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CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS

DEPARTAMENTO DE QUÍMICA

Ana Luiza Fernandes Maia


Ashe da Fonseca Dias
Victor Eduardo Almeida Pereira Silva

Experimentos 07 e 08
Destilação por Arraste a Vapor e Destilação Azeotrópica

Belo Horizonte - MG
25 de Abril de 2023
1. Introdução
A destilação é um processo de separação de misturas do tipo líquido-líquido
que têm diferentes pontos de ebulição. É caracterizada por uma dupla mudança de
estado físico, onde uma mistura de interesse é aquecida até sua ebulição, e depois
condensada. As substâncias mais voláteis, que entram em ebulição em
temperaturas mais baixas, são condensadas.1
A destilação é um processo antigo, tendo registros preservados em cópias de
manuscritos alquímicos que datam do século XI ao século XV, quando era usada
para a preparação de "águas", "elixires" e "quintessências".2 Atualmente, a
destilação é amplamente empregada em processos de purificação, como no caso
da destilação do petróleo, e de extração de algumas substâncias, como óleos
essenciais, por meio de destilação por arraste de vapor.
A destilação por arraste a vapor é uma das técnicas de destilação que
emprega a pressão de vapor de uma substância para promover uma co-destilação
na temperatura de ebulição de outra substância em que é imiscível, geralmente
água, sendo usada para a destilação de substâncias que se decompõem em
temperaturas próximas de suas temperaturas de ebulição e que são insolúveis nos
vapores de arraste da outra substância.3
Ela se baseia na Lei das Pressões Parciais de Dalton: "numa mistura de
líquidos que são imiscíveis, a temperatura de ebulição da mistura será aquela em
que as pressões parciais de vapor de cada uma das substâncias, quando somadas,
sejam iguais à pressão atmosférica", também matematicamente representada na
Equação 01.3

Equação 01. Lei das Pressões Parciais de Dalton


𝑛
𝑃𝑎𝑡𝑚 = ∑ 𝑃𝑛
𝑖=1

𝑃𝑎𝑡𝑚 = 𝑃𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜 𝐴𝑡𝑚𝑜𝑠𝑓é𝑟𝑖𝑐𝑎

𝑃𝑛 = 𝑃𝑟𝑒𝑠𝑠õ𝑒𝑠 𝑃𝑎𝑟𝑐𝑖𝑎𝑖𝑠 𝑑𝑜𝑠 𝐶𝑜𝑚𝑝𝑜𝑛𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 𝑑𝑜 𝑆𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎

Outra técnica de destilação é a Destilação Azeotrópica, que, assim como a


anterior, trata-se de uma co-destilação. Esta técnica geralmente consiste na adição
de uma substância que forme um azeótropo com um dos componentes da mistura,
mas que seja imiscível no mesmo.4
A escolha é feita de acordo com as interações intermoleculares que
ocorreriam entre tal substância e o componente que deseja-se destilar: caso as
interações intermoleculares entre a substância e o componente da mistura sejam
mais fortes que as interações que as moléculas da substância ou do componente
fazem entre si, este será um Azeótropo de Máximo, pois destila numa temperatura
maior que os pontos de ebulição de qualquer um dos componentes do azeótropo;
caso ocorra o oposto, este será um Azeótropo de Mínimo, pois destila numa
temperatura menor que a temperatura de ebulição de qualquer um dos
componentes do azeótropo.3
Uma das aplicações da destilação azeotrópica está na obtenção de
Dioxolanos (acetais cíclicos) a partir de Aldeídos, já que a formação de água
durante a reação, evidenciada na Reação 01, acaba deslocando o equilíbrio na
direção de regeneração de reagentes. Ao adicionar-se tolueno, que é uma
substância que não interferiria na reação, forma-se um azeótropo de mínimo com a
água assim que ela é formada, podendo-se retirá-la do meio reacional através da
destilação azeotrópica.4

