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1.

Introdução

A destilação é o método mais importante e comum de purificação de líquidos.


Para a separação de um líquido de impurezas não-voláteis, é o método mais indicado
em escala de laboratório. Destilação é o processo de separação de um líquido-líquido
ou de um sólido dissolvido em um líquido por evaporação do líquido com menor ponto
de ebulição e posteriormente ser condensado no condensador e depositado em um
recipiente (SILVA, BOCCHI, ROCHA, 1990).
Em termos práticos, quando temos duas ou mais substâncias formando uma
mistura líquida, a destilação pode ser um método adequado para purificá-las, sendo
necessárias apresentarem volatilidades razoavelmente diferentes entre si. O uso da
destilação como método de separação foi disseminado pela indústria química
moderna. Sendo encontrada em quase todos os processos químicos industriais em
fase líquida onde for necessária uma purificação (UFSCAR, 2013)
Pode ocorrer de duas formas, a simples e a fracionada. A destilação simples
apresenta boa versatilidade, pois pode ser usada para a separação líquido-líquido ou
uma mistura de sólido dissolvido em líquido, desde que tenham pontos de ebulição
bem distintos. Pelo processo de aquecimento a mistura de substâncias atinge a
temperatura acima do ponto de ebulição da mais volátil, que irá entrar em ebulição e
converte-se em vapor, quando entra no condensador a substância retorna ao estado
líquido (ATKINS, 2001).
Quando uma substância pura é destilada à pressão constante, a temperatura
do vapor permanece constante durante toda a destilação. O mesmo comportamento é
observado em misturas contendo um líquido e uma impureza não volátil, uma vez que
o material condensado não está contaminado pela impureza. A destilação simples só
deve ser usada na purificação de misturas líquidas onde somente um dos
componentes seja volátil, ou a diferença entre os pontos de ebulição das substâncias
seja maior que 30ºC (UFOP, 2015).
A destilação fracionada é usada para separar misturas com duas substâncias
ou mais que tenham pontos de ebulição diferentes, a mistura deve ser aquecida até
uma temperatura ligeiramente acima da substância de maior ponto de ebulição. Essa
destilação é semelhante a destilação simples, porém com a adição da coluna de
fracionamento, seu papel é separar os vapores da mistura, no qual o vapor do líquido
com ponto de ebulição mais baixo passará e seguirá para o condensador (ATKINS,
2001).
Quando o líquido a ser destilado é uma mistura de solventes a serem
separados, pode-se realizar uma destilação fracionada. Se as pressões de vapor de
duas ou mais substâncias são tão próximas de modo que não possam ser separadas
por destilação simples, deve-se usar uma coluna de fracionamento para separá-las.
Considerando uma solução de dois líquidos em equilíbrio com o seu vapor, o qual
contém os dois componentes, a uma determinada temperatura, evidentemente este
vapor estará mais rico no componente mais volátil. Se condensarmos este vapor e
deixarmos que o condensado entre em equilíbrio com o seu vapor, esse segundo
vapor, apresentará maior proporção do componente mais volátil do que o seu
condensado, e assim sucessivamente (UFOP, 2015).
A mistura do experimento, apresenta componentes cujos pontos de ebulição são
muito diferentes, como água (H2O) e álcool (etanol – C2H6O), pode-se utilizar a
destilação simples para separar essas substâncias. Ao nível do mar, a temperatura de
ebulição do etanol é de 78°C e a da água de 100°C. A aplicação desse método é feita
em duas etapas: a de evaporação e a de condensação. A mistura de dois
componentes, como o exemplo da mistura de água e etanol, é colocada em um
recipiente e aquecida. Como as temperaturas de ebulição dos componentes da
mistura são diferentes, um deles passa primeiro para o estado de vapor. O vapor
passa, então, por um tubo resfriado, denominado condensador. Devido à diminuição
da temperatura, o vapor passa para o estado líquido, e o componente é recolhido em
outro recipiente. O componente com maior temperatura de ebulição contínua no frasco
aquecido, assim como ocorre com a mistura de dois líquidos, a mistura é aquecida no
balão de destilação e o vapor produzido passa pelo condensador e resfria, sendo o
líquido recolhido em outro recipiente (ROSA, 2020).

