Você está na página 1de 15

PRINCÍPIOS DE ANÁLISE E SÍNTESE ORGÂNICA

Prof. Emerson Prochnow 2021/2


ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DE RELATÓRIO DE AULAS PRÁTICAS
Nome: João Vitor Bitencourte

Prática 1: Ponto de fusão e ponto de ebulição.


a) Descreva os procedimentos executados nas determinações de ponto de
fusão e ponto de ebulição.
Determinação do ponto de fusão pelo método capilar: Usa-se um capilar com
diâmetro de 1-2 mm e comprimento de 7-8 cm, fechado em uma das extremidades.
Para colocar a substância no capilar faz-se necessário uma pequena quantidade
de material para que o pó penetre em seu interior. Depois, ele é virado e batido
delicadamente sobre uma superfície para que o sólido se acomode no fundo. O
capilar é, então, unido a um termômetro, de modo que sua ponta inferior atinja
aproximadamente a metade do bulbo. Mergulha-se o termômetro no banho de
fusão em glicerina (tubo Thiele) aquecido em bico de bunsen. Anota-se, então, a
temperatura marcada no momento em que a substância começar a fundir. Essa é
a temperatura de fusão da substância.
Materiais utilizados: Tubo de Thiele + capilar
Substância: P. Nitrofenol
Leitura de temperatura de fusão: 100–110 °C

Determinação de fusão pelo equipamento: O produto (Fenol) foi colocado entre


duas lâminas de vidro, sobre a placa de aquecimento do aparelho. O aparelho foi
aquecido até atingir cerca de 30°C, 10°C abaixo do ponto de fusão esperado. Em
seguida a temperatura é aumentada a uma velocidade de 1°C +/- 0,5°C por minuto.
Continuar o aquecimento até completar a fusão e anotar temperatura.
Temperatura: 45°C

Determinação do ponto de ebulição (copo + capilar): Foi adicionado uma


pequena quantidade de ciclohexano em um tubo de ensaio. Em seguida, foi
mergulhado o capilar com a extremidade fechada para cima e colocado o aparato
todo em contato com o bulbo de um termômetro, imergindo-o em um béquer. Com
o aquecimento, o ar presente no capilar sofreu dilatação e saiu como pequenas
bolhas, sendo substituído por vapores do líquido em análise.
Quando as bolhas começaram a sair de maneira contínua e com alta velocidade,
desligou-se o aquecimento e observou-se até que apenas uma bolha
permanecesse no capilar. Neste ponto, foi feita a leitura no termômetro, pois é
exatamente nessa temperatura que o líquido atingiu a temperatura de ebulição.
Temperatura: 78°C

b) Como é possível saber, através da determinação do ponto de fusão, se a


amostra é pura?
Substâncias puras apresentam propriedades bem definidas, o ponto de fusão é
uma delas. Através da análise do ponto de fusão é possível observar o seu
comportamento, uma substância pura possui ponto de fusão definido e quando
atinge a fusão, se mantém estável, já uma mistura possui uma variação na curva
de temperatura de fusão.

c) Qual a importância de proceder aquecimento lento e gradual da amostra


na determinação do ponto de fusão?
Em determinações de pontos de fusão, por exemplo, é importante aquecer aos
poucos pois deve haver uma observação a todo momento da amostra para a
determinação correta, principalmente quando não se conhece a substância. Do
contrário pode perder-se dados, gerar erros e formar óxidos, por exemplo.

d) Como o ponto de fusão pode ser utilizado na identificação da amostra?


Por meio dele, é possível identificar substâncias e também seu critério de
pureza, pois qualquer modificação (interferente) altera as características físico
químicas. Cada substância possui características bem específicas em relação aos
seus PE e PF.

e) O que ocorre com o ponto de fusão quando a amostra contém impurezas?


Quando amostra apresenta impurezas não estabiliza, há uma variação na curva
de temperatura de fusão pois há interferentes de diferentes PF.

f) O que é o ponto de ebulição?


É a temperatura na qual sua pressão de vapor é igual à pressão atmosférica
normal. Depende da massa de suas moléculas e da intensidade das forças
interativas entre elas. Os pontos de ebulição dos compostos aumentam
regularmente com o aumento da massa molecular. Os líquidos polares possuem
tendência a ferver a temperaturas mais altas que os não polares de mesma massa
molecular. O ponto de ebulição é uma constante característica muito utilizada para
a identificação de líquidos. No entanto, devido à sua grande dependência da
pressão e aos erros que podem advir da presença de impurezas, é menos seguro
e útil na caracterização e como critério de pureza que o ponto de fusão, usado para
os sólidos.

g) O que é a corrente de bolhas contínua que sai do capilar?