Reação 01. Formação de Dioxolano a partir de Aldeído


RCHO + (CH2OH)2 ⇋ RCH(OCH2)2 + H2O

2. Objetivos
● Introduzir técnica da destilação por arraste a vapor;
● Isolar componentes essenciais das plantas por meio de destilação por arraste
a vapor;
● Aplicar a técnica de extração simples líquido-líquido na separação de
misturas heterogêneas;
● Utilizar os métodos químicos de análise na caracterização de compostos
orgânicos;
● Introduzir as técnicas de refluxo e destilação azeotrópica;
● Aplicar a técnica de destilação azeotrópica em processos químicos.
3. Metodologia
3.1. Materiais
3.1.1. Algodão;
3.1.2. Alonga;
3.1.3. Anel com Mufa;
3.1.4. Anéis de Raschig;
3.1.5. Balão de Destilação de 250,0 mL;
3.1.6. Balança Analítica - Marte Científica;
3.1.7. Banho de Aquecimento;
3.1.8. Béqueres;
3.1.9. Cabeça de Destilação;
3.1.10. Condensador de Refluxo;
3.1.11. Condensador Reto;
3.1.12. Erlenmeyer;
3.1.13. Espátulas;
3.1.14. Funil de Decantação;
3.1.15. Garras com Mufa;
3.1.16. Manta Aquecedora de 250,0 mL - Edulab Equipamentos Científicos;
3.1.17. Manta Aquecedora de 100,0 mL - Edulab Equipamentos Científicos;
3.1.18. Papel Alumínio;
3.1.19. Pipetas de Pasteur;
3.1.20. Provetas;
3.1.21. Suporte com Regulagem de Altura;
3.1.22. Suporte Universal;
3.1.23. Tubo de Claisen;
3.1.24. Tubo Dean-Stark;
3.1.25. Tubo de Ensaio e Suporte.

3.2. Reagentes
3.2.1. Ácido Acético Glacial (CH3COOH) 99,8% P.A. - Neon;
3.2.2. Ácido Sulfúrico (H2SO4) P.A. - Impex;
3.2.3. Água destilada;
3.2.4. Álcool Isoamílico ((CH3)2CHCH2CH2OH) P.A. - Vetec;
3.2.5. Bicarbonato de Sódio (NaHCO3) P.A. - Êxodo Científica;
3.2.6. Cloreto de Sódio (NaCl) Cristal P.A. - Qhemis;
3.2.7. Éter Etílico ((CH2CH3)2O) P.A. - SAL®;
3.2.8. Propilenoglicol (CH3CHOHCH2OH) P.A. - Alphatec;
3.2.9. Solução Aquosa de Permanganato de Potássio (KMnO4) 0,1 mol L-1 -
Departamento de Química (DEQUI);
3.2.10. Solução Etanólica de Cloreto de Férrico (FeCl3) 5%- Departamento de
Química (DEQUI);
3.2.11. Solução Saturada de Cloreto de Sódio (NaCl) 36% m v-1 - Departamento
de Química (DEQUI);
3.2.12. Sulfito de Sódio Anidro (Na2SO3) P.A. - Neon;
3.2.13. Tolueno (C6H5CH3) P.A. - Vetec.

3.3. Procedimentos
Destilação por arraste de vapor
Inicialmente, com o auxílio de uma espátula e um vidro de relógio, foram
pesados 10,0139 g de botões de cravo numa balança analítica, e em seguida foram
macerados, utilizando-se de um gral e pistilo. Após isso, os botões de cravo
macerados foram transferidos para um balão de 250 mL, juntamente com 180 mL
de água ao balão e fragmentos de porcelana para a homogeneização do
aquecimento. Em seguida, o balão foi adicionado ao sistema de destilação por
arraste a vapor, conforme ilustrado na figura 1.

Figura 1. Sistema de Destilação por Arraste a Vapor.