2. Objetivo
A efetiva prática experimental, teve como principal objetivo a obtenção de etanol
através da destilação simples de uma mistura de água com etanol, além da montagem
e aquecimento de um sistema com a manta de aquecimento.

3. Procedimento experimental
3.1. Materiais
 Balão de fundo redondo 250 mL - Qualivridros;
 Béquer 250 mL - Amitel;
 Proveta 50 mL - Plena-lab;
 Condensador - Qualivridros;
 Manta de aquecimento - Lucadema;
 Suporte universal - Sem marca;
 Termômetro com rolha - Promolab;
 Garra - Sem marca;
 Pipeta de Pasteur – Sem marca;
 Pedras de ebulição – Laboratório;
 Etanol – Laboratório;
 Água Destilada – Laboratório.

3.2. Métodos

O experimento, se inicia com a transferência de 200mL da mistura água e etanol para


o béquer e na sequência adicionado no balão de fundo redondo, sendo acrescentadas
4 pedras de porcelana para auxiliar na distribuição de calor durante o aquecimento.
Depois foi pesado a proveta e anotado seu peso.

Em seguida, o sistema de destilação foi revisado, que já estava montado na bancada,


para colocar o balão na manta, foram ajustadas a altura das garras do balão e do
condensador, em que as mangueiras de entrada de água e a de saída já estavam
conectadas e direcionada para dentro da calha no centro da bancada e as garras
presas ao suporte universal. A proveta é posicionada na saída do condensador e o
balão é fechado com uma rolha e o termômetro. Com tudo montado, se iniciou o
aquecimento da manta em uma potência média para alta, e aguarda-se de 5 a 7
minutos para se iniciar a ebulição do material, a partir do momento que se inicia a
condensação do etanol, observa-se o gotejamento na proveta até atingir os 50 mL.

Durante o processo, a cada 5 mL atingidos na proveta era anotado o volume e a


temperatura daquele volume, assim para a construção do gráfico volume e
temperatura. A destilação foi interrompida no momento que o volume atingi os 50 mL
da proveta, em seguida a proveta é pesada com o etanol e anotado o valor.

No final a manta é desligada, aguarda-se o sistema esfriar para realizar a


desmontagem do experimento.
4. Resultados e discussão

Durante a montagem do experimento dentro do balão foi colocado as pedras de


porcelana, que tem a função de evitar o superaquecimento. Pois um líquido em
repouso pode atingir o ponto de ebulição sem entrar em ebulição, esse fenômeno é
chamado de superaquecimento, o aquecimento continua e o líquido entra em ebulição
de forma abrupta e violenta. Como as pedras contêm pequenas bolhas de ar no seu
interior, elas vão sendo liberadas gradualmente dissipando o aquecimento do líquido
(PAIVA, 2009).

O etanol tem ponto de ebulição de 78°C e da água é de 100°C (CETESB-SP, 2014), o


objetivo é obter o etanol. A temperatura do sistema deve estar próximo a 78°C, que é
o menor ponto de ebulição, pois se a temperatura aumentar muito e se aproximar dos
100°C, a água começa a evaporar e acaba condensando junto com o etanol. Durante
o aquecimento, a cada 5 mL de etanol destilado e depositado na proveta é anotado a
temperatura, formando o seguinte gráfico.

Tabela 1: Volume e temperatura das etapas de condensação


Volume (mL) Temperatura (°C)

0 0

5 78

10 78

15 78

20 78

25 78

30 78

35 78

40 78

45 78

50 78

Fonte: Elaborado pelo próprio autor

Figura 1: Volume e temperatura durante a destilação do etanol

Fonte: Elaborado pelo próprio autor


Temperatura (°C)
90
80
70
60
Temperatura (°C)

50
40
30
20
10
0
0 10 20 30 40 50 60
Volume (mL)

Durante o experimento, a destilação se manteve em uma temperatura constante de


78°C, ou seja, pode ser que no experimento se obteve apenas a destilação de etanol
na proveta.

