso foi necessário realizar um cálculo
estequiométrico:
1 𝑚𝑜𝑙 𝑑𝑒 𝐹𝑒 → 1 𝑚𝑜𝑙 𝑑𝑒 𝐹𝑒𝑆𝑂4
56𝑔 𝐹𝑒 → 152𝑔 𝐹𝑒𝑆𝑂4
5𝑔 𝐹𝑒 → 𝑋 𝑔
𝑋 = 13,6 𝑔 𝐹𝑒𝑆𝑂4 (𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜)

13,6𝑔 𝐹𝑒𝑆𝑂4 → 100%


6,9056𝑔 𝐹𝑒𝑆𝑂4 → 𝑋 %
𝑋 = 50,77% 𝐹𝑒𝑆𝑂4 (𝑟𝑒𝑛𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑟𝑒𝑎𝑙)

Para o calculo de rendimento da reação do sulfato ferroso heptahidratado têm-se que:


𝐹𝑒(𝑠) + 𝐻2 𝑆𝑂4 (𝑎𝑞) + 7𝐻2 𝑂 → 𝐹𝑒𝑆𝑂4 . 7𝐻2 𝑂(𝑠) + 𝐻2 𝑂
56g Fe  278g FeSO4.7H2O(s)
5g Fe  X g
𝑋 = 24,82 𝑔 𝐹𝑒𝑆𝑂4. 7𝐻2 𝑂

24,82𝑔 → 100%
6,9056𝑔 → 𝑋
𝑋 = 27,82% (𝑟𝑒𝑛𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑟𝑒𝑎𝑙)
Assim, observando os resultando têm-se que o valor teórico é maior que o valor real obtido, no
entanto para esses resultados devem-se levar em consideração alguns pontos cruciais:
 Ao transferir a solução do béquer para o funil, ficou precipitado no interior do béquer;
 O funil escolhido para a filtração a vácuo foi pequeno, obtendo assim, perdas ao
transferir o papel de filtro para o vidro de relógio.
 A palha de aço, pelo qual se obteve o ferro, é composta por impurezas, ou seja, não é um
material composto 100% de ferro, consequentemente, comprometendo a quantidade real
de produto obtido, causando uma defasagem no rendimento real.

6. CONCLUSÃO:
A partir da análise dos resultados obtidos foi possível concluir que a obtenção de sulfato ferroso
foi diferente do esperado, no entanto deve-se levar em consideração erros cometidos durante o
experimento. Ademais, conclui-se que a prática de filtração deve ser realizada com muito cuidado e
cautela, a fim de que ocorram mínimos erros durante o experimento, assim o uso de EPI’s, como
luvas e óculos fez-se essencial. É válido ressaltar que a maneira como é feita a filtração dependerá
da análise a que o precipitado será submetido.

7. REFERÊNCIAS
Disponível em : https://www.ipen.br/biblioteca/2012/19900.pdf. Acessado em: 26/06/2019
Disponível em:
https://repositorio.ufsc.br/xmlui/bitstream/handle/123456789/100995/314862.pdf;jsessionid=B37E0
E6D6B0D07477EC2B1014742C0CB?sequence=1 Acessado em 26/06/2019
SKOOG,D.A et al. Princípios da química Analítica, 1ª Ed, Thomson, São Paulo, 2006
Ribeiro, Araceli Verónica F.N. Introdução às práticas de laboratório, Espirito Santo,2019.
Disponível em: http://www.ufjf.br/quimicaead/files/2013/09/T%C3%A9cnicas-B%C3%A1sicas-de-
Lab.-Qu%C3%ADm.-II.pdf. Acessado em: 26/06/2019

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