Fonte: Próprios Autores


Após o início da destilação, a fração inicial não foi desprezada pois em
processos de destilação por arraste a vapor, normalmente, o rendimento é baixo,
portanto desprezar a cabeça inicial de destilação faria com que o rendimento fosse
menor ainda.
Ao fim da destilação, o volume do destilado foi medido em uma proveta e
transferido para um funil de decantação, para um processo de extração
líquido-líquido. Após isso, 10 mL de Solução Saturada de Cloreto de Sódio e 10 mL
de Éter Etílico foram adicionados ao funil de decantação, em seguida observou-se a
separação das fases e cada fase foi recolhida em um Erlenmeyer.
Logo depois, foi adicionado Sulfato de Sódio Anidro ao Erlenmeyer contendo
a fase orgânica enquanto o Erlenmeyer era agitado. Por fim, foi montado um
sistema de filtração simples, com um funil analítico preso num suporte universal com
o auxílio de um anel. O funil foi tampado com um pedaço de algodão e a filtração foi
feita, com o filtrado escorrendo diretamente para uma garrafinha de vidro
previamente pesada e rotulada, conforme a figura 2.

Figura 2. Frasco contendo Eugenol

Fonte:Próprios Autores

Para a caracterização do Eugenol, primeiramente, 0,5 mL de Eugenol e 0,5


mL de Solução Etanólica de Cloreto de Férrico (FeCl3) foram transferidos para um
tubo de ensaio, agitando-se a mistura e anotando-se os resultados observados.
Seguidamente, 0,5 mL de eugenol e 0,5 mL de Solução Aquosa de
Permanganato de Potássio (KMnO4) foram transferidos para um tubo de ensaio,
agitando-se a mistura e anotando-se os resultados observados.

Destilação Azeotrópica
Inicialmente, foram adicionados ao balão de fundo redondo, 8 mL de Ácido
Acético glacial, 5 mL de Álcool Isoamílico, 5 mL de Tolueno e 3 gotas de Ácido
Sulfúrico concentrado, juntamente com anéis de Raschig para homogeneizar a
mistura.
Após feita a mistura, o balão foi conectado no sistema de destilação
azeotrópica, conforme ilustrado na figura 3.

Figura 3. Sistema de Destilação Azeotrópica

Fonte: Próprios autores

A destilação foi mantida até que o volume de água continuasse constante,


após o fim da destilação, foi feita a leitura do volume de água e calculado o
rendimento da reação.
Para a caracterização do Acetato de Isoamila, foram dissolvidos alguns
cristais de Cloreto de Sódio em 1 mL de Propileno Glicol, em seguida, foram
adicionados 2 mL de solução de 1 mol/L de Cloreto de Hidroxiamônio e 1 mL de
solução aquosa 1 mol/L de Hidróxido de Potássio. Foi aquecido até ebulição durante
2 minutos e resfriado até temperatura ambiente, logo após, foi adicionado cerca de
0,5 a 1 mL de solução metanólica de Cloreto de Ferro (III) a 5%.

4. Resultados e Discussões
Destilação por arraste de vapor
CONSIDERAÇÕES EXPERIMENTAIS
Para a realização da destilação por arraste a vapor, as substâncias utilizadas
devem possuir, no mínimo, uma diferença barométrica de 5 mmHg. A utilização da
água como solvente nesse tipo de destilação se deve à sua baixa solubilidade em
grande parte dos compostos orgânicos e também à sua temperatura de ebulição a
100° C em 1 atm.
Segundo a literatura, o ponto de ebulição do eugenol é de 253,5 °C 5, esse
valor tão alto pois a molécula de eugenol é capaz de realizar de ligações
intramoleculares de hidrogênio e, através de um mecanismo de solvatação interna,
forma um anel que, acarreta na diminuição da solubilidade dessa molécula em
solventes polares. Paralelamente, aquecer a mistura de água com eugenol até
253,5 °C não destilaria o eugenol pois ele iria oxidar e polimerizar.
Durante o processo de destilação por arraste a vapor, o aquecimento do
sistema faz com que aos 100° C a água vá para a fase de vapor, porém como a
temperatura está intrinsecamente relacionada à energia cinética média das
partículas 6, logo uma fração molar de vapor do eugenol está presente no vapor de
água deslocado, consequentemente uma outra parcela do eugenol é arrastada,
assim destilando-o. A evidência desse processo é a turbidez observada dentro do
sistema, cujo é uma co-destilação pois a água e o eugenol são destilados ao
mesmo tempo.
Durante a fase de extração líquido-líquido, a Solução Saturada de Cloreto de
Sódio foi adicionada ao funil de decantação para a ionização do meio e aumento da
repulsão entre as fases polares e apolares, a fim de facilitar a extração. E a adição
de Éter Etílico se deve a sua alta solubilidade em eugenol e baixa solubilidade em
água devido à sua apolaridade. Apenas uma extração foi feita para aumentar a
concentração e, consequentemente, aumento do rendimento do processo.