Essas bolhas são formadas quando a pressão de vapor do líquido torna-se igual
à pressão externa exercida sobre o liquido pela atmosfera.
PRÁTICA 2A: Determinação de componentes por CCD.
a) Descreva o procedimento experimental para este ensaio.
Com auxílio de grau e pistilo foi moído 2 amostras: comprimido analgésico, ácido
acetilsalicílico e cafeína. Cada amostra foi transferida para um tubo de ensaio e
adicionado 3 ml de metanol, agitado por 5 min aproximadamente. Filtrou-se e o
sólido foi descartado.
Em uma placa cromatográfica, com auxílio do capilar, foi adicionado uma gota
de cada solução com distância de aprox.. 1 cm. Mesmo processo foi repetido em
outra placa. Esta foi a fase fixa.
Em duas cubas cromatográficas, em cada uma foi adicionado Acetona :
clorofórmio - 1:1 e na outra Tolueno : clorofórmio : ácido acético glacial : metanol
– 12:5:1,8:0,1 (solventes são a fase móvel). Em cada cuba, foi inserida a placa, de
modo que a linha do solvente não ultrapassasse a borda superior da placa. Assim
foi deixado por aprox. 20 minutos. Após o tempo, retirou-se as placas, deixando
secar.
Após a secagem das placas, são colocadas em atmosfera de iodo para revelar
as manchas. Em tempos entre 1 e 3 minutos as manchas (amareladas)
apareceram. As placas foram removidas da atmosfera de iodo e destacadas as
manchas.

b) Qual o princípio de operação da CCD?


A cromatografia em camada delgada (CCD) consiste na separação dos
componentes de uma mistura sólido-líquido onde a fase móvel (líquida) migra
sobre uma camada delgada de adsorvente retido em uma superfície plana (fase
estacionária – sólida). O processo de separação está fundamentado,
principalmente no fenômeno de adsorção. Na adsorção as moléculas de um líquido
(fase móvel) unem-se à superfície do adsorvente (fase estacionária/fixa – sólida).
As forças que unem a molécula à superfície são as interações moleculares. O grau
de adsorção depende da temperatura, da pressão, da área da superfície e da força
das interações moleculares.
c) Apresente os resultados e conclusões do experimento.
Banho eluente 1: AAS 5,5 cm e cafeína 4 cm

Banho eluente 2: AAS 2,5 cm e cafeína 2,1 cm


PRÁTICA 2B: Determinação do coeficiente de partição do ácido
salicílico entre água e álcool amílico e determinação do teor de etanol
na gasolina.
a) Descreva os procedimentos experimentais para este processo de
extração;
Em um funil de separação de 125 mL de capacidade, foi adicionado uma mistura
de aproximadamente 0,25 g de ácido salicílico 35 mL de água. Homogeneizou-se
e adicionou-se 35 mL de álcool amílico. Promoveu-se agitação para melhor
distribuição da amostra. Após agitação, foi deixado em repouso para separação
das fases. Logo após, foi transferida cada fase para um erlenmeyer, logo após
retirou-se 10 mL de cada e titulou-se com KOH 0,1M, utilizando fenolftaleína como
indicador. Realizada em triplicata.

b) Apresente o cálculo do coeficiente de partição para o experimento do


ácido salicílico;
Densidades: Álcool amílico: 0.8247 g/cm³ Água: 0, 997 g/cm³
(De acordo com densidades, conclui-se que água esteja na fase inferior.)

Resultados encontrados na titulação:


Fase Superior: ÁLCOOL
10 mL (triplicata): média de KOH gasto 9,15 mL
1 mol KOH – 56,10 g
0,1 mol --- 5,61 g --- 1000 mL
X --- 9,15 mL
x = 0,05133 g ou 0,000915 mols de KOH, como 1:1, então

1 mol de AS --- 138,12 g


0,000915 mols --- x x = 0,1264 g em 10 mL
Fase inferior
10 ml (triplicata): média 0,23 mL
1 mol KOH – 56,10 g
0,1 mol --- 5,61 g --- 1000 mL
X --- 0,23 mL x = 0,001234 g ou 0,000022 mols de KOH, como 1:1 então,

1 mol de AS --- 138,12 g


0,000022 mols --- x x = 0,003038 g em 10 mL

𝐶2
𝐾=
𝐶1

0,1264
𝐾=
0,003038

𝐾 = 41,61

c) Apresente o teor de etanol na gasolina.