No início do experimento, foi pesado a proveta de massa 56,060g e ao final da


destilação foi pesado proveta e etanol resultando na massa de 97,492g. Dados para
calcular a densidade de etanol.
Mp= 56,060g
Mp+et= 97,492g

Massa de etanol:
Met = mp+et -mp
Met= 97,492g-56,060g
Met= 41,432g

Vol = 50 mL

Densidade de etanol:
D= m/V
D= 41,432g/50mL
D= 0,82 g/mL

Na literatura de Theodore Brown a densidade do etanol é 0,79 g/mL, pelo resultado


dado de 0,82 g /mL, ou seja, a densidade está próximo, pode ser que tenha um pouco
de água na destilação.

5. Conclusão

Quando é realizado um experimento que as temperaturas de ebulição são muito


próximas o método recomendado é a destilação fracionária, mas leva mais tempo para
finalizar o experimento. Portanto foi escolhido a destilação simples, para entender
como é uma separação líquido-líquido. Para a destilação do etanol começou em 78 °C
aproximadamente. Outro ponto importante foi o entendimento do uso das pedras de
porcelana evitando que o balão se rompa durante o experimento. Ao final do
experimento se obteve a densidade próxima da literatura do etanol e estudo do
comportamento volume e temperatura.

6. Tratamento de resíduos

O etanol destilado pode passar por uma verificação de teor alcóolico com a utilização
de um alcoômetro, que será rotulado e identificado com etanol recuperado, que poderá
ser reutilizado (AMARAL, 2001). A água pode ser descartada na pia com fluxo de
água.
7. Referência

AMARAL, S. T. et. al. Relato de uma experiência: recuperação e cadastramento de


resíduos dos laboratórios de graduação do Instituto de Química da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul. Quím. Nova .24, p. 419-423, 2001.
ATKINS, P.; JONES, L. Princípios de Química: Questionando a vida moderna e o meio
ambiente. 1a ed. Porto Alegre: Bookman, 2001.

BROWN, Theodore L. Química: A Ciência Central. 13. ed. rev. [S. l.]: PEARSON,2016.
1157 p. Disponível em: http://joinville.ifsc.edu.br/~lukese.menegussi/QG/Extras/Cap.
%201%20%20Incerteza_frag.pdf. Acesso em: 11 set. 2023.

CETESB-SP. Ficha de Informação de Produto Químico. São Paulo,2014. Disponível


em:https://licenciamento.cetesb.sp.gov.br/produtos/ficha_completa1.asp?consulta=
%C1LCOOL%20ET%CDLICO. Acesso em: 11 set. 2023.

PAVIA, D. L., LAMPMAN, G. M., KRIZ, G. S., ENGEL, R. G. Química Orgânica


Experimental: Técnicas de escala pequena. 2ª. Ed., Porto Alegre, Bookman, 2009.
ROSA, M. Destilação simples e fracionada. 2020. Disponível
em:https://educacao.massaranduba.org/wp-content/uploads/2020/05/MARIANA-6-
2SEM-2.pdf. Acesso em: 11 set. 2023.

Silva, R. R., Bocchi, N. ,Rocha, R. C. F. “Introdução à Química Experimental”; 1ª. Ed.


Ed. McGraw-Hill, São Paulo, 1990. p. 95-98.

UFOP. Destilação simples e fracionada. Ouro Preto: Química, 2015. Disponível em:
http://professor.ufop.br/sites/default/files/legurgel/files/qui-186_-_pratica_05.pdf.
Acesso em: 11 set. 2023.
UFSCAR. Destilação. São Carlos: Química, 2013. Disponível
em:http://livresaber.sead.ufscar.br:8080/jspui/bitstream/123456789/1912/2/Unidade
%204_Texto_Destila%C3%A7%C3%A3o.pdf. Acesso em: 11 set. 2023.

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