RENDIMENTO DA REAÇÃO
Para a determinação da massa de Eugenol, foi pesado um frasco de vidro,
obtendo-se uma massa de 13,06 g e, após completar o frasco de vidro com
Eugenol, foi obtida uma massa de 13,0679 g. Fazendo a subtração das massas é
possível saber que a massa do Eugenol é de 0,4246 g, conforme o anexo A.
Para a determinação do rendimento da reação, foi utilizada a massa de
Eugenol e da massa inicial de botões de cravo utilizada no experimento, com isso
foi feito o cálculo do rendimento da reação, conforme o anexo B.
Assim, atestando-se um rendimento de 4,24% nesta prática, equivalente a
0,4246 g de Eugenol.

CARACTERIZAÇÃO DO EUGENOL
O eugenol, ou conforme a nomenclatura IUPAC 4-Alil-2-Metoxifenol, contém
uma hidroxila fenólica e um alceno terminal que podem ser observados na figura 4.

Figura 4. Estrutura do eugenol

Fonte: Próprios autores

Segundo a literatura, o teste do cloreto férrico (III) é realizado para identificar


a presença de hidroxilas fenólicas em extratos vegetais através da formação de um
sal colorido.7
Ao colocar o FeCl3 no eugenol, a mistura aquosa se tornou verde,
proveniente da formação de um sal orgânico de coloração verde, evidenciado que o
teste foi positivo, havendo a presença da hidroxila fenólica no eugenol. A reação
ocorre conforme a teoria ácido-base de Lewis, onde o cloreto férrico (III) atua como
ácido de Lewis e recebe o par de elétrons do eugenol que atua com base de Lewis,
assim formando o sal orgânico.8 As reações químicas envolvidas neste teste estão
ilustradas na Figura 5, assim como uma ilustração do resultado obtido em
laboratório (Figura 6).

Figura 5. Reações envolvidas no Teste com Cloreto Férrico (III)

Fonte: Próprios autores

Figura 6. Mistura formada na reação entre eugenol e Cloreto Férrico (III)

Fonte: Próprios autores


Segundo a literatura, o teste do permanganato de potássio ou teste de Bayer
é realizado para identificar a presença de insaturações isoladas ou não-conjugadas
com o sistema aromático através da formação de um sólido marrom.9
Ao colocar o KMnO4 no eugenol, foi formado um sólido marrom, evidenciando
que o teste foi positivo, havendo a presença da insaturação isolada no eugenol. O
permanganato de potássio possui coloração violeta, mas muda de cor para marrom
quando o manganês é reduzido a MnO2. Essa redução ocorre devido a presença de
insaturação (alcenos e alcinos), ou pela presença de grupos oxidáveis como álcoois
primários e secundários ou aldeídos. As reações químicas envolvidas neste teste
estão ilustradas na Figura 7, assim como uma ilustração do resultado obtido em
laboratório (Figura 8).