100 ml água x 100 ml gasolina
Em uma proveda de 200 mL de capacidade, foi adicionado 100 mL de gasolina
comum e 100 mL de água. Após isso, fechou-se a proveta com uma tampa e foi
realizada a agitação da solução para homogeneização. A proveta ficou reservada
e alguns segundos depois, a água e a gasolina se separaram, apresentando-se
conforme figura abaixo:
Com isso, obtemos 126 mL de água, e 75 mL de gasolina comum. Assim, o teor
de etanol na gasolina foi de 26%.
PRÁTICA 3: Síntese do ácido acetilsalicílico.
a) Descreva o procedimento experimental para a síntese do ácido
acetilsalicílico.
Em um balão de fundo redondo (150 mL), adicionou-se 10 g de ácido salicílico,
14 mL de anidrido acético e 3 gotas de ácido sulfúrico concentrado,
homogeneizando a mistura. Montou-se aparelhagem para refluxo em banho maria
por aprox. 30 minutos a 50 – 60°C. Durante o aquecimento observou-se o
aparecimento de cor branca.
Após este tempo, foi testado a presença de hidroxila fenólica para verificar
conversão completa do ácido salicílico, da seguinte maneira: Adicionando um
pouco do precipitado branco em um tubo de ensaio e gotas de FeCl3, agitar. A
ausência de hidroxila fenólica se deu na característica da cor, no caso,
permaneceu amarelo.
Após, o balão foi resfriado e adicionado 100 mL de água gelada sob agitação
para suspender o sólido e logo após filtrado em funil de Büchner, lavando-o com
uma pequena porção de água gelada.

b) Qual é o mecanismo da reação entre o ácido salicílico e o anidrido acético


em meio ácido?
A reação envolve um mecanismo de catálise ácida. O primeiro passo consiste
na protonação do anidrido acético pela ácido sulfúrico. Forma-se então, um cátion
com um grupo hidroxila. Este cátion, é adicionado ao grupo hidroxila do ácido
salicílico, que fica com uma carga formal positiva (segundo passo). Próximo passo,
o próton é transferido para o átomo de oxigênio do cátion adicionado. Por fim,
ocorre uma reação de eliminação que origina ácido acético. O outro converte-se
no ácido acetilsalicílico apenas pela perda de um próton, o que permite a
recuperação do catalisador.
A figura abaixo ilustra a teoria:
c) O H+ atua, na reação de preparação do AAS, como um reagente ou como
um catalisador? Justifique.
O ácido sulfúrico atua como ativador da reação, um catalisador, pois diminui a
energia de ativação, tornando mais rápida. Inicialmente pela catálise ácida, sendo
recuperado ao final da reação, conforme explicação da letra b) acima.

d) Ao purificar um composto por recristalização, é aconselhável esfriar a


solução lenta ou rapidamente? Explique.
Os cristais se formam pela ação de forças intermoleculares tais como forças de
Van der Walls, dipolo-dipolo e ligações de hidrogênio, e crescem lentamente,
camada por camada, aumentando aos poucos a sua estrutura cristalina. Quanto
mais lento for o resfriamento, maiores serão os cristais e mais perfeita será a sua
rede cristalina. Uma rede cristalina perfeita não permite interstícios (espaços) que
poderiam aprisionar parte da solução contendo as impurezas. Caso o resfriamento
fosse brusco, não ocorreria uma cristalização e sim uma precipitação do material
de forma amorfa, o que contribui para o acumulo de impurezas no interior do sólido.
As impurezas não cristalizam ou precipitam porque se encontram em menor
concentração, ou seja, abaixo de seu ponto de saturação.

e) Qual a finalidade de realizar o aquecimento sob refluxo?


O refluxo permite que a mistura seja aquecida à temperatura de ebulição do
solvente, não ocorrendo perda dos reagente nem dos produtos por evaporação. O
vapor produzido é condensado por um condensador conectado a boca do frasco
reacional.