Figura 7. Reações envolvidas no Teste com Permanganato de Potássio

Fonte: Próprios autores

Figura 8. Sólido formado na reação entre eugenol e Permanganato de Potássio

Fonte: Próprios autores


Destilação azeotrópica

Na destilação azeotrópica o destilado será o azeótropo (uma mistura que


destila em temperatura de ebulição constante), onde o azeótropo pode ser de
máximo, quando a temperatura de ebulição da mistura é maior que a temperatura
de ebulição dos componentes, e de mínimo, quando a temperatura de ebulição da
mistura é menor que a dos componentes. Na destilação realizada na prática, o
Tolueno é o agente azeotrópico, formando um azeótropo de mínimo com a água, ou
seja, a mistura apresenta uma temperatura de ebulição menor que a dos outros
componentes, além de apresentarem forças intermoleculares do tipo dipolo
induzido-dipolo induzido, ocorrendo uma repulsão entre elas. Logo, o Tolueno e a
água foram destilados, mantendo uma temperatura de ebulição constante em 80°C,
sendo possível observá-los no tubo de Dean-Stark, ilustrados na figura 3.

Figura 9. Destilado no tubo de Dean-Stark

Fonte: Próprios Autores.

Após a destilação, a água e o Tolueno foram separados no funil de


separação, podendo assim, reutilizar o Tolueno. A reutilização do Tolueno segue os
princípios da química verde, uma vez que não gera resíduos, minimizando os
impactos ambientais.
Com o Tolueno destilado, sobrou no balão de reação o Acetato de Isoamila, o
Ácido Sulfúrico e o Ácido Acético, ocorrendo uma reação de síntese do Acetato de
Isoamila, onde o Ácido Acético teve que ser usado em excesso para que o equilíbrio
fosse deslocado para a formação do produto, seguindo o princípio de Le Chatelier.
Com a adição do Bicarbonato de Sódio, o Ácido Sulfúrico formou sulfato de sódio, o
Acetato de Isoamila formou Acetato de Sódio e o Ácido Acético formou gás
carbônico e água, sendo a fase aquosa, enquanto o Acetato de Isoamila (produto de
interesse) é a fase orgânica. Foi realizada uma extração simples, utilizando o funil
de decantação, para fazer a separação da fase orgânica da fase aquosa.

Após a separação das fases, foi adicionado o Sulfato de Sódio anidro (agente
secante) no Acetato de Isoamila, para que absorvesse a água e aumentasse o
rendimento da reação. Em seguida, foi filtrado no funil analítico com um algodão,
separando o agente secante do Acetato de Isoamila, calculando assim seu
rendimento.

Figura 10. Frasco contendo acetato de isoamila.

Fonte: Próprios autores.

RENDIMENTO DA REAÇÃO
Para determinar a massa do Acetato de Isoamila, foi pesado o frasco de vidro
e obtido uma massa de 23,4249 g, e após completar o frasco com Acetato de
Isoamila, foi obtido uma massa de 28,2998 g. Ao fazer a subtração das duas
massas é possível concluir que o Acetato de Isoamila sintetizado possui uma massa
de 4,8749 g.

Figura 11. Reação de síntese do Acetato de Isoamila.

Fonte: Próprios autores.

De acordo com a literatura, a densidade do Álcool Isoamílico é de 0,81 g/cm3


10
em 20°C e, após utilizar a fórmula de densidade, foi possível determinar a massa
de Álcool Isoamílico contida nos 5 mL, conforme anexo D.

Com isso, foi obtida a massa de Acetato de Isoamila nas condições


apresentadas, tendo que a massa molar do Álcool Isoamílico é de 88,148 g mol-1 e
do Acetato de Isoamila 130,19 g mol-1. Logo, foi possível concluir que a massa
teórica do Acetato de Isoamila é de 5,98 g.

Assim, foi possível calcular o rendimento teórico da obtenção do Acetato de


Isoamila, tendo que a estequiometria da reação do Álcool Isoamílico para o Acetato
de Isoamila é de 1:1.

Através do rendimento teórico obtido, foi calculado o rendimento real obtido


na reação de síntese do acetato de Isoamila. Assim, foi obtido um rendimento real
de 81,52% na síntese do acetato de Isoamila.

CARACTERIZAÇÃO DO ACETATO DE ISOAMILA


Foi realizado o teste do hidroxamato férrico para identificar a presença do
grupo éster no produto, quando positivo, ele forma um sólido gelatinoso colorido.
Após realizar o teste, foi observado a presença de um sólido vermelho ferrugem,
indicando a presença do grupo éster no produto formado.