f) Por que durante o procedimento de síntese do ácido acetilsalicílico, é feito


o teste com cloreto férrico?
Para verificar a presença de hidroxila fenólica, ou seja, se houve conversão total
do ácido salicílico. Este, como a maioria dos fenóis, forma um complexo altamente
colorido com Fe(III), caso não tenha ocorrido sua conversão completa, a coloração
da reação com o cloreto férrico indicará.
Este teste também é útil para verificar a decomposição da aspirina, pois a
decomposição é detectada pelo aparecimento de uma coloração indo de vermelho
a violeta quando o produto é tratado com cloreto férrico (FeCl3). A aspirina (AAS)
em presença de umidade é lentamente hidrolisada, liberando ácido salicílico e
ácido acético.
PRÁTICA 4: Síntese do acetato de isopentila.
d) Descreva o procedimento experimental para a síntese do acetato de
isopentila.
Em um balão de fundo redondo de boca esmerilhada de 50 mL, colocar 15 mL
de 3-metil-1-butanol (álcool isoamílico), 17 mL de ácido acético glacial e algumas
pérolas de ebulição. Adicionar 1 mL de ácido sulfúrico concentrado e agitar.
Adaptar um condensador de refluxo e aquecer a mistura durante 01 hora.
Deixar o frasco esfriar e então derramar a mistura reacional em um béquer de
100 mL contendo 25 g de gelo picado. Agitar a mistura com bastão de vidro por 2
minutos e então transferir para um funil de separação de 100 mL. Lavar o frasco
de reação e o béquer com 2 porções de 10 mL de éter etílico, transferindo para o
balão. Adicionar 25 L de éter etílico ao funil de separação, agitando
cuidadosamente. Deixar separar.
Retirar a fase aquosa e lavar a fase orgânica com 2 porções de 15 mL de
solução de carbonato de sódio 5%. Secar a camada de éter etílico com sulfato de
sódio anidro por 10 minutos. Retirar o agente dessecante por filtração
gravitacional.
Purificação: Destilar o éster por destilação simples, coletando o líquido que
destilará entre 136 e 143°C.
Teste de Lucas: Em um tubo de ensaio colocar 8 gotas da amostra e 3 mL do
reagente de Lucas a 26-27°C. Agitar, deixar em repouso e observar. A solução
poderá permanecer límpida (álcool primário), turvar em 5 minutos (álcool
secundário) ou turvar imediatamente (álcool terciário). Anotar.
Teste de Bordwell: Em um tubo de ensaio colocar 8 gotas da amostra e 2 gotas
do reagente de Bordwell. Observar os resultados no espaço de 2 segundos. No
caso de reação positiva (álcool primário e secundário), a solução se tornará verde
ou azul. No caso de reação negativa (álcool terciário), a cor original do reagente
permanecerá.
e) Por que a destilação simples não é usada na separação de líquidos de
pontos de ebulição relativamente próximos?
Porque quando os pontos estão próximos, não há separação no momento da
destilação, desse modo o resultado final obtido não é o esperado.
f) Por que a fase orgânica é lavada com carbonato de sódio 5%?
Neutraliza-se a primeira fase orgânica obtida com uma base fraca, o bicarbonato
de sódio, pois além de não elevar muito o pH da solução ( pH aprox. 9 ), não temos
presença de um nucleófilo, que seria no caso de usarmos um hidróxido, e não
acontecerá reações indesejáveis.

g) Por que o ácido acético é usado em excesso na reação?


Como a reação de esterificação em meio ácido é um processo reversível, ou
seja, os produtos e os reagentes encontram-se em equilíbrio, utilizamos excesso
de um dos reagentes para deslocar o equilíbrio químico em direção a formação
dos produtos (princípio de Le Chatelier).

h) Quais as informações ofertadas pelos reagentes de Lucas e de Bordwell?


A classificação de um álcool como primário, secundário ou terciário é dada pela
combinação dos resultados dos testes de Lucas (caracterização de álcoois
solúveis em água) e Bordwell (oxidação de álcoois primários ou secundários).
O teste de Lucas é uma reação química utilizadas para diferenciar álcoois de
baixo peso molecular terciários de secundários e primários pela reação com o
reagentes de Lucas, uma solução de cloreto de zinco anidro em ácido clorídrico
concentrado. A reação é uma substituição na qual o cloreto substitui um grupo
hidroxila.
Um teste positivo é indicado por uma mudança de clara e incolor para turva. A
velocidade de reação está relacionada ao tipo de álcool, primário mais lenta,
secundário intermediário e terciário instantânea.
O reagente de Bordwell é obitdo dissolvendo-se anidrido crômico em ácido
sulfúrico concentrado, que leva à formação de ácido crômico. Este de coloração
laraja, oxida álcoois primários e secundários e se reduz a sulfato de cromo III, de
coloração verde-azulada. É o princípio do bafômetro químico.

i) Qual a função do sulfato de sódio anidro?


Neste caso, o sulfato de sódio anidro é um agende dessecante, que tem função
de retirar umidade do líquido. Ele não pode reagir com o mesmo.
j) Qual o mecanismo da reação de preparação do acetato de isopentila?
A esterificação é uma reação de condensação usada para síntese de ésteres,
ela ocorre quando um ácido carboxílico reage com um álcool produzindo um éster
e água como subproduto.

Você também pode gostar