Os ésteres originados por um ácido carboxílico reagem com o hidroxilamônio


e ocorre a formação de ácidos hidroxâmicos, e quando colocado a solução de
cloreto férrico, ocorre a formação de um precipitado vermelho.

Figura 11. Sólido formado na caracterização do acetato de isoamila.

Fonte: Próprios autores.

5. Conclusão
A extração do eugenol, por uma destilação por arraste a vapor, a partir de
uma amostra vegetal de Cravo-da-Índia e usando hexano como solvente carreador
pode ser considerada satisfatória, tendo resultados positivos nos testes de
caracterização de hidroxila fenólica, com o uso de cloreto férrico, e de insaturações
não-conjugadas, pela oxidação por permanganato de potássio.
Quanto à síntese do acetato de isoamila, esta pôde ilustrar bem o princípio
da destilação azeotrópica simultaneamente ao princípio da lei de Le Chatelier,
deslocando o equilíbrio da reação para a formação de produtos ao retirar a água do
sistema pela co-destilação do azeótropo de mínimo água-tolueno.

6. Questionário
1) Pesquisar sobre o cravo, óleo essencial de cravo e eugenol.
O Cravo-da-Índia (Syzygium aromaticum) é uma planta nativa das Ilhas
Molucas e da Nova Guiné, contudo sendo cultivadas ao redor do mundo, mais
especificamente nas ilhas de Madagascar e Granada.
Seu óleo essencial é bastante benéfico, contendo vitaminas e minerais
importantes para a saúde; é rico em antioxidantes, podendo diminuir o risco de
doenças crônicas; tem propriedades antimicrobianas e antidiabéticas, dentre várias
outras.11
O Eugenol, por sua vez, é uma substância oleosa presente no Cravo-da-Índia
e que vem atraindo o interesse de diversas indústrias, como a indústria farmacêutica
e a indústria odontológica devido às suas propriedades anti-inflamatórias e
neuroprotetoras.12

2) Por que foi adicionado cloreto de sódio ao destilado?


O cloreto de sódio foi adicionado ao funil de decantação para a ionização do
meio e aumento da repulsão entre as fases polares e apolares, a fim de facilitar a
extração.

3) Com qual finalidade foi adicionado sulfato de sódio anidro à fase


orgânica?
O sulfato de sódio anidro é um agente secante, portanto ele absorve toda a
água restante presente na fase orgânica.
7. Bibliografia

1
ZACCARIA, B.; CHINAGLIA, F. D.; OLIVEIRA, I.; CORTEZ. G. G.. Destilação.
Escola de Engenharia de Lorena (EEL), Universidade de São Paulo (USP). 2009.
Disponível em:
http://bizuando.com/material-apoio/ope-uni-exp2/ope-uni-exp2-trabalho-destilacao.p
df. Acesso em: 27 abr 2023.

2
BELTRAN, M. H. R.. Destilação: A Arte de “Extrair Virtudes”. Química Nova
Escola. Nº 4. 1996. Disponível em:
https://d1wqtxts1xzle7.cloudfront.net/54763126/destilacao_a_arte_de_extrair_virtud
es-libre.pdf?1508453366=&response-content-disposition=inline%3B+filename%3DH
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3
OKUMA, A. A.; LUCAS, E. M. F.; SANTOS, M. S.. Apostila de Laboratório de
Química Orgânica. Departamento de Química (DEQUI), Centro Federal de
Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG). Belo Horizonte, MG. 2019.
Acesso em: 27 abr 2023.

4
Destilação Azeotrópica. In: Scientia. Disponível em:
https://sites.google.com/site/scientiaestpotentiaplus/destilacao-azeotropica. Acesso
em: 04 maio 2023.

5
Ficha de Informação de Produto Químico: Eugenol. SS White. Disponível em:
https://www.sswhite.com.br/fispq/012_FISPQ_Eugenol.pdf. Acesso em: 12 maio
2023

6
Castellan, G.. Fundamentos de Físico-Química. LTC, Vol. 1, pag. 53-86, 1986.
7
Albano, W. M; Basto, W. G; Santos, M. G.. O estudo da teoria ácido-base de
Lewis a partir de reações com substâncias fenólicas de plantas medicinais.
Quím. nova esc. – São Paulo-SP, BR. Vol. 43, N° 3, p. 361-366, AGOSTO 2022.
Disponível em: http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc44_3/12-EEQ-105-20.pdf.
Acesso em: 12 maio 2023.

8
CHAGAS, A. P. Teorias ácido-base do século XX. Química Nova na Escola, São
Paulo, n. 9, p. 28-30, maio 1999. Disponível em:
http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc09/historia.pdf. Acesso em: 12 maio 2023.

9
Química Orgânica Experimental.indd. In : cesad.ufs. Disponível em:
https://cesad.ufs.br/ORBI/public/uploadCatalago/18484316022012Quimica_Organic
a_Experimental_Aula_6.pdf. Acesso em: 12 maio 2023.

10
Ficha de Informação de Produto Químico: Álcool Isoamílico. Disponível em:
https://sistemasinter.cetesb.sp.gov.br/produtos/ficha_completa1.asp?consulta=%C3
%81LCOOL%20ISOAM%C3%8DLICO Acesso em: 12 maio 2023.

11
LEGNAIOLI, S. Benefícios do Óleo de Caro-da-Índia. In: Ecycle. Saúde e
Bem-Estar. Corpo. Disponível em: https://www.ecycle.com.br/oleo-de-cravo/. Acesso
em: 01 jun 2023

12
MARINHO, A. C. T. A. Estudo Toxicológico Reprodutivo do Eugenol. Centro de
Ciências da Saúde, Departamento de Ciências Farmacêuticas, Universidade
Federal de Pernambuco (UFPE). Recife, 2018. Disponível em:
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/32377#:~:text=O%20eugenol%20%C3
%A9%20um%20%C3%B3leo,%2Dinflamat%C3%B3ria%2C%20antimicrobiana%20
e%20neuroprotetora.. Acesso em: 01 jun 2023.
8. Anexos
ANEXO A - Determinação da Massa de Eugenol

Equação 2. Determinação da Massa de Eugenol


31, 5843 𝑔 − 31, 1597 𝑔 = 0, 4246 𝑔

ANEXO B - Rendimento experimental do Eugenol

Equação 3. Rendimento experimental do Eugenol


𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑑𝑒 𝑒𝑢𝑔𝑒𝑛𝑜𝑙 𝑜𝑏𝑡𝑖𝑑𝑎 0,4246 𝑔
𝑅 = 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑏𝑜𝑡õ𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝑐𝑟𝑎𝑣𝑜
× 100 𝑅 = 10,0139 𝑔
× 100 = 4, 24%

ANEXO C- Determinação da massa de Acetato de Isoamila.

Equação 4. Determinação da massa de Acetato de Isoamila.


28, 2998 𝑔 − 23, 4249 𝑔 = 4, 8749 𝑔

ANEXO D- Determinação da massa do Álcool Isoamílico.

Equação 5. Determinação da massa do Álcool Isoamílico.

𝑚 𝑚
ρ= 𝑉
⇒ 0, 81 = 5𝑚𝐿
⇒ 𝑚 = 4, 05𝑔

ANEXO E- Obtenção da massa de Acetato de Isoamila

Equação 6. Obtenção da massa de Acetato de Isoamila.

88,1489 𝑔 130,19 𝑔
4,05 𝑔
= 𝑋𝑔
⇒ 𝑋 = 5, 98 𝑔

ANEXO F- Rendimento real da obtenção do Acetato de Isoamila.

Equação 7. Rendimento experimental da obtenção de Acetato de Isoamila.

5,98 𝑔 4,8749 𝑔
100%
= 𝑋%
⇒ 𝑋 = 81, 52%

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